Palmeiras goleia por 11 a 0 e assume 3ª posição do Brasileiro Feminino


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O Palmeiras goleou o Ceará por 11 a 0, na tarde deste sábado (1) no Allianz Parque, para assumir a 3ª posição da Série A1 do Brasileiro Feminino. Com o triunfo, as Palestrinas alcançaram os 14 pontos, um a menos do que o líder Corinthians e o vice-líder Flamengo. Já as Meninas do Vozão permanecem na lanterna da classificação sem ponto algum após seis rodadas.

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Os destaques da vitória do Palmeiras foram Bia Zaneratto, Laís Estevam e Sorriso, todas com dois gols, e Letícia Ferreira, com três gols. Duda Santos e Dudinha completaram o marcador. Na próxima rodada o Ceará recebe o Cruzeiro e as Palestrinas disputam clássico com o Cortinthians.

Também neste sábado, o Grêmio bateu o Santos por 1 a 0 no CFT Hélio Dourado, em Eldorado do Sul, graças a gol de Dani Ortolan. Com o resultado as Gurias Gremistas assumiram a 6ª posição com dez pontos. Já as Meninas da Vila permanecem com oito pontos, na 8ª colocação.

O Internacional também triunfou, mas por 3 a 2 sobre o Avaí, no Estádio Morada dos Quero-Queros, em Alvorada. Mileninha (duas vezes) e Bruna Benites marcaram pelas Gurias Coloradas. Já Limpia marcou em duas oportunidades para descontar.

Variante genética protege indígena da Amazônia contra doença de Chagas


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A baixa ocorrência de doença de Chagas entre povos indígenas da Amazônia pode ter uma explicação genética, aponta estudo publicado na revista Science Advances. Segundo o trabalho científico, uma variante genética, presente na maioria dos indivíduos analisados na região, tem importante papel na resistência à infecção pelo parasita causador da doença.

A doença de Chagas é transmitida por um inseto – um percevejo popularmente conhecido como barbeiro ou chupão. Assim que o barbeiro termina de se alimentar, ele defeca, eliminando os protozoários e colocando-os em contato com a ferida e a pele da vítima, transmitindo o Trypanosoma cruzi, causador da  doença de Chagas. A doença pode ocasionar problemas cardíacos, digestivos ou neurológicos.

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O estudo analisou mais de 600 mil marcadores do genoma de 118 pessoas de 19 populações indígenas, que representam a maior parte do território da Amazônia, tanto no Brasil como nos outros países da América do Sul que abrigam a floresta.

A pesquisadora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) Kelly Nunes explica como ocorreu a adaptação dos indígenas. “O continente americano foi o último ocupado pelos humanos modernos e tem uma grande variedade de ambientes. Isso certamente causou uma pressão seletiva sobre esses povos e induziu adaptações, como essa que estamos vendo agora”, destaca Kelly Nunes, que divide a primeira autoria do estudo com Cainã Couto Silva, doutorando na área de genética e biologia evolutiva pelo Instituto de Biociências da USP.

Com variadas técnicas, os pesquisadores encontraram diferenças em genes envolvidos no metabolismo, no sistema imune e na resistência à infecção por parasitas como o Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas. Uma das variantes mais frequentes, presente no gene conhecido pela sigla PPP3CA, ocorre em 80% dos indivíduos analisados.

A variante também está presente em outras populações, porém, numa frequência bem menor: 10% na Europa e 59% na África.

“Ao analisarmos as regiões endêmicas da doença na América do Sul, a área das populações analisadas é justamente onde a doença menos ocorre. Isso poderia se dar por uma baixa frequência do barbeiro, mas não é o caso, pois é onde ele tem a maior diversidade”, conta Tábita Hünemeier, professora do IB-USP que coordenou o estudo.

Segundo Tábita, ainda não é possível afirmar que existe adaptação genética dos indígenas a outras doenças endêmicas da Floresta Amazônica. “Especificamente para a reação ao protozoário e o que foi testado, também em nível celular, foi a infecção por tripanossomo, então a gente não consegue extrapolar para outras doenças, não da maneira que esse estudo foi desenhado”, esclarece.

O trabalho integra o projeto Diversidade Genômica dos Nativos Americanos, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Proteção

Para compreender o papel do gene PPP3CA na interação com o Trypanosoma cruzi, os pesquisadores converteram células-tronco pluripotentes, que podem ser transformadas em qualquer outra célula humana, em células cardíacas. Uma parte teve a expressão do gene PPP3CA reduzida em cerca de 65%. Outra parte realizava a expressão normal.

Nas células com a expressão reduzida do gene, a capacidade de infecção dos protozoários foi aproximadamente 25% menor do que naquelas que tinham a expressão normal do PPP3CA.

“Isso mostra que o gene, em sua condição mais comum em outras populações, favorece a replicação do protozoário. Esse fator provavelmente levou os ancestrais dos indígenas amazônicos que tinham a variante protetora a serem menos infectados e sobreviverem mais à doença, passando esse traço para seus descendentes”, disse a pesquisadora Kelly Nunes.

Cerca de 30% dos pacientes com doença de Chagas desenvolvem a forma crônica da doença, que leva à insuficiência cardíaca e até mesmo à morte.

“Não quer dizer que os povos nativos amazônicos nunca tenham doença de Chagas, mas os que são infectados poderiam não desenvolver com tanta frequência essa fase crônica e até mortal”, esclarece a autora principal do estudo.

A professora Tábita Hünemeier destaca que a pesquisa traz conhecimentos que podem ajudar ao desenvolvimento de novos tratamentos. “O estudo pelo menos estabelece que existe o fator genético responsável pela infecção, ou seja, que existem variabilidades na população e que alguns indivíduos tem mais suscetibilidade do que outros. A partir do momento em que se começa a ver um perfil genético, já está saindo do que se pensou ser uma questão ambiental, o que abre novas perspectivas.”

Outras doenças

Porém, nem todas as variantes encontradas são necessariamente vantajosas para os indígenas atuais. As análises também encontraram traços genéticos que favorecem o surgimento de doenças metabólicas e cardíacas.

Estudos de populações indígenas brasileiras mostram altos índices de pessoas obesas e de cardiopatas. Entre os xavante, por exemplo, 66% sofrem de obesidade, diabetes e doença arterial coronariana.

Doença negligenciada

A doença de Chagas é listada entre as 20 moléstias tropicais que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera negligenciadas. Esse conjunto de doenças afeta sobretudo pessoas pobres e não dispõe de tratamentos específicos sem efeitos colaterais fortes.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), atualmente, na América Latina e no Caribe, 59 milhões de crianças vivem em áreas de risco de infecção ou reinfecção por geo-helmintos, ou parasitas intestinais, e aproximadamente 5,7 milhões de pessoas estão infectadas com a doença de Chagas, com cerca de 70 milhões em risco de contraí-la.

Para a coordenadora do estudo, Tábita Hünemeier, o levantamento é importante principalmente por mostrar a doença em uma população que é negligenciada. “É importante porque é um estudo com uma população que é negligenciada, tanto do ponto de vista genético, quanto de estudo médico e também de uma doença que é neglicenciada, do ponto de vista internacional, são fatores importantes que levam este estudo a ter um impacto tão grande”, finalizou.

Caminhos da Reportagem ganha Prêmio MOL de Jornalismo


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O programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, venceu na categoria Vídeo o 1° Prêmio MOL de Jornalismo para a Solidariedade com o episódio “Gastronomia da solidariedade”, da jornalista Aline Beckstein.

O episódio premiado apresenta o movimento da gastronomia social, com iniciativas que têm promovido a transformação de comunidades por meio da alimentação, seja por meio de cozinhas comunitárias ou do resgate de tradições culinárias em comunidades quilombolas.

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A equipe foi até a comunidade quilombola Cafundá Astrogilda, na Zona Oeste da cidade do Rio, para conhecer o restaurante que funciona lá, aberto ao público, sob o comando de duas mulheres. Na comunidade, moradores lutam para manter as tradições, incluindo a culinária, e buscam a segurança alimentar por meio da utilização das chamadas “plantas alimentícias não convencionais”, como a ora-pro-nóbis e a taioba, que crescem naturalmente no local.

Também no Rio de Janeiro, a TV Brasil conheceu o refeitório da Organização não-governamental Gastromotiva, inaugurado em 2016. No local, eram servidos jantares solidários para a população em situação de rua, mas com o início da pandemia, o espaço passou a ser um centro de produção de quentinhas.

Durante a premiação, o presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Hélio Doyle, parabenizou a equipe do programa: “O Caminhos da Reportagem é um dos orgulhos da TV Brasil e da EBC, e o prêmio Mol é mais uma comprovação da qualidade deste trabalho. Parabéns à jornalista Aline Beckstein e a toda a equipe”.

Prêmio MOL de Jornalismo

A premiação é uma iniciativa do Instituto MOL, criado para incentivar o aumento das doações de pessoas físicas e jurídicas brasileiras para organizações da sociedade civil.

O prêmio tem como objetivo reconhecer o trabalho de profissionais e estudantes de jornalismo que contribuem para fortalecer a cultura de doação, a solidariedade e a atuação das organizações da sociedade civil.

A seleção teve como jurados os jornalistas Cecília Olliveira, Elaíze Farias, Breiller Pires, Dennis de Oliveira e Renê Silva.

Assista:

Críticas a visitas a favelas revelam preconceito, dizem especialistas


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A recente visita do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ao Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, reacendeu um polêmico conflito de narrativas sobre as favelas brasileiras. No meio político, opositores do governo federal acusam o ministro de ter conivência com os criminosos que atuam na favela.

Já o ministro considera “esdrúxula” a afirmação, sustentando que é resultado de preconceito contra os moradores dessa comunidade. Segundo Dino, as autoridades precisam visitar esses territórios.

Territórios historicamente marginalizados e não priorizados pelo poder público, as comunidades do país – e principalmente as do Rio de Janeiro – convivem com o controle armado ilegal de facções criminosas, sejam as ligadas ao tráfico de drogas sejam as milícias que extorquem dinheiro de moradores em troca de uma suposta segurança.

Afinal, autoridades que visitam favelas têm conivência com as quadrilhas criminosas que controlam esses territórios? Representantes do governo precisam da autorização de grupos armados para entrar nas comunidades?

Acusação de conivência com criminosos já havia sido feita ao então candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva, quando ele visitou, durante a campanha eleitoral, o Complexo do Alemão, que fica relativamente próximo do Complexo da Maré, na zona norte.

Autor do livro Favelas do Rio de Janeiro: História e Direito e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), Rafael Soares Gonçalves diz que há preconceito e desconhecimento por trás da narrativa de que autoridades não podem visitar favelas sem que haja acordo com criminosos.

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“Esse debate, que eu considero ridículo, revela uma série de questões. Primeiro, como a sociedade enxerga esses espaços das favelas, como se estivessem fora da cidade, da sociedade.”

Segundo Soares, há uma visão histórica da sociedade de que as favelas são um local de risco. Inicialmente, como risco sanitário, posteriormente, como risco ambiental e, mais recentemente, a partir da década de 80, como risco de segurança pública.

“Obviamente tem algo de realidade [nessa visão]. Você vai subir a uma favela e provavelmente vai achar gente com arma. Eu não quero cair num tipo de romantismo. Existe milícia, existe o tráfico. E esses ‘poderes’ muitas vezes, em grande parte, impactam o cotidiano das pessoas”, explica Gonçalves. “Mas esta é a uma realidade de muitas, e a gente tem uma certa tendência de simplificar as coisas, até porque essas fronteiras no Rio de Janeiro são muito fortes. Uma [pessoa de] classe média ou classe alta muitas vezes nunca botou o pé numa favela, não conhece.”

Diretora da organização não governamental (ONG) Observatório das Favelas, a jornalista Priscila Rodrigues também considera a narrativa de crítica à visita de Flávio Dino, assim como a crítica à campanha de Lula no Complexo do Alemão na eleição de 2022, reflexo de preconceito, de desconhecimento e também de tentativas de isolar as favelas do resto da cidade.

“Tem uma organização de como as coisas funcionam dentro de favelas e periferias, que o restante da cidade não sabe muito por causa desse discurso de apartar, de esconder, de sempre falar da favela e da periferia a partir da violência. Criou-se uma narrativa sobre esses territórios que é uma narrativa irreal, inventada por quem está fora do território.”

Priscila lembra que as facções criminosas não são os únicos atores não estatais que exercem poder dentro das favelas. De acordo com a jornalista, existem vários outros atores que têm legitimidade para agir nesses locais, de forma independente dos grupos criminosos, como associações de moradores e organizações da sociedade civil.

“Na Maré, há uma grande quantidade de organizações da sociedade civil atuando nesses territórios com legitimidade, porque isso vem da luta popular. Associações de moradores, organizações da sociedade civil e outras lideranças têm poder e legitimidade nesses territórios, porque são parte dessa comunidade”, destaca Priscila Rodrigues. “A Maré é um território de muita luta popular historicamente.”

Rafael Gonçalves ressalta que a favela é um local onde o Estado está presente em serviços como escola e educação, então, não é absurdo imaginar que um servidor público possa entrar em uma dessas áreas.

“A sensação que se dá nesse discurso [de críticas à visita do ministro] é que a presença do Estado se dá só pela polícia e só por uma política de coerção. O fato de o Estado estar presente, asfaltando, com escola, assistência, cultura demonstra plenamente que favela é cidade”, afirma.

A pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Sônia Fleury é coordenadora do projeto Dicionário de Favelas Marielle Franco, uma plataforma online que busca reunir verbetes e informações sobre as favelas brasileiras. Sônia destaca que a histórica atuação da Fiocruz dentro do Complexo da Maré, com a realização de diversos projetos comunitários, comprova que não é preciso dialogar com facções criminosas para que o Estado aja dentro de favelas.

“A Fiocruz não tem [nenhuma conivência com facções criminosas], nem precisa ter para entrar na favela. É preciso ter relações profissionais com inúmeras lideranças que estão lá, com as quais estabelece convênios para prestação de serviços. Então, a Fiocruz tem relações com as pessoas com as quais é necessário ter relações para desenvolver projetos, mas não para poder pedir autorização”, diz a pesquisadora.

Sônia Fleury cita como exemplo de atores com papel de liderança na comunidade o Observatório da Maré e o Centro de Estudos e Associações Solidárias da Maré (Ceasm).

A visita

No episódio envolvendo o ministro Flávio Dino, que afirma ter sido acompanhado com escolta policial, a visita à comunidade foi no dia 13 de março e envolveu a participação em um evento promovido pela associação Redes da Maré, uma organização comunitária com mais de 20 anos de atuação no conjunto de favelas.

A coordenadora de Direito e Segurança Pública da Redes da Maré, Liliane Santos, assistente social nascida e criada na Baixa do Sapateiro, uma das 16 comunidades do complexo, conta que o convite feito a Flávio Dino surgiu por ideia da organização internacional Open Society, que é parceira da Redes.

“Para a Open Society, era muito importante trazer uma autoridade que pudesse estar presente numa favela. Para a gente também era muito importante trazer. A gente acredita que só é possível a transformação de realidade como a Maré com um diálogo entre o poder público, sistema de justiça e participação popular”, conta Liliane.

O evento de que Dino participou era, segundo Liliane Santos, o lançamento do boletim anual sobre segurança pública na Maré e contava com a participação de pesquisadores da violência e de organizações sociais que atuam em favelas do Grande Rio.

“Era uma reunião de organizações, numa perspectiva de pautar com o ministro a participação popular nos processos de formulação de políticas públicas de nível nacional. O ministro se demonstrou superaberto. Entregamos um documento com recomendações e propostas sobre atuação do Ministério da Justiça neste governo e nos colocamos à disposição para contribuir no que fosse necessário.”

Segundo Liliane Santos, na visita, Flávio Dino a convidou para o relançamento do Programa Nacional de Segurança com Cidadania, chamado de Pronasci II, dois dias depois em Brasília.

“Estive lá para dialogar sobre essa temática, de forma mais ampla, com a presença do presidente Lula. A visita [de autoridades] gera desdobramentos de participação social, que são fundamentais para a elaboração de uma política pública mais abrangente no que diz respeito à segurança pública. Para a Redes da Maré, só é possível consolidar políticas a partir da escuta de pessoas que fazem uso desse serviço e com participação popular”.

Segundo a coordenadora da ONG, a Redes da Maré começou a atuar na comunidade no início dos anos 2000, depois que moradores do local começaram a entrar nas universidades. Daí surgiu a ideia de criar um pré-vestibular social para ajudar outros jovens da Maré a ingressar no ensino superior.

Com o passar do tempo, a organização começou a atuar também em eixos como cultura, direitos urbanos e ambientais, saúde e segurança pública.

No último eixo, a organização atua produzindo estudos, acompanhando operações policiais para checar violações de direitos, buscando alternativas para redução de danos em confrontos armados, auxiliando egressos do sistema penitenciário que querem ser inseridos no mercado de trabalho e acolhendo famílias de vítimas da violência, entre outras atividades.

“A gente experimenta o direito à saúde [com 11 unidades de atendimento], o direito à educação [com 52 escolas]. Mas o direito à segurança pública ainda não está consolidado”, conta Liliane Santos.

Brasília recebe festival de Balonismo

O fogo dos maçaricos e o tamanho dos balões impressionam as famílias que chegam à Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Todo mundo de olhos atentos, esperando o voo desses gigantes dos ares. Mas para subir, o tempo e o vento precisam estar perfeitos. É o que explica o presidente da Confederação Brasileira de Balonismo, Johnny do Balão. “O balão depende muito da meteorologia e esse final de semana nós estamos sendo agraciados por uma meteorologia perfeita, que deixa esse espetáculo ainda mais maravilhoso pro público”, afirma o balonista.

Para os brasilienses que acompanharam a abertura do Circuito Cultural de Balonismo, realizada nesta sexta-feira (31), foi pura diversão. A produtora cultural Cláudia Alves levou levou os dois filhos pra assistir à subida dos balões, aproveitar os brinquedos infantis e lanchar. “Achei muito interessante poder ver os balões de perto e entender como é o funcionamento. Meus filhos também adoraram, até porque o espaço tem brinquedos infláveis e área de alimentação. Por ser um evento gratuito, é um espaço bem democrático”. A filha dela, Ana Luisa Alves, de 15 anos, disse que foi a primeira vez que viu os balões de perto e adorou. “Não imaginava que eles fossem tão grande e bonitos, bem coloridos. Adorei!”.

Nesse domingo (2), o evento segue com a programação dos balões, além de apresentações musicais, estandes de artesanato e praça  de alimentação. A expectativa dos organizadores é receber, por dia, de quatro a cinco mil pessoas. O evento é realizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec) em parceria com a Organização da Sociedade Civil (Osc) Associação Luta pela Vida.

Brasília (DF) 01-04-2023 Circuito Cultural de Balonismo, na Esplanada dos Ministerios. Foto Valter Campanato/Agência Brasil.

Brasília (DF) 01-04-2023 Circuito Cultural de Balonismo Valter Campanato/Agência Brasil

De acordo com San Thor Oliveira, organizador e parceiro da Associação Luta pela Vida, inicialmente foram sorteadas para subir no balão 15 pessoas que se inscreveram pelo perfil do evento no instagram. Mas a procura foi tão grande, que eles tiveram que abrir novas vagas também por sorteio na rede social. “Esses voos cativos são feitos entre às 17h e 19h. Cada voo dura em torno de dez, cinco minutos. Mas quem quiser pode vir pra assistir, os balões vão ficar expostos e a galera pode ver a montagem deles, pode tirar foto”, explicou. Outra atração é o show de luzes dos balões iluminados a noite, intitulado Night Glow, formando imagens dentro do balão.

Entre as atrações musicais, no sábado o destaque é para Rubinho Gabba, com músicas do Coldplay; e no domingo a banda Let it Beatles faz uma homenagem aos Beatles.

Domingo (2):

13h às 20h: Feira de Artesanato, Alimentação, Área Kids

17h às 18h: Voos

18h às 19h: Night Glow

18h às 20h: Show Let It Beatles

20h: Encerramento das atividades

TSE dá prazo para Bolsonaro se manifestar em processo


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O ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), concedeu prazo de dois dias para a defesa de Jair Bolsonaro apresentar alegações finais na ação que pode acarretar na inelegibilidade do ex-presidente. 

A decisão foi assinada nesta sexta-feira(31) pelo ministro, que encerrou a fase de instrução de uma das ações que contestam a conduta de Bolsonaro durante reunião com embaixadores, em julho de 2022, quando atacou as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro sem apresentar provas.

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“O rico acervo probatório reunido nos autos, que foi formado com ampla participação das partes e do MPE, esgota as finalidades da instrução, razão pela qual cumpre encerrar a presente etapa processual”, afirmou o ministro na decisão. 

A minuta de golpe apreendida pela Polícia Federal (PF) na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres está entre as provas que fazem parte do processo. 

Em depoimento prestado à Polícia Federal (PF), Torres disse que não sabe quem é o autor da minuta e disse que o documento é “totalmente descartável” e “sem viabilidade jurídica”.

TJSP permite retirada de barracas de população em situação de rua


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O desembargador José Manoel Ribeiro de Paula, da Justiça de São Paulo, derrubou, nesta sexta-feira (31), a decisão da juíza Juliana Brescansin Decarchi Molina, que impedia a prefeitura da capital paulista de retirar, da região central, barracas e pertences da população em situação de rua. A liminar da magistrada, vinculada à 7ª Vara da Fazenda Pública, havia sido concedida em atendimento a uma ação popular do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), do padre Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua, e outros representantes de movimentos. A decisão cautelar havia saído em meados de fevereiro

Em despacho, o desembargador apresenta, entre as justificativas, o “não cabimento de ação popular” e diz que “a petição inicial não aponta omissões específicas” da prefeitura, no que diz respeito a zeladoria urbana. Ribeiro de Paula afirma, ainda, que os autores da ação “não indicam sequer indício de ilegalidade na atuação do Município, que trabalha para garantir abrigo à população de rua e enfrentar a falta de moradia”.

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Além disso, sustenta que a ação teria como base a violação do Decreto Municipal nº 59.246/2020, quando se refere ao recolhimento de pertences de pessoas em situação de rua.  Segundo ele, na verdade, o dispositivo autoriza a remoção de objetos que impedem a livre circulação de pedestres e de veículos.

O desembargador finaliza o documento destacando que a liminar fica suspensa até que o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) defina o rumo do caso.

No início de fevereiro, Boulos apresentou um levantamento que contabilizava mais de 42 mil pessoas em situação de rua, na cidade, em 2022. O número é 30% superior ao censo oficial, elaborado pela prefeitura, que identificou cerca de 31 mil pessoas.

Brasil está entre piores em representação feminina no Legislativo


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“É inaceitável termos apenas uma mulher em cada Câmara de Vereadores. Ainda assim, elas são ameaçadas o tempo todo pela forma de se vestir, de falar. Quando sobem o tom, são chamadas de histéricas, loucas, e os homens, não. Fiz uma campanha gestante e sofri violência de gênero. Não interessava se eu estava gestante. Muitos me perguntavam porque não vai cuidar da sua gravidez, porque vem para a campanha. Sabe porque incomoda uma mulher gestante na política? Porque não somos a maioria”. O relato é de Anne Moura, que concorreu a vice-governadora do Amazonas em 2022 e é coordenadora regional do Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos.

Assim com ela, milhares de brasileiras são vítimas das agressões e xingamentos pelo fato de serem mulheres, a violência política de gênero.

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Uma pesquisa citada pela ONU Mulheres aponta que 53% das prefeitas eleitas, em 2016, relataram ter sofrido assédio ou violência política. Entre as mais jovens, com menos de 30 anos de idade, 91% contaram ter sido alvo de agressões.

A violência política contra a mulher é qualquer ato que visa impedir ou restringir o acesso delas ou induzi-las a tomar decisões contrárias à sua vontade. Na maioria das vezes, é manifestada por meio de ameaças, xingamentos à vida privada, aparência física e ao modo de vestir das mulheres.

Anne Moura foi uma das participantes do lançamento, nesta semana, da Campanha de Combate à Violência Política contra Mulheres, coordenada pela Câmara dos Deputados. O evento reuniu deputadas, senadoras, ministras e representantes de organizações da sociedade civil.

“O que nós desejamos é realmente poder afirmar que nosso lugar é onde nós quisermos e onde mais pudermos contribuir para a democracia no Brasil. Portanto, os parlamentos e as estruturas públicas são também lugar das mulheres”, disse a segunda-secretária da Câmara, deputada Maria do Rosário (PT-RS).

A violência política é apontada como um dos motivos para menor presença de mulheres nas Casas Legislativas e demais espaços de poder. Entre os Parlamentos de 193 países, o Brasil aparece no 153º lugar em relação à representatividade das mulheres, conforme ranking da Inter-Parliamentary Union. Na América Latina, o país está à frente apenas de Belize e Haiti.

A  ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, relembrou “uma das maiores violências políticas que o país já vivenciou”, o assassinato da irmã e vereadora Marielle Franco, em 2018, após participar de um evento que debatia a participação das mulheres negras na política. A ministra destacou que as mulheres sofrem a violência política durante toda a trajetória: nas campanhas, no mandato e depois de deixarem os cargos.

“Sabemos que o sistema é feito para que mulheres não adentrem nesse lugar. Mulheres negras prefeitas são apenas 4%. E se formos traçando todos os perfis, esses números vão diminuindo”, afirmou.

Pesquisas e relatos mostram que as agressões ocorrem presencialmente, quando as mulheres estão nas ruas e são atacadas, ou no mundo virtual, por meio de fake news e ataques às redes sociais e páginas pessoais.

“Não podemos deixar que nos calem, é isso que eles querem a partir do ódio, da misoginia, da ameaça e das mais diversas formas, seja pela internet ou presencialmente, é não deixar que sejamos candidatas. É fazer com que desistamos desse lugar, que é público e tão conquistado pelas mulheres em luta. Isso não foi um presente”, ressaltou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

No evento, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), propôs que a Casa articule com outras entidades a criação de um protocolo para prevenção e combate da violência política de gênero. Entre as medidas anunciadas pelo governo no Dia da Mulher está a criação de grupos de trabalhos interministeriais. Um deles envolve o Enfrentamento à Violência Política de Gênero e Raça.

Punição

A Lei 14.921, de 2021, prevê punição para quem cometer crime de violência política contra mulheres. É proibida, por exemplo, propaganda partidária que deprecie a condição da mulher ou estimule a discriminação em razão do sexo feminino, cor, raça ou etnia.

A pena é de 1 a 4 anos de reclusão, e multa e pode ser aumentada em um terço se o crime for cometido contra gestante, mulher com mais de 60 anos de idade ou deficiência.

* Com informações da Agência Câmara de Notícias

Comissão do Congresso vai analisar primeira MP do governo Lula


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O Congresso Nacional divulgou que vai instalar na próxima terça-feira (4) uma comissão mista para analisar a primeira medida provisória editada no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A MP 1.154/2023 foi publicada em 1° de janeiro e trata da organização dos ministérios e de órgãos da Presidência da República. 

A instalação da comissão ocorrerá em meio à disputa entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que também exerce o comando do Congresso, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) sobre a retomada do trabalho dos colegiados que analisam as medidas antes da votação em plenário. 

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Em março de 2020, no auge da pandemia de covid-19, um ato conjunto da Câmara e do Senado flexibilizou as regras de tramitação das medidas provisórias, que passaram a ser votadas diretamente pelos plenários da Câmara e do Senado e deixaram de passar pelas comissões, integradas por 13 deputados e 13 senadores. 

Na semana passada, Pacheco realizou uma reunião de líderes no Senado e decidiu que as comissões mistas serão retomadas para analisar as MPs enviadas pelo governo. Segundo o presidente, a regra está prevista na Constituição. 

Por outro lado, Arthur Lira defende as comissões tenham proporção maior de deputados em relação aos senadores, como ocorre em outras comissões. Contudo, a proposta não foi aceita pelos líderes no Senado. 

O assunto também foi judicializado no Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de um mandado de segurança protocolado pelo senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) contra o presidente da Câmara. Segundo o parlamentar, a manutenção do modelo de votação direta pelo plenário dá poderes extraordinários a Lira, que, segundo Vieira, pode definir os relatores das MPs e o envio da matéria ao Senado às vésperas do prazo de caducidade. 

Além da MP sobre a reorganização da Esplanada no governo Lula, medidas que tratam de reoneração dos combustíveis e do novo Bolsa Família foram enviadas ao Congresso. 

MPs 

As medidas provisórias (MPs) são normas com força de lei, enviadas pelo presidente da República para análise do Congresso Nacional.  A regra é que a MP seja editada em situações de relevância e urgência. Assim que é editada, a MP já produz efeito jurídico imediato. Mas, para se converter em lei precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. O prazo de vigência da MP é de 60 dias, prorrogados automaticamente por igual período se a votação no Congresso não tiver sido concluída.

Em SP, Cordão da Mentira desfila pedindo punição para crimes policiais


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Artistas e representantes de movimentos sociais como o Mães de Maio (rede de mães, familiares e amigos de vítimas da violência em São Paulo), o Movimento dos Familiares das Vítimas do Massacre de Paraisópolis, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e um grupo de torcedores antifascistas do Corinthians realizaram hoje (1°), em São Paulo, o 11° Desfile Escracho do Cordão da Mentira.

Com o mote “Genocidas fascistas fardados serão mesmo anistiados?”, o desfile teve como pautas o combate à violência policial e ao encarceramento em massa, além da defesa da democracia.

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No início do ato, grupos de teatro fizeram performances e movimentos de mães de jovens assassinados por policiais, em São Paulo e no Rio de Janeiro, tomaram a palavra, para puxar palavras de ordem, prestar homenagens e fazer relatos sobre as ocorrências. Alguns manifestantes também se deitaram no estacionamento da delegacia, com os corpos embrulhados em sacos plásticos pretos, sobre uma tinta vermelha, para simbolizar as mortes provocadas por agentes do Exército e das polícias.

Os manifestantes iniciaram o ato em concentração feita em frente ao antigo DOI-Codi, na Vila Mariana, lugar onde militares torturavam e matavam presos políticos, e seguiu até o Monumento às Bandeiras.

A concentração começou por volta das 10h e o cortejo às 12h. À frente dele, estiveram representantes do Movimento Mães de Maio, empunhando folhas de Espada de São Jorge e faixas com fotos e nomes das vítimas assassinadas pela força policial. Logo atrás, vinha um grupo com pernas-de pau, um carro de som e os demais manifestantes, gritando palavras de ordem, com pinturas corporais, bandeiras, como a indígena de Wiphala (bandeira que representa a diversidade a diversidade das populações que vivem nos Andes), e outras faixas.

No percurso, a marcha passou pelo Comando Militar no Sudeste, onde grupos que apoiavam o ex-presidente da República Jair Bolsonaro e um golpe de Estado estiveram acampados.

Prédio do DOI-Codi ainda é utilizado

No endereço do DOI-Codi ainda hoje funciona o 36° Distrito Policial da Polícia Civil. Para os movimentos, isso é um indicativo de que ainda se naturaliza a violência policial e o apagamento, da história, de casos a ela relacionados.

Atrás da unidade, fica a casa onde viveu, durante a ditadura, Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel do Exército condenado em 2008 pela Justiça como torturador, figura exaltada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em entrevista à Agência Brasil, Maurício Monteiro, que se declara como um sobrevivente do massacre da Casa de Detenção de São Paulo, afirmou que, até hoje, o período em que permaneceu na prisão o persegue. Ele, que ficou privado de liberdade por 16 anos, sabe o número de registro que lhe foi atribuído como detento e diz que, mesmo após deixar a unidade prisional, nunca mais se livrou das marcas que o sistema deixou nele, aos olhos da polícia.

“Várias pessoas, aqui, foram mortas, torturadas, e o fato de existir isso aqui [a delegacia que ocupa o lugar do DOI-Codi] é um fato de o Estado mostrar sua presença. Quando a gente pensa ‘o Estado é omisso’, não, o Estado não é omisso, não, nem mesmo nas mortes, ele não traz sua omissão, ele traz sua presença, traz o que ele quer. E estamos aqui para mostrar que nós não concordamos com isso. No mínimo, tinha que desativar ou trazer um museu”, provoca Monteiro.  

Diversas vitimas relataram o que sofreram nos porões da ditadura. Ivan Seixas fez uma fala aos manifestantes, como uma das que foram perseguidas e agredidas em São Paulo. Ele foi torturado junto com sua família no DOI-Codi e ressaltou que, até hoje, permanece, inscrito no chão da entrada da unidade policial, um dizer feito por manifestantes que se opuseram ao autoritarismo e às arbitrariedade da época, muitas das quais têm ainda autores na impunidade. “Uma semana depois que eu fui capturado, um menino de 15 anos foi morto. Não sabemos nem o nome dele”, disse.

Fátima Pinho, integrante do Movimento Mães de Manguinhos, perdeu um filho jovem em um episódio no qual ele questionou policiais que abordaram, de forma truculenta, seu irmão. “Para eles [forças de segurança], não somos nada, quando temos nossos filhos arrancados. Para nós, é muita coisa. Fazer o que fazem e deixar cair no esquecimento é mole, para muitos. Para nós, não, é uma dor eterna, uma saudade eterna”, desabafou ela.

Sobre o Cordão da Mentira

O Cordão da Mentira ocorre sempre na mesma data, que foi quando, em 1964, o então presidente da República, João Goulart, foi deposto, após articulação dos militares para tomar o poder, por meio de um golpe de Estado. Na sequência à derrubada de Jango, o Congresso Nacional declarou vacância da presidência da República e empossou o então presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli. O 1° de abril, como é de conhecimento público, remete ao Dia da Mentira.