Prazo para lista de espera do Prouni termina nesta quinta-feira


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O candidato ao Programa Universidade para Todos (Prouni), que não foi pré-selecionado nas duas chamadas, pode disputar uma bolsa por meio da lista de espera. O prazo para a manifestação de interesse termina nesta quinta-feira (6). 

A manifestação de interesse pode ser feita por meio da página do Prouni, no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior.

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A lista com os selecionados será divulgada na próxima segunda-feira (10), e ficará disponível para consulta até o dia 19 de abril no ambiente do Prouni. 

Nesse mesmo período, o candidato deve comprovar as informações diretamente na instituição para a qual foi pré-selecionado.

A primeira edição do Prouni 2023 ofertou mais de 290 mil bolsas.  

* Com informações do MEC

Disque 100 recebe mais de 121 mil denúncias no primeiro trimestre


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A plataforma Disque 100 registrou mais de 121,5 mil denúncias de violações de direitos humanos de janeiro a março deste ano. O número consta no Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), que agora passa a ser atualizado a cada três meses, informou o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. 

A grande maioria das denúncias diz respeito a ameaças e ataques à integridade física ou psíquica das vítimas, espécies de violação relatadas em 99.482 e 99.506 das denúncias recebidas, respectivamente. 

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Em relação ao gênero, do total de denúncias, 60,59% (73.897) têm como vítimas pessoas do sexo feminino, a maior parte delas (4.068 denúncias) na faixa etária de 70 a 74 anos. Essa é a mesma faixa etária do maior número de denúncias com vítimas do sexo masculino (1.897). 

Ainda assim, o grupo vulnerável mais atingido no primeiro trimestre, de acordo com o painel da ONDH, foi o de crianças e adolescentes, que corresponde a 36,4% (51.979) das denúncias. Isso ocorre porque, nesse tipo de categorização, o agrupamento se dá por faixas etárias maiores. Por essa métrica, pessoas idosas foram as segundas mais atingidas, com 33.200 (23,25%) das denúncias. 

Confirmando a regra desde que os dados começaram a ser colhidos, no primeiro trimestre deste ano a maior parte das violações ocorreu na casa onde reside a vítima e o suspeito (57.416 denúncias), seguido pela casa da vítima (36.352). 

Em relação aos suspeitos, nas denúncias recebidas a maior parte, 44,91%, é do sexo masculino (54.838 denúncias), com prevalência na faixa etária entre 40 e 44 anos (7.537). Não foram disponibilizadas informações sobre faixa de renda e escolaridade prevalente entre os suspeitos de praticarem as violações de Direitos Humanos. 

Nos três primeiros meses de 2023, foram recebidas pela plataforma Disque 100 também 1.761 denúncias em que a vítima integra a comunidade LGBTQIA+. A maior parte dessas vítimas é composta por homossexuais gays do sexo masculino (565), seguida por homossexuais lésbicas do sexo feminino (380). 

Novidades 

Segundo explicou o ministério, os dados de perfil de vítimas e suspeitos e outras informações sobre as denúncias, como tipo de violação, foram disponibilizados com a implementação da opção SIC – Acesso à Informação, no Painel de Dados da ONDH, em que são disponibilizados os dados abertos obtidos por meio de pedidos da Lei de Acesso à Informação. 

“Agora, de forma aberta, é possível acessar os perfis das vítimas e dos suspeitos, tipos de demandas e fazer a análise das denúncias com uma visão gerencial dos dados que são demandados à Ouvidoria”, explicou o coordenador-geral do Disque Direitos Humanos, Sidnei Costa, em nota divulgada pelo ministério. 

No mesmo texto, divulgado nesta quinta-feira (6), o ouvidor nacional dos Direitos Humanos, Bruno Renato Teixeira, faz um apelo para que a sociedade se engaje na utilização do Disque 100. “A nova periodicidade e a opção referente ao SIC trazem mais transparência a este processo no qual queremos a participação ativa de todas as pessoas, tanto denunciando violações como atuando no desenvolvimento e promoção de políticas públicas”, disse. 

PRF inicia hoje a Operação Semana Santa


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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) iniciou, nesta quinta-feira (6), a Operação Semana Santa, voltada para garantir a segurança nas rodovias federais durante o feriado da Páscoa. A operação vai até domingo (9) com a intensificação das fiscalizações nas rodovias para coibir infrações, crimes, além de ações educativas.

Durante esse período o efetivo policial será reforçado para garantir a segurança viária nos 26 estados e no Distrito Federal. O foco da fiscalização recairá sobre o excesso de velocidade, responsável por 21.980 infrações no feriado de 2022.

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De acordo com a PRF, os policiais atuarão com radares móveis e também farão campanhas educativas para conscientizar os motoristas e diminuir mortos e feridos nas estradas em relação ao ano passado. A falta do cinto de segurança e a mistura álcool e direção também são alvos da operação.

As ações de fiscalização desenvolvidas pela PRF na Operação Semana Santa estão direcionadas ao combate ao excesso de velocidade. Motoristas insistem em desrespeitar os limites de velocidade e oferecem riscos a eles e aos outros usuários das rodovias. Por isso, o trabalho feito com radares móveis e ações educativas evitam acidentes e preservam vidas”, disse o diretor de Operações da Polícia Rodoviária Federal, Marcus Vinícius Silva.

Política de drogas causa extermínio de jovens negros, diz pesquisadora


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Mulheres presas acusadas de tráfico de drogas são na maioria negras e com poucas oportunidades de estudar, diz a pesquisadora Dina Alves que analisa as condições de mulheres encarceradas.

“A política de drogas é instrumento de extermínio da juventude negra. Porque são jovens e são negras. São mulheres que nem sequer tiveram a oportunidade de acessar a universidade”, enfatiza.

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Para a pesquisadora, a forma como está estabelecido o combate aos mercados ilícitos de drogas é uma maneira de perseguir populações sem oportunidades. “Se as mulheres negras que estão encarceradas compõem o mesmo perfil de mulheres negras fora do sistema prisional que estão desempregadas, que são mães com mais de um, dois ou três filhos, que exercem função muitas vezes de subemprego – de empregada doméstica, de babá, de faxineira ou de vendedoras ambulantes – elas já estão em um lugar de vulnerabilidade”, aponta.

Perseguição a negras e periféricas

Essas mulheres são atingidas ainda, segundo Dina, pela forma como as ações que têm como pretexto o enfrentamento ao tráfico de drogas são direcionadas a determinadas comunidades.

“As mulheres que são acusadas de tráfico com penas muito severas sobre os seus corpos, não exerciam nenhuma função de gerência no microtráfico de drogas. Muitas estavam no varejo ou exerciam um lugar de aproximação ao que se chama de tráfico. Porque elas já moram em comunidades criminalizadas como lugar de produção do tráfico”, acrescenta.

Como marco nesse processo, a pesquisadora destaca a promulgação da lei de drogas de 2006, que estabeleceu penas mais duras às pessoas acusadas de tráfico. Essa mudança, na visão de Dina, faz parte de um recrudescimento da repressão a nível global que aconteceu a partir da década de 1990.

“Desde que a lei foi promulgada, a gente vê um alarmante crescimento de mulheres encarceradas sob a justificativa que são perigosas traficantes de drogas”, diz. “De 2000 a 2016, se a gente for fazer esse recorte, foi um crescimento de 525% – encarceramento de mulheres”, acrescenta.

O fato dessas prisões atingirem, na grande maioria, pessoas negras, é, na avaliação da pesquisadora, um reflexo do racismo que descende do regime escravocrata brasileiro, que vigorou legalmente até 1888. “Se existe uma perseguição histórica contra negros e indígenas no Brasil, a gente tem que enxergar e compreender o sistema de justiça criminal como um dos braços mais expressivos do Estado de extermínio dessa população”.

Sem condenação e sem estudo

Dados do Sistema de Informações do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça (Sisdepen) apontam que, em junho de 2022, estavam nas prisões brasileiras 45,5 mil mulheres. Dessas, pelo menos 29%, cerca de 13,2 mil, não tinham condenação.

As informações relativas ao perfil racial e a escolaridade só abrangem 33,3 mil das encarceradas. Nessa amostragem, o número de analfabetas, que totalizam 675, supera daquelas que tem curso superior (661). Há ainda 1,5 mil que são alfabetizadas, mas não frequentaram o ensino regular e 13,8 mil que não concluíram o ensino fundamental.

Dina alerta que é preciso ter cuidado ao fazer análises a partir das informações fornecidos pelo Poder Público, que tem sido, segundo ela, um dos principais violadores de direitos dessas populações. “A gente não pode confiar nos dados que o Estado produz sobre as suas próprias violações”, afirma.

Por isso, em seus trabalhos, ela tem optado por ouvir diretamente as pessoas afetadas. “Existem outros dados que devem também ser considerados que são as narrativas que se produzem dentro do sistema prisional, a narrativa das mulheres”, ressalta. Essas escutas embasaram o espetáculo de Dança Rés, montado pela Corpórea Companhia de Corpos em 2017.

Indulto e desencarceramento

A socióloga e cofundadora da Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas, Nathália Oliveira, defende que seja feita uma inflexão na forma como o Estado brasileiro lida com a questão das drogas.

“A gente pode ter neste ano um bom indulto de mulheres. Muitas dessas mulheres são presas por baixas quantidades, são vítimas do tráfico de drogas, não necessariamente apenas agentes de violência, como é colocado pela mídia”, diz ao defender que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva promova uma anistia a mulheres presas por acusações de tráfico a partir do indulto presidencial. É costume que na época de Natal o presidente conceda perdão a grupos de pessoas condenadas.

Esse gesto poderia, na opinião de Nathália, ser um indicativo de mudança na atual política de drogas. “Precisamos desenvolver uma relação pacífica com a indústria que envolve a produção, circulação e consumo de substâncias em geral. Uma relação racional do ponto de vista da nossa sociedade. Isso é fundamental. Não faz sentido a gente ficar investindo o nosso orçamento público em uma agenda de morte em vez de investir em uma agenda de garantia de direitos”, ressalta.

A secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, Martha Machado, diz que o Ministério da Justiça não deve atuar pela mudança na atual legislação sobre o tema. “Essas decisões devem ser resolvidas ou pelo STF [Supremo Tribunal Federal] ou pelo legislativo”, diz. O ministério promoveu em março um seminário sobre os impactos da política de drogas na população feminina e lançou um edital, com inscrições até 21 de abril, para apoiar grupos que trabalham com essas pessoas.

Segundo Marta, a secretaria tem feito ações para reduzir o número de mulheres presas acusadas de tráfico. “A gente já tem uma lei que não penaliza o usuário. A gente entende que tem muito o que fazer para evitar os vieses de aplicação dessa lei. Trabalhar junto às audiências de custódia. Existe uma experiência exitosa no CNJ [Conselho Nacional de Justiça] de fomentar as audiências de custódia, de melhorar a qualidade, de trabalhar na porta de entrada do sistema de justiça criminal, auxiliando o juiz”, diz.

As audiências de custódia são o momento em que as pessoas presas em flagrante são ouvidas por um juiz para averiguar a legalidade ou necessidade daquela pessoa ser mantida privada de liberdade. Nessa ocasião, o magistrado pode optar por liberar o acusado ou determinar medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, em substituição à prisão.

“Então, a gente tem como modelo de ter uma rede psicossocial de profissionais – psicólogos, assistentes sociais, pessoas ligadas ao sistema de saúde que, por exemplo, atendem essa pessoa antes do encaminhamento ao juiz e conseguem fazer um laudo que ajude o juiz. O laudo pode mostrar mais claramente se a pessoa é usuária ou traficante. Nessa separação a gente acha que isso é muito importante”, acrescenta a secretaria.

Dina Alves defende a adoção de uma agenda ampla de desencarceramento e de reconhecimento dos erros cometidos pela política instituída até aqui. “Um dos primeiros passos é reconhecer essa memória escravocrata, que é póstuma na memória e na existência das instituições. Reconhecer a formação política, com perspectiva racial para a sociedade. Mas, principalmente, eu acho que o cárcere precisa ser aberto na sociedade. A gente precisa falar sobre a desmilitarização da polícia como agenda urgente. E também políticas de desencareramento. Que as políticas de desencarceramento sejam efetivas”.

Pobres e negras estão na ponta da superexploração do tráfico de drogas


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Mulheres pobres e negras estão na ponta da superexploração do tráfico de drogas e expostas a uma série de violências, avaliam especialistas ouvidas pela Agência Brasil. Além disso, a repressão à venda dessas substâncias pelas forças de segurança pública acaba atingindo de forma desigual as camadas mais vulneráveis da população.

“Assim como as mulheres negras são a base do mercado formal de trabalho, com os menores salários, com trabalhos informais, na questão da indústria do tráfico internacional, isso não vai ser diferente”, diz a cofundadora da Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas, Nathália Oliveira.

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A própria aproximação com o comércio ilegal ocorre a partir de condições de vida precárias, destaca a pesquisadora Luana Malheiro, autora do livro Tornar-se Mulher Usuária de Crack.

“A questão do mercado entra no Brasil, no Uruguai e na América Latina inteira capturando essas companheiras que não têm escolaridade, não têm acesso ao mercado formal, e que são chefes de família, estão ali criando os filhos sozinhas. O único trabalho mais acessível para a mulher com um filho é o mercado local de drogas, que está crescendo cada vez mais e sempre tem um espaço”, explica a especialista que faz parte da Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (RENFA) e da Rede Latino Americana e Caribenha de Mulheres que Usam Drogas.

Ciclo de violências

A participação em uma atividade de risco pode, de acordo com Luana Malheiro, agravar a situação dessas pessoas. “A mulher entrou no mercado de drogas para sustentar a família, passou por uma série de violências e acaba entrando no consumo abusivo de drogas para esquecer ou lidar com essas violências”, exemplifica.

A pesquisadora acompanhou mulheres usuárias de crack em Salvador e consumidoras de pasta base no Uruguai. Ao se aproximar desses cenários, identificou a violência de gênero como elemento constante. “O estupro, a violência sexual, é uma questão que é muito comentada. Tem produzido trauma, tem produzido sofrimento. E o consumo da droga vem como esse caminho de aguentar essas dores, essas memórias, esses traumas que não foram trabalhados. Muitas das mulheres não tinham acesso a serviços de saúde”, detalha sobre algumas das percepções a partir das pesquisas em campo.

Ao procurarem ajuda, essas mulheres também encontram pouco amparo nos serviços públicos, acrescenta Luana. “Poucos serviços de saúde voltados a atenção de pessoas que usam drogas têm espaços específicos para mulheres. E os serviços estão sempre cheios de homens”, diz.

Esses espaços deixam de atender necessidades específicas dessa população, segundo a pesquisadora. “São serviços que não têm salas de lactância [para amamentação], que não estão preparados para receber uma mãe que tem um filho. Acabam produzindo um monte de barreiras de acesso”, afirma.

Negação da maternidade

O consumo de drogas é, inclusive, um argumento usado para afastar as mães dos filhos, como aponta Nathália Oliveira. “Muitas mulheres que são usuárias de crack quando têm seus filhos, no hospital são desencorajadas a seguir com a maternidade. Ou muitas vezes as crianças já vão para um processo de adoção”.

Ela destaca que isso acontece não só com mulheres em grande vulnerabilidade. Segundo ela, em divórcios, alguns parceiros se valem da alegação que a mãe usa drogas em disputas judiciais pela guarda dos filhos.

A pesquisadora do sistema carcerário, Dina Alves, avalia que as punições por tráfico afetam de maneira expandida as famílias e comunidades negras. “A mãe não pode ter contato com seu filho. Então, ele é retirado da sua guarda, levado para alguém da família que possa cuidar. Normalmente, é outra mulher preta – uma avó ou uma tia. Ou quando não tem outra pessoa da família que possa exercer o cuidado, a criança é levada para centros de cuidado ou para adoção”, enumera.

“Uma outra população carcerária que cumpre pena fora do sistema prisional visto como lugar físico. Porque aí se produz uma outra população que é punida, que são as crianças”, ressalta a pesquisadora.

Geração de renda

Brasília (DF), 23/03/2023-Seminário de Lançamento da Estratégia Nacional de Acesso a Direito para Mulheres na Política sobre Drogas-SENAD.  -  Foto: Isaac Amorim/MJSP

A secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, Martha Machado, faz discurso durante Lançamento da Estratégia Nacional de Acesso a Direito para Mulheres na Política sobre Drogas-SENAD. – Foto: Isaac Amorim/MJSP

Para evitar a exposição das mulheres às redes ilegais, a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) do Ministério da Justiça propõe ações de geração de renda e apoio às comunidades. Em março, a pasta lançou um edital, que fica aberto até o dia 21 de abril, para fomentar projetos que apoiem mulheres que usam drogas. Serão disponibilizados R$ 6 milhões para fortalecer grupos e coletivos de todo o país.

“[Essas mulheres] estão em uma situação de vulnerabilidade e acabam sendo cooptadas, aliciadas pelo tráfico de drogas, mas que a gente poderia investir nessas mulheres, oferecer alternativas de trabalho e renda para essas mulheres, evitar o envolvimento com o tráfico”, enfatizou a titular da Senad, Martha Machado, em entrevista à Agência Brasil.

A secretária reconhece a situação de extrema fragilidade a que as mulheres são submetidas nos mercados ilegais. “Dentro da cadeia do tráfico de drogas as mulheres também sofrem uma série de violências e opressões, são usadas com mulas. Às vezes vítimas de outros crimes, tanto violência sexual como tráfico de pessoas. A gente gostaria de trabalhar para evitar esse tipo de aliciamento”, acrescenta.

Reparação e redução de danos

Marta explica que a Senad está sendo recomposta pelo governo atual e voltando a coordenar, em diálogo com o Ministério da Saúde, não só os aspectos repressivos da política de drogas, mas também o atendimento e a prevenção ao uso.

Dentro dessas possibilidades, estão também as ações de redução de danos, que buscam atenuar os problemas decorrentes do consumo abusivo de substâncias, entendendo que algumas pessoas não querem ou não conseguem interromper completamente o uso. “Nós apoiamos a redução de danos e construímos políticas junto com a rede de atendimento, junto com organizações da sociedade civil”, ressaltou.

Luana Malheiro defende que a redução de danos seja entendida de uma forma ampla e tome protagonismo no lugar das ações repressivas.

“Quando a gente defende uma política com redução de danos, com justiça social, com reparação, é entendendo que a gente consegue pensar para esses territórios uma outra presença do Estado. Para que o Estado possa pensar ali de equipamentos de proteção, cultura, lazer. A redução de danos trabalha com essa ideia ampliada. Você precisa cuidar do sujeito dentro da comunidade, com arte, com cultura, com diversos recursos terapêuticos”, explica.

Entidades ligadas à educação aprovam suspensão do novo ensino médio


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A suspensão por 60 dias da implementação do Novo Ensino Médio (NEM), criado em 2017, repercutiu positivamente no meio educacional. O Ministério da Educação (MEC) suspendeu os prazos de parte do Cronograma Nacional de Implementação do NEM e aguardará a conclusão da consulta pública para avaliação e reestruturação da política nacional sobre o ensino médio. Para especialistas e entidades ouvidos pela Agência Brasil, o tema deve ser tratado a partir de um diálogo do governo com o setor.

A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) considerou a suspensão importante para professores e alunos. “Frear a implementação do Novo Ensino Médio é um passo importante para os estudantes e professores que estão sofrendo os impactos de uma medida aprovada sem o amplo debate e o aperfeiçoamento de quem vive a escola diariamente além de possibilitar a construção de uma nova proposta para o Ensino Médio brasileiro”.

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A presidente da Ubes, Jade Beatriz, defendeu a participação dos estudantes na elaboração do novo currículo. “É uma vitória, mas não é suficiente. A suspensão é um intervalo. Não queremos que o ensino médio volte a ser o que era antes da reforma. Mas é preciso incluir os estudantes nesta discussão. É um momento muito decisivo nas nossas vidas”, disse.

“Sem opção de boa educação e profissional, a gente vira mão de obra barata”, acrescentou. A presidente da Ubes sinalizou que fará ainda uma mobilização nacional pela revogação total e imediata do novo ensino médio.

O Todos pela Educação, organização da sociedade civil sem fins lucrativos e suprapartidária, fundada em 2006, aprovou a suspensão da implementação do novo ensino médio. Contudo, o diretor de Políticas Públicas da entidade, Gabriel Corrêa, argumenta que a decisão do MEC precisa ser feita de forma pactuada com as secretarias estaduais de Educação e com clareza aos professores e estudantes.

“Faz parte do jogo e é importante nesse período de consulta pública haver uma suspensão. É o que a gente tem chamado de um freio de arrumação. Mas o Ministério da Educação precisa dar mais clareza às secretarias de Educação, às escolas profissionais e aos estudantes o que isso vai significar no dia a dia, nos próximos meses”.

O governo federal aguardará a conclusão da consulta pública para avaliação e reestruturação da política nacional sobre o ensino médio. As contribuições poderão ser feitas em audiências públicas, oficinas de trabalho, seminários e pesquisas nacionais com estudantes, professores e gestores escolares sobre a experiência de implementação do Novo Ensino Médio nas unidades da federação.

A professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Katharine Ninive Pinto Silva entende que a suspensão do cronograma foi necessária, mas insuficiente. “É preciso que esse modelo de ensino médio seja revogado, tendo em vista o fato de que aprofunda as desigualdades de acesso ao saber historicamente produzido pela humanidade”.

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação, organização da sociedade civil do campo da educação criada em 1999, entende que a medida do atual governo é um “primeiro passo” e requer providências posteriores. “Não é, obviamente, suficiente. E ainda faltou responder o que as escolas vão fazer nesse período de consulta e nos 60 dias: segue com brigadeiro caseiro? Volta à filosofia?”, disse a coordenadora geral da entidade, Andressa Pellanda.

No entanto, Andressa julga que a política educacional suspensa pelo atual governo não tem condições de ser remendada. Para ela, o problema maior está no modelo proposto. “Não serve para a formação plena dos estudantes, sua formação, para a cidadania e para o trabalho”.

Enem de 2023 e 2024

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2023 não será impactado pela suspensão de 60 dias da efetivação do Novo Ensino Médio. As provas, que avaliam o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica e servem de porta de entrada no ensino superior, estão previstas para serem aplicadas em 5 e 12 de novembro.

Gabriel Corrêa, do Todos pela Educação, esclarece que as alterações previstas no Novo Ensino Médio, iniciadas em 2021, não serão consideradas no Enem deste ano, pois não estavam completamente implementadas. “O Enem deste ano não vai ser ajustado ao Novo Ensino Médio e já não seria mesmo. Não haveria mesmo mudanças em qualquer cenário. A portaria antiga, que foi suspensa agora, já indicava que o Enem de 2023 seguirá o modelo antigo do ensino médio”.

Para Corrêa, a grande discussão está em torno da aplicação das provas do Enem do próximo ano. “No Enem de 2024, [conforme] estava previsto no novo modelo de ensino médio, o estudante teria no primeiro dia provas comuns, com todos os estudantes fazendo o mesmo exame. E no segundo dia os estudantes teriam opções de escolha de que provas fazer. Esse Enem previsto para 2024 deveria ser adiado”, opina Gabriel.

Propostas

Katharine Ninive Pinto Silva, propõe que a revogação do novo ensino médio possa ser feita “implementando, de fato, as Diretrizes Curriculares do Ensino Médio de 2012, que orientam para uma formação para o mundo do trabalho, que possam integrar as disciplinas de formação geral a disciplinas de formação profissional nas modalidades integradas. Um exemplo dessa implementação são os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia”.

Corrêa não defende revogar tudo o que está na lei e voltar ao modelo anterior, porque, na avaliação dele, seriam perdidos alguns avanços. Ele prioriza o ajuste dos pontos falhos para superar desafios, tais como melhorar a infraestrutura das escolas, apoio aos professores e formação de diretores escolares.

Ele aposta na manutenção de três premissas do novo modelo: a expansão da carga horária do jovem, a flexibilização dos currículos e a integração da formação técnica profissional. “Valorizar a formação e a educação técnica no ensino médio, que hoje, de fato, não é integrado”.

Fluminense inicia Libertadores com vitória sobre o Sporting Cristal


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O Fluminense estreou na edição 2023 da Copa Libertadores com uma vitória de 3 a 1 sobre o Sporting Cristal (Peru), na noite desta quarta-feira (5) no estádio Nacional de Lima. Com o resultado, o Tricolor das Laranjeiras divide a liderança do Grupo D com o The Strongest (Bolívia), que bateu o River Plate (Argentina) por 3 a 1.

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A equipe comandada pelo técnico Fernando Diniz iniciou melhor a partida. Mas, após falha em saída de bola do volante Felipe Melo, Yotún partiu em velocidade e encontrou Castillo, que tocou para Grimaldo, que não perdoou aos 17 do primeiro tempo.

Porém, o Fluminense conta com Cano, que mostrou seu conhecido faro de gol para igualar o marcador aos 34 minutos. O colombiano Arias cobrou escanteio e Nino cabeceou no travessão. O atacante argentino se antecipou à defesa e escorou de primeira para vencer o goleiro Solís.

Com a igualdade no marcador a equipe das Laranjeiras assumiu de vez o comando das ações e, de tanto tentar, marcou o segundo em lance, aos 13 minutos da etapa final, no qual contou com a categoria de Marcelo. O lateral, que fez sua estreia pela equipe carioca, acertou um passe de três dedos para Arias, que invadiu a área e cruzou para Cano marcar novamente. Aos 35 minutos o Fluminense deu números finais ao confronto com gol de cabeça do zagueiro Vitor Mendes.

O próximo compromisso do Tricolor na Libertadores será no dia 18 de abril, uma terça-feira, contra o The Strongest no estádio do Maracanã.

Flamengo tropeça na altitude

Quem não teve uma boa estreia na competição foi o Flamengo. O atual detentor do título da Libertadores foi superado por 2 a 1, de virada, pelo Aucas (Equador) no Estádio Gonzalo Pozo Ripalda, localizado nos 2.850 metros de altitude da cidade de Quito. O revés deixou a equipe da Gávea na vice-lanterna do Grupo A sem ponto algum.

Atuando com uma formação alternativa, o Rubro-Negro não teve uma boa atuação. Porém, mesmo sem controlar as ações em momento algum do confronto, a equipe conseguiu abrir o placar aos 38 minutos do primeiro tempo, quando Matheus França arrancou pela meia esquerda, se livrou da marcação de dois adversários e bateu na saída de Galíndez para marcar um belo gol.

Mas o Aucas continuou pressionando. E, de tanto tentar, chegou à igualdade aos 12 da etapa final graças a chute da entrada da área de Eryc Castillo. Aos 20 o camisa 31 voltou a superar Santos, mas o gol foi anulado pelo juiz, com auxílio do VAR (árbitro de vídeo), em razão de falta no início da jogada.

Percebendo as dificuldades de sua equipe, o técnico português Vítor Pereira colocou em campo alguns de seus titulares (Pedro, Gerson, Ayrton Lucas e Everton Cebolinha), mas o Aucas continuou mandando no confronto. E o maior ímpeto de atacar da equipe da casa foi premiada aos 39 com gol de Ordoñez.

O Flamengo terá a oportunidade de buscar sua primeira vitória da competição no dia 19 de abril, uma quarta-feira, no estádio do Maracanã contra o Ñublense (Chile).

Derrota do Palmeiras

Outra equipe a perder pontos na altitude foi o Palmeiras, que estreou com derrota de 3 a 1 para o Bolívar (Bolívia) no Estádio Hernando Siles, localizado nos 3.625 metros da cidade de La Paz.

O argentino Flaco López abriu o placar para o Verdão com um belo chute. Mas a equipe da casa garantiu a vitória com gols de Uzeda, Bejarano e Hervías. Após este resultado o Palmeiras ocupa a lanterna do Grupo C sem ponto algum. O Verdão volta a jogar pela competição no dia 20 de abril, uma quinta, quando recebe o Cerro Porteño (Paraguai).

Polícia Militar do RJ prende 22 criminosos em ação no Complexo da Maré

A Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro prendeu nesta quinta-feira (5) 22 criminosos e apreendeu cinco fuzis, cinco pistolas, doze granadas e mais de uma tonelada de drogas no Complexo da Maré, na zona norte da capital. A ação visava prender criminosos oriundos de outros estados que estariam escondidos na região. Do total de presos, 16 estavam escondidos dentro do Centro Integrado de Educação Pública (Ciep), uma unidade escolar na comunidade. Por medida de segurança, 23 escolas das redes municipal e estadual de ensino não funcionaram ao longo do dia, deixando milhares de crianças sem aulas.

A operação foi realizada por policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e do Batalhão de Ações com Cães (BAC), com apoio do batalhão da PM instalado na Maré.

Policiais do Bope apreenderam dois fuzis, uma pistola e cinco granadas em uma varredura na comunidade. Um dos criminosos presos são do Estado do Mato Grosso. Já os policiais militares e cães farejadores do BAC apreenderam 180 tabletes de maconha, 1.247 frascos de lança-perfume e quatro galões de loló, totalizando cerca de uma tonelada de drogas. Cinco granadas também foram apreendidas na ação.

Quatorze veículos foram recuperados, sendo 12 carros e duas motocicletas, além de 20 cigarros eletrônicos, 11 carregadores de fuzil e drogas também na Nova Holanda, uma das 16 comunidades que compõem o Complexo da Maré. Os policiais também detiveram um homem do estado do Espírito Santo e o encaminhou para a Polícia Civil para averiguar se ele tinha ficha criminal.

Durante vasculhamento, pela manhã, criminosos fugiram para o interior de um Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) unidade de ensino do Complexo da Maré e as equipes do Bope negociaram a rendição dos homens. Na ação, 16 criminosos foram presos e foram apreendidos três fuzis, quatro pistolas, nove granadas, cinco rádios comunicadores e cerca de três quilos de maconha.

Segundo dados de inteligência, os líderes da facção criminosa que controlam o tráfico de drogas na Maré deram ordens para que a população se dirigisse à escola para evitar a retirada dos criminosos do Ciep. Para controlar a situação, os policiais fizeram uso de bombas de gás lacrimogêneo, equipamento de menor poder ofensivo.

 

RJ inicia campanha de vacinação contra a gripe na próxima semana

O estado do Rio de Janeiro inicia na próxima segunda-feira (10) a campanha nacional de vacinação contra a gripe. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), houve aumento de atendimentos a casos de síndrome gripal nas últimas semanas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), com uma média de 1.100 atendimentos por dia.

A SES também identificou um aumento de atendimentos pediátricos, com casos de bronquiolite. No início de fevereiro, a média diária de atendimentos a casos de síndrome gripal nas UPAs da rede estadual era de 548. No final de março, essa média subiu para 1.234 casos.

O secretário de estado de Saúde, Dr. Luizinho, disse que este ano a campanha será realizada em uma só etapa, englobando todos os grupos prioritários, os mais suscetíveis a complicações da gripe. “É muito importante que essas pessoas recebam a dose contra a gripe todos os anos, porque os vírus influenza que circulam são diferentes, e a vacina precisa ser atualizada para que a pessoa crie imunidade. É diferente de outras vacinas em que os vírus não mudam tanto, como tríplice viral e hepatite”, avaliou o secretário.

A meta do estado é imunizar 6,9 milhões de pessoas, atingindo assim pelo menos 90% de cobertura vacinal de cada um dos grupos prioritários. Entre eles, estão os idosos com 60 anos ou mais; crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade; professores, profissionais de segurança e salvamento, povos indígenas, pessoas com deficiência permanente e população privada da liberdade.

Recomendações

A vacina contra a gripe pode ser administrada com quaisquer outras vacinas do calendário vacinal. Quem teve covid-19 deve aguardar quatro semanas após o início dos sintomas ou resultado positivo do exame para receber a vacina contra gripe. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) orienta que os vacinados devem esperar um período de 48 horas para doar sangue.

Quem estiver com febre moderada ou grave deve adiar a ida ao posto para se vacinar. A vacina contra gripe é contraindicada para crianças menores de 6 meses de idade e pessoas com histórico de alergias graves a doses anteriores.

Rio: bandidos roubam armas de policiais e explodem caixas eletrônicos


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O bairro Jardim Primavera, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi transformado num palco de intenso tiroteio na madrugada desta quarta-feira (5). Foram usadas armas de guerra usadas por cerca de 15 criminosos que se preparavam para explodir a agência da Caixa Econômica Federal para levar o dinheiro dos caixas eletrônicos. A ação teve início por volta das 2h30 da madrugada.

Ao chegarem em quatro carros, os homens portando fuzis cercaram a cabine do Programa Estadual de Integração de Segurança (Proeis), ocupada por três policiais militares que faziam a segurança do bairro. Segundo a Secretaria de Estado de Polícia Militar, os militares entregaram aos bandidos uma carabina e duas pistolas automáticas. Em seguida, foram liberados pelos homens sem sofrer agressões. Outros policiais que estavam fora da cabine chegaram a trocar tiros com os criminosos. A ação causou pânico entre os moradores, devido ao impacto provocado pelos tiros de fuzil.

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Depois, os criminosos explodiram os caixas eletrônicos com nitrato de amônio, de alto poder de destruição. Apesar da explosão, os bandidos não conseguiram levar o dinheiro da agência, já que a porta da entrada principal do banco é blindada. A medida foi tomada pela Caixa devido a outros episódios de explosão. Nenhum dos criminosos foi preso na ação e não há registro de feridos.

A PM informou ainda no comunicado, que “o Proeis Duque de Caxias é um serviço no qual os policiais se escalam voluntariamente para trabalho remunerado na folga e estes agentes não são lotados no batalhão da área, o 15º batalhão de Duque de Caxias”. Um procedimento de apuração interno será instaurado pela Corregedoria Geral da Polícia Militar.