Insônia: especialistas alertam para riscos de remédios inadequados


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“Minha insônia começou quando mudei de trabalho e passei a ficar 100% home-office” [escritório de casa]. O que poderia ser uma facilidade foi o início dos episódios de insônia para a jornalista Poliana Bollini Marques, de 49 anos. “Apesar de todas as facilidades e de não precisar mais acordar antes das seis horas da manhã, meu horário de dormir ficou bem complicado e só conseguia adormecer por volta das três da madrugada”, recorda.

Poliana conta que ficou um tempo sem se tratar. “Fiquei um bom tempo assim e atribuindo a insônia a mudança no trabalho. Eu simplesmente não tinha sono. Até hoje é muito raro. Mesmo quando ia dormir tarde e acabava acordando cedo, durante o dia não sentia – e ainda não sinto – sono”.

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O Estudo Epidemiológico do Sono de São Paulo (Episono), conduzido pelo Instituto do Sono, apontou que 45% das pessoas queixam-se de insônia ou dificuldade para dormir em São Paulo. A mesma pesquisa revelou que 15% dos paulistanos sofrem de insônia crônica.

A insônia é definida com a insatisfação em relação à qualidade eou quantidade de sono, podendo se manifestar como a dificuldade em iniciar o sono, assim chamada de insônia inicial; dificuldade em manter o sono: presença de despertares ao longo da noite, chamada de insônia de manutenção; ou pode se manifestar por um despertar antes do horário previsto, com dificuldade de retornar ao sono, chamada de insônia do despertar precoce.

“A insônia crônica é quando acontecem episódios pelo menos três vezes por semana durante o mínimo de três meses, com consequências diurnas, associada à perda de concentração, alteração de memória, irritabilidade, perda de produtividade, normalmente consequências desse sono fragmentado”, explica a pneumologista e especialista em sono Luciane Luna de Mello, do Instituto do Sono. Um período inferior a este, isto é, por um mês ou menos é insônia aguda.

A insônia pode estar associada a outras doenças como depressão, ansiedade, doenças neurológicas e situações de dores crônicas, por exemplo. “Além disso, também pode estar associada a hábitos, comportamentos inadequados que não favorecem o relaxamento e o início do sono como o uso de excessivo de telas – especialmente próximo do horário de dormir, consumo excessivo de café ou bebida alcoólica, alimentação pesada ou gordurosa antes do horário de dormir”, disse a neurologista Marcia Assis, vice-presidente da Associação Brasileira do Sono (Absono).

A prática de atividade física próxima ao horário de dormir e as condições do ambiente de dormir como temperatura e ruídos, ou ainda ter um parceiro de cama que ronca, podem perturbar o sono, completa a neurologista. “Até mesmo outra doença do sono pode estar associada à insônia e causar a piora da qualidade do sono como a Apneia do Sono”, acrescenta a neurologista.

Impactos

“A insônia tem um impacto absolutamente importante na sociedade, impacta no dia a dia, na produtividade e na saúde das pessoas”, alerta a médica Luciane Luna de Mello, do Instituto do Sono. Segundo a especialista, a insônia ainda pode diminuir a imunidade e piorar a condição clínica. “Esses indivíduos podem ter ainda uma irritabilidade, inclusive com quadros neurológicos ou psiquiátricos associados a esse processo de insônia, que podem gerar processos psiquiátricos. Outras vezes a insônia é gerada por doenças psiquiátricas, como causa secundária”, explica.

Poliana Bollini Marques procurou ajuda quando percebeu os prejuízos que a falta de sono causava durante o dia. “Muito cansaço, memória ruim, um pouco de irritabilidade e pouca produtividade. Fora o incômodo, tristeza mesmo, de ficar acordada todo dia até às três horas da manhã”, relembra.

Mas, antes de procurar ajuda, ela tentou medicamentos por conta própria. “Fiz uso de melatonina sem prescrição médica. Foram meses tomando e nada de resultados. Achei que melatonina era para insônia, mas hoje eu sei que ajuda em casos de jet lag [mudança de fuso horário que provoca alterações dos padrões de sono], por exemplo. Melatonina não é tratamento para insônia. Além da melatonina, tomei remédios fitoterápicos. Como um só não funcionava, às vezes tomava dois ou três. Nada adiantou”, conta a jornalista.

Mesmo com tantas ofertas de medicações para induzir ao sono, a automedicação não é uma solução a longo prazo, explica a especialista Luciane de Mello. “Muitos indivíduos com automedicação chegam no consultório até viciados em remédios que não vão ser os mais adequados para aquele quadro”.

Entre os medicamentos tomados por conta própria estão os fitoterápicos. “Muitos fitoterápicos não têm o efeito sobre o sono adequado, muitos não têm confirmação científica de que atuam sobre o sono. Na literatura [médica], o que tem uma confirmação melhor é a valeriana [planta medicinal]. Mas tem que ser adequada para um quadro leve de insônia ou para indivíduos mais jovens”, observa Luciane.

A médica adverte que as medicações não são isentas de efeitos colaterais. “É preciso ter cuidados porque toda medicação é substância química e, mesmo a substância natural tem suas substâncias intrínsecas e que vão fazer algum tipo de efeito, algumas consequências relacionadas ao uso indiscriminado e em quantidades que não devem ser usadas”, frisou.

Melatonina

“A melatonina não é uma substância recomendada para o tratamento da insônia”, alerta a neurologista Marcia Assis, vice-presidente da Absono. “A melatonina é um hormônio e não é utilizada para tratar a insônia”.

A especialista esclarece que existem doenças do sono e situações médicas especiais que a melatonina pode ser indicada pelo médico, “porém, não deve ser usada por conta própria e menos ainda para tratar a insônia, pois não é recomendada. A tentativa, sem orientação, de tratar a insônia pode apenas mascarar os sintomas e provocar o estado crônico”, adverte a neurologista.

Márcia ressalta que existem medicamentos aprovados e recomendados para os diversos tipos de insônia, mas que o tratamento considerado padrão ouro para a insônia é a Terapia Cognitivo Comportamental para a Insônia (TCC-I).

“As terapias medicamentosas e não medicamentosas podem ser associadas. Deve-se lembrar que a TCC-I é realizada pelo profissional da psicologia especializado em sono. Além disso, a higiene do sono dever ser estabelecida para os melhores resultados”.  

Tratamentos

Poliana vem se tratando com a TCC, indicação de uma otorrinolaringologista,  especialista em medicina do sono. “Foi um divisor de águas! Ela me orientou, me ensinou sobre a higiene do sono e fiz Terapia Cognitiva Comportamental. Também procurei uma psiquiatra, pois a pandemia prejudicou ainda mais meu sono. Hoje, tomo uma medicação, o cloridrato de trazodona, e faço acompanhamento com a psiquiatra e a psicóloga”.

Para ela, o que falta agora é fazer exercícios físicos, “pois eles ajudam muito em toda a nossa saúde. Além disso, tenho 49 e anos e percebo que estou entrando na perimenopausa. Outra fase que mexe com o sono. Vou incluir a ginecologista nesta etapa como mais uma ajuda para cuidar do meu sono. Me sinto muito melhor, mas ainda tem ajustes, pois as fases da vida estão mudando e é preciso prestar atenção, sempre”, alerta.

A terapia tem como base a higiene do sono, um conjunto de práticas que prepara o organismo para dormir. Entre as orientações, os especialistas indicam aos pacientes sair da cama, quando despertam no meio da noite, ficam ruminando ideias e não conseguem dormir. Em outro ambiente, devem se dedicar a uma atividade relaxante, como a leitura de um livro, meditação ou realizar técnicas de respiração para que mudem o pensamento e consigam adormecer. “Assim, o cérebro vai associar a cama ao sono e não à insônia”, ressalta a médica Luciane Luna de Mello.

Higiene do sono

Para todos que apresentam insônia ou não, cuidar dos hábitos antes de dormir é fundamental para uma boa noite de sono. Baseadas na higiene do sono, as médicas Luciane Luna de Mello e Marcia Assis mostram como hábitos adequados podem ajudar as pessoas a dormir melhor.

• Mantenha uma rotina: estabeleça horários para o sono, a alimentação, os exercícios físicos, o lazer, o trabalho e as atividades com a família.

• Não leve o notebook ou celular para cama: Eletrônicos provocam aumento do estado de alerta, além da luminosidade dificultar o início do sono.

• Desacelere antes de dormir: pelo menos uma hora antes de se deitar faça uma atividade relaxante: tome banho, leia, ouça música, faça meditação ou qualquer outra atividade que ajude a desacelerar.

• Evite permanecer na cama trabalhando, lendo e-mails, assistindo TV. Reserve este momento para atividades que provoquem relaxamento. Deite-se somente quando estiver com sono.

• Evite alimentos pesados e bebidas com cafeína:  faça refeições leves até duas horas antes de deitar. Não tome café, energéticos e chá preto e outras infusões que contêm cafeína à noite.

• Atividade física é uma boa, mas não próximo ao momento de dormir: pratique exercícios com regularidade, mas respeite um intervalo de pelo menos quatro horas antes do horário de dormir.

• Mantenha o local de dormir ventilado, silencioso e escuro. Procure deixar numa temperatura adequada e confortável. Ambientes muito quentes ou frios podem dificultar o início do sono ou provocar despertares durante a noite.

• Verifique seu travesseiro e o colchão, pois a vida útil da maioria deles é de oito a dez anos.

• Evite as bebidas alcoólicas – elas podem causar um relaxamento nas primeiras horas de ingestão, entretanto, ao longo da noite, provocam fragmentação do sono e redução de fases mais profundas de sono. Além disto, o relaxamento do álcool pode agravar o ronco. O tabagismo também prejudica o sono.

• Para aqueles que preferem um cochilo durante o dia, este deve ser curto, no máximo 20 a 30 minutos e após o almoço.

• Evite o uso de medicações para o sono sem a prescrição médica, pois podem causar efeitos indesejáveis e negativos. A ajuda de um profissional é fundamental.

Petrópolis ganha mostra que destaca primeira estrada de ferro do país


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O município de Petrópolis, na região serrana fluminense, ganha neste domingo (16), a partir das 10h, a mostra permanente Painel de Cerâmica na Cidade Imperial cujo tema é Transporte e Independência. O objetivo é promover a memória histórica da Estrada de Ferro Mauá, que começou a ser construída em 1852. O tema celebra também os 200 anos da Independência do Brasil a partir do resgate da importância dos transportes para o progresso do estado do Rio de Janeiro e do Brasil.

Idealizados pela artista plástica e ceramista Rane Bessa, os três painéis de cerâmica foram instalados na Praça de Nogueira, onde funciona o Centro Cultural Estação Nogueira, que tem preservada a história da ferrovia naquele município. O projeto tem patrocínio do governo fluminense, por meio do Edital Retomada Cultural 2, da Secretaria do Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro.

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Atendendo a um concurso nacional, 35 artistas enviaram suas propostas, sendo duas delas selecionadas pelas curadoras Patrícia Pedrosa, doutora em história da arte pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e por Rane Bessa.

Painéis

O primeiro painel, intitulado Dos Caminhos aos Reencontros, utiliza o processo de pintura digital em azulejo e foi criado pela artista Camila Gomes. O projeto foi executado por Lazaro Trucci. O painel busca reunir a história dos transportes no Brasil, a partir da construção da ferrovia, que teve grande importância para o desenvolvimento econômico do país, impactando o cotidiano das pessoas.

O segundo painel, da artista Margarida Gallo, identifica na gravura sobre cerâmica a locomotiva Baroneza, primeira a percorrer a Estrada de Ferro Mauá. A locomotiva ganhou fama no mundo devido à sua importância como meio de transporte. Atualmente, existem apenas dois exemplares da locomotiva, sendo um no Brasil e outro na Inglaterra. O painel tem execução de Rane Bessa.

Já o terceiro painel, de fotocerâmica, é intitulado Fotos Históricas e composto por imagens históricas da época da construção da Estrada de Ferro Mauá. Selecionadas por Rane Bessa, Julia Botafogo e Tadzia Maya, as imagens recriam a importância da primeira ferrovia do país para o progresso do Brasil. A base para o painel são as fotografias e litografias do artista Revert Henry Klumb, que documentou de 1863 a 1868 a construção da Estrada União e Indústria, que liga Petrópolis a Juiz de Fora. Promove também a importância das locomotivas como patrimônio cultural. Esse painel teve execução de Julia Botafogo.

A mostra ganha acessibilidade nos painéis Transporte e Independência, que trazem um QR Code com audiodescrição das imagens e texto da curadora em libras. Além do circuito de painéis, um minidocumentário reúne imagens dos bastidores da execução da mostra, bem como a importância da parceria com o Centro Cultural Estação Nogueira. Após a inauguração, serão promovidas, ainda durante o mês de abril, visitas guiadas com alunos da rede pública de ensino do município de Petrópolis, pela curadora Patrícia Pedrosa.

A estrada de ferro

Considerado Patrono do Ministério dos Transportes, Irineu Evangelista de Sousa (1813-1889), o Barão de Mauá, foi comerciante, empresário, político, armador, banqueiro, respondendo por grandes obras para o progresso do país. Em abril de 1852, ele conseguiu a concessão do governo imperial para construção e exploração de uma ferrovia que se estendia desde o Porto de Estrela, na Baía de Guanabara, até Fragoso, na Raiz da Serra. Sua intenção era subir até Petrópolis e, posteriormente, alcançar Minas Gerais e São Paulo.

Em maio do mesmo ano, ele fundou a Imperial Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petrópolis. Em junho, recebeu concessão para explorar uma linha de navegação pela Baía de Guanabara desde a Prainha (atual Praça Mauá), no Rio de Janeiro, até Estrela (atual Magé), fazendo a integração dos transportes marítimo e ferroviário.

Em 29 de agosto de 1852, foi iniciada a construção da primeira ferrovia brasileira. A cerimônia de lançamento da pedra fundamental contou com a presença do imperador D. Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina. A Estrada de Ferro Mauá foi inaugurada em 30 de abril de 1854. Em 1954, por ocasião do seu centenário, a estrada foi declarada Monumento Histórico Nacional, sendo tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O Barão de Mauá foi um dos responsáveis também pela construção da Estrada União e Indústria, a primeira rodovia pavimentada no Brasil, inaugurada em 23 de junho de 1861, ligando a cidade de Petrópolis a Juiz de Fora (MG). 

Flamengo recebe Coritiba na rodada de abertura do Brasileirão 2023


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Flamengo e Coritiba iniciam suas jornadas no Campeonato Brasileiro de 2023 neste domingo (16), no Maracanã.  O duelo colocará frente a frente duas equipes que buscam deixar para trás um início de ano abaixo das expectativas. Com início às 16h (horário de Brasília), a partida terá transmissão ao vivo da Rádio Nacional, com narração de André Luiz Mendes, comentários de Waldir Luiz, reportagem de Maurício Costa e plantão de notícias com Bruno Mendes.

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No Flamengo, é grande o descontentamento com o início da temporada. O clube é um dos três (junto com Cruzeiro e Goiás) a trocar o comando técnico antes mesmo do começo da competição nacional. O treinador português Vitor Pereira – que fracassou em tentar conquistar quatro títulos no início do ano – não resistiu à derrota para o Fluminense na final do Campeonato Carioca e foi demitido do Flamengo na última terça (11). Três dias depois, o Rubro-Negro anunciou a chegada do argentino Jorge Sampaoli para assumir o cargo.

No entanto, entre os dois acontecimentos, o time carioca sofreu outro revés surpreendente. Atual campeão da Copa do Brasil, o Rubro-Negro foi derrotado fora de casa, por 2 a 0, pelo Maringá-PR – clube da Série D do Brasileiro – no jogo de ida da terceira fase do torneio. 

Assim como no confronto contra o Maringá, o Flamengo volta a ser comandado neste domingo (16) pelo interino Mário Jorge, técnico da equipe sub-20.  Ele terá de contornar cinco desfalques para escalar o time: Vidal, Arrascaeta, Matheuzinho e Erick Pulgar estão lesionados, enquanto Filipe Luís se queixou de dores na panturrilha.

Do outro lado, o Coritiba ainda busca engrenar na temporada. No campeonato estadual, a eliminação precoce para o Cascavel, ainda nas quartas de final, passou longe de deixar a torcida satisfeita.

Na Copa do Brasil, a equipe paranaense ficou no empate (3 a 3) com o Sport, em casa, na última quarta (12) e terá que decidir em Recife a vaga  para as s oitavas de final. O destaque ficou por conta do atacante Alef Manga, artilheiro do Coxa na temporada, que marcou os três gols do time na partida.

O técnico português António Oliveira ainda tem muitas dúvidas para a formação do time para a estreia. Uma certeza é que o zagueiro Henrique não estará em campo, pois ainda se recupera de uma lesão muscular. 

Três em cada quatro hectares desmatados têm indícios de ilegalidade


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Quase 73% das áreas desmatadas, entre 2019 e 2022, apresentam indícios de ilegalidade – o que corresponde a três em cada quatro hectares. Essa é a conclusão obtida a partir de dados recentes do Monitor da Fiscalização do Desmatamento, plataforma online do MapBiomas. De acordo com a organização, que une universidades, organizações não governamentais (ONGs) e empresas de tecnologia, os números revelam um alto índice de ilegalidade no uso da terra.

“A ideia é compreender quanto do desmatamento é legalizado, porque ele tem uma autorização do órgão competente, quanto não tem autorização e, portanto, apresenta indícios de ilegalidade, e quanto disso já foi fiscalizado pelos órgãos competentes”, explica Ana Valdiones, coordenadora da plataforma.

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Lançado em 2022, o Monitor da Fiscalização atualmente compila dados de dez unidades federativas: Acre, Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Rondônia e São Paulo. Segundo as informações obtidas, 72,6% das áreas desmatadas no período avaliado estiveram livres de fiscalização.

“A gente conseguiu chegar a dez estados porque eram aqueles que tinham essa informação disponível na internet com a qualidade que nos permitia uma análise”, afirma Ana Valdiones. Os estados que apresentaram números mais alarmantes foram Acre, Ceará e Rondônia. No Acre, apenas 146 alertas de desmatamento tiveram ações de fiscalização sobrepostas, dos mais de 32 mil alertas validados no estado.

O monitor usa como base informações fornecidas por órgãos federais e estaduais de controle, tais como autorizações, autuações e embargo de propriedades rurais. Para identificar quanto do desmatamento tem ações de fiscalização sobrepostas, esses dados são cruzados com os alertas de desmatamento publicados pelo MapBiomas. Cada alerta é conferido, validado e gera um laudo com imagens em alta resolução de antes e depois da área desmatada. Para Ana Valdiones, é preciso aumentar a transparência sobre os dados ambientais disponibilizados. “Nossa intenção é que o monitor cubra todos os estados brasileiros, com a atuação de todos os órgãos ambientais, estaduais e federais, mas a gente se depara com essa questão de nem sempre ter acesso facilitado a informações de qualidade”, esclarece.

O Monitor da Fiscalização do Desmatamento é uma iniciativa do MapBiomas em parceria com o Instituto Centro de Vida (ICV) e com a plataforma Brasil.IO, que propõe a disponibilização de dados públicos em formato acessível para a população. As informações compiladas pelo monitor podem ser acessadas online gratuitamente. De acordo com Ana Valdiones, a organização espera ampliar o monitoramento para todo o território nacional até o final de 2023.

Grupo Música Antiga, da UFF, faz concerto inspirado na obra de Camões


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O grupo Música Antiga, da Universidade Federal Fluminense (UFF), apresenta neste domingo (16), às 10h30, concerto de música ibérica que destaca a obra poética do escritor português Luís Vaz de Camões. O concerto será realizado no Cine Arte UFF, em Icaraí, Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Os ingressos têm valor único de R$ 15.

Especialista em música medieval, renascentista e barroca, o grupo Música Antiga da UFF foi criado em 1982, contando, inicialmente, com nove músicos que acabaram sendo contratados, em 1984, como funcionários pela universidade. Com o decorrer dos anos, muitos dos integrantes se aposentaram, ficando o grupo com cinco músicos. Em 2018, foram abertas duas vagas e, em 2019, mais uma.

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O concurso público promovido então pela instituição, em dezembro de 2019, aprovou três musicistas que se integraram ao grupo, composto atualmente por cinco músicos. No ano passado, após a pandemia da covid-19, o grupo voltou a ensaiar e a tocar presencialmente, e promoveu concerto comemorativo dos 40 anos do Música Antiga no teatro da UFF, para o qual foram convidados músicos aposentados do conjunto.

Em seus 40 anos de existência, o Música Antiga da UFF busca recriar a sonoridade da Idade Média e do Renascimento, levando ao espectador as músicas e o fascínio das histórias que compõem seus ricos repertórios, e transmitindo também não apenas a música, mas o contexto histórico e cultural dessas épocas. O grupo vem atuando ao longo de sua trajetória na consolidação do ensino, da pesquisa e da extensão, realizando trabalho de formação de plateia e de conexão da universidade com a sociedade. Os cinco integrantes são Cecilia Aprigliano, Leandro Mendes, Mario Orlando, Rosimary Parra e Sônia Leal Wegenast.

Rio de Janeiro (RJ) - Grupo Música Antiga da  Universidade Federal Fluminense (UFF), que será realizado no dia 16/4, no Cine Arte UFF.
Foto: Divulgação

Grupo Música Antiga da UFF tem atualmente cinco integrantes – Divulgação

Leandro Mendes informou à Agência Brasil que os instrumentos tocados pelo grupo incluem flautas doces, viela de arco (instrumento medieval antecessor do violino), percussão, harpa, viola da gamba (instrumento surgido em torno de 1400, antecessor do violoncelo), alaúde e vihuela (viola de mão). Leandro Mendes e Sônia Leal Wegenast cantam solo e todos fazem coro.

Camões

O programa do concerto engloba 15 músicas renascentistas portuguesas, envolvendo poesias do poeta português Camões que foram musicadas, além de canções que teriam versos do poeta ou, ainda, músicas de compositores da mesma época. O tema foi sugerido por Mario Orlando, que está fazendo doutorado e teve como uma das matérias as poesias de Camões.

”Ele fez o levantamento das músicas dessa época que teriam poesias de Camões. Como não eram muitas músicas, a gente preencheu [o repertório] com compositores da mesma época, como Luys Milan e compositores anônimos. Porque a gente usa muito cancioneiros renascentistas que têm músicas anônimas, entre as quais o Cancioneiro de Paris, Cancioneiro do Palácio, Cancioneiro D’Elvas, Cancioneiro de Belém, que é português. Usamos também canções de Antonio de Cabezón, que era compositor da época, entre outros”, disse Leandro Mendes.

Entre as músicas cantadas que têm poesias de Camões, destaque para Minina dos Olhos Verdes, Foyse Gastamdo a Esperança, Señora bem Poderey, Vida da Mynha Alma, todas escritas em português e castelhano arcaico, explicou Mendes.

O poeta português viveu entre 1524 e 1580 e teve sua poesia musicada em diversas peças encontradas em cancioneiros ibéricos. Na poesia de Camões, as redondilhas são elaboradas a partir de um mote. Na música instrumental do século 16, percebem-se novas elaborações melódicas a partir de uma estrutura musical já conhecida, oriunda da música vocal ou da dança.

Confira aqui o programa completo.

Hoje é Dia: semana tem datas dos povos indígenas, Tiradentes e Brasil

Datas ligadas à história do Brasil serão lembradas na semana que começa neste domingo (16) – e que traz um feriado nacional na próxima sexta-feira (21): o de Tiradentes. Na quarta-feira, dia 19 de abril, é o Dia dos Povos Indígenas. No dia seguinte, completam-se 100 anos da criação da Rádio Sociedade (atual Rádio MEC), a primeira emissora de rádio do país. Por fim, no dia 22 se completam 523 anos da chegada dos portugueses ao que hoje chamamos de Brasil. 

E para falar sobre os primeiros povos que habitaram o território nacional, o Hoje é Dia resgata o documentário Índios somos nós, da TV Brasil. Filmado em 2016, durante os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, o documentário entrevista indígenas de diversas etnias, que detalham suas culturas, tradições, passando pelas diversidades entre os povos e também os pontos de contato de suas histórias. Assista:

O Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, tem uma série de episódios dedicados aos povos indígenas, abordando temáticas como a luta por demarcação das terras de seus antepassados, a saúde indígena em tempos de pandemia, a saúde mental dos indígenas, o universo mítico e a sobrevivência da tradição no século 21, e, recentemente, a crise humanitária do povo Yanomami.

Cem anos da primeira rádio

No dia 20 de abril de 1923, foi assinada a ata de criação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a primeira emissora de rádio do país. Jovens cientistas e intelectuais que faziam parte da Academia Brasileira de Ciências, como Edgard Roquette-Pinto, Osório de Almeida, Henrique Morize, Paulo de Frontin, almirantes Álvaro Alberto e Moraes Rêgo, fizeram parte da fundação da pioneira emissora, que viria a entrar no ar em 7 de setembro daquele ano. 

Os pioneiros da Rádio Sociedade em 1924: à direita do relógio, Roquette Pinto, e, à esquerda, Henrique Morize (mais alto, de óculos).

Os pioneiros da Rádio Sociedade em 1924: à direita do relógio, Roquette Pinto, e, à esquerda, Henrique Morize (mais alto, de óculos). – Acervo EBC/Direitos reservados

Anos depois, em 1936, a Rádio Sociedade seria doada ao governo federal, passando a se chamar Rádio Ministério da Educação – popularmente Rádio Ministério e, depois, Rádio MEC. A Rádio MEC, que faz parte da Empresa Brasil de Comunicação, é a emissora que há mais tempo opera de forma ininterrupta no país, e também foi a primeira experiência de comunicação pública, com programação voltada para educar e divulgar ciência e cultura.

Conheça a história da Rádio Sociedade e da Rádio MEC nestes episódios da série 100 anos do rádio no Brasil:

Rádio Sociedade:

Rádio MEC:

Herói nacional

O dia do enforcamento do inconfidente Joaquim José da Silva Xavier – mais conhecido como Tiradentes – virou feriado nacional no Brasil ainda no ano de 1890. A execução deste que viria a entrar no rol de heróis da Pátria aconteceu em 21 de abril de 1792. O programa Na Trilha da História, da Rádio Nacional, contou a história do conjurado mineiro: suas origens na fazenda do Pombal, o ofício de “tirar dentes”, sua carreira militar e o que fez Tiradentes se rebelar contra a Coroa portuguesa:

Antônio Parreiras - Estudo para Prisão de Tiradentes

Antônio Parreiras – Estudo para Prisão de Tiradentes – Museu Antônio Parreiras/Direitos reservados

Outro episódio do programa explica o que foi a Inconfidência Mineira, bem como suas contradições e as lacunas na história da revolta da elite de Vila Rica (atual Ouro Preto, em Minas Gerais) contra a alta carga tributária imposta por Portugal:

Em 2015, a Radioagência Nacional, em parceria com a Rádio Educativa da Universidade Federal de Ouro Preto, publicou uma série de cinco reportagens sobre a Inconfidência Mineira. O primeiro fala sobre a origem do movimento; o segundo, sobre os formadores da insurreição; o terceiro, sobre as mulheres envolvidas na revolta; o quarto, sobre os mitos e lendas sobre a Inconfidência Mineira, e o último, que você ouve abaixo, sobre a sentença e a execução de Tiradentes:

Terra à vista!

No sábado (22), completam-se 523 anos desde que a esquadra de Pedro Álvares Cabral – a maior frota portuguesa lançada ao mar até então – chegou em terras hoje brasileiras. O “achamento” do Brasil foi tema de dois episódios do programa Na Trilha da História: um, que foi ao ar em 2017, reconstitui a expedição da armada, e fala também sobre a expansão marítima portuguesa e como eram as travessias destas embarcações pelo oceano Atlântico:

Já este episódio de 2020 fala o que houve depois da chegada dos portugueses ao Brasil, como foi a relação com os indígenas e as consequências da exploração da “nova” terra pelos europeus:

Mais efemérides

Outras datas comemorativas acontecem nos próximos dias: o Dia Mundial da Voz, neste domingo (16); o Dia Internacional da Hemofilia, em 17 de abril; o Dia Nacional da Botânica, também no dia 17, em alusão ao nascimento do naturalista alemão Carl Friedrich Philipp von Martius; o Dia Nacional do Livro Infantil, em 19 de abril; e, no dia 20, o Dia do Disco (que homenageia o músico Ataulfo Alves, falecido nesta data, mas do ano de 1969) e o Dia do Diplomata (que marca a data de nascimento do Barão do Rio Branco, patrono da diplomacia nacional).

 

Confira a lista semanal* do Hoje é Dia com datas, fatos históricos e feriados:

16 a 22 de abril de 2023
16

Nascimento do violonista e compositor paraense Sebastião Tapajós (80 anos)

Morte do compositor fluminense Gustavo Thomás Filho, o Brasinha (25 anos)

Morte do naturalista, matemático e escritor francês, Georges-Louis Leclerc, o conde de Buffon (235 anos) – suas teorias influenciaram duas gerações de naturalistas, entre os quais se contam Jean-Baptiste de Lamarck e Charles Darwin

Início da Expedição Automobilística Brasileira Pan-Americana, ou Carreteira Pan-Americana (95 anos)

Dia Mundial da Voz

17

Morte da fotógrafa e ativista norte-americana Linda McCartney (25 anos)

Morte da cantora e compositora paulistana Florinda Grandino de Oliveira, a Linda Batista (35 anos) – em 1937, foi a primeira cantora a ser eleita Rainha do Rádio, título que manteve por 11 anos consecutivos; pouco depois do concurso, foi contratada pela Rádio Nacional

Dia Internacional da Hemofilia

Dia Nacional da Botânica – a data foi instituída pelo Decreto nº 1.147, de 24 de maio de 1994, em homenagem às comemorações dos 200 anos do nascimento do naturalista alemão Carl Friedrich Philipp von Martius

18

Morte do cantor e compositor gaúcho Nelson Gonçalves (25 anos)

Nascimento do compositor, arranjador e instrumentista paulista Vicente Paiva (110 anos) – é de sua autoria aquela que é, talvez, a mais famosa marchinha dos carnavais brasileiros: Mamãe eu quero

Nascimento do regente, violoncelista e compositor potiguar Mário Tavares (95 anos) – foi um dos principais intérpretes das obras de Villa-Lobos; afirmava que, para ele, não existiam fronteiras entre os sons clássicos e os populares

Dia Nacional do Livro Infantil – a data foi escolhida em homenagem à Monteiro Lobato

19

Dia dos Povos Indígenas

Dia do Exército Brasileiro

20

Nascimento do escultor, pintor, gravurista e ceramista surrealista catalão Joan Miró (130 anos)

Morte do padre gaúcho Adelir Antônio de Carli, conhecido como Padre do Balão (15 anos)

Início dos Jogos Pan-Americanos de 1963, realizado na cidade de São Paulo (60 anos)

Dia do Disco – a data surgiu em homenagem ao músico Ataulfo Alves, falecido em 20 de abril de 1969

Dia do Diplomata – marca a data de nascimento do Barão do Rio Branco, patrono da diplomacia brasileira

Rádio Sociedade, atual Rádio MEC, é criada (100 anos)

21

Morte da cantora, compositora e ativista norte-americana Eunice Kathleen Waymon, a Nina Simone (20 anos)

Realização de plebiscito para determinar a forma e o sistema de governo no Brasil (30 anos)

Dia da Inconfidência Mineira – também conhecido como Dia de Tiradentes

22

Morte do compositor paulista Gastão Lamounier (130 anos) – em 1945, o Programa Lamounier passou a ser apresentado na Rádio Nacional; nessa época, sua carreira como apresentador de programas românticos na radiofonia carioca atingiu seu ponto mais alto

Dia do Descobrimento do Brasil pelos portugueses

Dia Internacional da Mãe Terra – o Dia da Terra ou Earth Day nos Estados Unidos é uma comemoração que foi iniciada em 1970, quando o senador Gaylord Nelson convocou o primeiro protesto nacional contra a poluição do nosso planeta. A ideia teve a adesão de vários países após 1990, e foi ratificada pela 80ª Assembleia Geral da ONU

*As datas são selecionadas pela equipe de pesquisadores do Projeto Efemérides, da Gerência de Acervo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que traz temas relacionados à cultura, história, ciência e personalidades, sempre ressaltando marcos nacionais e regionais. A Gerência de Acervo também atende aos pedidos de pesquisa do público externo. Basta enviar um e-mail para centraldepesquisas@ebc.com.br.

Joia do Palmeiras, Endrick faz o 1º gol do Campeonato Brasileiro 2023


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Negociado com o Real Madrid, ao qual deverá se apresentar quando completar 18 anos em julho do ano que vem, o atacante Endrick, do Palmeiras provavelmente só terá uma chance de disputar um Campeonato Brasileiro do início ao fim. E ele começou com o pé direito. Foi dele o primeiro gol da edição de 2023 da competição, que abriu o placar na vitória do Verdão sobre o Cuiabá por 2 a 1, neste sábado (15), no Allianz Parque. ‘Flaco’ López, pelo time paulista e Raniele, pelo Dourado, marcaram os outros gols do duelo.

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O Palmeiras levou apenas quatro minutos para inaugurar a contagem de gols do Brasileirão 2023. Diante de 35 mil torcedores, Dudu recebeu pela esquerda, olhou para área e cruzou na medida para Endrick apenas empurrar para o gol vazio. Foi o sexto gol do jovem de 16 anos pelo Verdão, clube pelo qual estreou profissionalmente no final do Campeonato Brasileiro de 2022, conquistado pelo time.

No fim da primeira etapa, o Cuiabá chegou ao gol de empate com Raniele, que completou de cabeça o cruzamento de Jonathan Cafu, pela direita.

No segundo tempo, a equipe mato-grossense perdeu o zagueiro Filipe Augusto, expulso por receber dois cartões amarelos de forma praticamente consecutiva.

O Verdão chegou ao gol da vitória aos 20 minutos, quando o argentino José Manuel ‘Flaco’ López dominou o cruzamento que veio pela esquerda e chutou sem chances para o goleiro Walter.

Flu segue em ótima fase e atropela o Coelho

As últimas semanas reservaram ótimas notícias para o Tricolor carioca. A equipe foi campeã estadual com goleada sobre o rival Flamengo e largou com bons resultados tanto na Libertadores quanto na Copa do Brasil. O início da caminhada no Campeonato Brasileiro seguiu o mesmo tom: o time não tomou conhecimento do América-MG, derrotando o adversário por 3 a 0 no Estádio Independência, em Belo Horizonte.

O atacante Lelê, contratado após se destacar pelo Volta Redonda no Campeonato Carioca, entrou no intervalo e, de certa forma, mudou a história do jogo. Todos os principais acontecimentos da partida se desenrolaram após a entrada dele.

Logo aos quatro minutos, Lelê deixou John Kennedy na cara do gol e ele foi derrubado por Nino Paraíba. Pênalti que, no entanto, foi desperdiçado pelo argentino Germán Cano.

Porém, logo na sequência, Cano abriu o placar após receber lançamento e driblar o goleiro Matheus Cavichioli. O Flu resolveu a partida com mais dois gols em 20 minutos. Primeiro, John Kennedy aproveitou passe de Lelê para tocar na saída do goleiro e depois o próprio Lelê recebeu, avançou e chutou cruzado para marcar o terceiro.

Botafogo, Bragantino e Athletico levam a melhor como mandantes

A rodada teve prosseguimento com quatro jogos às 18h30 deste sábado (15). Apenas um deles não terminou com a vitória do time mandante. Na capital cearense, Fortaleza e Internacional ficaram no 1 a 1. Wanderson abriu o placar para o Colorado no segundo tempo e Moisés igualou logo depois.

No Rio de Janeiro, após meses de reforma para instalação de gramado sintético, o Botafogo voltou a mandar um jogo no Estádio Nilton Santos. O Glorioso saiu vencedor do duelo com o São Paulo (2 a 1) com um gol de Eduardo na reta final. O time havia aberto o placar logo no começo, com Tiquinho Soares, enquanto Calleri empatara para o time paulista.

Em Curitiba, o Athletico Paranaense teve um triunfo tranquilo diante do Goiás, por 2 a 0. Pedro Henrique e Christian marcaram os gols da vitória rubro-negra na Arena da Baixada.

Já em Bragança Paulista, o Bragantino derrotou o Bahia de virada por 2 a 1. O Tricolor baiano saiu na frente no primeiro tempo, com Everaldo e o Massa Bruta deu a volta no placar no segundo tempo, com Bruninho e Eduardo Sasha.

Acordo com Emirados Árabes prevê investimentos de R$ 12 bi na Bahia


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Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, era uma escala a caminho de casa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depois de visitar a China.

Neste sábado, na última escala da viagem oficial na Ásia, Lula e membros do governo brasileiro assinaram acordos de cooperação com o país árabe.

Abu Dhabi 15-04-2023 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi recebido pelo xeique Mohammed bin Zayed Al Nahyan em Abu Dhabi nos Emirados Árabes em Abu Dhabi. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi recebido pelo xeique Mohammed bin Zayed Al Nahyan em Abu Dhabi nos Emirados Árabes em Abu Dhabi. Foto: Ricardo Stuckert/PR

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O palácio do emir de Abu Dhabi, xeique Mohammed bin Zayed al-Nahyan, que é o presidente dos Emirados Árabes Unidos, é enorme! Caberiam carros alegóricos de escolas de samba ali dentro.

Lá, o que se viu foi um protocolar espetáculo de hinos, bandas e militares com espadas, que são armas de outros tempos. Mas a ideia de nobreza no mundo árabe com seus líderes com poderes absolutos, também são, em grande parte do mundo, algo do passado.

As duas delegações conversaram rapidamente e foram para o jantar. Provavelmente essa pressa se deve a que se vive no mundo muçulmano o período do Ramadan, onde não se pode comer entre o nascer e o por do sol.

Além da sempre importante aproximação política com o líder dos Emirados, que é bastante influente no mundo árabe, a visita serviu para atender um país que tem muitos investimentos no Brasil. E que anunciou hoje um de grande porte, R$ 12 bilhões, na Bahia.

O governador Jeronimo Rodrigues foi o que saiu mais feliz dessa visita: “Acabei de assinar um termo de compromisso para investimento na produção de diesel verde a partir da carnaúba e do dendê. Mais um saldo positivo para a geração de trabalho e renda”, disse em vídeo publicado no Twitter.

Rodrigues, que integra a comitiva, assinou memorando de entendimento entre o estado e o fundo financeiro de Abu Dhabi Mubadala Capital, controlador da refinaria de Mataripe, privatizada em 2021. O fundo empresarial comprometeu-se a investir R$ 12 bilhões, em 10 anos, na construção de uma fábrica de diesel verde e de querosene de aviação sustentável.

Quanto ao meio ambiente, para um país que vive da riqueza ecologicamente incorreta do petróleo, e que vai sediar a grande conferência sobre o clima no fim do ano, se esperava um gesto mais concreto em relação à Amazônia. Mas por enquanto nada.

Lula ainda visita uma mesquita neste domingo (16), antes de embarcar de volta ao Brasil.

Assista à reportagem da TV Brasil:

Negros são 80% dos abordados pela Segurança Presente em bairro carioca


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A maioria das pessoas abordadas pela Operação Segurança Presente, no Rio de Janeiro, são homens negros, ou seja, pretos ou pardos. A constatação é de um trabalho feito pelo major da Polícia Militar (PM) fluminense Leonardo Hirakawa, para a conclusão de mestrado na Universidade Federal Fluminense (UFF), com base em 1.217 abordagens realizadas pelos agentes de segurança, no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste da cidade do Rio.

O Segurança Presente é um programa de policiamento de proximidade, mantido pelo governo fluminense, que usa policiais militares em patrulhamento de rua em vários bairros do Rio, para suplementar o trabalho dos batalhões locais.

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De acordo com o estudo Desvendando a Cor Padrão: O Viés Racial na Seleção do Suspeito na Operação Segurança Presente, 45% dos abordados pelos policiais eram pretos; 37,6%, pardos e apenas 16,3%, brancos. O resultado não soma 100% porque 1,1% não teve sua cor identificada na pesquisa.

Entre os pretos e pardos abordados, 68% estavam a pé, enquanto 24% estavam em motocicletas. Já entre os brancos, 40% estavam a pé e 50% em motos.

Segundo a pesquisa, isso mostra que, os brancos são mais abordados por estarem sobre motos do que por sua aparência, uma vez que a polícia identifica esse meio de transporte como o favorito a ser usado pelos assaltantes em seus atos criminosos.

“O indivíduo preto ou pardo que está a pé é abordado pela cor da pele. E o branco, que costuma ser mais abordado quando está andando de moto, é abordado por estar de moto e não pela cor de sua pele. É mais um dado que corrobora o viés racial”, afirma a orientadora da pesquisa, Verônica Toste.

O título do estudo refere-se à “cor padrão” uma terminologia informal que já foi usada, e hoje está banida, na comunicação entre os policiais para se referir à cor da pele do suspeito quando ele é negro.

Racismo

Em sua pesquisa, o major Hirakawa percebeu que as atitudes racistas adotadas pelos policiais do Segurança Presente não são apenas fruto de uma cultura interna da polícia, mas são também demandadas pelos próprios moradores e comerciantes da região atendida pelo programa.

Segundo ele, a presença de pessoas pobres, de periferia e negras causa incômodo a muitos moradores de áreas como o Recreio, área majoritariamente povoada por pessoas de classe média e classe média alta.

“Nessas áreas, você não vê um carro de luxo sendo parado, não é o comerciante que vai sofrer a revista policial. São sempre essas pessoas [consideradas pelos moradores e comerciantes] como indesejáveis. E o indesejável quem determina não é a polícia. Quem determina é o morador. O próprio policial, às vezes, é conterrâneo do indesejável. O que difere ali é que ele está representando o Estado, fardado”, destaca Hirakawa.

Em seu estudo, o major cita o exemplo de um grupo de jovens de periferia que se reuniu na praia do Recreio para soltar pipa e, por pressão dos moradores do bairro, a situação acabou se tornando um caso de polícia.

“Isso virou um grande incômodo. Não demorou muito e eles já estavam aliando o pessoal que estava no festival de pipa a pessoas que roubam e a furtos em casas. E não tinha ligação lógica nenhuma. O policial acabou sendo forçado a atuar contra esses eventos”, disse.

Polícia

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que, em todos seus cursos de formação e aperfeiçoamento de praças e oficiais, há disciplinas como direitos humanos, ética, direito constitucional e leis especiais.

“A questão racial perpassa, de forma muito incisiva, por todas essas doutrinas na formação dos quadros da corporação. Internamente, a Polícia Militar do Rio de Janeiro tem feito a sua parte para enfrentar o desafio do racismo estrutural ao longo de mais de dois séculos. Foi o primeiro órgão público a oferecer a pretos uma carreira de Estado e hoje mais de 40% do seu efetivo é composto por afrodescendentes.”

A PM destacou inclusive ter tido comandantes negros nos últimos 40 anos.

Ginástica rítmica: Brasil luta por 2 pódios em etapa do Uzbequistão


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Pela primeira vez na história, o Brasil terá duas atletas em finais de aparelhos de uma etapa da Copa do Mundo de ginástica rítmica. A partir das 4h (horário de Brasília) deste domingo (16), Bárbara Domingos e Maria Eduarda Alexandre vão lutar pelo pódio em Tashkent (Uzbequistão), nas provas de fita e arco, respectivamente. As finais terão transmissão ao vivo no Canal Olímpico do Brasil. 

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O sábado (14) foi especial para a curitibana Babi Domingos, de 23 anos. Além de se classificar para a final da fita na quarta posição (29.750 pontos), a ginasta conseguiu a inédita oitava colocação na prova individual geral, melhor resultado do país na prova. O ouro ficou com a italiana Sofia Raffaeli (131.850), a prata com a uzbeque Takhmina Ikromova (126.250) e a alemã Margarita Kolosov (125.200) levou o bronze.

Babi Domingos vem emplacando feitos históricos para o país na ginástica rítmica. Na abertura da temporada, na etapa de Sófia (Bulgária), a brasileira se tornou a primeira atleta da América Latina a subir ao pódio no torneio, ao conquistar o bronze na fita. Também este mês, faturou o ouro na prova da fita do Grand Prix da França. 

Estreante na competição, Duda Alexandre, de 15 anos, também tem chance de subir ao pódio neste domingo (16). A ginasta avançou à final do arco com a oitava posição (31.240 pontos). 

Duda Alexandre - ginástica rítimica - Uzbequistão - etapa a copa do mundo - em 14/04/2023

A paranaense Duda Alexandre, de 15 anos, disputa o pódio da prova de arco neste domingo (16), a partir das 4h (horário de Brasília) – CBginástica/Divulgação

De olho em Paris 2024

Para garantir uma vaga na competição por equipes nos Jogos de Paris (França) – serão 14 conjuntos (com cinco ginastas cada) –  o Brasil terá de disputar uma das cinco vagas disponíveis no Campeonato Mundial da modalidade, entre 23 e 27 de agosto, em Valência (Espanha). Caso não consiga, terá uma última chance de classificação se for campeão no Campeonato Pan-Americano, previsto para abril ou maio de 2024.

A disputa individual de Paris terá 24 ginastas, com limite de duas representantes por país. O Mundial de Valência distribuirá 14 vagas, enquanto o Campeonato Pan-Americano premiará a atleta campeã.

O Brasil nunca conquistou medalhas na ginástica rítmica em Olimpíadas. O melhor desempenho individual foi o 23º lugar de Natália Gaudio, na Rio 2026. Na disputa por equipes, o país alcançou duas vezes a oitava posição, nas edições de 2000, em Sydney (Austrália), e 2004, em Atenas.