Brasil quita dívida com fundo de infraestrutura do Mercosul


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O Brasil poderá receber recursos para investir em infraestrutura e integração regional no Mercosul. Os Ministérios das Relações Exteriores e do Planejamento e Orçamento informaram nesta quarta-feira (19) que quitaram as dívidas do Brasil com o Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), que totalizavam R$ 500 milhões.

Segundo as duas pastas, o pagamento das dívidas permitirá que o Brasil acesse R$ 350 milhões para financiar projetos em municípios brasileiros em regiões de fronteira com os países do Mercosul. O fundo fornece recursos para projetos em áreas como infraestrutura urbana, segurança, saneamento básico e saúde.

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Criado em 2004, o Focem financiar programas que reduzem a diferença de infraestrutrura dentro do Mercosul e desenvolvem a competitividade dos países do bloco, beneficiando regiões menos desenvolvidas. Destinados aos países, os recursos do fundo são entregues em caráter de doação não reembolsável para financiar até 85% do valor elegível apresentado pelos membros do bloco.

O Planejamento não informou o valor de dívidas com organismos internacionais pago desde o início do ano. No último dia 10, quando o governo completou 100 dias, a pasta apresentou um balanço segundo o qual R$ 526 bilhões haviam sido quitados, equivalente a pouco mais de 10% da dívida de US$ 4,806 bilhões no início do ano.

No ano passado, o gabinete de transição informou que havia cerca de R$ 5 bilhões de dívidas do governo brasileiro com organismos internacionais. No fim de dezembro, o Itamaraty recebeu R$ 4,6 bilhões, que foram convertidos em restos a pagar para 2023.

AGU defende extinção de ação sobre correção do FGTS


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A Advocacia-Geral da União (AGU) defendeu no Supremo Tribunal Federal (STF) a extinção da ação que questiona o uso da Taxa Referencial (TR) para fazer a correção das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O caso será julgado amanhã (20) pela Corte.

Na manifestação enviada nesta quarta-feira ao STF, a AGU argumenta que as leis 13.446/2017 e 13.932/2019 estabeleceram a distribuição de lucros para os cotistas. Segundo órgão, as contas passaram a ser corrigidas com juros de 3% ao ano, o acréscimo da distribuição, além da correção pela TR. Por isso, não deve prosperar o argumento de que a remuneração dá prejuízo aos trabalhadores. 

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“A alteração legislativa mencionada atinge o núcleo do objeto, porque já não é mais possível afirmar, a partir dela, que a remuneração do correntista seja aquela indicada na petição inicial, que o autor entende inadequada.”

O Supremo vai julgar uma ação protocolada pelo partido Solidariedade. Os ministros podem determinar que os valores nas contas do FGTS deveriam ter sido corrigidos sempre pela inflação, e não pela Taxa Referencial (TR), como ocorre desde o início dos anos 1990. A ação tramita desde 2014. 

Desde 2019, o andamento de todos os processos sobre o assunto está suspenso em todo o país por decisão do ministro Luís Roberto Barroso, relator do assunto no Supremo. Ele tomou a decisão depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, em 2018, depois de receber milhares de recursos, unificar o entendimento e manter a TR como índice de correção do FGTS, em decisão desfavorável aos trabalhadores.

“Primeiro racismo foi contra indígenas”, aponta pesquisador


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“O primeiro racismo foi contra indígenas. Depois é que chegaram [ao país] os negros”, que também se tornaram alvo do preconceito e da discriminação. Foi dessa forma que o doutor em educação Aly Orellana resumiu a história dos povos originários do Brasil, ao participar de uma roda de conversa que integra a programação preparada pelo Museu das Culturas Indígenas para o Dia dos Povos Indígenas, celebrado hoje (19).

Conforme mencionou Orellana, amazônida de origem guarani, uma das principais questões em pauta, atualmente, no que diz respeito a indígenas, é a revisão do Estatuto do Índio. Como se sabe, o dispositivo está em vigor desde 1973, ano em que a ditadura militar já estava em curso no país, como destacou o pesquisador e educador. “Tem muita coisa ainda a ser efetivada, implementada”, afirmou no evento.

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Também em virtude do que é celebrado nesta quarta-feira, o Ministério dos Povos Indígenas anunciou a criação de dois grupos para debater e propor ações de proteção à parcela sob cuidado da pasta, sendo um deles responsável pela análise do estatuto. O grupo será formado por juristas e irá desenvolver a tarefa ao longo de 180 dias.

Outro foco de tensão citado na roda de conversa do museu foi o fato de que, apesar de muitos povos indígenas já terem concluído o processo de demarcação de suas terras, isso não tem garantido sua segurança. Há povos que habitam desde a Amazônia até o litoral e casos em que lideranças sofrem ameaças de pessoas com interesse em explorar recursos de seus territórios, legal ou ilegalmente.

Na Terra Indígena (TI) Jaraguá, onde há seis aldeias guarani, há relatos de intimidações de invasores a lideranças, que já enfrentam outras dificuldades, como restrições ou mesmo o fim de atividades comuns à sua cultura e ao seu modo de viver, como a pesca, a coleta de alimentos e a roça. Para o cacique da Tekoa Yvy Porã, da TI Jaraguá, Márcio Bogarim, fica nítido o efeito que a destruição de sua cultura provoca em seu povo. “A gente sofre depressão por causa disso, principalmente os jovens. É pisar fora da aldeia e não é aceito”, desabafou. “Para muitos, é doloroso, tanto que poucas pessoas do território falam disso.”

“Vai dando aquela impressão de que o povo indígena foi morar ali depois que a cidade já está formada. Na verdade, a realidade é outra: é a cidade que vai avançando”, acrescentou ele, constatando uma verdade que os registros históricos sobre a capital paulista trazem.

Bogarim pontuou, ainda, que o que acontece fora das aldeias também tem impacto sobre eles, como os ataques a escolas que vêm sendo noticiados. Ele contou que, quando sofreu ameaças, recebeu a recomendação, por parte de autoridades do governo, de que deveria de afastar da aldeia e “esperar [a situação] acalmar” quando sua expectativa era de oferecerem proteção. “Todo tipo de violência nos afeta”, afirmou, destacando que as aulas na escola guarani, que conta com cerca de 300 alunos, foram suspensas. “A violência da cidade acontece também muito dentro do território e parece que o nosso povo sofre mais. Por ser indígena, sofre mais repressão da polícia, preconceito das pessoas que não conhecem nossa cultura. Parece que tudo é mais forte.”

Dólar sobe para R$ 5,08 com exterior e repercussões sobre arcabouço


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Em sessão de nervosismo no mercado financeiro, o dólar voltou a fechar acima de R$ 5. A bolsa de valores caiu para o menor nível em nove dias.

O dólar comercial fechou esta quarta-feira (19) vendido a R$ 5,087, com alta de R$ 0,111 (+2,23%). A cotação operou acima de R$ 5 durante toda a sessão, até fechar na máxima do dia.

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A moeda norte-americana está no maior nível desde 30 de março, quando tinha fechado a R$ 5,09. Com o desempenho de hoje, a divisa, que caía mais de 2% em abril, acumula queda de apenas 0,22% no mês. Em 2023, a moeda cai 3,66%.

No mercado de ações, o dia também foi marcado por tensões. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 103.913 pontos, com queda de 2,12%. O indicador está no patamar mais baixo desde o último dia 10.

Fatores internos e externos contribuíram para a turbulência no mercado financeiro. No Brasil, os investidores reagiram ao envio do arcabouço fiscal ao Congresso. O texto trouxe mudanças em relação ao inicialmente anunciado pelo governo, como os contingenciamentos (bloqueios de verba) facultativos e a inclusão de despesas na lista de exceções não sujeitas ao limite de gastos, como gastos com precatórios (dívidas com sentença judicial definitiva).

No exterior, o dólar teve mais um dia de alta perante as principais moedas, após diretores do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) afirmarem que a inflação da maior economia do planeta continua alta e que não pouparão esforços para contê-la. No início de maio, o Fed fará uma nova reunião para decidir os juros básicos norte-americanos. Juros mais altos em economias avançadas estimulam a fuga de recursos de países emergentes, como o Brasil.

Agora, a Agência Brasil está dando as matérias sobre o fechamento do mercado financeiro apenas em dias extraordinários. A cotação do dólar e o nível da bolsa de valores não são mais informados diariamente.

Estudantes fazem passeata pela revogação do novo ensino médio em SP


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Estudantes fizeram nesta quarta-feira (19), na capital paulista, um protesto pedindo a revogação do novo ensino médio. O ato se concentrou em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, na região central e saiu em passeata, descendo pela Rua Augusta, até a Praça da República, no centro, onde fica a sede da Secretaria Estadual de Educação. Os jovens gritavam palavras de ordem e carregavam bandeiras e faixas.

Segurança e investimentos

Além da revogação do novo ensino médio, os estudantes reivindicam mais investimentos e segurança nas escolas. “A gente pode fazer o nosso currículo dos sonhos, mas nada vai adiantar se as nossas escolas não tiverem estrutura”, ressaltou União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (Umes), Valentina Macedo.

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Para ela, é necessário ainda medidas que evitem ataques como os que aconteceram nas últimas semanas. “O caminho para ter mais segurança nas escolas é os estudantes se sentirem mais acolhidos dentro dela. É ter apoio psicológico, ter mais funcionários nas escolas. Não é ter polícia nas escolas, é ter mais inspetor”, acrescentou.

Suspensão

A suspensão da implementação do novo currículo do ensino médio, anunciada no início de março pelo governo federal, foi uma vitória, na avaliação da presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas, Luiza Martins. “A gente vê isso [suspensão] como uma vitória, um grande passo, mas que não é suficiente para a nossa geração. A gente que a revogação imediata”, ressaltou.

Na avaliação dela, a nova estrutura, aprovada em 2017, mas que começou a entrar em vigor no ano passado, não promove uma formação adequada dos estudantes. “Ele [novo ensino médio] não cabe mais para a nossa juventude porque é um sistema que não faz a gente saber pensar. Eles estão tirando filosofia, sociologia, que são matérias importantíssimas para a formação do nosso senso crítico”, disse.

O Ministério da Educação (MEC) está preparando uma programação de consultas públicas, pesquisas e eventos para discutir a implementação do Novo Ensino Médio no país. O cronograma deve ser anunciado no próximo dia 24 de abril.

SP: Franco da Rocha tem 15 pontos de alagamento após fortes chuvas

Os impactos das fortes chuvas de dessa terça-feira (18) em Franco da Rocha, cidade da região metropolitana de São Paulo, ainda podem ser sentidos pela população nesta quarta-feira (19). De acordo com a prefeitura, choveu 116 milímetros (mm) nas últimas 24 horas. 

Hoje a Defesa Civil Estadual registra pelo menos 15 pontos de alagamento, nas seguintes vias: Professor Carvalho Pinto, José Roberto Rosa, Francisco Pessolano, Engenheiro João Batista Garcez, Expedicionários, Ernest Steinkopff, João Victor Júnior, calçadão Amália Sestini, Basílio Fazzi, Corypheu de Azevedo Marques, Benedito Fagundes Marques, Gentil Rocha, José Alves Ferreira Filho, Avenida dos Coqueiros e Marechal Gaspar Dutra.

A prefeitura destacou que trabalha na desobstrução e limpeza das vias centrais mais afetadas.

A escola estadual Azevedo Soares, que ficou alagada, passará por uma vistoria preventiva pelo Núcleo de Obras da Diretoria de Ensino de Caieiras. “A princípio não houve danos à unidade escolar”, informou a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Conforme previsto no calendário letivo, a escola terá hoje conselho de classe. 

Obras

Segundo a prefeitura, estão em andamento as obras de dois piscinões na bacia do Ribeirão Eusébio. A construção deve “amenizar o impacto das chuvas nos alagamentos no centro da cidade”. As obras estão sendo executadas pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE).

O governo municipal informou ainda que um terceiro piscinão está em fase final de licitação e tem início de obras programado para este ano. Em fevereiro de 2022, 18 pessoas morreram em deslizamentos e desabamentos provocados por conta de fortes chuvas no município.

Caieiras

As chuvas de ontem também fizeram transbordar o Rio Juquery no município de Caieiras, também na Grande São Paulo, deixando alguns pontos de alagamento. Não há registro de desabrigados.

De acordo com a prefeitura, os locais atingidos foram: Rodovia Presidente Tancredo de Almeida Neves, na altura do km 35, que está fechada nos dois sentidos; Avenida Valdemar Gomes Marino, que se encontra bloqueada em um sentido; Rua João Dártora; Rua Santa Rita; e Rua Luiz Celso Berti.

“Os níveis da água ainda não baixaram, pois as cidades de Franco da Rocha e Francisco Morato ainda possuem alagamentos e o escoamento da água afeta diretamente Caieiras”, informou a prefeitura.

Previsão do tempo

A Defesa Civil Estadual informou que, para os próximos dias, o maior destaque fica por conta da sensação de frio na quinta-feira e na sexta-feira. Não há indicativo de chuvas fortes, apenas garoa em pontos isolados de áreas mais serranas.

Na capital paulista, o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da prefeitura de São Paulo, informou que ontem foi o dia mais chuvoso de um mês de abril em seis anos. Choveu 38,1 mm em média na cidade. Esse volume representa 60,4% da média do mês, que é de 63,1mm.

Para os próximos dias, a capital deve receber a primeira massa de ar frio e seco mais intensa do outono. Com isso, as noites e madrugadas ficam com temperaturas mais baixas.

Amanhã, o dia será ensolarado e com tempo seco, com sensação de frio, principalmente no início e no fim do dia. Os termômetros oscilam entre a mínima de 12 graus Celsius (°C) e a máxima de 21°C. Na sexta-feira (21), feriado de Tiradentes, os termômetros oscilam entre 10°C e 22°C.

Juristas defendem acesso da família a provas no caso Marielle 


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Dois juristas ouvidos pela Agência Brasil consideraram positiva a decisão judicial que garante o acesso de parentes de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes ao inquérito policial que investiga quem são os mandantes do duplo assassinato, ocorrido em 2018. Nessa terça-feira (18), a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu permitir o acesso da família a provas já obtidas e documentadas no inquérito, revertendo uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que impedia esse acesso.

As famílias entraram com um pedido para ter acesso às provas do inquérito, decretado como sigiloso, sob a alegação de que há uma lentidão na investigação.

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Os ministros do STJ consideraram que é aplicável, às famílias das vítimas, a Súmula Vinculante 14 do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo a qual é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova já documentados em procedimento investigatório.

A advogada criminal e professora convidada da Fundação Getulio Vargas (FGV) Maíra Fernandes acredita que os parentes de vítimas têm “todo o direito de acompanhar as investigações”.

“As autoridades de modo geral acham salutar esse acompanhamento [da família das vítimas], que não causa prejuízo às investigações, ao contrário. De modo geral, contribui para a elucidação dos fatos. Lembro de diversos casos que acompanhei o inquérito como advogada da vítima ou de familiares das vítimas de mais diversos crimes e nem foi preciso decisão judicial para tanto. Fiz um pedido de acesso ao inquérito, demonstrando que era advogada da vítima ou da família da vítima e o acesso foi deferido sem questionamentos”, destaca Fernandes.

Segundo ela, a decretação de sigilo das investigações não deveria ser motivo para restringir acesso da família ao que está sendo apurado.

“O acesso deve ser permitido mesmo em casos de decretação de sigilo, que se estenderá aos advogados de familiares da vítima. Assim, da mesma forma que os patronos dos investigados, os policiais, os membros do MP que tiverem acesso aos autos, também os advogados dos familiares das vítimas deverão manter sigilo sobre todas as informações constantes dos autos”, afirma a professora da FGV.

Para o juiz de direito e professor de processo penal da Universidade Federal Fluminense (UFF) André Nicolitt não haveria sentido em negar às famílias de Marielle e Anderson o acesso às informações do inquérito, uma vez que a intenção dessas pessoas é colaborar e não prejudicar as investigações. “E tampouco teria o condão de expor o suspeito, porque, o que consta, não existem ainda informações sobre essa autoria em relação aos mentores do crime.” 

Nicolitt, que é autor do livro Manual de Processo Penal, destacou que o STJ não considerou apenas a Súmula Vinculante 14 para sua decisão, mas também documentos internacionais importantes, como o Protocolo de Minnesota.

“É importante que as investigações que atentem contra os direitos humanos sejam levadas em transparência e eficiência. O Estado brasileiro tem todo interesse nisso”, afirma Nicolitt. “A decisão do STJ seguramente reforçará esse pensamento no meio jurídico brasileiro. Isso já vem sendo construído e, com essa decisão, num caso dessa relevância, representa um precedente importante para orientar futuros requerimentos nesse sentido.”

Durante o julgamento da questão, o promotor de Justiça Eduardo Morais Martins, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), posicionou-se contra o acesso por considerar que parentes das vítimas só poderiam atuar na fase processual (ou seja, depois do processo chegar à Justiça) e não na fase de inquérito policial.

Segundo o promotor, a participação de vítimas (e de integrantes da família) não é a mesma coisa que acesso aos autos. “A publicidade é regra no acesso no processo. Na investigação, o sigilo é muito importante, muitas vezes.”

Em sua sustentação oral contra o acesso às informações, Martins disse estar preocupado de que a decisão do STJ abra precedentes para outras situações. “Aquilo que for aqui decidido não está sendo decidido apenas para Marielle e Anderson. Está sendo decidido para todas as investigações do Brasil inteiro. Estaremos dizendo que todas as vítimas do Brasil inteiro podem ter acesso a dados sigilosos de investigação”, afirmou. “Isso aumenta consideravelmente o risco, em cada um desses casos, de vazamento de informações, de violações de sigilo de informações que são importantes para quem é investigado. Às vezes as pessoas são investigadas e não cometeram o crime.”

Para Maíra Fernandes, a determinação do STJ não criará uma “repercussão geral”, em que a decisão judicial é automaticamente vinculada a casos semelhantes. “Mas é claro que é uma decisão importante que poderá gerar precedentes para outros casos”, prevê.

Saúde indígena tem que ser encarada como prioridade, diz secretário


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O secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Ricardo Weibe Tapeba, afirmou, nesta quarta-feira (19), que a saúde indígena tem que ser encarada como prioridade pelo Estado brasileiro. Na data de hoje, é celebrado o Dia dos Povos Indígenas.

“Temos um passivo grande de infraestrutura e de logística. As equipes de saúde acabam atendendo, muitas vezes, em espaços improvisados. A falta de infraestrutura afeta a qualidade do serviço ofertado. Muitos territórios não têm acesso à água, saneamento, energia, internet”, disse o secretário, ao participar de seminário online promovido pelo Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz).

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Tabepa destacou o desafio de levar atenção especializada de média e alta complexidade para territórios como o do povo Yanomami, maior terra indígena do Brasil, com 10 milhões de hectares, mais de 380 aldeias e mais de 31 mil indígenas. “Não é possível mais a saúde indígena se limitar apenas à atenção primária. Os territórios demandam atenção especializada, [o] que seria, inclusive, mais vantajoso do que retirar indígenas para fora de suas terras.”

A médica e pesquisadora Ana Lúcia Pontes, que coordena as ações humanitárias para os Yanomami no Ministério da Saúde, lembrou que a tragédia sanitária vivida por esse povo é antiga e foi agravada nos últimos anos. “Antes da pandemia de covid-19, a situação das crianças Yanomami já era particularmente grave, com desnutrição e taxa de mortalidade infantil muito alta”, disse Ana Lúcia. “Entre 2018 e 2022, ocorreram 505 mortes de menores de um ano com desnutrição, doenças diarreicas, malária.”

Saúde lança Mês de Vacinação dos Povos Indígenas 


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O Ministério da Saúde lançou nesta quarta-feira (19), Dia dos Povos Indígenas, o Mês de Vacinação dos Povos Indígenas. Durante a cerimônia no Distrito Sanitário Indígena Minas Gerais Espírito Santo, em Teófilo Otoni (MG), o personagem Zé Gotinha recebeu, em ritual do povo Maxakali, um cocar. A imunização deve acontecer em todos os 34 Distritos Sanitários Indígenas, totalizando 898 territórios, numa tentativa de ampliar coberturas vacinais.  

Dados do ministério mostram que, nos últimos anos, para todas as vacinas do calendário, o índice de proteção entre a população indígena chegou a números classificados como preocupantes: 66% em 2019; 68% em 2020; 73% em 2021 e 53% em 2022. “A prioridade do Ministério da Saúde é recuperar os índices de vacinação e a proteção dos povos originários contra as principais doenças que podem ser prevenidas por vacinação”, informou o governo. 

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A previsão é que sejam aplicadas mais de 210 mil doses em todos os territórios indígenas. Após o término do Mês de Vacinação dos Povos Indígenas, em 14 de maio, a orientação da pasta é que os distritos sigam com as imunizações ao longo de todo o ano. Participam da ação, que integra a Semana Mundial de Vacinação, 2,6 mil profissionais da equipe multidisciplinar de saúde indígena e mais de 1,1 mil agentes indígenas de saúde e de saneamento. 

Os imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação que serão aplicados para atualização da situação vacinal dos povos indígenas são: 

– hepatite A e B; 

– penta (DTP/Hib/Hep B); 

– pneumocócica 10 valente; 

– VIP (Vacina Inativada Poliomielite); 

– VOP (Vacina Oral Poliomielite); 

– VRH (Vacina Rotavírus Humano); 

– meningocócica C (conjugada); 

– febre amarela; 

– tríplice viral (sarampo, rubéola, caxumba); 

– tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba, varicela); 

– DTP (tríplice bacteriana); 

– BCG; 

– HPV quadrivalente (papilomavírus humano); 

– influenza;  

– covid-19. 

O povo Maxakali, de acordo com o ministério, foi escolhido como anfitrião da cerimônia em razão da falta de condições para realização de práticas de saúde tradicionais em seus territórios nos últimos anos, bem como a vulnerabilidade da etnia diante das doenças imunopreveníveis. 

Sargento do Exército morre, no Rio, em confronto com a polícia


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A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou nessa terça-feira (18) uma operação para prender o sargento reformado do Exército, José Carlos Ferreira Junior, conhecido como Junior Gringo, envolvido com a milícia de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) e da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) realizaram investigação para verificar informações de inteligência relacionadas ao miliciano.

Ele foi localizado numa cobertura de luxo na praia do Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio, onde morava. Junior resistiu à abordagem e fez diversos disparos contra os agentes, que revidaram. Ele foi atingido e morreu no local.

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O criminoso era um dos líderes da quadrilha que explora áreas em São João de Meriti, como venda de botijões de gás e sinal de TV a cabo. O grupo paramilitar também cobrava propina do comércio da região semanalmente. Junior era investigado também por homicídios praticados na Baixada, incluindo de um policial militar.