Presidente Lula desembarca em Portugal para visita oficial


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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou nesta manhã em Lisboa para visita oficial ao país. É primeira viagem do presidente à Europa desde o início do seu terceiro mandato.

Os compromissos oficiais começam amanhã (22), quando o presidente participará de uma cerimônia de boas-vindas na Praça do Império, em frente ao Mosteiro do Jerônimo, e da deposição de flores junto ao túmulo do poeta português Luís de Camões, no interior do mosteiro. Na sequência, Lula tem encontro bilateral com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém.

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Em seguida, haverá almoço oferecido pelo primeiro-ministro Antônio Costa e, à tarde, ocorre a 13ª Cúpula Luso-Brasileira, no Centro Cultural de Belém, com a assinatura dos acordos bilaterais. Inicialmente os dois chefes de governo têm reunião reservada, seguido de uma plenária com as duas delegações.

De acordo com o Palácio do Planalto, serão assinados pelo menos 13 acordos e parcerias firmados com o governo português,  incluindo memorando de entendimento entre as agências espaciais do Brasil e de Portugal, entre as agências de cinema dos dois países para coprodução audiovisual e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com diversos ministérios do governo português.

Desde a posse, no dia 1° de janeiro deste ano, Lula realizou viagens oficiais à Argentina, Uruguai, Estados Unidos, China e Emirados Árabes Unidos.

Cresce adesão ao Dia Nacional de Defesa da Democracia no Brasil

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Comissão Arns de Direitos Humanos são as mais recentes entidades da sociedade civil a aderir ao movimento que visa criar no Brasil o Dia Nacional de Defesa da Democracia. O movimento foi lançado esta semana pelas nove instituições científicas e acadêmicas que integram a Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP) e está aberto à adesão de organizações em geral da sociedade civil.

Em entrevista à Agência Brasil, o secretário-executivo da ICTP, Fábio Guedes Gomes, informou que a proposta já conta com adesão de 74 sociedades científicas de várias áreas do conhecimento, além das nove instituições científicas, da ABI e da Comissão Arns. “Já são quase 90 instituições e a tendência é crescer porque essa é a primeira etapa do documento. Vamos agora para a coleta de mais signatários.

Fábio Guedes Gomes aposta na adesão da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (ABED), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “A tendência é que a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) vá colhendo mais adeptos”. O secretário-executivo destacou que, em primeiro lugar, é necessário que se demonstre a força e o interesse da sociedade civil. “Isso é importante porque a sociedade civil organizada precisa dar uma demonstração das preocupações que, hoje, o Brasil, de certa maneira, ainda tem em relação a um passado muito próximo nosso”. Lembrou que está na pauta do dia a defesa do estado democrático de direito e as ameaças que ele sofreu e que culminaram com o ataque à Praça dos Três Poderes, em Brasília, em janeiro deste ano.

Gomes salientou que é necessário que a sociedade civil exerça a prática de discutir, informar e conscientizar a população sobre o que significa a democracia brasileira. Ele acredita que deverá passar de 100 o número de entidades e instituições que apoiarão a proposta. De acordo com o documento assinado pelas entidades, a data objetiva celebrar a democracia e também repudiar a ditadura.

Datas

Em princípio, foram sugeridas duas datas para a celebração do Dia Nacional de Defesa da Democracia: 25 e 31 de outubro, ambas relacionadas a fatos que ocorreram em 1975. “Porque são datas bastante simbólicas”, afirmou Gomes. A primeira marca o assassinato do jornalista Vladmir Herzog; a segunda destaca a primeira grande manifestação nas ruas contra o Ato Institucional número 5, emitido pelo governo militar em dezembro de 1968. Foi também celebração ecumênica, entre cristãos de várias denominações e judeus, pelo jornalista assassinado nas dependências da polícia política.

O AI-5, como ficou conhecido, tinha 12 artigos. Esse decreto proibiu a garantia de habeas corpus em casos de crimes políticos, determinou o fechamento do Congresso Nacional, pela primeira vez desde 1937, e autorizou o presidente a decretar estado de sítio no país, por tempo indeterminado. Estabeleceu também a demissão de pessoas do serviço público, cassação de mandatos, confisco de bens privados e intervenção nos estados e municípios. Foi considerado o período mais duro do regime militar. A censura aos meios de comunicação se tornou costumeira e a tortura foi ação comum na ditadura.

Representantes

As universidades federais, representadas pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), aderiram ao movimento, bem como as universidades estaduais e municipais, por meio da Associação Brasileira de Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem), e também os institutos federais, através do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif). Houve adesão também dos secretários estaduais de Ciência e Tecnologia.

“Se fôssemos reproduzir por unidade e representatividade, alcançaríamos muito fácil a casa de 300 ou 500 instituições”. Fábio Gomes destacou ainda a importância de se levar a discussão para o Parlamento brasileiro. A ideia é que isso possa ocorrer até o final deste mês.

Para aderir ao movimento e definir no calendário qual será o Dia Nacional de Defesa da Democracia, estão sendo convidados também partidos políticos, coletivos, movimentos setoriais e associações representativas de categorias profissionais, entre outros grupos.

O formulário de adesão pode ser acessado pelo site.

Campanha Árvore da Sorte troca sementes por plantio de árvores

O projeto Árvore da Sorte, criado pela AGVIPP Projetos, da Bahia, e certificado pela Secretaria de Reformas Econômicas, do Ministério da Fazenda, vai trocar 2 milhões de sachês de sementes por 200 mil árvores plantadas. O criador do projeto Árvore da Sorte e presidente-executivo da AGVIPP, Luiz Cláudio Batista, informou à Agência Brasil que se trata de uma campanha de incentivo da venda de sachês de legumes, verduras e hortaliças para, em um primeiro momento, fomentar a agricultura familiar.

“As pessoas vão no site e fazem a aquisição de uma semente. Automaticamente, no próprio regulamento, quando ela faz esta aquisição, ela está doando ao próprio projeto, e nós iremos implantar as hortas comunitárias na Ilha de Itaparica, e vamos também fomentar hortas existentes em outros municípios brasileiros”, disse Batista.

A campanha tem autonomia para comercialização de 2 milhões de sachês de sementes. Para cada dez sachês vendidos, uma árvore será plantada. Com essa proposta, a meta são 200 mil árvores a serem plantadas. O projeto prevê também, por enquete popular, a realização de mutirões para limpeza de praias. Parte das árvores será plantada, a partir de julho próximo, no município baiano de Simões Filho, onde será feita uma reserva piloto do projeto, tanto em relação ao reflorestamento, como à questão das hortas.

Georreferência

Serão visitadas cidades em outros estados com o mesmo objetivo, buscando parcerias que queiram se unir à iniciativa. “Todo e qualquer plantio terá acompanhamento técnico, que será georreferenciado”, disse o idealizador do projeto. Destacou também que após o plantio, o município pode buscar obter crédito de carbono relativo ao volume de árvores que será plantado, criando, ao mesmo tempo, o conceito de reserva ambiental. Segundo Luiz Cláudio Batista, as espécies de árvores que serão plantadas atenderão aos biomas das regiões.

Informou ainda que além de colaborar com a sustentabilidade no Brasil, os participantes do projeto, sejam pessoas físicas ou empresas, concorrerão a prêmio de R$ 17 mil, na forma de uma motocicleta do ano. Batista salientou a importância de se investir no crescimento sustentável, no Brasil e no mundo, em sintonia com as diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a importância da preservação ambiental.

Mata Atlântica

Em dezembro do ano passado, a ONU reconheceu o Pacto Trinacional da Mata Atlântica como uma de suas dez Iniciativas de Referência da Restauração Mundial. O projeto envolve 300 organizações que objetivam preservar e restaurar o que restou da Mata Atlântica em países como Brasil, Paraguai e Argentina. Cerca de 700 mil hectares de terra já foram restaurados e o objetivo é proteger e reviver um milhão de hectares até 2030 e 15 milhões de hectares até 2050, área maior do que a de todo o Nepal, Grécia ou Nicarágua.

Essas organizações estão protegendo também espécies ameaçadas, como a onça-pintada e o mico-leão-dourado, assegurando o abastecimento de água para as pessoas e para a natureza, combatendo e criando resiliência à mudança climática e gerando milhares de empregos. A informação é do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Mais de 90% da floresta original da Mata Atlântica já foram destruídos, em razão, principalmente, da expansão da agricultura, da pecuária, da exploração madeireira e da urbanização.

Gastronomia e Cultura: Mercadão de SP tem programação especial

O Mercado Municipal Paulistano, conhecido como o Mercadão de São Paulo, está entre as opções de passeio para os paulistanos e turistas que visitam a cidade de São Paulo no feriado de Tiradentes, comemorado nesta sexta-feira (21). Os visitantes poderão contar, até o dia 23 de abril, das 10h às 16h, no Espaço de Eventos, com a terceira edição do Festival de Gastronomia e Cultura (FGC), que desta vez homenageia Portugal.

A cultura e as tradições da China e do Japão passaram nos meses anteriores pelo Mercadão.

O Festival de Gastronomia e Cultura tem entrada gratuita e é aberto ao público. No local haverá boxes de alimentação, apresentações artísticas e musicais e lojas de produtos típicos, entre outros atrativos.

Na programação gastronômica desta edição estão a PAME, padaria artesanal; a N2 Extreme Brasil, gelateria onde o cliente pode levar qualquer ingrediente para ser transformado em gelato; e a B.lem, a maior rede de padarias do Brasil, com raízes portuguesas.

No dia 22 de abril, data em que se comemora o descobrimento do Brasil, o Espaço de Gastronomia e Cultura do Mercadão será palco de uma experiência gastronômica exclusiva com os pratos do chef Vitor Sobral, do restaurante Tasca da Esquina, um dos mais tradicionais e premiados de São Paulo. O cardápio é composto por quatro pratos e uma sobremesa, que podem ser consumidos à vontade, por R$ 209,00.

Os ingressos para esta atração podem ser adquiridos pelo Sympla ou no dia do evento, mediante disponibilidade.

Serviço:

Festival de Gastronomia e Cultura – Edição Portugal

Mercado Municipal Paulistano – Mercadão

Rua da Cantareira, 306 – Centro Histórico de São Paulo

De 20 a 23 de abril

Horário: das 10 às 16h

Convite antecipado para o almoço com o Chef: Sympla

Pesquisa indica aceitação de vacinação infantil nas escolas

Uma pesquisa realizada com 2 mil mães brasileiras chegou a um percentual de 76% que consideram a escola como o lugar ideal para a vacinação infantil. O estudo foi realizado pela farmacêutica Pfizer e pelo Instituto Locomotiva e divulgado pouco antes da Semana Mundial da Imunização, que acontece entre 24 e 30 de abril. As respostas indicam que as mães gostariam de ser ajudadas pela escola a manter o calendário vacinal em dia.

Oito em cada dez mães concordaram com a frase “seria muito prático se a vacinação do/da meu/minha filho/filha pudesse ocorrer dentro da escola”, e, para 85%, “se houvesse a possibilidade de a vacinação ocorrer na escola a cobertura vacinal infantil poderia ser maior”.

A vacinação escolar é uma estratégia defendida por especialistas em imunização como um instrumento para elevar as coberturas vacinais, que estão em queda no país desde 2015. Com percentuais abaixo da meta que garante a imunidade de rebanho, doenças imunopreveníveis como o sarampo e a poliomielite podem reaparecer no país ou se espalhar com mais facilidade.

O questionário aplicado nas cinco regiões do país também mostrou que 81% das entrevistadas ficariam seguras com a vacinação dentro da escola se soubessem que ela seria realizada por profissionais de saúde qualificados. Segundo a pesquisa 91% das mães afirmam que provavelmente autorizariam os filhos a receber as doses na escola. Entre elas, três em cada quatro dizem que a decisão independeria, inclusive, do tipo de vacina ministrada.

Apostar na escola como fonte de informação e local de facilitação do acesso às vacinas está em linha com alguns problemas apontados pela própria pesquisa: 68% das participantes dizem que já se sentiram confusas sobre a imunização dos filhos, 39% já deixaram de vacinar por dificuldades de chegar aos postos e 56% relatam que, com as demandas do dia a dia, já acabaram esquecendo as datas de vacinação dos filhos.

As mães ouvidas consideram a falta de informação e conhecimento sobre a vacinação o principal obstáculo à vacinação. Para 17% das mães, a falta de confiança nas vacinas é uma das razões que atrapalha.

Desigualdades

O Distrito Federal começou a vacinar crianças acima de 6 anos contra a COVID-19

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

As entrevistas mostraram que metade das mães das classes A/B contam com algum tipo de acompanhamento que ajude a lembrar o dia de vacinar seus filhos, enquanto esse percentual é de apenas 25% para as mães da Região Norte. As nortistas, ao lado das mães negras e das mães das classes D/E são as que têm menos informação, assistência e acesso às vacinas.

As mães nortistas, por exemplo, são as que mais relatam com mais frequência já terem perdido um dia de trabalho para colocar a vacinação em dia. O pediatra Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), lembra que o Norte e o Nordeste são as regiões do país que apresentam os indicadores mais baixos de imunização infantil.

“É importante considerar o impacto da desigualdade social dentro desse cenário para que possamos buscar soluções que ajudem a transpor cada um dos obstáculos enfrentados pelas famílias na imunização de suas crianças”, afirma.

A diretora médica da Pfizer, Adriana Ribeiro, afirma que o objetivo da pesquisa é ajudar a aprofundar a avaliação sobre o cenário de queda nas coberturas vacinais, de modo que soluções mais efetivas possam ser encontradas.

“Sabemos que essa questão foi agravada pela pandemia, mas estamos falando de um problema multifatorial, complexo, influenciado por vários elementos, sejam eles sociais, econômicos, comportamentais ou de informação”, avalia a diretora médica. “Ao ouvir as mães, que em sua maioria são responsáveis diretas pelo gerenciamento da imunização de seus filhos, propomos a partir do estudo um olhar mais aprofundado desse cenário complexo, como forma de contribuir para a busca de soluções que realmente possam transformar a situação vacinal atual”.  

CMN simplifica sistema de pagamentos em moedas locais do Mercosul


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Mecanismo que permite transações em moedas locais entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML) foi simplificado e uniformizado. O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, nesta quinta-feira (20), uma resolução que barateia a utilização do sistema e amplia os tipos de instituições financeiras aptas a usar a ferramenta.

As instituições financeiras que operam o SML tiveram os procedimentos operacionais simplificados. Os mecanismos de controle das operações de crédito e do funcionamento do sistema foram padronizados. O CMN também autorizou que mais instituições financeiras operem no SML, oferecendo-o como produto adicional aos clientes das instituições autorizadas a operar em câmbio.

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“As atualizações têm potencial de promover a concorrência, reduzir o custo ao usuário final, melhorar a segurança, reduzir o tempo dos pagamentos, integrar o SML às inovações do sistema financeiro e contribuir para a eficiência supervisória do BC”, informou o órgão em nota.

Debate interno

Segundo o BC, a medida resultou de debate entre os técnicos do órgão, sem pedido do governo federal. “Não chegou nada para minha equipe”, disse o chefe-adjunto do Departamento de Assuntos Internacionais do BC, Marcelo Aragão. Ele afirmou que as novas regras tornaram mais atrativo para as instituições financeiras oferecer o SML nas transações entre os países do Mercosul.

Uma das principais mudanças, explicou Aragão, diz respeito à possibilidade de que todas as instituições que operam com câmbio possam fazer transações dentro do SML. Até agora, as transferências tinham de passar por uma “conta de liquidação”, que tinha um conceito confuso, segundo o técnico do BC.

Estabelecido por acordo entre os Bancos Centrais, o SML dispensa o contrato de câmbio e permite que uma das partes, geralmente o exportador, fixe o preço da mercadoria ou serviço na moeda de seu país. Tanto pessoas físicas como jurídicas podem usar o mecanismo. Isso elimina a exposição a riscos decorrentes de variações nas taxas de câmbio e estimula a integração econômica entre os países participantes.

Desde 2008, os SML de que o Banco Central brasileiro participa movimentaram cerca de R$ 50 bilhões. Os acordos são fechados de forma bilateral, portanto o BC precisa estabelecer um SML com cada país que adere ao sistema. O Congresso Nacional deve ratificar cada acordo bilateral.

A simplificação das transações comerciais entre Brasil e Argentina foi um dos objetivos anunciados na viagem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ao país vizinho, em janeiro. No entanto, segundo Aragão, o Banco Central discutia as mudanças no SML desde 2017.

Heloisa Buarque de Hollanda é eleita imortal da ABL


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A escritora Heloísa Buarque de Hollanda foi eleita nesta quinta-feira (20) para a Academia Brasileira de Letras (ABL) e vai ocupar a cadeira 30, vaga desde a morte da escritora Nélida Piñon, em dezembro  passado. A escritora e crítica cultural passa a ser a décima mulher eleita para a ABL.

A votação que elegeu a paulista com 34 dos 37 votos foi a primeira da Academia feita por urna eletrônica. O pintor e escritor Oscar Araripe teve 2 votos e houve um voto em branco.

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“Esse atual projeto de abertura da Academia me fascina. E isso não é nem o começo. Tem que ter mulher, negro, índio. Porque são excelentes também. Isso é o Brasil, a democracia. Eu estou muito feliz de chegar nesse  momento na Academia, com esse projeto de renovação, aos 84 anos”, destacou Heloísa, em nota da ABL.

A cadeira 30 tem como fundador o contista Pedro Rabelo, como patrono o jornalista e romancista Pardal Mallet, e teve como titulares o advogado Heráclito Graça, o médico Antônio Austregésilo e o ensaísta, filólogo e lexicógrafo Aurélio Buarque, além de Nélida Piñon.

Feminista

Uma das principais vozes do feminismo brasileiro, considerada a maior intelectual pública do país, Heloísa Buarque de Hollanda é formada em letras clássicas pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), com mestrado e doutorado em literatura brasileira na UFRJ e pós-doutorado em sociologia da cultura na Universidade de Columbia, em Nova York. É diretora do Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC-Letras/UFRJ), onde coordena o Laboratório de Tecnologias Sociais, do projeto Universidade das Quebradas, e o Fórum M, espaço aberto para o debate sobre a questão da mulher na universidade.

Seu campo de pesquisa privilegia a relação entre cultura e desenvolvimento, área em que se tornou referência, dedicando-se às áreas de poesia, relações de gênero e étnicas, culturas marginalizadas e cultura digital. Nos últimos anos, vem trabalhando com o foco nas produções das periferias das grandes cidades, no feminismo, bem como no impacto das novas tecnologias digitais e da internet na produção e no consumo culturais.

Entre os livros publicados, destaca-se a histórica coletânea “26 Poetas Hoje”, de 1976, que revelou uma geração de poetas “marginais” que entrou para a história da literatura brasileira, como Ana Cristina Cesar, Cacaso e Chacal. Essa antologia é considerada um divisor de águas entre uma poesia canônica e uma poesia contemporânea e performática. Segundo a autora, o livro causou furor na época.

“Em tempos de censura e de repressão, plena ditadura, no ano de 1976, em uma época batizada por Zuenir Ventura de vazio cultural, publiquei uma antologia que causou furor, avaliou Heloísa em nota.

A ABL destaca que livro 26 Poetas Hoje trazia a atmosfera coloquial e irreverente que marcaria a década de 1970, também chamada de geração mimeógrafo ou geração marginal. Eram poetas que estavam à margem do circuito das grandes editoras e que produziam seus livros de maneira artesanal, em casa, em pequenas tiragens vendidas em centros culturais, bares e nas portas dos cinemas. O livro foi uma resposta direta aos anos de chumbo e se tornou um clássico da poesia brasileira, referência incontornável para escritores e leitores de poesia.

Heloísa Buarque de Hollanda publicou também: Macunaíma, da literatura ao cinema; Cultura e Participação nos anos 60; Pós-Modernismo e Política; O Feminismo como Crítica da Cultura; Guia Poético do Rio de Janeiro; Asdrúbal Trouxe o Trombone: memórias de uma trupe solitária de comediantes que abalou os anos 70; entre outros.

Desembargador do caso Tacla Duran pede afastamento da Lava Jato


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O desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), pediu nesta quinta-feira (20) afastamento da relatoria de processos da Operação Lava Jato.

Na decisão, o magistrado se declarou que suspeito para analisar os recursos de investigados na segunda instância. 

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A declaração ocorreu após Malucelli passar a responder nesta semana a um processo aberto pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para apurar se o magistrado descumpriu decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu a investigação envolvendo o advogado Rodrigo Tacla Duran, réu em um dos processos da Lava Jato.

Ao proferir uma decisão envolvendo Duran, o desembargador foi acusado de ter relações pessoais com a família do senador Sergio Moro (União-PR), fato que o impediria de analisar o caso.

“Ante a ocorrência de circunstâncias posteriores à data em que assumi os processos oriundos da presente operação, em trâmite junto ao Juízo Federal da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR e que se relacionam com a integridade física e moral de membros da minha família, declaro minha suspeição superveniente, por motivo de foro íntimo, para atuar neste e em todos os demais processos relacionados por prevenção, a partir desta data”, argumentou Malucelli.

Acusação

No mês passado, durante audiência com juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal em Curitiba, Tacla Duran disse que foi alvo de perseguição por não aceitar ser extorquido durante o processo em que é réu.

Duran disse que foi procurado por uma pessoa que atuou como cabo eleitoral da campanha Moro e um advogado ligado à esposa dele, Rosangela Moro, que teria oferecido um acordo de delação premiada durante as investigações.

A partir das menções, Appio decidiu enviar o caso ao Supremo, tribunal responsável pela análise de questões envolvendo parlamentares com foro privilegiado.

Após a divulgação do depoimento, o senador Moro disse que não teme qualquer investigação: “desde 2017 [Tacla Duran] faz acusações falsas, sem qualquer prova, salvo as que ele mesmo fabricou”.

Ministério da Saúde reafirma segurança de vacinas contra covid-19


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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, desmentiu, nesta quinta-feira (20), conteúdos de desinformação sobre as vacinas Astrazeneca e Janssen contra covid-19. Notícias falsas afirmam que o imunizante foi banido no Brasil e condenam os imunizantes. “Esse episódio eu classifico como uma fake news. Na verdade, não há nenhuma recomendação de não uso dessas vacinas. Ao contrário, são vacina eficazes”.  

Nísia Trindade esclarece que houve uma recomendação do Ministério da Saúde para que elas sejam usadas na população que tem a partir de 40 anos. “Nesse momento, eu reafirmo o que o ministério tem dito: todas as vacinas que tiveram a autorização de uso ou registro definitivo, que é o caso da vacina Astrazeneca, são vacinas que oferecem segurança e que nós indicamos a uma faixa etária onde há menos chances de eventos adversos, que são raros, mas isso é feito sempre considerando os momentos de uma epidemia e as vacina disponíveis. É uma prática que não tem nada de excepcional.” 

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A declaração foi dada a jornalistas, durante a divulgação do relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em Brasília, que aponta redução na vacinação de crianças entre 2019 e 2021. 

Importância da vacinação 

A ministra lembrou que todas as vacinas contra a covid-19 usadas no Brasil foram fundamentais para redução da hospitalização e do número de mortes pela doença.  E destacou a “importância da vacinação em todas as faixas etárias, tal como preconizamos a vacinação infantil. A vacinação seguindo o calendário definido pelo Ministério da Saúde”, finalizou a ministra. 

Fiocruz 

Em nota divulgada em 14 de abril, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) veio a público desmentir informações falsas que circulam há dias em redes sociais sobre Nota Técnica publicada pelo Ministério da Saúde, em dezembro de 2022. “Com a publicação da Nota Técnica em questão [do Ministério da Saúde], as vacinas de vetor viral, que incluem o imunizante produzido pela Fiocruz, passaram a ser recomendadas preferencialmente para pessoas acima de 40 anos. Não há, portanto, contraindicação ou proibição para o uso desta vacina para a faixa etária de 18 a 40 anos. O Ministério poderá voltar a recomendar a vacina para essa faixa etária no futuro, se assim considerar necessário”. 

Coletivos negros fazem ato contra ex-atleta que agrediu entregadores

Coletivos negros e movimentos sociais do Rio de Janeiro realizaram nesta quinta-feira (20) um ato de resistência contra o racismo no país. Mais de 80 organizações cobraram a prisão da ex-jogadora de vôlei de praia, Sandra Mathias Correia de Sá, 53 anos que agrediu os entregadores de aplicativo, Max Ângelo e Viviane Maria, no bairro de São Conrado, zona sul do Rio de Janeiro, onde os dois trabalhavam.

Em manifesto, organizadores reafirmaram “legado de resistência, luta, produção de saberes e de vida”. 

“Historicamente, seguimos enfrentando o racismo, que estrutura a sociedade e produz desigualdades que atingem principalmente nossas existências. Durante os quase quatrocentos anos de escravização e desde o início da República, somos alvo de violações de direitos, do racismo, da discriminação racial, da violência e do genocídio”.

Em outro trecho, o documento ressalta que a história exige da população negra brasileira e de toda a diáspora africana ações articuladas para o enfrentamento ao racismo, ao genocídio e às desigualdades, injustiças e violências derivadas desta realidade.

“Esta unidade de luta negra se reúne em defesa da vida, do bem viver e de direitos arduamente conquistados na resistência e luta do povo negro pobre e da classe trabalhadora, irrenunciáveis e inegociáveis, seguiremos honrando nossas e nossos ancestrais, unificando em luta toda a população afro e demais membros da classe trabalhadora, por um futuro livre de racismo”.

Agressões

No dia 9 de abril, Sandra agrediu violentamente os entregadores em São Conrado, perto de onde ela mora. As imagens gravadas mostram a ex-atleta desferindo socos em Max e puxões fortes na camisa dele. Na cena mais forte, a mulher deu chicotadas no trabalhador usando a guia do cachorro dela. Em seguida, ele se esquiva e tenta se afastar. Depois, Sandra retornou e deu tapas e socos na entregadora Viviane Maria Souza.

A ex-atleta, se apresenta nas redes sociais como nutricionista e dona de uma escola de vôlei de praia no Leblon. No depoimento à polícia na última segunda-feira (17), Sandra disse ter sofrido preconceito de gênero e negou racismo. Max negou a versão da mulher.

O caso foi registrado como lesão corporal e injúria simples. Segundo a delegada responsável pelo inquérito, ainda não há elementos suficientes para que o caso seja caracterizado como injúria racial. A polícia investiga se também houve o crime de injúria racial, que tem tratamento jurídico do racismo e pena de dois a cinco anos. A delegada ainda ouvirá outros três depoimentos.