Sul da Bahia volta a ser atingido por chuvas fortes


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O ministro Waldez Góes, da Integração e do Desenvolvimento Regional, assina, nesta segunda-feira (24), ordem de serviço para construção de moradias em Itabuna, no sul da Bahia.

Serão investidos mais de R$ 82 milhões nas obras, que incluem a construção de dois parques lineares às margens do Rio Cachoeira.

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Cidades do sul e extremo sul da Bahia vêm sofrendo com temporais e alagamentos. Há um ano, mais de 20 pessoas morreram e mais de 30 mil ficaram sem ter onde morar.

Neste ano, os problemas se repetem e preocupam a população local.

No feriado de Tiradentes, a chuva voltou a atingir o litoral sul do estado. Também houve deslizamentos de terra e alagamentos nas cidades de Ilhéus e Santa Cruz de Cabrália, que declarou estado de emergência.

De acordo com a Secretaria de Infraestrutura da Bahia, estradas e pontes foram interditadas.

A previsão do tempo continua indicando chuva intensa nos próximos dias na região.

Em caso de risco de desabamentos e enchentes, a Defesa Civil local pode ser acionada pelo telefone (73) 99922-4391. Já para emergências, é necessário ligar para o Samu no 192, e para os bombeiros no 193.

Hoje, antes da assinatura do documento, integrantes dos governos federal e da Bahia vão sobrevoar áreas atingidas pelas chuvas.

Palmeiras arranca empate com o Vasco em jogo movimentado


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Em partida muito movimentada no estádio do Maracanã, o Vasco chegou a abrir uma vantagem de dois gols, mas viu o Palmeiras se recuperar para fechar o placar com um empate de 2 a 2, na tarde deste domingo (23), em partida transmitida pela Rádio Nacional.

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Com o resultado o Verdão passa a ocupar a 3ª posição da classificação com quatro pontos, mesma pontuação do Cruzmaltino, que é o 4º colocado.

Empurrado por um Maracanã que contava com um público de 59.867 pessoas, o Vasco mostrou mais eficiência em jogadas de contra-ataque para abrir uma boa vantagem no confronto. Aos 28 minutos Jair lançou Alex Teixeira na esquerda. O meia-atacante então levantou a bola na área, onde Pedro Raul cabeceou para abrir o marcador.

Aos 39, Léo Piton se livrou da marcação com um belo drible e avançou até a linha e fundo, de onde cruzou para cabeçada de Pedro Raul. O goleiro Weverton defendeu parcialmente e Gabriel Pec marcou o segundo.

Mas o Palmeiras, que entrou em campo com uma equipe repleta de jogadores reservas, mostrou força e conseguiu descontar um pouco antes do intervalo com gol de cabeça de Rafael Navarro. O Verdão continuou insistindo e chegou à igualdade aos 17 minutos da etapa final com Artur.

Virada Colorada

O domingo iniciou com a vitória de 2 a 1 de virada do Internacional sobre o Flamengo. O Rubro-Negro abriu o placar com Gerson, mas Maurício marcou duas vezes para dar a vitória final do Colorado. Desta forma, a equipe de Porto Alegre ocupa a 5ª posição da classificação com quatro pontos. Já o time da Gávea é o 7º com três pontos.

Triunfo do Fortaleza

A vice-liderança do Brasileiro é do Fortaleza, que bateu o Coritiba por 3 a 0, em pleno Couto Pereira, com dois gols de Yago Pikachu e um de Silvio Romero.

Outros resultados:

Cruzeiro 1 x 0 Grêmio
Santos 0 x 0 Atlético-MG
Goiás 3 x 1 Corinthians

Ferroviária bate Ceará e assume liderança do Brasileiro Feminino


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A Ferroviária derrotou o Ceará por 2 a 0, neste domingo (23) na Fonte Luminosa, em Araraquara, e assumiu a liderança da Série A1 do Brasileiro Feminino. Com os três pontos as Guerreiras Grenás chegaram aos 21 pontos, mesma pontuação do Flamengo (que superou o Bahia por 1 a 0 no último sábado), mas com um melhor saldo de gols.

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Porém, o Corinthians pode assumir a liderança da classificação na próxima segunda-feira (24) caso derrote o Internacional no Beira Rio.

A vitória das Guerreiras Grenás teve um destaque, Laryh. A atacante abriu o placar aos 32 minutos do primeiro tempo, com finalização de calcanhar após chute de Day Silva. Ela voltou a superar a goleira adversária aos 30 minutos da etapa final em cobrança de pênalti.

Amanda artilheira

Já o Palmeiras recebeu o Atlético-MG na Arena Barueri e contou com o faro de gol de Amanda Gutierres para vencer por 3 a 1 e subir para a 4ª posição da classificação. A meio-campista abriu o placar aos 27 minutos do primeiro tempo com um chute de direita, ampliou a vantagem um pouco antes do intervalo e deu números finais ao marcador aos 10 da etapa final com uma cavadinha. No final Rafa descontou para as Vingadoras.

Sereias vencem

Em Cotia quem brilhou foi a norte-americana Jourdan, que marcou o gol da vitória de 1 a 0 do Santos sobre o São Paulo. Os três pontos deixaram as Sereias da Vila na 7ª posição da classificação, com 14 pontos.

Outros resultados:

Avaí 2 x 1 Grêmio
Real Brasília 2 x 0 Athletico-PR

Daniel Nascimento garante índice olímpico da Maratona


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O brasileiro Daniel Nascimento encerrou, neste domingo (23), a Maratona de Hamburgo (Alemanha) com o tempo de 2h07min06s, marca com a qual atingiu o índice olímpico da prova para os Jogos Olímpicos de 2024, que serão disputados em Paris (França).

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Além de correr abaixo do índice para os Jogos de Paris, que é de 2h08min10s, o brasileiro voltou a correr abaixo da marca exigida para participar da próxima edição do Mundial de Atletismo, que será disputado entre 19 e 27 de agosto em Budapeste (Hungria). Em prova disputada em Seul (Coreia do Sul), Daniel já havia se garantido no Mundial, pois completou a distância em 2h04min51, abaixo do índice de 2h09min40s.

Nos Jogos de Paris o Brasil pode ser representado na Maratona por até três atletas. Caso mais de três brasileiros alcancem o índice, aqueles com as três melhores marcas se classificarão, mas apenas após a confirmação da World Athletics (Federação Internacional de Atletismo).

Indígenas chegam em Brasília para o Acampamento Terra Livre

As delegações indígenas começaram a chegar neste domingo (23) a Brasília para a edição de 2023 do Acampamento Terra Livre (ATL), que ocorrerá de 24 a 28 de abril. O tema deste ano é “O futuro indígena é hoje. Sem demarcação, não há democracia!”.

Brasília 23/04/2023 (DF) - Povos de vária etnias chegando para o Acampamento Terra Livre 2023 na Esplanada dos Ministérios, o tema do acampamento “O futuro indígena é hoje. Sem demarcação não há democracia!”, a expectativa é reunir mais de seis mil indígenas no acampamento que acontece em Brasília, entre os dias 24 e 28 de abril.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Povos de várias etnias chegando para o Acampamento Terra Livre 2023 na Esplanada dos Ministérios. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

São esperados mais de 6 mil indígenas na capital federal para as atividades desta semana. Entre elas, plenárias e marchas pelas ruas de Brasília para protestar contra o projetos de lei considerados por eles como “anti-indígenas”. Um desses projetos, o Projeto de Lei 191/2020, permite a mineração em terras ancestrais dos povos indígenas. Além disso, durante toda semana estão previstas noites culturais.

Segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), organizadora do evento, o ATL reforça a importância da demarcação das terras indígenas no Brasil, paralisadas nos últimos quatro anos. A entidade destaca que mais de 200 terras indígenas estão na fila da demarcação da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Ao todo, 13 territórios estão com o processo em andamento, com a homologação a ser feita. Até o momento, cerca de 600 foram regularizadas.

Brasília 23/04/2023 (DF) - Povos de vária etnias chegando para o Acampamento Terra Livre 2023 na Esplanada dos Ministérios, o tema do acampamento “O futuro indígena é hoje. Sem demarcação não há democracia!”, a expectativa é reunir mais de seis mil indígenas no acampamento que acontece em Brasília, entre os dias 24 e 28 de abril.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Povos de várias etnias chegando para o Acampamento Terra Livre 2023 na Esplanada dos Ministérios. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O ATL é organizado pela Apib e construído em conjunto com suas sete organizações de base, sendo elas: Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), pela Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul), pela Articulação dos Povos Indígenas da Região Sudeste (Arpinsudeste), Comissão Guarani Yvyrupa, Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Conselho do Povo Terena e Assembléia Geral do Povo Kaiowá e Guarani (Aty Guasu).

O primeiro ATL foi em 2004 e, em 2022, reuniu mais de 8 mil indígenas, provenientes de 100 povos e de todas as regiões do país. Ao longo de dez dias de programação, os participantes do encontro abordaram pautas do movimento indígena. Também foi uma oportunidade de buscar fortalecer candidaturas de lideranças para concorrer a assentos no Congresso Nacional, já que era um ano eleitoral.

A programação completa do evento pode ser acessada no site oficial do Acampamento Terra Livre.

 

GSI divulga imagens do dia da invasão no Palácio do Planalto


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O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) divulgou, em seu site, arquivos das imagens das câmeras do circuito interno de segurança do Palácio do Planalto gravadas no dia 8 de janeiro de 2023. Nesse dia, centenas de manifestantes invadiram e vandalizaram a sede do Poder Executivo.

As imagens estavam sob sigilo por fazer parte de inquérito policial que investiga os ataques de 8 de janeiro, mas trechos delas foram divulgadas pela CNN na última quarta-feira (19). Na sexta-feira (21), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre os atos golpistas, determinou a quebra do sigilo das imagens para envio à investigação que está em andamento no STF. 

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O então ministro-chefe do GSI, general Gonçalves Dias, pediu demissão depois de aparecer nas imagens junto com outros funcionários da pasta, no momento em que os vândalos invadiam o Palácio. Pelo menos nove desses servidores foram identificados pelo próprio GSI. 

Imagens do Palácio do Planalto no dia dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

Imagens do Palácio do Planalto no dia dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. – Gabinete de Segurança Institucional/Reprodução

Alexandre de Moraes determinou que todos eles fossem ouvidos pela PF no prazo de 48 horas. A Polícia Federal (PF) está colhendo neste domingo (23) os depoimentos. Dias já prestou seu depoimento antes do fim de semana. 

Na última sexta-feira (21), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse, em entrevista, que os depoimentos à PF são importantes para apurar responsabilidades. 

“Imagens, sobretudo quando elas têm algum grau de edição, não são instrumentos que possam provar absolutamente nada. São instrumentos que as instituições que podem fazer a apuração devem utilizar, como outros, para identificar a responsabilidade de todos aqueles que aparecem”, disse o ministro. 

Padilha ressaltou que o ex-ministro Gonçalves Dias tem uma “biografia” de serviços públicos prestados nas Forças Armadas e na segurança da Presidência da República em outros governos. “Aquelas imagens, a priori, não desmontam essa biografia, mas é muito importante que ela sirva de instrumento, com outros, para que a apuração seja feita pela Polícia Federal e pelo Judiciário”. 

O ministro Padilha afirmou ainda que o presidente Lula solicitou ao ministro interino do GSI, Ricardo Capelli, que faça um raio-x dos servidores que estão hoje no GSI e que possam ter participado dos atos golpistas. 

Em nota divulgada no dia 19, o GSI, informou que os agentes estavam buscando evacuar o quarto e o terceiro piso para concentrar os invasores no segundo andar, onde foram presos depois da chegada da Polícia Militar do Distrito Federal.

Na nota, o GSI informou ainda que as ações dos agentes da pasta no dia da invasão estão sendo investigadas e, caso sejam comprovadas condutas irregulares, eles serão responsabilizados.

Imagens do Palácio do Planalto no dia dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

Imagens do Palácio do Planalto no dia dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. – Gabinete de Segurança Institucional/Reprodução

CPMI

Na entrevista de sexta-feira, o ministro Alexandre Padilha afirmou que o governo está aguardando a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro para montar sua estratégia.  

“O que eu sinto, tanto na Câmara quanto no Senado, desde o dia 8 de janeiro, é uma ampla maioria que rechaça os atos terroristas do dia 8. O Legislativo foi atacado, foi invadido, foi violentado. Quem praticou aqueles atos terroristas não queria reconhecer a eleição do presidente da República, mas também não queria reconhecer o papel do Congresso”. 

Segundo ele, a CPMI terá o papel de desmontar “uma teoria conspiratória absurda de que as vítimas” foram as responsáveis pelos atos terroristas. Padilha acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro de ser “responsável moral, espiritual e organizativo” pelos atos. O ministro disse que tanto a PF quanto a CPMI vão atrás daqueles que financiaram, planejaram e mobilizaram e também dos servidores que possam ter auxiliado os invasores dentro do Palácio do Planalto. 

Acordo Mercosul-UE pode ser fechado neste ano


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O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Elias, disse hoje (23) que o governo federal pretende fechar o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia neste ano.

Em entrevista em Lisboa, onde acompanha a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Elias afirmou que a intenção do Brasil é fechar o acordo ainda no primeiro semestre.

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“A expectativa é de que o acordo feche este ano, o mais rápido possível. Se possível, fecharíamos neste semestre, como é o nosso desejo”, disse.

Segundo o secretário, o governo brasileiro continua em contato com autoridades europeias para destravar as exigências que devem ser cumpridas pelo país e os demais integrantes do bloco.

Elias afirmou ainda que os entraves estão relacionados com exigências ambientais e da legislação trabalhista, que já são cumpridos pelo Brasil, mas precisam do aval de outros países para contar nas cláusulas do acordo comercial. 

“Estamos muito perto, mas para isso é preciso pensar globalmente. Temos várias questões que precisam ser tratadas. Nenhuma delas é intransponível. Por isso, o presidente Lula tem dito que nós vamos fechar o acordo”, completou.

*Com informações da TV Brasil.

Portugal quer colaborar para melhorar tratamento a brasileiros


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O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, disse neste domingo (23) que o governo de Portugal quer colaborar para melhorar o tratamento dado aos brasileiros que vivem naquele país.

Segundo o ministro, a retomada da reunião de cúpula entre os dois países marca o retorno do diálogo com o governo português para construção de formas de cooperação. “O governo português quer colaborar para que os brasileiros aqui tenham tratamento que merecem, tratamento digno e de respeito aos direitos humanos”, disse.

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De acordo com ele, o governo português demonstrou nas reuniões bilaterais que brasileiros não devem ser tratados como estrangeiros no país e que há “sentimento de parceria” para reconstrução de relações diplomáticas e comerciais.

“Há um déficit de diálogo de seis anos. Têm muitos problemas acumulados de algumas práticas de xenofobia, problemas com a educação, de tratamento, de diálogo. O interesse tanto do Brasil quanto de Portugal, que ficou evidenciado nestas reuniões, é de fazer correções e estreitar ainda mais nossos laços”, completou.

Almeida e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, se reuniram com representantes de movimentos sociais organizados por brasileiros em Lisboa. Os ministros estão na capital portuguesa como integrantes da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em viagem oficial ao país.

No encontro, os ministros receberam relatos de casos de xenofobia contra brasileiros, além de pedidos de melhorias no atendimento de embaixadas e consulados. Almeida e Macêdo também ouviram pedidos de ajuda financeira para migrantes em dificuldades.

A ministra da Promoção da Igualdade Racial, Anielle Franco, também compõe a comitiva na visita oficial e, assim como Silvio Almeida, tem tratado do tema. Ela afirmou que a rede de enfrentamento ao racismo à xenofobia contra brasileiros terá o apoio do consulado brasileiro e de autoridades portuguesas.

No sábado (22), entre os 13 acordos fechados com Portugal, o presidente Lula e os ministros assinaram um memorando de entendimento para troca de boas práticas na promoção e defesa dos direitos de pessoas com deficiência.

 

Central Única das Favelas distribui livros a bibliotecas comunitárias


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A Central Única das Favelas do Rio de Janeiro (Cufa Rio) está distribuindo mais de 150 mil livros para ampliar o acervo de mais de 100 bibliotecas comunitárias do estado. Neste domingo (23), Dia Mundial do Livro, data criada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), foram entregues volumes para cerca de 20 comunidades.

Os livros foram doados por uma empresa multinacional de varejo online. Eles seriam descartados para abrir espaço nos estoques da loja e acabaram sendo doados para a Cufa, a fim de que chegassem aos leitores de favelas fluminenses, segundo o presidente da Cufa Rio, Wellington Galdino.

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A distribuição começou em 1º de abril. A previsão é concluir a entrega dos livros nos próximos dias. Além das bibliotecas, os livros poderão ser usados em projetos literários das favelas.

“Além da capital, já foram livros para Caxias, Nova Iguaçu, São Gonçalo, Angra dos Reis, Paraty, Volta Redonda. O livro é um dos maiores meios de absorver conhecimento. É uma das coisas que mais despertam o raciocínio e a inteligência humanos”, afirmou Galdino, enquanto ajudava a carregar uma kombi, na sede da Cufa Rio, embaixo do viaduto de Madureira, com livros que seriam levados à comunidade do Faz-quem-quer, localizada perto dali.

Segundo Galdino, um dos focos principais das doações dos livros são as crianças. “A gente quer estimular a leitura, que é algo que vem se perdendo, por causa da internet e de várias outras distrações. Essa doação vem em boa hora e é muito importante a gente estimular a leitura dentro das favelas do estado”.

Além dos livros de ficção em língua portuguesa, foram recebidos muitos volumes de literatura em língua inglesa e também livros técnicos, como aqueles voltados ao estudo do direito.

Essas obras estão sendo separadas para públicos específicos que possam aproveitar melhor esse material.

Galdino explicou também que a Cufa Rio trabalha permanentemente com a doação de livros, distribuindo material para mais de 130 bibliotecas comunitárias cadastradas.

Caminhos da Reportagem percorre a Pequena África Carioca


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O programa Caminhos da Reportagem percorre a Pequena África Carioca, localizada na zona portuária do Rio de Janeiro. Batizada assim pelo compositor e artista plástico Heitor dos Prazeres, a região guarda a memória dos diferentes povos africanos que vieram para o Brasil e dos seus descendentes, que criaram espaços de resistência a partir da solidariedade, da religião e da música.

O marco zero desta história é o Cais do Valongo, que foi o principal porto de desembarque de africanos escravizados nas Américas, reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 2017 como Patrimônio Cultural da Humanidade. Por ali chegaram até um milhão de pessoas escravizadas.

Brasília (DF) - Caminhos da Reportagem - Célio Oliveira- resistência para manter viva a herança africana.  Foto: TV Brasil

Célio Oliveira- resistência para manter viva a herança africana. Foto: TV Brasil – Caminhos da Reportagem

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“Esse lugar tanto nos permite conhecer uma parte muito importante da história do país, como nos permite entender o presente e, construindo uma consciência, pensar um futuro em que não se perpetue essa desigualdade, que, no caso brasileiro, é fortemente marcada pelo dado racial”, afirma a professora de História da África na Universidade Federal do Rio de Janeiro Monica Lima.

Todo o complexo escravista da Colônia e do Império de 1774 a 1831 funcionou na região. Ao fazer uma obra na casa em 1996, a família Guimarães descobriu que morava em cima do cemitério dos Pretos Novos, onde eram enterrados os africanos que morriam antes de serem comercializados. A partir da descoberta, Merced Guimarães criou o Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), que mantém um museu, oferece oficinas e promove pesquisas. “Antes de achar o cemitério, eu achava que o Brasil não era racista. Depois que a gente encontrou esse cemitério, a gente viu que é terrivelmente racista, conta Merced”.

Brasília (DF) - Caminhos da Reportagem - Célio Oliveira, presidente do Filhos de Gandhi, integra o Comitê Gestor do Valongo.  Foto: TV Brasil

Célio Oliveira, presidente do Filhos de Gandhi, integra o Comitê Gestor do Valongo. Foto: TV Brasil – Caminhos da Reportagem

As pesquisas dos arqueólogos mostraram que os corpos eram jogados de qualquer maneira, tinham os ossos triturados, sem respeito pelos mortos. “É uma prova física, material de que a escravidão foi um crime contra a humanidade e que precisa de reparação”, afirma o historiador Claudio Honorato.

O IPN realiza circuitos guiados pelo território pelo menos duas vezes por semana, que no ano passado reuniram um total de 15 mil visitantes. Várias agências de turismo também oferecem o passeio. “Muita gente não faz ideia do que aconteceu aqui”, observa o turismólogo Rafael Moraes.

Descendentes

Após a abolição, descendentes de africanos continuaram chegando à região para trabalhar no porto, principalmente do interior do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e da Bahia. Os estivadores guardavam o sal nos trapiches aos pés da famosa Pedra do Sal, onde também se reuniam para trocar ideias e fazer música. O músico e geógrafo Walmir Pimentel considera a Pedra do Sal “o grande coração musical dessa chamada Pequena África”.

Brasília (DF) - Caminhos da Reportagem - Circuito de Celebração da Herança Africana no Cais do Valongo.  Foto: TV Brasil

Circuito de Celebração da Herança Africana no Cais do Valongo. Foto: TV Brasil – Caminhos da Reportagem

É também um local sagrado para as religiões de matriz africana, onde passaram a ser feitos rituais desde os primeiros terreiros de candomblé instalados na região. Músicos como João da Baiana, Pixinguinha, Donga e Heitor dos Prazeres moraram nos becos ao redor da Pedra e frequentaram também a casa da Tia Ciata, mãe de santo e quituteira, cujas festas foram fundamentais para o florescimento do samba carioca.

A bisneta de Tia Ciata, Gracy Mary Moreira, se dedica à preservação do legado familiar. Criou a Organização Cultural Remanescentes de Tia Ciata, que organiza rodas de samba, cortejos e blocos de Carnaval, entre outras atividades, “para mostrar o quanto o negro é poderoso, o quanto pretas e pretos fazem um trabalho maravilhoso. Tristeza todo mundo já conhece, mas não conhece a potência dessas pessoas na história do nosso Brasil”, diz Gracy.

Desde as obras de revitalização do porto, em 2011, empreendimentos imobiliários vêm sendo lançados na região. O território despontou como destino turístico e de lazer dos cariocas. Os restaurantes no Largo de São Francisco da Prainha são citados em revistas internacionais. A Roda de Samba da Pedra do Sal, que acontece toda segunda-feira, chega a reunir dez mil pessoas em feriados, de acordo com Pimentel, que é um dos organizadores do evento.

CAMINHOS DA REPORTAGEM; MÚSICA; TV BRASIL; IEMANJA; AFOXÉ FILHOS DE GHANDI

Afoxé filhos de GhandiI – Foto: TV Brasil – Caminhos da Reportagem

Para vários ativistas da região, entre eles o presidente do afoxé Filhos de Gandhi do Rio de Janeiro, Célio Oliveira, a gentrificação afeta os moradores. “A resistência está brigando para que a questão imobiliária não chegue aqui para dar um apagão novamente na história”. O afoxé foi criado na cidade em 1951 pela família Encarnação, que participou da fundação do Filhos de Gandhi em Salvador dois anos antes.

O descaso com os pontos de memória da Pequena África foi denunciado em ações de procuradores e defensores públicos contra a administração municipal e federal nos governos anteriores. Com a mudança nos rumos da política, o território ganhou visibilidade e o compromisso de preservação do patrimônio afro-brasileiro. Vários entrevistados do programa foram convidados a integrar o Comitê Gestor do Valongo, um órgão que monitora as ações no território e foi reativado em março.

“Eu acho que o cenário é positivo, é de desenvolvimento, é de potencialização de todos os lados. A gente tem todo um movimento negro contemporâneo olhando aqui para essa região, não só da cidade, mas do estado e do Brasil”, avalia Sinara Rúbia, diretora do Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira, o Muhcab.