Rio de Janeiro vai presidir Rede Global de Cidades Antirracistas


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O Rio de Janeiro vai presidir a Rede Global de Cidades Antirracistas, um grupo de cooperação entre cidades das Américas para tratar da igualdade racial.

A rede foi lançada em um evento, em Denver, nos Estados Unidos, e vai contar com a participação de 27 municípios do Brasil e 22 de outros países.

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O objetivo da iniciativa é promover políticas públicas de igualdade racial para beneficiar as populações negra, indígena, quilombola, cigana e tradicional de matriz africana, respeitando sempre a diversidade de cada região.

De acordo com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, a rede vai possibilitar que a luta antirracista passe do discurso à ação.

“Ao nos engajarmos em uma rede ampliamos as possibilidades de melhorarmos nossas cidades e nosso potencial de colaboração. Alcançar a igualdade racial é uma tarefa e uma missão para todos nós. Temos o dever de defender e construir o direito a cidade antirracista, tomando por base não só as desigualdades sociais, mas a perspectiva interseccional dessas desigualdades. Isso significa compreender a realidades das nossas diferentes populações a partir de variáveis fundamentais como a cor, a etnia e o gênero”, disse o prefeito.

A cidade do Rio de Janeiro será presidente do grupo até fevereiro de 2024, quando será realizada uma eleição para o colegiado.

O grupo fez sua primeira reunião para debater questões como fortalecimento da saúde pública, os desafios ambientais e o combate à desinformação.

* Estagiário sob supervisão de Tâmara Freire

Secretaria diz ao STF que cabe à PM informar sobre saúde de Torres


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A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Distrito Federal enviou há pouco um ofício ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual diz que cabe à Polícia Militar informar sobre o estado de saúde do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

A resposta foi enviada após o ministro Alexandre de Moraes pedir que a secretaria informe se recomenda a transferência de Torres para um hospital penitenciário.

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Segundo a secretaria, devido às prerrogativas de delegado de Polícia Federal, ele não está sob tutela do órgão, cabendo à PM prestar “qualquer auxílio” ao ex-ministro.

“Considerando o contexto narrado, informamos que não é possível a esta secretaria cumprir a determinação imposta, contudo ante à urgência do caso, demonstrada pelo exíguo prazo para resposta, encaminhamos ao comando-geral da PM do DF, orientando acerca da decisão e da necessidade de resposta a este Supremo.”, escreveu a secretaria.

Na mesma decisão em que pediu informações à secretaria,  Moraes determinou que seja informado se o Batalhão de Aviação Operacional da Policia Militar, onde Torres está preso, tem condições de garantir a saúde do ex-ministro. 

A decisão foi proferida após a defesa de Torres atribuir a “lapsos de memória” a entrega senhas inválidas do celular e do armazenamento em nuvem para a investigação da Polícia Federal (PF) que apura os atos golpistas de 8 de janeiro.

Torres está preso desde 14 de janeiro. O ex-ministro é investigado no inquérito do STF que apura sua suposta omissão na contenção dos atos golpistas de 8 de janeiro. Na ocasião, ele estava à frente da Secretaria de Segurança do Distrito Federal.

Justiça suspende prova de concurso público dos Bombeiros do Rio


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A Justiça do Rio de Janeiro determinou a suspensão da prova do concurso público para preencher cargos de soldado no Corpo de Bombeiros Militar porque o edital exigia entrega de exame de sorologia para HIV. A prova estava marcada para domingo (30). A decisão também ordena que o Estado do Rio de Janeiro e o Instituto Social de Desenvolvimento Universal (IUDS), organizador da seleção, reabram as inscrições do concurso pelo prazo mínimo de cinco dias.   

A decisão atende a pedido da 5ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania da Capital, com o apoio do Núcleo de Articulação e Integração. suprimindo-se a exigência de entrega do exame “A conduta da administração se revela desarrazoada e segregadora, em dissonância com o princípio da dignidade da pessoa humana”, destaca a magistrada na decisão.  

Ação civil pública

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A decisão atende a pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que ajuizou ação civil pública para que o estado e o IUDS suspendessem a exigência do exame de sorologia para HIV, contida no edital do concurso, e para que a prova fosse suspensa e as inscrições reabertas, uma vez que candidatos poderiam ter deixado de se inscrever devido à exigência. De acordo com o documento, a entrega do resultado do exame, como requisito obrigatório para a admissão dos candidatos aos cargos públicos em questão, trata-se de ato discriminatório e, portanto, inconstitucional.

Nesta quinta-feira (27), a 5ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania da Capital, obteve decisão liminar determinando a suspensão da exigência do exame, mas o pedido de suspensão do concurso e de reabertura das inscrições tinha sido negado. 

Cultura anuncia recursos para filmes dirigidos por mulheres estreantes


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A ministra da Cultura, Margareth Menezes, lançou, nesta sexta-feira (28), na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, edital para seleção de dez propostas de longas-metragens dirigidos por mulheres estreantes no audiovisual. Chamado de Ruth de Souza, o edital terá R$ 20 milhões em recursos, sendo R$ 2 milhões para cada filme selecionado.

De acordo com a ministra, além de ser uma homenagem à atriz Ruth de Souza, primeira artista negra a conquistar projeção na dramaturgia brasileira e primeira brasileira indicada a um prêmio internacional de cinema, o edital pretende promover, ampliar e estimular a participação de mulheres na direção de filmes brasileiros. A atriz Ruth de Souza morreu em julho de 2019, aos 98 anos.

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Segundo Débora Ivanov, que foi diretora da Agência Nacional de Cinema (Ancine) e agora está à frente do projeto +Mulheres Lideranças no Audiovisual Brasileiro, um estudo feito pela instituição demonstrou que a participação de mulheres em projetos de direção e de roteiro no cinema nacional é muito baixa.

Entre mais de 2 mil obras analisadas no estudo, mulheres foram responsáveis por apenas 20% do total produzido. “É preciso usar o poder do audiovisual para a mudança. E, para mudar a realidade nas telas, é preciso começar mudando a realidade por trás das telas. Em uma sociedade cada vez mais perpassada por imagens e sons, precisamos, com urgência, de uma produção mais diversa, que venha espelhar a realidade do mundo em que vivemos e quebrar esse ciclo vicioso que perpetua estereótipos e preconceitos. E o lançamento do Edital Ruth de Souza marca a retomada dessa pauta tão cara para nós”, disse Débora durante o evento.

Além de valorizar as cineastas, o projeto busca ampliar a participação de mulheres negras e indígenas no audiovisual. É por isso que o edital prevê que pelo menos três projetos escolhidos sejam de filmes dirigidos por negras e pelo menos dois, por mulheres indígenas.

“O Edital Ruth de Souza vai apoiar a produção de dez filmes, com aporte de R$ 2 milhões para cada filme, dois de cada região do Brasil. Estamos fazendo também um recorte de mulheres negras e mulheres indígenas porque há pouca oportunidade para que elas dirijam um longa-metragem. Esta é uma ação que visa potencializar a produção das mulheres cineastas do Brasil”, disse Margareth Menezes.

As inscrições são gratuitas e poderão ser feitas de 15 de maio a 14 de julho no portal Mapa da Cultura.

Cinemateca

Fachada da Cinemateca Brasileira, instituição responsável pela preservação da produção audiovisual brasileira, na Vila Clementino.

Cultura repassará R$ 74 milhões para recuperar  Cinemateca Brasileira, que ficou 16 meses fechada – Arquivo/Agência Brasil

Durante o evento de hoje, a ministra da Cultura anunciou também o repasse de R$ 24 milhões para a Cinemateca Brasileira. De acordo com a secretária de Audiovisual, Joelma Gonzaga, o aporte é 30% maior do que era garantido anteriormente à instituição.

A Cinemateca Brasileira guarda o maior acervo de filmes da América do Sul e é um importante instrumento para a preservação da memória do cinema e do audiovisual brasileiros.

Nos últimos anos, a Cinemateca Brasileira sofreu com enchentes, incêndios e um grande desmonte de sua estrutura. Isso agravou-se a partir de 2020, quando a instituição ficou fechada por um período de 16 meses, o que colocou em severo risco a preservação de seu acervo. “Um acervo precioso ficou sem acompanhamento técnico por 16 meses. Tudo foi trancado, sem que ninguém pudesse entrar. Um total de 45 mil títulos ficou sem nenhuma assistência nesse período”, reclamou a diretora-geral da Cinemateca, Maria Dora Mourão, que participou do evento de hoje com a ministra da Cultura.

Segundo Maria Dora, o trabalho de conservação está sendo retomado, mas a Cinemateca ainda não conta com a mesma estrutura que tinha antes da crise. “Hoje temos 80 colaboradores. Até o final deste ano, devemos chegar a 100. Antes da crise, tínhamos 150 técnicos e colaboradores.”

“Precisamos superar as dores da inundação e do incêndio que atingiram nossa memória do audiovisual em tempos recentes, com muito trabalho, programas, projetos e participação institucional e social. Por isso, celebramos a assinatura do novo contrato de gestão da Cinemateca Brasileira com a Sociedade Amigos da Cinemateca [que gere a instituição], que foi aditivado em valores 30% maiores do que seu valor original”, disse Joelma.

A ministra Margareth Menezes enfatizou que seu grande objetivo à frente da pasta é retomar a importância da cultura brasileira. “Queremos fortalecer a cultura do Brasil. Queremos que a cultura se torne uma política de Estado no país”, afirmou.

Rio Doce: painel vê reparação de longo prazo e Renova admite problemas


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Durante webinário de apresentação do relatório final do Painel do Rio Doce, especialistas nacionais e internacionais consideraram que a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem ocorrido em Mariana (MG) há mais de sete anos exige ainda acompanhamento e ações de longo prazo. No evento ocorrido nesta quinta-feira (27) e transmitido pela internet, a Fundação Renova, entidade criada para administrar as medidas estipuladas em acordo firmado entre as mineradoras e os governos envolvidos, reconheceu enfrentar problemas decorrentes do desenho do processo reparatório.

“É importante que sejam implementadas ações que acelerem o retorno dessa biodiversidade, mas é fundamental que se entenda que esse não é um processo de curto e de médio prazo. Esse é um processo de longo prazo e que precisa de ações coordenadas”, disse o  professor de ecologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Francisco Barbosa, um dos membros do painel. Ele destacou o trabalho no Rio Gualaxo do Norte, afluente do Rio Doce fortemente atingido pelos rejeitos, onde está sendo desenvolvido pela Fundação Renova um projeto de renaturalização do leito, com técnicas inovadoras que ajudam a encurtar o tempo de recuperação ambiental.

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Barbosa também apontou que existem novos danos ainda serão identificados e cita os rejeitos que permanecem acumulados no reservatório da Usina de Candonga, que na época funcionou como uma barreira para boa parte da lama liberada no ambiente. O especialista explicou que, de tempos em tempos, sobretudo nos períodos chuvosos, parte desse material escoa ao longo do Rio Doce. “O processo de reparação deve ser de longo prazo para identificar problemas e respostas”, reiterou.

A barragem, que integrava o complexo minerário da Samarco em Mariana, se rompeu em novembro de 2015, deixando 19 mortos e causando impacto a dezenas de cidades mineiras e capixabas situadas ao longo da bacia do Rio Doce. O acordo para reparação dos danos foi assinado em março de 2016, por meio de um Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC). Participaram das negociações o governo federal, os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo, a Samarco e suas acionistas Vale e BHP Billiton.

Com base no acordo, foi criada a Fundação Renova, responsável por gerir todas as medidas reparatória previstas. Elas envolvem, por exemplo, a reconstrução das comunidades destruídas, o reassentamento de famílias desabrigadas, o pagamento de indenizações aos atingidos e a recuperação ambiental.

O Painel do Rio Doce, por sua vez, foi estruturado em 2017 e é administrado pela organização não governamental União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). A Fundação Renova aprovou a sua contratação ao custo de US$ 959,4 mil ao ano, o que na cotação da época apontava para um valor superior a R$ 15 milhões pelos cinco anos de duração dos trabalhos.

De acordo com a UICN, o Painel do Rio Doce surge ao encontro do interesse das mineradoras e da Fundação Renova em contar com uma consultoria internacional independente capaz de identificar as melhores práticas corporativas globais e as perspectivas baseadas na ciência em matéria de reparação. Ao longo dos cinco anos, os trabalhos mobilizaram ao todo 11 especialistas, inclusive ex-ministros de Meio Ambiente do Peru e do Equador. Segundo o UICN, os membros foram nomeados por meio de processos abertos e competitivos.

O relatório final apresentado nesta quinta-feira faz um balanço dos trabalhos. Outros dez documentos já haviam sido produzidos pelo painel, nos quais foram propostos direcionamentos para o processo reparatório. Entre eles cinco relatórios temáticos que versam sobre temas como qualidade da água, monitoramento ambiental, práticas sustentáveis, restauração da biodiversidade e mitigação de impactos.

Os especialistas reconhecem que não conseguiram abordar alguns temas relevantes, como o manejo dos rejeitos depositados na Usina de Candonga. A dragagem e retirada desse material não foram concluídas até hoje e se tornaram o centro de uma controvérsia judicial. Além disso, as recomendações produzidas tiveram maior enfoque em aspectos ambientais, tratando de aspectos sociais e econômicos de forma secundária: não houve aprofundamento, por exemplo, em temas como reassentamento e indenização.

De acordo com a Fundação Renova, foram recebidas 35 recomendações. Representantes da entidade presentes no webinário destacaram que uma das principais contribuições do Painel do Rio Doce esteve relacionada com a criação de uma metodologia de identificação dos impactos nos ambientes costeiros do Espírito Santo.

Repactuação

Passados mais de sete anos, a reconstrução de comunidades destruídas ainda não foi concluída, e controvérsias marcam o processo indenizatório. A atuação da Fundação Renova tem sido alvo de muitos questionamentos judiciais e está em curso a negociação de um novo acordo para repactuar o processo reparatório.

As discussões tiveram início no ano passado com uma mediação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que chamou para si a tarefa de buscar uma solução consensual capaz de encontrar uma caminho para contornar a avalanche processual em torno da tragédia: estima-se que haja mais de 85 mil ações judiciais em tramitação. As tratativas, no entanto, ainda não resultaram em um acordo.

O protagonismo da Fundação Renova no processo reparatório é um ponto de divergência. O Ministério Publico de Minas Gerais (MPMG) e o Ministério Público Federal (MPF) já defenderam abertamente um outro modelo de governança sem a participação da entidade. Eles defendem que os novos termos a serem pactuados tenham como referência o acordo de reparação da tragédia que ocorreu em Brumadinho (MG) em 2019, envolvendo o rompimento de uma barragem da Vale.

O MPMG inclusive já chegou a pedir judicialmente a extinção da Fundação Renova, alegando que ela não goza da devida autonomia frentes às mineradoras. A atuação da entidade também é criticada por comissões de atingidos. No entanto, elas não foram chamadas para as mesas de negociação da repactuação e reclamam do sigilo das tratativas.

Participação

Para o presidente da Fundação Renova, Andre de Freitas, problemas ocorreram envolvendo diretrizes do TTAC que não estavam suficientemente claras, gerando diferentes interpretações e, consequentemente, judicialização. “Há um desafio de origem, da falta de clareza e definição do que deve ser feito”, avaliou. Ele reconhece que a participação da sociedade civil e da população atingida no processo reparatório ficou aquém do que deveria ser.

Durante o webinário, Freitas também avaliou que algumas discussões técnicas são infindáveis e inconclusivas. “Gastamos centenas de milhões de reais em perícias e estudos que não levam a uma clareza do que deve ser feito. Esses recursos poderiam ser mais bem utilizados para ações de desenvolvimento econômico, de saneamento, etc.” Ele ressaltou que a Fundação Renova não participa das discussões sobre a repactuação, mas disse esperar que um novo acordo enfrente esses problemas e instaure uma lógica mais negocial.

José Carlos Carvalho, que foi ministro do Meio Ambiente durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e que mediou o webinário, defendeu uma maior participação social no processo de reparatório. Em sua visão, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH-Rio Doce) deve ser fortalecido. Previstos em lei, os comitês de bacia hidrográfica contam com representantes de diferentes segmentos da sociedade. Eles participam de decisões envolvendo os recursos hídricos, compartilhando responsabilidades de gestão com o poder público.

“Não é compreensível que, no atual momento de repactuação, a representação dos atingidos e o comitê não estejam participando da maneira adequada. Acho que o comitê, por força das próprias competências que possui em lei, deve exigir do poder público a sua participação nesse processo”, disse.

Aneel mantém bandeira tarifária verde para maio


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O consumidor não pagará cobrança extra sobre a conta de luz em maio. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) manteve a bandeira verde para o próximo mês para todos os consumidores conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

A conta de luz está sem essas taxas desde o fim da bandeira de escassez hídrica, que durou de setembro de 2021 até meados de abril de 2022. Segundo a Aneel, na ocasião, a bandeira verde foi escolhida devido às condições favoráveis de geração de energia, com os reservatórios das usinas hidrelétricas em níveis satisfatórios. O nível de armazenamento dos reservatórios, informou a agência reguladora, atingiu 87% em média no início do período seco, o que explica o cenário favorável do momento.

Caso houvesse a instituição das outras bandeiras, a conta de luz refletiria o reajuste de até 64% das bandeiras tarifárias aprovado em junho de 2022 pela Aneel. Segundo a agência, os aumentos refletiram a inflação e o maior custo das usinas termelétricas neste ano, decorrente do encarecimento do petróleo e do gás natural nos últimos meses.

Bandeiras

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Criadas em 2015 pela Aneel, as bandeiras tarifárias refletem os custos variáveis da geração de energia elétrica. Divididas em níveis, as bandeiras indicam quanto está custando para o SIN gerar a energia usada nas casas, em estabelecimentos comerciais e nas indústrias.

Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, não há nenhum acréscimo. Quando são aplicadas as bandeiras vermelha ou amarela, a conta sofre acréscimos, que variam de R$ 2,989 (amarela) a R$ 9,795 (vermelha patamar 2) a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Quando a bandeira de escassez hídrica vigorou, de setembro de 2021 a 15 de abril de 2022, o consumidor pagava R$ 14,20 extras a cada 100 kWh.

O Sistema Interligado Nacional é dividido em quatro subsistemas: Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte. Praticamente todo o país é coberto pelo SIN. A exceção são algumas partes de estados da Região Norte e de Mato Grosso, além de todo o estado de Roraima.

Atualmente, há 212 localidades isoladas do SIN, nas quais o consumo é baixo e representa menos de 1% da carga total do país. A demanda por energia nessas regiões é suprida, principalmente, por térmicas a óleo diesel.

Surfe: Medina conquista etapa de Margaret River do Circuito Mundial


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O brasileiro Gabriel Medina conquistou, na madrugada desta sexta-feira (28), a etapa de Margaret River (Austrália) do Circuito Mundial de Surfe. O título foi garantido após bater o californiano Griffin Colapinto na grande decisão. Já entre as mulheres, a grande vencedora foi a norte-americana Carissa Moore, após final com a australiana Tyler Wright.

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“É muito especial vencer aqui […]. É um lugar no qual tenho lutado para fazer boas baterias, então foi muito bom fazer boas ondas desta vez e por vencer o campeonato. Estou me sentindo bem melhor agora, sentindo que estou voltando a ter um bom ritmo de competição novamente. Eu e o Griff sempre fazemos boas batalhas. Adoro competir contra esses caras, é para isso que estamos aqui. Essa onda é muito difícil de surfar, então estou feliz por conseguir fazer boas baterias esse ano e, especialmente, pela vitória”, declarou o tricampeão mundial, que venceu a etapa australiana pela primeira vez em sua carreira.

Após conquistar a quinta etapa do Circuito Mundial de Surfe, Medina assumiu a sétima posição do ranking (com 19.960 pontos), que é liderado por João Chianca, com 28.255 pontos, e que tem Filipe Toledo na vice-liderança, com 25.575 pontos.

Já entre as mulheres o título ficou com Carissa Moore, que superou na decisão a nova líder do ranking mundial, Tyler Wright (com 31.685 pontos). Com o título em Margaret River, a norte-americana chegou aos 29.490 pontos e subiu para a segunda posição da classificação do Circuito Mundial. A única brasileira na disputa, Tatiana Weston-Webb, aparece na sexta posição com 18.185 pontos.

A próxima parada do Circuito Mundial de Surfe é na Califórnia, onde, nos dias 27 e 28 de maio, será disputada a etapa do Surf Ranch na piscina de ondas artificiais idealizada pelo onze vezes campeão mundial Kelly Slater.

Ministra destaca retomada da demarcação de terras indígenas


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A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajaraja, afirmou, hoje (28), que o reconhecimento federal do direito de comunidades indígenas a mais seis reservas marca a retomada do processo de homologação dessas terras, que estava parado desde o governo passado.

“Estamos retomando as demarcações de terras indígenas no Brasil”, disse a ministra, ao participar do encerramento da 19ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), assembleia que o movimento indígena realiza anualmente, desde 2004, em Brasília, e que, este ano, segundo os organizadores, atraiu cerca de 5 mil participantes de todo o país.

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Durante o evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou os decretos de homologação de mais seis terras indígenas. Distribuídas por seis estados (Acre, Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás e Rio Grande do Sul), as áreas foram reconhecidas como territórios de ocupação tradicional indígena por meio da publicação das chamadas portarias declaratórias, entre os anos de 1996 e 2015. A conclusão do processo demarcatório, contudo, dependia da homologação presidencial.

A expectativa inicial era que o governo federal anunciasse, no dia 19 deste mês, quando se comemora o Dia dos Povos Indígenas, o reconhecimento do direito desses povos ao usufruto exclusivo das terras que pertenceram a seus antepassados. Em janeiro, a própria ministra Sonia Guajajara informou a veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), incluindo a Agência Brasil, que 14 processos de demarcação estavam prontos para ser homologados. Hoje, a ministra citou um dos motivos para o anúncio ter atrasado.

“Ainda estamos na fase de conclusão destes processos. Ao atualizá-los, vimos que ainda faltam comprovações documentais. Apresentamos esses processos para a Casa Civil, que não conseguiu concluí-los [a tempo de serem homologados hoje]”, disse a ministra, assegurando que, tão logo voltem a se reunir, os membros do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI) estabelecerão uma agenda de trabalhos para analisar tanto os oito processos prestes a serem concluídos quanto outros.

A recriação do CNPI foi outra das medidas que o Poder Executivo federal anunciou nesta sexta-feira. Responsável pelas diretrizes políticas das ações governamentais destinadas aos povos indígenas, o CNPI será composto por representantes do Poder Público e de organizações indígenas.

“Vamos instalar o conselho, que definirá um cronograma para atualizar tanto os oito processos que não foram assinados hoje quanto para que a Funai [Fundação Nacional dos Povos Indígenas] continue trabalhando para concluir [outros] relatórios e para constituir novos grupos de trabalho. Ainda não posso falar em datas, mas vamos trabalhar acreditando que teremos mais áreas homologadas até o final deste ano”, acrescentou Sonia Guajajara. A ministra garantiu que o governo federal trabalha para reconhecer o direito de todas as comunidades indígenas a seus territórios tradicionais.

“Quero reassumir e reafirmar o compromisso de, juntos, avançarmos na demarcação e proteção das terras indígenas para [assim] mudarmos a realidade de destruição dos nossos biomas, dos nossos recursos naturais, em defesa da nossa diversidade sociocultural e das nossas vidas indígenas”, acrescentou a ministra, antes de lembrar que a demarcação de terras enfrenta resistências, inclusive no Parlamento.

“Há, no Congresso Nacional, uma bancada forte que é contra [as reivindicações indígenas]. As bancadas ruralista e da mineração estão se organizando, fazendo várias movimentações contra a demarcação das terras indígenas, mas não vamos deixar de avançar com o que é um direito constitucional nosso. É dever da União demarcar os territórios indígenas. Vocês escutaram o discurso do presidente Lula [no encerramento do ATL2023]. Ele falou desse compromisso de avançar com os processos de demarcação. E eu, enquanto ministra, vou trabalhar para que esses processos sigam o curso normal ao longo dos quatro anos deste governo.”

Pontapé inicial

Coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Kleber Karipuna afirmou que a homologação de seis novas terras indígenas e a liberação de R$ 12,3 milhões para a Funai investir na recuperação da capacidade produtiva das comunidades indígenas yanomami, em Roraima; bem como a recriação do CNPI e a criação do Comitê Gestor da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas são “positivas”. Mesmo assim, o movimento indígena seguirá cobrando a efetiva implementação da política de demarcação de terras indígenas, disse Karipuna.

“Nossa avaliação é que o resultado da articulação que fizemos junto com nossas instâncias de representação no governo é inicialmente positivo, mas é claro que o movimento indígena entende que este é um pontapé inicial do processo de retomada das demarcações de terras indígenas que há anos cobramos que sejam feitas. A homologação de seis terras já é muito significativa, mas vamos continuar cobrando, reivindicando, para avançarmos em relação a várias outras áreas que ainda estão em processo de análise”, acrescentou.

Prefeitura de SP realiza 3 mil acolhimentos durante onda de frio


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Ao menos 3 mil acolhimentos de pessoas em situação de rua foram realizados pela Prefeitura de São Paulo entre os dias 20 e 26 de abril. Segundo a prefeitura, as tendas montadas nos bairros República, Marechal Deodoro e Mooca, considerados três pontos estratégicos da cidade, distribuíram bebidas quentes e 14.713 cobertores. A busca ativa da prefeitura e as solicitações via central 156 resultaram na entrega de 15.478 itens.

As 13 vans da Coordenação de Pronto Atendimento Social (CPAS) fizeram o transporte dos atendidos que aceitavam acolhimento. Durante esse período, cuja temperatura estava baixa, foram feitos 2.712 encaminhamentos para vagas de acolhimento, sendo que 913 foram realizados pelas tendas e 1.799 por equipes de abordagem social. Para reforçar a capacidade de acolhimento da rede socioassistencial nesse período, a Secretaria Municipal Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), criou 765 vagas emergenciais.

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“Acolhemos, entregamos alimentação quente e cobertores. Oferecemos transporte para os centros de acolhimento e vacinas. Essa frente de ação da prefeitura, que envolve assistência social, saúde, direitos humanos, SPTrans e SPTuris nos dá a medida de como uma ação bem planejada, com foco na proteção das pessoas, pode alcançar resultados significativos. Temos muito trabalho pela frente, mas também temos equipes comprometidas e responsáveis. Isso faz toda a diferença”, disse o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Carlos Bezerra Júnior.

O Programa Ampara SP, que teve início no dia 10, realizou, até o dia 27, 2.062 atendimentos à população em situação de rua, que resultaram em 704 encaminhamentos aos serviços de acolhimento. Por meio do programa é feito o atendimento integral com escuta e acolhimento. As pessoas que aceitam as ofertas de acolhimento são encaminhadas para vagas contratadas pela administração municipal em hotéis, localizados no centro da cidade, preparados para receber em equipamentos separados pessoas sozinhas, com deficiência, famílias, idosos e população LGBTQIA+.

A prefeitura informou ainda que nos próximos dias será publicado o decreto para ativar a Operação Baixas Temperaturas. A partir de então, as diretrizes para intensificação das abordagens sociais realizadas às pessoas em situação de rua e de vulnerabilidade social serão definidas.

Movimento social lança minidocumentário sobre o Dia da Baixada

O Fórum Grita Baixada, movimento social que atua em prol de iniciativas voltadas aos direitos humanos, justiça e a uma política de segurança pública cidadã para a Baixada Fluminense, lançou nesta sexta-feira (28) um minidocumentário em homenagem ao Dia da Baixada, que se comemora no próximo domingo (30 de abril). O curta-metragem A Baixada pela Baixada ficará disponível permanentemente no canal do movimento no YouTube.

O lançamento foi antecipado para facilitar a repercussão e o compartilhamento, explicou à Agência Brasil o coordenador executivo do fórum, Adriano de Araujo. A organização colheu depoimentos de moradores das 13 cidades que compõem a Baixada Fluminense. Segundo Araujo, a realização do documentário teve como primeiro objetivo traçar a Baixada como uma grande região, não apenas representada pelas maiores ou mais populosas cidades.

“Normalmente, quando se fala de Baixada Fluminense, fala-se muito de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Nilópolis, Belford Roxo, Mesquita, São João de Meriti, mas não se fala muito de Guapimirim, Itaguaí, Magé, Seropédica. O primeiro desafio para a gente foi olhar para a Baixada pela sua pluralidade e extensão, e tentar olhar para a região no seu todo, e não somente a parte de algumas representações”.

Elogios e críticas

Em segundo lugar, o fórum dispensou todo tipo de filtragem ou perspectiva prévia, mas decidiu dar espaço para que as pessoas pudessem falar. O documentário totaliza 15 minutos de duração. “Nós escutamos pessoas falando muito bem das cidades, elogiando principalmente o povo, alguns costumes, a tranquilidade em alguns territórios, e as críticas que apontaram para problemas de saneamento, da violência, do transporte, que apareceu bastante, do problema da saúde, um pouco da educação, além do descaso dos próprios governantes com as cidades, a infraestrutura. Esses foram os pontos que mais apareceram”, revelou o coordenador executivo.

Houve elogios também para o comércio da região e a possibilidade de trabalho na própria Baixada.

Araujo destacou ainda a menção à falta de atividades culturais e de lazer na Baixada Fluminense, tendo como referência o município do Rio de Janeiro e suas periferias.

“O objetivo era fazer uma homenagem, mas uma homenagem crítica, porque essa é a postura do Fórum Grita Baixada. A gente não queria cair numa espécie de panfletagem, bairrismo ou algo do gênero, mas simplesmente dar espaço para que os moradores pudessem falar coisas que, muitas vezes, os governantes não querem ouvir ou que eles próprios sequer têm espaço de tornar as reivindicações visíveis para o conjunto da sociedade”.

O acesso ao documentário é gratuito e pode ser compartilhado por qualquer pessoa.