Brasil e EUA retomam plano contra discriminação étnico-racial


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Brasil e Estados Unidos (EUA) retomaram, nesta quarta-feira (3), o acordo de cooperação bilateral para Eliminar a Discriminação Racial e Étnica e Promover a Igualdade (Japer), nos dois países. 

O anúncio foi feito pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e pela representante dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), a embaixadora Linda Thomas-Greenfield, em entrevista coletiva, na Casa do Carnaval, em Salvador (BA).

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A cidade foi escolhida por ser a capital do estado com a maior população negra do país. “Tem toda a representatividade. É um estado que merece respeito”, disse a ministra brasileira. A embaixadora norte-americana Thomas-Greenfield concordou. 

Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, em Salvador (BA). Foto: Emanuel Bulos photography

Grupo reunido na Casa do Carnaval, em Salvador, cidade escolhida por ser a capital do estado com a maior população negra do país. Foto:  Emanuel Bulos photography

“Estamos aqui, em Salvador, o coração do Brasil negro, porque essa cidade representa tanto o passado de racismo, quanto o futuro otimista que queremos”, declarou a representante dos EUA na ONU, a embaixadora Thomas-Greenfield. 

A primeira reunião de trabalho do Japer está agendada para 23 de maio, em Brasília, com a previsão de ter a presença da representante especial dos EUA para Equidade Racial e Justiça, Desirée Cormier Smith. 

Japer  

O plano de ação conjunta Japer foi assinado pelos EUA e pelo Brasil, pela primeira vez, em 2008, sob coordenação da então Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e do Ministério das Relações Exteriores, no segundo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Contudo, as ações foram descontinuadas em 2011, de acordo com o Ministério da Igualdade Racial. 

“É muito histórico o que a gente já tem feito um acordo que foi assinado em 2008, que fica parado, mas que tem muita potência para crescer e para transformar vidas de muitas pessoas negras”, disse a ministra da Igualdade Racial. 

Com a retomada do plano Japer, o programa prevê a articulação de políticas de ações afirmativas, além de intercâmbios e trocas de experiências e boas práticas entre os dois países, em diversas áreas do conhecimento como educação, saúde, memória e cultura e combate à violência letal. “Em relação ao genocídio da população negra, teremos o [programa] Juventude Negra Viva, que vai ser o nosso estágio, vai ser o nosso pontapé inicial aqui, para que a gente possa estabelecer metas, porque esse é um dos temas mais difíceis e envolve o Ministério da Justiça e Cidadania e a Secretaria Geral da Presidência”, planeja Anielle Franco. 

A ministra da Igualdade Racial destacou a importância da volta do trabalho conjunto, com a troca de ações afirmativas com o objetivo de fortalecer as políticas públicas das duas nações. “Nós temos problemas muito similares, desde o genocídio da população negra até caso de racismo que estão gritantes e, evidentemente, acontecem quase diariamente e ambos os países. Então, acho que o Japer pode fortalecer para além da parceria, fortalecer também um entendimento tanto aqui, quanto lá”. 

O plano prevê apoio a talentos negros brasileiros e norte-americanos, conectando faculdades e universidades historicamente ligadas à causa negra, nos dois países. As sedes do programa no Brasil e nos Estados Unidos ainda serão escolhidas. 

Cooperação internacional  

O novo Ministério da Igualdade Racial tem trabalhado em agendas de articulação internacional para fortalecer o enfrentamento ao racismo e a equidade racial, no Brasil.  

Em fevereiro, a ministra Anielle Franco esteve na comitiva presidencial brasileira que visitou os EUA para iniciar a retomada do Japer. 

No mês passado, Anielle Franco viajou a Portugal e à Espanha, como parte do grupo que acompanhou o presidente Lula, e firmou com os dois países acordos de cooperação e investimentos em políticas públicas de combate ao racismo e promoção da igualdade racial no Brasil.  

Balanço mostra resultados positivos em segurança pública nos estados


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Um balanço feito pelo Instituto Sou da Paz e pelo Insper mostrou que, em 2021, o Distrito Federal registrou a menor taxa de homicídios dos últimos 45 anos, mesmo com o aumento da população. Em Alagoas, os indicadores do mesmo crime caíram 14,8%. Segundo o 2º Balanço das Políticas de Gestão para Resultado na Segurança Pública, São Paulo reduziu em 49% o roubo de veículos entre 2014 e 2021.

O documento evidencia iniciativas estaduais que representam boas práticas na área. O relatório atualiza o conhecimento sobre o status das diferentes políticas no Distrito Federal e nos estados de Alagoas, do Ceará, do Espírito Santo, de Minas Gerais, do Pará, da Paraíba, de Pernambuco, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Os estados que não entraram no relatório não contam com políticas dessa natureza ou não enviaram a documentação requerida para ser analisada.

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Segundo a diretora executiva do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo, a pesquisa encontrou 11 estados com programas de gestão de resultado. O destaque é o Espírito Santo, que tem uma ação mais longeva e consegue manter um programa central envolvendo as polícias com resultado importantes na redução dos homicídios.

Outro destaque é o Rio Grande do Sul Seguro, programa que apresenta muitas inovações, por não ter uma meta, mas acompanhar os indicadores, conseguindo outra forma de engajar os policiais. No Nordeste, um dos destaques é o Paraíba Unida pela Paz, um programa que discute as questões de homicídios e controle de armas.

“São programas que, embora não sejam uma panaceia, conseguem contribuir muito para a integração das polícias, dão uma ferramenta para o secretário de Segurança coordenar, dão uma visão de longo prazo para a segurança pública nos estados, o que não é algo trivial”, disse Carolina.

Na opinião de Carolina, para que os programas tenham êxito, é importante que o governador e o secretário deem prioridade para a segurança pública de forma contínua, não lidando com o tema apenas quando ocorre um crime bárbaro ou uma questão muito grave.

“Esta é a forma como a segurança pública funciona: aos espasmos. É preciso ter um planejamento, um programa sustentável. Isso não dá visibilidade política, mas é um trabalho de base. Mostra que é possível que uma secretaria de Segurança Pública tenha maior controle sobre as polícias e coordene sua atuação”, afirmou.

Entre as medidas que devem ser desenvolvidas pelo poder público, a diretora do Sou da Paz citou a definição de metas de indicadores criminais e das prioridades para o estado, fazer reuniões periódicas envolvendo as polícias e cobrando resultados, ter uma liderança participando. “E engajar os profissionais, mostrando que as autoridades também se comprometem com investimento para a segurança pública.”

Carolina ressaltou que esses programas devem ser permanentes e que o governo federal precisa incentivá-los para que os estados se comprometam e institucionalizem as iniciativas para evitar que se enfraqueçam nas trocas de gestão. “É preciso ainda melhorar a qualidade dos dados, tendo um controle e uma auditoria sobre isso para evitar os desvios que às vezes acontecem.”

Segundo o professor do Centro de Gestão e Políticas Públicas do Insper e membro do comitê de leitura crítica que revisou o material e fez recomendações finais, Sandro Cabral, o objetivo do estudo foi também mostrar as práticas institucionais que podem ser consideradas modelos exitosos de política pública de segurança no Brasil.

“O estabelecimento de diretrizes baseadas em evidências é essencial para a promoção de melhorias na segurança pública dos estados brasileiros”, afirmou Cabral. Ele acrescentou que o balanço apresentado pelo Insper e pelo Sou da Paz buscou analisar o que funciona para a área, quais estados alcançaram sucesso nos últimos anos e como os gestores podem orientar propostas para conseguir os melhores resultados possíveis.

Professores creem que educação pública vai piorar nos próximos 10 anos


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Levantamento feito pelo Instituto Casagrande com 5 mil docentes de todo o país apurou que 61,2% dos professores consultados acreditam que a educação pública vai piorar no Brasil na próxima década. Já 25,6% creem em melhoras, enquanto 9,2% afirmam que não haverá nenhuma mudança significativa no período. Os demais 4% não souberam responder ou não concluíram a pesquisa. Os professores responderam por meio do canal do instituto no Whatsapp.

O presidente do instituto, Renato Casagrande, disse que em um mundo como o atual, com tantas mudanças, é muito pequeno o percentual dos docentes que acreditam em alguma alteração na educação pública no Brasil. “É sinal de que nós vivemos hoje uma crise de otimismo, de identidade, de perspectivas na educação brasileira. Isso nos entristece muito e nos preocupa”.

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O tema será debatido no 4º Congresso Internacional Um Novo Tempo na Educação, que será realizado em Curitiba, de 31 de maio a 2 de junho, com a participação dos maiores estudiosos e especialistas em educação do Brasil, psicólogos e agentes públicos ligados à área.

A pesquisa qualitativa foi feita, inclusive, para subsidiar os palestrantes do congresso. “Os dados vão contribuir para que os grandes educadores possam fazer uma análise, principalmente de alguns temas que preocupam os professores e até justificam esse desânimo por parte dos nossos docentes”.

Pós-pandemia

No retorno às aulas presenciais, no pós-pandemia da covid-19, os docentes esperavam, a princípio, estar mais otimistas, porque tinham experimentado novas práticas no ensino remoto, tinham feito experiências novas, mas a escola não tinha mudado, disse Casagrande.

“Eles voltaram para o mesmo prédio, a mesma estrutura física, que entrou em choque um pouco com a cabeça dos estudantes e professores, porque eles viveram outra metodologia, com mais liberdade e mais autonomia, e quando retornaram, encontraram a velha escola”, explicou. Ele lembra que se falou muito durante a pandemia em nova legislação, “mas nada mudou”.

Os professores citaram na pesquisa que tiveram esse primeiro impacto da volta às escolas associado a um abalo emocional. Eles observaram os alunos mais angustiados, menos interessados pelas aulas. E confessaram que também voltaram menos empolgados. “Disseram que sentiram uma apatia, uma indisciplina por parte dos alunos e não se sentiram motivados ou mobilizados para lidar com esse sentimento de retorno”, disse Casagrande. Por isso, segundo o diretor, consideram que a escola, que já não estava boa, piorou.

Outra questão sentida pelos docentes é que os novos professores não são mais vocacionados como os antigos e escolhem o magistério não por vocação, mas por uma oportunidade e por ser um curso mais barato. Para os docentes mais antigos, não há critério na seleção dos professores pelas escolas. E isso contamina o meio, disse Renato Casagrande.

“Eles veem os novos professores entrando sem o preparo devido e sem, pelo menos, a motivação inicial”.

Para os professores consultados, o sistema está contaminado, a escola está mais triste e despreparada para os novos tempos.

Tecnologia

O presidente do Instituto Casagrande acredita que as escolas não estão preparadas para uma mudança e têm muita dificuldade para lidar com as tecnologias básicas e ainda mais com as novas tecnologias, que incluem a inteligência artificial (IA) e o ChatGPT (assistente virtual inteligente). Os professores, ainda segundo Casagrande, acreditam que haverá um distanciamento maior entre os alunos de maior e menor renda ou das escolas privadas em relação aos alunos das escolas públicas. “Isso também desestimula os professores de ter uma visão mais otimista com relação ao futuro”.

Esta semana, está sendo efetuada a segunda parte da pesquisa, quantitativa, que vai mensurar esse quadro de apatia demonstrado pelos professores brasileiros no pós-pandemia da covid-19 e o quanto os professores se sentem despreparados para lidar com as novas tecnologias.

Na avaliação do ex-ministro da Educação Cristovam Buarque, o resultado do levantamento reflete as incertezas sobre os desafios atuais e a velocidade cada vez maior das mudanças nas áreas educacional e pedagógica. “Nos contatos que tenho com educadores, estamos percebendo a necessidade de captar as mudanças adiante, de acordo com a evolução da sociedade e as curvas que a história está fazendo. Para intervir sobre o futuro, é preciso primeiro compreendê-lo”, ressalta Cristovam Buarque. O ex-ministro é um dos conferencistas confirmados no 4º Congresso Internacional Um Novo Tempo na Educação.

Ao final do congresso, será elaborada uma carta a ser encaminhada ao ministro da Educação, Camilo Santana.

Tratamento preventivo evita que enxaqueca se torne doença crônica


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Mais de um bilhão de pessoas sofrem de enxaqueca em todo o mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo 30 milhões no Brasil. No próximo dia 19, comemora-se no país o Dia Nacional de Combate à Cefaleia, ou enxaqueca crônica. A iniciativa é da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCE). Maio é considerado ainda o Mês Nacional de Combate à Cefaleia.

A neurologista Tatiane Barros, membro da Academia Brasileira de Neurologia e da SBCE, informou, nesta quarta-feira (3), à Agência Brasil, que o paciente sofre de enxaqueca quando tem três ou mais dias de dor de cabeça por mês por, pelo menos, três meses consecutivos. A cefaleia é uma dor geralmente unilateral, latejante, acompanhada de náuseas, às vezes vômito, e incômodos com luz e barulho. “E é uma dor que não melhora com analgésicos comuns.”

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Tatiane Barros afirmou que quando a dor se repete com frequência de 15 dias ao mês já pode ser considerada enxaqueca crônica. A recomendação é que a pessoa não espere chegar a essa situação para procurar um especialista e iniciar o tratamento. “Hoje já existem tratamentos preventivos para evitar que a dor fique crônica e que essas crises venham”. Reforçou que “não é normal ter esse tipo de dor”.

O tratamento preventivo inclui classes medicamentosas, como comprimidos e toxina botulínica, por exemplo, que visam evitar que a crise surja. “O medicamento preventivo é utilizado para diminuir a frequência, a intensidade e a duração das crises”.

Ela alertou, por outro lado, que a automedicação deve ser evitada, porque o uso indiscriminado de analgésicos, em médio e longo prazo, pode vir a ocasionar um efeito rebote, disparando episódios de enxaqueca.

Segundo Tatiane, a enxaqueca pode ocorrer em qualquer pessoa, em qualquer idade, mas é mais comum em mulheres a partir da adolescência, quando a menina menstrua. “A idade mais frequente é a partir dos 18 ou 20 anos, até por volta dos 45 a 50 anos, e tem relação com o período hormonal”.

Na infância, é igual para meninos e meninas. Depois, a incidência aumenta na mulher, chegando a acometer quatro mulheres para um homem. 

Incapacitação

A enxaqueca crônica é uma das doenças mais incapacitante no mundo entre a população em geral, gerando comprometimento da qualidade de vida e aumento do gasto financeiro. É também uma das principais causas de absenteísmo no trabalho, sendo também, nesse caso, mais prevalente em mulheres, conforme indica a OMS. “Eu costumo dizer que a enxaqueca é uma doença subdiagnosticada, subtratada e subestimada. Porque, além de causar o absenteísmo, a pessoa não consegue trabalhar por conta da dor de cabeça, ela também tem um fenômeno relacionado que é o chamado presenteísmo, porque a pessoa vai de corpo presente, mas não consegue produzir com uma crise de enxaqueca”.

Tatiane destacou que a doença tem ainda muito preconceito e julgamento associados. “Dizer ao chefe que não vai trabalhar porque está com dor de cabeça parece desculpa esfarrapada”, mencionou. A enxaqueca é a doença neurológica mais incapacitante do mundo, sustentou a especialista. Uma a cada seis pessoas têm dor de cabeça.

No Brasil, estima-se que, a cada ano, haja uma perda por volta de R$ 67 bilhões em gastos no sistema de saúde, devido à queda de produtividade relacionada à enxaqueca, ampliando a procura por consultas, exames, atendimento emergencial e internações hospitalares.

Gatilhos

A neurologista informou que há alimentos que mais comumente causam as dores de cabeça. “A gente não recomenda de cara para cortar isso ou aquilo.” O paciente deve observar o que desencadeia a dor para ele.

Entre os alimentos que podem ser gatilho para dores, Tatiane destacou açúcar, chocolate, álcool e, principalmente, vinho, alimentos ultraprocessados, como linguiça, salsicha, mortadela, temperos prontos, queijos amarelos e alimentos condimentados. As pessoas devem optar por uma alimentação rica em proteínas magras, frutas e vegetais, o que acaba por reduzir a inflamação no corpo. Além disso, a prática de exercício regularmente e técnicas de relaxamento, como ioga, meditação e respiração profunda, podem ajudar a aliviar estresse e tensão, que também são gatilhos para a doença, explicou.

Especialistas e empresas se reúnem no RJ para discutir setor nuclear

Empresários, especialistas e representantes governamentais se reúnem esta semana no Rio de Janeiro para discutir o futuro do setor nuclear no país. A NT2E – Nuclear Trade & Technology Exchange foi aberta nesta quarta-feira (3) e se estenderá até sexta-feira (5).

“Nós temos uma missão muito grande: convencer o governo que nós podemos ser um dos maiores players mundiais, afinal temos a sexta maior reserva de urânio do mundo, sabemos produzir o combustível e temos capacidade de fazê-lo. Então o que falta? Fazer”, afirmou o presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), Celso Cunha.

Durante a abertura do evento, Cunha destacou que o plano decenal de energia no Brasil prevê a construção de uma nova usina com capacidade de produção 1 GW de energia, além da conclusão de Angra 3, a terceira unidade do complexo nuclear de Angra dos Reis, no sul fluminense.

Ele também destacou a importância da tecnologia nuclear para o diagnóstico e tratamento de doenças como o câncer.

Ex-presidente Jair Bolsonaro é alvo de operação da PF


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O ex-presidente Jair Bolsonaro é um dos alvos da Operação Venire que investiga adulteração em cartões de vacinação. A residência do ex-presidente foi alvo de um dos mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira (3). Os agentes também recolheram o celular de Bolsonaro. 

“Nunca falei que tomei a vacina [de covid-19]. Nunca me foi pedido cartão de vacinação nos EUA. Não existe adulteração de minha parte”, disse o ex-presidente ao deixar sua residência em Brasília, acompanhado de seus advogados de defesa.

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Estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro.

Ao conversar com jornalistas na saída de sua casa, Bolsonaro disse que optou por não tomar a vacina após ler a bula do imunizante: “eu não tomei a vacina. Foi uma decisão pessoal minha, depois de ler a bula da [vacina] Pfizer.”

Ele informou ainda que sua filha Laura Bolsonaro também não tomou a vacina. No Twitter, a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro comentou a ação.

“Hoje a PF fez uma busca e apreensão na nossa casa, não sabemos o motivo e nem o nosso advogado não teve acesso aos autos. Apenas o celular do meu marido foi apreendido. Ficamos sabendo, pela imprensa que o motivo seria “falsificação de cartão de vacina” do meu marido e de nossa filha Laura. Na minha casa, apenas EU fui vacinada.”

Entre os seis detidos na manhã de hoje está o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. A informação foi confirmada pela defesa do ex-assessor.

Operação Venire

Por meio de nota, a corporação informou que também está sendo feita análise do material apreendido durante as buscas e a realização de oitivas de pessoas que detenham informações sobre o caso.  

“As inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a covid-19 dos beneficiários”, destacou a PF.

“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes impostas pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa”, completou.

Ainda conforme a corporação, o objetivo do grupo seria “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a covid-19”.

Matéria ampliada às 10h10

Artistas de cinema podem participar de residência inédita no Rio


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Duplas de artistas, formadas por um representante da área de cinema e um de outra área cultural, residentes ou naturais do estado do Rio de Janeiro, têm até o dia 14 deste mês para se inscrever para a residência artística LAB Cinema Expandido, cujo tema é Rio de Janeiro: Máscaras, Fantasmas e Territórios.

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo e-mail e-mail labcinemaexpandido@gmail. Os interessados devem apresentar portfólio de seus trabalhos, carta de intenção e proposta da obra audiovisual inédita a ser desenvolvida. A residência é gratuita e será de junho a agosto, na Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM). As atividades são abertas ao público.

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Idealizada pela cineasta e produtora Marina Meliande, a LAB Cinema Expandido é uma residência inspirada em vários exemplos internacionais, como os realizados em Le Fresnoy (França), Pavillon-Palais de Tokyo (França) e Biennale College Cinema (Itália).

“A ideia principal é fazer o intercâmbio também de diversas linguagens artísticas. Ela é centrada na produção de instalações audiovisuais, mas traz esse modelo em que artistas de várias linguagens podem trabalhar em duplas com pessoas ligadas à linguagem audiovisual”, disse Marina à Agência Brasil. A LAB propõe uma interlocução entre o cinema e outras áreas, como música, dança, dramaturgia, atuação, literatura e artes visuais, entre outras, tendo como foco a linguagem audiovisual da vídeo instalação.

Relação espacial

Marina esclareceu que a residência é focada também em um trabalho que tem o Rio de Janeiro como peça central.

“Ela tem um tema, que é relativamente aberto, mas que tem relação com o espaço da cidade e que pensa ainda o cinema expandido nesse lugar de uma obra que tem relação com a imagem e o espaço onde é projetada. Como as pessoas podem andar e circular em torno dessa obra, enquanto assistem a essa obra. Isso tudo faz parte dessa experiência do que é o cinema expandido, ou a instalação de vídeo na sala de exposição”, explica. Significa pensar o espaço onde essas obras vão ser expostas e a relação do que está sendo exposto com esses espaços.

“As pessoas podem propor projetos, inclusive sugerindo um espaço ideal onde querem expor, que pode ser dentro de um museu, ao ar livre, dentro de um espelho d’água e em uma ruína. As pessoas estão abertas também a propor imagens que dialoguem com os espaços específicos da cidade e que reflitam sobre o imaginário carioca de forma bastante aberta”, completou Marina. Daí a Lab Cinema Expandido ser uma residência bastante singular, porque convoca para uma produção de obras e uma troca com o público.

A residência começa com um seminário intitulado Ciclo de Conversas, de 16 de junho a 16 de julho, às sextas, sábados e domingos. Alguns dos nomes confirmados: os escritores Alberto Mussa e Luiz Rufino, os artistas Denilson Baniwa, Wescla Vasconcelos e Ana Lira, a artista e professora Paola Leblanc, o carnavalesco Leonardo Bora e o grupo teatral Aquela Cia. “É uma forma de estimular os artistas da residência a pensar sobre suas obras”.

Trocas

A LAB convidou o multiartista mineiro Cao Guimarães e a cineasta paraguaia Paz Encina para criar obras na cidade, orientar as duplas selecionadas e dar duas masterclasses sobre seus trabalhos e processos criativos. Serão selecionadas nove duplas, que terão suas obras produzidas pela organização.

“É uma forma também de chamar artistas que já têm algum tipo de trajetória ou linguagem desenvolvida para fazer algo a partir do encontro com outros artistas”. A ideia é que os artistas selecionados e os dois artistas convidados possam contribuir e participar também das obras uns dos outros, que pensem o Rio de Janeiro hoje. Os onze trabalhos finais em vídeo, que possam ser exibidos tanto em salas de cinema, quanto como vídeo instalação, serão apresentados no encerramento da LAB, em uma exposição coletiva. A residência se estenderá até agosto.

A Lab é promovida por Marina Meliande e pelo cineasta e roteirista Felipe M. Bragança, que também coordena o Ciclo de Conversas, junto com a socióloga e professora Ana Paula Alves Ribeiro.

Ex-assessor de Jair Bolsonaro é preso em operação da PF

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (3) a Operação Venire, que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro.

Entre os seis detidos na manhã de hoje está o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. A informação foi confirmada pela defesa do ex-assessor.

Por meio de nota, a corporação informou que também está sendo feita análise do material apreendido durante as buscas e a realização de oitivas de pessoas que detenham informações sobre o caso.  

“As inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a covid-19 dos beneficiários”, destacou a PF.

“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes impostas pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa”, completou.

Ainda conforme a corporação, o objetivo do grupo seria “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a covid-19”.

As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação das chamadas milícias digitais, em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). Os fatos investigados configuram crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

Instituto de Matemática abre inscrições para Olimpíada Mirim


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O Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) está com inscrições abertas para a 2ª Olimpíada Mirim (OBMEP), competição voltada a alunos do 2º ao 5º ano do ensino fundamental. Este ano, a novidade foi a inclusão de escolas particulares, depois do sucesso da primeira edição, quando participaram 2,7 milhões de estudantes de escolas públicas. As inscrições podem ser feitas pelas instituições de ensino ou secretarias de Educação até 16 de junho, no site da competição.

O diretor adjunto do Impa e coordenador-geral da Olimpíada Brasileira de Matemática, Claudio Landim, disse que o objetivo é usar propostas lúdicas e criativas para transformar a relação das crianças com a matéria. Acrescentou que esta segunda edição traz muitos desafios, entre eles despertar o interesse das crianças pela matéria, envolver os professores dos primeiros anos do ensino fundamental, além de ampliar a participação das escolas.

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“Este ano, convidamos pela primeira vez os colégios privados para esta festa da matemática”, afirmou o coordenador. Segundo Landim, a inclusão das escolas privadas permite que um número maior de alunos tenha acesso a material didático que estimula o raciocínio lógico, a exemplo do que já acontece com a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) que, desde 2017, conta com a participação das instituições particulares.

Fases

A Olimpíada Mirim-OBMEP será realizada em duas fases, que serão aplicadas pelas escolas. A primeira está marcada para 28 de agosto e consiste em prova classificatória, composta de 15 questões de múltipla escolha. Os estudantes classificados nessa etapa poderão participar da segunda, no dia 9 de novembro, também com 15 questões objetivas.

O conteúdo das provas corresponde ao grau de escolaridade dos alunos, que são divididos nos níveis Mirim 1 (2º e 3º anos do ensino fundamental) e Mirim 2 (4º e 5º anos do ensino fundamental). Aos melhores classificados serão dados certificados digitais correspondentes a medalhas de ouro, prata e bronze.

Claudio Landim lembrou que as inscrições devem ser feitas exclusivamente pelas escolas públicas municipais, estaduais, federais, secretarias de Educação e escolas privadas. O responsável pela candidatura deve informar o número total de alunos participantes por nível (Mirim 1 e Mirim 2), mas não é necessário inscrever nominalmente cada estudante. A inscrição das escolas públicas é gratuita; já as particulares têm que pagar taxa de inscrição.

A Olimpíada Mirim-OBMEP é realizada pelo Impa com o poio da B3 Social, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), além da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). A competição é promovida pelos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Educação. 

STF inicia o julgamento de mais 250 envolvidos nos atos de 8/1


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O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento mais 250 envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. É o terceiro grupo de investigados, totalizando 550 das 1,3 mil denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, a favor do recebimento das denúncias, foi o primeiro a ser inserido no sistema.

O julgamento virtual começou à meia-noite e será finalizado na próxima segunda-feira (8). Na modalidade virtual, os ministros depositam os votos no sistema eletrônico e não há deliberação presencial.

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Se a maioria dos ministros aceitar as denúncias, os acusados passarão a responder a uma ação penal e se tornam réus no processo. Eles deverão responder pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de estado, dano qualificado e incitação ao crime.

Até o momento, 300 investigados se tornaram réus pelo STF.

Conforme levantamento do STF, das 1,4 mil pessoas que permaneceram presas no dia dos ataques, 294 (86 mulheres e 208 homens) continuam no sistema penitenciário do Distrito Federal. Os demais foram soltos por não representarem mais riscos à sociedade e às investigações.