Juiz de MG determina bloqueio de R$ 50 milhões de sócios da 123Milhas


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A Justiça de Minas Gerais determinou nesta quarta-feira (13) o bloqueio de bens no valor de R$ 50 milhões dos sócios da 123Milhas. Com a decisão, o patrimônio pessoal de Ramiro Madureira e Augusto Madureira serão bloqueados para garantir o pagamento de créditos aos consumidores lesados. 

A decisão foi proferida pelo juiz Eduardo Henrique de Oliveira, da 15ª Vara Cível de Belo Horizonte. O magistrado aceitou pedido do Ministério Publico para desconsiderar a personalidade jurídica da empresa e bloquear os bens pessoais dos sócios. 

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“Estão presentes a probabilidade do direito e o risco ao resultado útil do processo, este caracterizado pela necessidade de não obstaculizar a integral reparação dos danos causados, resguardando-se de pronto algum numerário para o ressarcimento futuro dos milhares de consumidores lesados, devendo preponderar o interesse coletivo, em detrimento da separação entre a pessoa jurídica e seus sócios”, decidiu o juiz. 

No mês passado, a 123 Milhas suspendeu a emissão de passagens para embarque previsto entre setembro e dezembro deste ano. O cancelamento foi aplicado aos bilhetes da “Linha Promo”. O prejuízo aos consumidores é investigado pela Justiça e a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon). 

Procurada pela Agência Brasil, a empresa declarou que ainda não foi notificada da decisão, mas vai recorrer dentro do prazo legal. 

“Negócio equivocado”

Em depoimento à CPI das Pirâmides Financeiras na Câmara dos Deputados, no início do mês, o sócio da 123Milhas, Ramiro Madureira, disse que o modelo de negócio equivocado levou à falência da empresa.

Segundo ele, a empresa acreditava que os custos iriam reduzir a partir da recuperação do mercado de viagens após a pandemia, o que não ocorreu. O modelo dependia de novas compras no site, que foi menor que o esperado. Na linha promocional, a Promo, os clientes compravam passagens com datas flexíveis.

Justiça interroga policiais envolvidos na morte de adolescente em 2020


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A juíza Juliana Grillo El-Jaick, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, interrogou, nesta quarta-feira (13), os três policiais civis acusados pela morte do adolescente João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos. João Pedro foi baleado com um tiro de fuzil no dia 18 de maio de 2020, durante uma operação conjunta das polícias Civil e Federal no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.

João brincava em casa com amigos quando, segundo familiares, policiais entraram atirando. O menino foi atingido por um disparo de fuzil na barriga e socorrido de helicóptero, mas não resistiu ao ferimento. Lotados na Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), os três foram denunciados pelo crime de homicídio qualificado e fraude processual.

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Com a conclusão dos interrogatórios, a juíza encerrou a fase de instrução criminal e acolheu o pedido da defesa dos réus, estipulando prazo de cinco dias para o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro apresentar os nomes e qualificação técnica dos peritos responsáveis pelo laudo pericial elaborado pelo Ministério Público estadual. Também foi deferido o pedido da defesa para revogação das medidas cautelares impostas aos réus.

A partir de agora, o processo seguirá para a fase de apresentação de alegações finais pela promotoria de Justiça, assistente de acusação e defesa. Cada uma das partes terá um prazo de 10 dias para se manifestar, nesta ordem. Ao término dessa fase, o juízo decidirá se os réus serão levados a júri popular.

Câmara aprova urgência e minirreforma eleitoral vai a Plenário


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A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (13) o requerimento de urgência para a proposta da minirreforma eleitoral, que poderá valer para as eleições municipais de 2024. Com a urgência, o texto pode ser votado diretamente em Plenário, sem precisar passar pelas comissões. A expectativa é que essa votação ocorra ainda na sessão plenária desta quarta, mas pode ser adiada para quinta-feira (14). 

Para ter validade nas eleições municipais do ano que vem, a minirreforma precisa estar aprovada até 6 de outubro, tanto na Câmara quanto no Senado, além de sancionada pelo presidente da República. Se passar no plenário da Câmara nesta semana, o Senado terá cerca de três semanas para concluir a tramitação.

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Relatada pelo deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT-MA), a minirreforma eleitoral foi dividida em diferentes eixos temáticos, que passam por alterações no funcionamento das federações partidárias, simplificação na prestação de contas e regras da propaganda eleitoral. O parecer também prevê um prazo antecipado para registro de candidaturas, permitindo que a Justiça Eleitoral tenha mais tempo para julgar os candidatos antes das eleições. O prazo de desincompatibilização de cargos públicos, para concorrer a cargos eleitorais, será unificado em seis meses. Na lei atual, esse prazo pode ser de até seis meses, dependendo do cargo público ocupado por quem disputa a eleição. A consolidação das propostas foi feita por meio de grupo de trabalho criado há duas semanas.

Entre outras medidas, o projeto determina transporte público gratuito obrigatório no dia das eleições, com linhas especiais para regiões mais distantes; legaliza as candidaturas coletivas nas eleições para deputado e vereador; e permite que a pena de cassação do candidato que usar recursos ilegais seja substituída por pagamento de multa de até R$ 150 mil.

Eventuais candidaturas de mulheres apenas para preencher cota legal de 30% serão consideradas fraude e abuso de poder político se não houver realização de atos de campanha ou se a votação for insignificante e sem esforço eleitoral. A regra vale para os partidos individualmente ou para a federação como um todo (no caso de legendas agrupadas nesse sistema).

O texto também permite o uso do Pix para doações eleitorais, bem como de contas digitais, uso de máquinas de cartão, cobranças virtuais e financiamento coletivos por vaquinhas. As doações de pessoas físicas serão limitadas a R$ 2.855,97 ou até 10% dos rendimentos do ano anterior. Candidatos a vice ou suplente serão autorizados a usar recursos próprios nas campanhas majoritárias (presidente, governador, prefeito e senador).

O texto autoriza a aplicação de recursos públicos para pagamento de despesas pessoais dos candidatos e estabelece regras para a prestação de contas simplificada aplicada às eleições para prefeito e vereador de cidades com menos de 50 mil eleitores. Em outro ponto, o texto possibilita a propaganda conjunta de candidatos de partidos diferentes, independentemente de coligação ou federação; exclui limites de tamanho de propaganda eleitoral em veículos; e autoriza propaganda na internet no dia da eleição.

Sobras eleitorais

Apesar de ser considerada amplamente consensual entre os deputados, a minirreforma eleitoral terá um tema polêmico a ser votado, que são as regras para as “sobras eleitorais”. Atualmente, as cadeiras das Câmaras de Vereadores, Assembleias Legislativas estaduais e da Câmara dos Deputados são preenchidas pelos partidos ou federações que alcançam o chamado quociente eleitoral, que é o cálculo que define quantos votos são necessários para ocupar uma vaga.

Se, por exemplo, forem 100 mil votos válidos para 10 vagas existentes, o quociente eleitoral será 10 mil votos. Esse é o mínimo que um partido precisa ter na eleição para eleger um deputado.

Depois de ocupadas essas vagas pela regra do quociente eleitoral, ainda sobram cadeiras que não foram ocupadas pelos partidos. Afinal, se um partido teve 55 mil votos, ele ganha cinco cadeiras pelo exemplo usado acima, sobrando ainda 5 mil votos.

Essas “sobras”, pela regra aprovada em 2021, serão preenchidas pelos partidos que conseguiram, pelo menos, 80% do quociente eleitoral e pelos candidatos com um número mínimo de votos de 20% desse quociente.

“Este é o assunto que não tem consenso no grupo de trabalho nem no Colégio de Líderes, e vai ser decidido democraticamente, pelo Plenário, na forma de destaque”, explicou Rubens Pereira Júnior, na última segunda-feira (11). A proposta que constará em seu parecer prevê que só poderá participar das “sobras” o partido ou federação que alcançar 100% do quociente eleitoral e, ao mesmo tempo, o candidato que obter 10% dos votos individuais desse quociente.

*Com informações da Agência Câmara.

Haddad defende crescimento do país maior que a média mundial

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, nesta quarta-feira (13), que o Brasil, diante do seu potencial, tem a obrigação de crescer mais do que a média mundial. Falando para uma plateia de empresários, em evento na capital paulista, ele destacou ainda que os anseios da sociedade brasileira são para que esse crescimento seja baseado na justiça social e liberdade.

“Os anseios da sociedade são para que nós rememos na mesma direção, de um progresso sustentável, com justiça social, com muita democracia, com muita liberdade, liberdade de expressão, de empreender, porque esse país não pode crescer menos do que a média mundial. Nós não temos o direito de oferecer para a sociedade menos do que isso, com tudo o que o destino colocou nas nossas mãos”, disse.

A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira tem aumentado semana a semana. Para 2023, a projeção subiu de 2,56% para 2,64% na última semana. A estimativa está no boletim Focus, divulgado na última segunda-feira (11) pelo Banco Central (BC).

Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma dos bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,47%. Para 2025, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2%. Já segundo o Banco Mundial, o crescimento global deve ficar em 2,1%, em 2023; 2,4% em 2024; e chegar a 3%, em 2025.

“Eu estou muito otimista, espero que nós tenhamos um ciclo longo [de crescimento], depois de dez anos de muita dificuldade. Eu acho que aquilo que a gente tinha que aprender, a gente tem que ter aprendido nesses dez anos. Agora é hora de colher os frutos desse aprendizado, nos entendermos para o bem da nossa sociedade e voltarmos a pensar numa grande nação”, afirmou.

Haddad destacou que as aprovações do arcabouço fiscal e da reforma tributária – esta ainda em trâmite no Congresso – colaboraram para os resultados econômicos positivos obtidos pelo país em 2023. Segundo o ministro, foi estabelecido um elo de confiança entre o Parlamento e o poder executivo federal já no período da transição do governo, e que continua a dar frutos. De acordo com ele, os resultados econômicos de agora contaram com o envolvimento direto do Congresso.

“Eu penso que nós soubemos conduzir junto com o Parlamento essa confiança que foi estabelecida na transição e ela se perpetuou. Nós tivemos um primeiro semestre como há muito tempo não se via do ponto de vista de produtividade legislativa”, disse.

Roberto Jefferson irá a júri popular por atirar em policiais


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A juíza federal Abby Ilharco Magalhães, da 1a. Vara Federal de Três Rios, decidiu que o ex-deputado federal Roberto Jefferson irá a júri popular. Ele é acusado de tentativa de homicídio contra quatro policiais federais que foram cumprir mandado de prisão em Comendador Levy Gasparian, interior do Rio de Janeiro, residência do ex-parlamentar, no dia 23 de outubro do ano passado.

Jefferson reagiu à ordem de prisão e, do segundo andar da casa onde mora, com visão privilegiada, atirou contra os agentes federais. Ele usou uma carabina e atirou granadas contra o carro dos agentes, destruindo parte do carro oficial da PF.

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No confronto com a Polícia Federal, o delegado Marcelo André Côrtes Villela e a agente Karina Lino Miranda de Oliveira ficaram feridos por estilhaços de uma granada lançada por Jefferson. Os dois foram levados para o hospital.

A magistrada manteve a prisão preventiva de Jefferson. Atualmente, ele está internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul do Rio, em decisão autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, devido ao seu estado de saúde.

Na decisão, a juíza Abby Magalhães manteve a prisão preventiva do acusado. A defesa pedia a conversão em prisão domiciliar. “Como já restou consignado, tanto a materialidade delitiva quanto a autoria atribuída ao réu encontram-se suficientemente delineadas e não há novos elementos de convicção ou alteração fática, capazes de modificar a conclusão pela concreta necessidade de manutenção da prisão preventiva do réu com vistas à manutenção da garantia da ordem pública”, escreveu a magistrada.

Em outro trecho da decisão, a magistrada escreveu: “com fundamento no artigo 413 do Código de Processo Penal, pronuncio o acusado Roberto Jefferson, a fim de que seja submetido a julgamento em plenário do Tribunal do Juri”.

Na denúncia do Ministério Público Federal (MPF), “a utilização de três granadas adulteradas, conjugada com a realização de aproximadamente 60 disparos de carabina na direção dos policiais, que se encontravam em plena via pública resultou óbvio perigo comum”.

O ministro Alexandre de Moraes tinha determinado a nova detenção de Jefferson, que já se encontrava em prisão domiciliar, após atacar verbalmente, com palavras de baixo calão, a ministra do STF, Cármen Lúcia.

Lula conversa com Stiglitz e agradece apoio às medidas econômicas


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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, na tarde desta quarta-feira (13), no Palácio do Planalto, em Brasília, economista Joseph Stiglitz, professor da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e ganhador do Prêmio Nobel de Economia. Segundo a assessoria de Lula, o presidente agradeceu as menções positivas de Stiglitz sobre a reforma fiscal, os resultados recentes da economia e o aumento na geração de empregos, além da reativação de programas sociais e investimentos em obras de infraestrutura, retomados pelo atual governo.

“Ambos trocaram impressões a respeito da presidência do G20, que o Brasil assume em dezembro próximo. Lula comentou sobre sua intenção de priorizar as pessoas nas discussões do bloco, favorecendo um maior engajamento dos cidadãos e dos movimentos sociais, um ‘G20 popular’. Essa prioridade se reflete na agenda que deverá conferir ao bloco, com destaque para o combate à pobreza e a todas as formas de desigualdade, a sustentabilidade em suas várias vertentes – econômica, social e ambiental –, e a reforma das instâncias de governança internacional, em particular na área financeira”, disse o Planalto, em nota.

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Ainda no encontro, de acordo com a Presidência da República, Lula e Stiglitz concordaram sobre a necessidade de criar um novo modelo de atuação dos bancos multilaterais de financiamento, para possibilitar a transição ecológica e energética, e a resolução de temas como o excessivo endividamento dos países do chamado Sul Global, e a redução da pobreza. Entre as propostas discutidas estariam a conversão de parte das dívidas do mundo em desenvolvimento em investimentos verdes e em infraestrutura.

Em visita ao Brasil essa semana, Stiglitz defendeu que a taxação de super-ricos no Brasil precisa ser feita com urgência para reduzir as desigualdades. A declaração foi feita durante seminário Tributação e Desigualdades do Sul Global: Diálogos sobre Justiça Fiscal, organizado pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e pela Oxfam Brasil, nesta terça-feira (12), também na capital federal.

Câmara aprova regulamentação das apostas esportivas


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A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (13) o projeto de lei que regulamenta a aposta esportiva. O texto segue agora para o Senado. O projeto incorpora o texto da Medida Provisória 1182/23, editada pelo governo federal para regulamentar o tema, e será enviado ao Senado.

As regras valem para as apostas de quota fixa, chamado mercado “bets”.

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Conforme o texto aprovado pelos deputados federais, o percentual de arrecadação destinado à seguridade social cai de 10%, como está na Medida Provisória, para 2%. Houve aumento dos percentuais de distribuição para educação (1,82%) e esporte (6,63%), e inclusão de repasse de recursos para turismo (5%). 

O apostador pagará 30% de Imposto de Renda sobre a parcela dos prêmios que exceder a faixa de isenção.

Pelo projeto, as empresas do setor ficarão com 82% do faturamento bruto (descontado pagamento de prêmios e imposto de renda), e não mais com 95%, como prevê a Lei 13.756/18, que criou esse mercado e não tinha sido regulamentada. 

Com a regulamentação, o governo federal estima reforçar o caixa em R$ 700 milhões em 2024. Inicialmente prevista para render até R$ 15 bilhões, a medida renderá menos de R$ 1 bilhão após o projeto do Orçamento revisar os cálculos.

Prêmios esquecidos

Assim como nas loterias tradicionais, os ganhadores terão até 90 dias a partir da divulgação do resultado da aposta para retirar o prêmio. Após esse prazo, 50% dos prêmios não resgatados serão destinados ao Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil, conforme texto aprovado pelos deputados federais. Pela Medida Provisória, 100% iriam para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Proibições de apostar

Não podem fazer apostas esportivas os seguintes grupos de pessoas:

•    menores de 18 anos;

•    trabalhadores de casas de apostas;

•    cônjuges, companheiros e parentes de até segundo grau de trabalhadores de casas de apostas;

•    com acesso aos sistemas de apostas esportivas;

•    treinadores, atletas, árbitros, dirigentes esportivos e demais pessoas ligadas aos objetos das apostas;

•    negativados nos cadastros de restrição de crédito;

•    agentes públicos que atuem na fiscalização do setor de apostas.

Outorgas

Apenas as bets habilitadas poderão operar apostas relacionadas a eventos esportivos oficiais, mediante pagamento de uma outorga (licença) ao governo. 

* Com informações da Agência Câmara

Petrobras quer explorar energia eólica em áreas marítimas


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A Petrobras anunciou nesta quarta-feira (13) que protocolou o pedido de licenciamento ambiental para dez áreas marítimas no Brasil onde devem ser instaladas estruturas de energia eólica offshore – obtida através da força do vento em alto-mar. Esse pedido foi protocolado no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Com isso, a Petrobras passará a ser a empresa com maior potencial de geração de energia eólica offshore no Brasil. Mais cedo, a empresa já havia anunciado uma parceria com a WEG para o desenvolvimento de um aerogerador de 7 megawatts de capacidade instalada.

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“A Petrobras assume hoje o papel de maior desenvolvedora de projetos de energia eólica do Brasil. Energia eólica: a Petrobras chegou! E chegou chegando”, disse Jean Paul Prates, presidente da empresa, durante a WindPower, evento que foi realizado nesta quarta-feira na São Paulo Expo, na capital paulista.

Essas dez áreas marítimas, segundo Prates, teriam capacidade total de 23 GW (gigawatts) e estão localizadas na região Nordeste, Sudeste e Sul. Seriam três áreas no Rio Grande do Norte, três no Ceará, além de áreas no Maranhão, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.

De acordo com a Petrobras, a área escolhida no estado do Rio de Janeiro apresenta um diferencial entre as demais porque é a única posicionada em profundidade d’água maior que 100 metros, na qual não será possível utilizar fundações fixas, cravadas diretamente no solo marinho. Para esse caso, as instalações terão que ser flutuantes, tecnologia que vem sendo desenvolvida pela companhia em parceria com a Universidade de São Paulo (USP).

A empresa informou ainda que o pedido de início de licenciamento é uma sinalização de interesse da Petrobras para o desenvolvimento de projetos próprios, além de projetos em parceria, como o que está sendo desenvolvido com a Equinor.

“A Petrobras chegou na área de éolica e veio para ficar e transformar o Brasil”, disse Maurício Tolmasquim, diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras.

Regulamentação

A solicitação junto ao Ibama não vai garantir o direito sobre as áreas, explicou o presidente da empresa. “No mar, havia um problema e é por isso que não começamos ainda a trabalhar nele. Ninguém pode chegar lá no meio do mar, meter um aerogerador e sair produzindo energia. O mar não é privado”.

É por isso que tramita atualmente no Congresso Nacional uma discussão sobre a regulação deste mercado. A Petrobras só conseguirá ter direito a essas áreas solicitadas após essa regulamentação. “A lei prevê dois tipos de outorga: autorização ou concessão. E aí o Estado brasileiro deve decidir se vai usar concessões ou autorizações. Eu espero que até o final deste ano, nós tenhamos essa aprovação”, disse o presidente da Petrobras.

Petrobras firma parceria para desenvolver gerador de energia eólica


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A Petrobras informou nesta quarta-feira (13) que assinou uma parceria com a WEG, empresa brasileira global de equipamentos eletroeletrônicos, para o desenvolvimento de um aerogerador de energia eólica (gerada pela força dos ventos) no Brasil. Segundo a Petrobras, o aerogerador onshore (em terra) terá capacidade de 7 megawatts (MW) e será o primeiro desse porte a ser fabricado no Brasil.

Para esse projeto, que já está em andamento, a Petrobras vai investir R$ 130 milhões. O acordo prevê o desenvolvimento de tecnologias para a fabricação dos componentes e a construção e testes de um protótipo, com contrapartidas técnicas e comerciais para a Petrobras. A WEG prevê que o equipamento poderá ser produzido em série a partir de 2025.

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“A parceria com a WEG prevê o desenvolvimento do maior aerogerador do país, com capacidade de 7 MW, suficiente para abastecer, sozinho, uma cidade de 16.880 habitantes”, disse Jean Paul Prates, presidente da Petrobras. Prates falou sobre a parceria com a WEG durante a WindPower, evento que está sendo realizado na São Paulo Expo, na capital paulista.

O aerogerador terá 220 metros de altura do solo até a ponta da pá, o que equivale a seis estátuas do Cristo Redentor. A estrutura pesará 1.830 toneladas, o que equivale ao peso de 1.660 carros populares.

Segundo o presidente da Petrobras, esse projeto representa um “marco importante” para a empresa pois “aumentará seu conhecimento em tecnologia de energia eólica, além de contribuir para impulsionar a transição energética no Brasil, em parceria com uma empresa que se destaca em inovação pelo desenvolvimento de soluções em eficiência energética, energias renováveis e mobilidade elétrica”.

“O dia de hoje vai ser um marco na história do Brasil em energia eólica”, disse o diretor-presidente executivo da WEG, Harry Schmelzer Jr. “Isso vai ser muito importante para os investimentos de energia eólica no Brasil e também vai ser um marco para a WEG”, destacou.

De acordo com o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, a parceria tem interesse mútuo. “A Petrobras está entrando nisso porque é importante para o país, mas também porque é importante para a Petrobras. Vamos ter royalties, vamos ter preferência na aquisição de máquinas. Tem a questão de uma empresa estatal olhar para o interesse do país, mas também de olharmos para o interesse da empresa. E ambas as questões estão incluídas nessa parceria.”

Em maio deste ano, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fechou um financiamento de R$ 59 milhões para o desenvolvimento de um novo aerogerador da WEG “que permitirá a geração de energia de forma mais eficiente em parques eólicos localizados em terra”. Segundo o banco, o equipamento de alta potência (7 MW) será o maior em operação no mercado brasileiro e possibilitará a redução dos investimentos totais para a instalação de novos parques e emissão de carbono.

MMA abre consulta para plano de prevenção a desmatamento no Cerrado


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Baru, cajuzinho do cerrado, pequi, mangaba, guabiroba, cagaita, buriti, araticum e murici, entre outros são frutos abundantes no Cerrado. Na fauna deste bioma, um dos animais mais simbólicos é o lobo-guará. Outros bichos representam também a biodiversidade dos que habitam os campos e as florestas com vegetação tipicamente composta por árvores com troncos retorcidos e grossos. No Cerrado, é possível encontrar ainda carcarás, tatus-canastra, veados-mateiros, raposas-do-campo, tucanos, araras, maritacas, seriemas, tamanduás-bandeira e até onças pintadas.  

O bioma é apelidado de “berço das águas” por abrigar as nascentes de três bacias hidrográficas do continente: as dos rios Araguaia, São Francisco e da Prata. 

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Para preservar este bioma, que é o segundo maior do Brasil e da América do Sul, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) lançou, nesta quarta-feira (13), a consulta pública do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Bioma Cerrado (PP Cerrado), até 12 de outubro.  

De acordo com o MMA, os quatro eixos estratégicos do PP Cerrado apresentam 12 objetivos estratégicos e 37 resultados esperados. Para alcançá-los, há 78 linhas de ação, que incluem a elaboração e implementação de programas e ações de apoio à bioeconomia, fortalecimento da fiscalização e destinação de terras públicas para proteção, conservação e uso sustentável dos recursos naturais. 

No lançamento do mecanismo de participação social, durante audiência da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse que a meta de desmatamento zero até 2030 no Brasil esbarra na atual legislação ambiental, que mantém a área com cobertura de vegetação nativa, a título de reserva legal, no Cerrado, em apenas 20% do território. Para Marina, é preciso buscar alternativas que promovam o desenvolvimento sustentável, mesmo com o atual Código Florestal Brasileiro.

“Há o direito legal de desmatar nos biomas o percentual estabelecido por lei. No caso do Cerrado, que é 20% só de área preservada, eu diria que não há convergência entre a ciência. Porque a gente legisla, mas a natureza não assimila. E a natureza não está assimilando o que nós legislamos, até agora, para o cerrado”, declarou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. 

Marina Silva defendeu o trabalho integrado dos governos federal, estaduais e municipais para diminuir o desmatamento no Cerrado, como já ocorreu na Amazônia, com o plano de ação para prevenção e controle dessa prática na região, e na Mata Atlântica, onde o desmatamento caiu 40%, mesmo sem plano específico de restauração da vegetação deste bioma. 

“O Cerrado ainda é o grande desafio. E nós não queremos nenhum tipo de maquiagem em relação aos problemas. Fazer política pública com base em evidência é assumir o que diz a ciência. Ter coragem de mostrar os dados de forma transparente cria aquilo que se chama de constrangimento ético para empresas, para governos, para todo mundo. E o esforço que nós estamos fazendo é por um alinhamento político, ético, para proteger o Cerrado, sem nenhum tipo de maquiagem.”

Para a secretária especial adjunta de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Julia Alves Marinho Rodrigues, a questão do desmatamento é tratada de forma transversal pelo governo federal desde a recriação da Comissão Interministerial Permanente de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas, em janeiro deste ano. “Essa comissão é trabalhada em conjunto pela Casa Civil, pelo ministro Rui [Costa], junto com o Ministério do Meio Ambiente, com a ministra Marina e outros. E esse arranjo tem um propósito: o tema no meio ambiente não ser só do ministério, ser transversal a todo o governo.”

Participação social

Na audiência pública, a cientista do Cerrado e professora da Universidade de Brasília (UnB) Mercedes Bustamante expôs um estudo sobre o bioma, que perde sua vegetação nativa cinco vezes mais rápido que a Amazônia. Ela apontou a atividade agropecuária na região do Matopiba (formada por áreas de cerrado nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) como responsável pelos impactos negativos ao bioma, às mudanças climáticas e à saúde dos trabalhadores rurais. 

“As temperaturas médias na nossa região já aumentaram mais do que as temperaturas médias globais e vão continuar aumentando. Nossas chuvas de verão vão tender a entrar com atraso, no século 21. A gente já está percebendo o atraso no período chuvoso. E essa combinação de aumento da seca e de alta temperatura resulta em um clima que é propício à propagação de grandes incêndios florestais”, concluiu a pesquisadora. 

Outro convidado da sessão, o engenheiro florestal e coordenador da Rede Cerrado, Pedro Bruzzi, defendeu a construção de soluções coletivas pelos governos para o controle do desmatamento, baseadas em informações oficiais como as do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e sobre a situação do licenciamento ambiental das propriedades rurais. “Estamos perdendo biodiversidade, água, solos agricultáveis. O que está em jogo? Nossa segurança alimentar, nossa segurança hídrica, nossa segurança energética. Então, enquanto sociedade, não podemos ficar assistindo a essa tragédia do Cerrado brasileiro.” 

A organização social Rede Cerrado representa populações que vivem nesse bioma, como indígenas, quilombolas, agricultores familiares, quebradeiras de coco babaçu, pescadores artesanais, extrativistas, veredeiros e apanhadores de flores sempre-vivas, entre outros. 

O diretor da Coalizão Brasil – Clima, Florestas e Agricultura, Fernando Sampaio, ressaltou a necessidade de conciliar as agendas de desenvolvimento sustentável entre o poder público, as empresas do setor privado, a academia e a sociedade civil. É no Cerrado que está hoje metade da produção brasileira de soja, 55% da produção pecuária.

“Isso tem um peso muito grande na economia brasileira, mas, para que isso acontecesse, a gente teve que perder metade do Cerrado. E a gente está nesse ponto justamente de como promover um desenvolvimento sustentável, como é que a gente vai lidar com os desafios que a gente tem de clima, de conservação da biodiversidade, mas também de segurança alimentar e desenvolvimento econômico daqui para frente.” 

“O Cerrado é onde a gente precisa pensar um novo modelo de desenvolvimento, do que a gente quer para o futuro da nossa agricultura, para o futuro das nossas florestas também”, frisa o diretor da Coalizão Brasil  – Clima, Florestas e Agricultura, Fernando Sampaio.

Defesa das águas

Na audiência, a ministra Marina Silva ainda recebeu do ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Oscar Cordeiro Netto uma carta com cerca de 700 assinaturas pedindo reforço na política hídrica do governo federal e valorização do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima . O manifesto é endereçado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Nessa carta, nós exortamos a todos – sociedade civil, Parlamento – a trabalhar nessa reconstituição, nessa revalorização da política de águas.”

Em resposta, a ministra lembrou que a vontade originária do presidente Lula era recuperar a política e a gestão de recursos hídricos. Contudo, o Congresso Nacional, na aprovação da reestruturação de ministérios, tirou a ANA do MMA e a devolveu ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. Marina Silva disse que é preciso respeitar a decisão do Parlamento. Segundo ela, o compromisso do governo é com a gestão correta dos recursos hídricos.

“Na democracia, é assim que funciona: o Congresso decidiu, e o presidente é um democrata. Aquilo que não pode ser vetado, em conformidade com a lei, ele não tinha como vetar. Mas que bom que a sociedade está dando uma força para que a gente possa, então, recuperar aquilo que foi perdido”, acrescentou.

“Essa casa [Congresso Nacional] que desenhou a melhor política de recursos hídricos, infelizmente, na votação da estrutura do governo federal, mesmo com todos os esforços do governo, do nosso ministro [Alexandre] Padilha, do ministro Rui [Costa], de todos nós, fez uma devolutiva da Política Nacional de Recursos Hídricos para o Ministério do Desenvolvimento Regional. Não é nenhum problema. É que política pública tem que ter o loco certo”, lamentou a ministra Marina Silva sobre a saída da ANA do MMA.