Balança comercial tem superávit de US$ 74,55 bilhões em 2024


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A queda no preço de diversos produtos agrícolas e o crescimento das importações decorrente da recuperação econômica fizeram o superávit da balança comercial (exportações menos importações) cair em 2024. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o país exportou US$ 74,552 bilhões a mais do que importou no ano passado.

O resultado representa queda de 24,6% em relação a 2023, quando o saldo da balança comercial tinha batido recorde e registrado superávit de US$ 98,903 bilhões. Mesmo assim, é o segundo maior saldo anual positivo desde o início da série histórica, em 1989.

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No ano passado, o país exportou US$ 337,036 bilhões, com recuo de apenas 0,8% em relação ao recorde de exportações de US$ 339,696 bilhões registrado em 2023. Em contrapartida, as importações cresceram 9% e encerraram 2024 em US$ 262,484 bilhões, contra US$ 240,793 bilhões em 2023.

Estimativas

O superávit veio acima das estimativas da pasta, que previa saldo positivo de US$ 70 bilhões para 2024. As exportações ficaram levemente acima da projeção de US$ 335,7 bilhões divulgada pela pasta em outubro. As importações encerraram o ano levemente abaixo da previsão de US$ 264,3 bilhões.

Na comparação entre volume e preços, o total de mercadorias exportadas cresceu 3% em 2024, com os preços médios caindo 3,6%, puxado principalmente pela soja e pelo milho. O volume de bens importados subiu 17,2%, impulsionado pelo crescimento do consumo decorrente da recuperação econômica. Os preços médios das mercadorias importadas recuaram 7,4%.

Pela primeira vez, o Mdic divulgou estimativas para a balança comercial do ano em janeiro. A pasta prevê que o Brasil terá superávit entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões em 2025, com as exportações ficando entre US$ 320 bilhões e US$ 360 bilhões, e as importações entre US$ 260 bilhões e US$ 280 bilhões. Tradicionalmente, a pasta divulgava as projeções para o ano a partir de abril, com revisões em julho e em outubro.

Petróleo

Na comparação entre volume e preços, o total de mercadorias exportadas cresceu 3% em 2024, com os preços médios caindo 3,6%, puxados principalmente pela soja e pelo milho. O volume de bens importados subiu 17,2%, impulsionado pelo crescimento do consumo decorrente da recuperação econômica. Os preços médios das mercadorias importadas recuaram 7,4%.

Na divisão por produtos, o petróleo bruto tomou o lugar da soja entre as maiores exportações brasileiras em 2024. No ano passado, o valor exportado subiu 5,2%, com o volume embarcado aumentando 10,1%, e o preço médio caindo 4,4%. As exportações de soja recuaram 19,4% em valor, com o volume caindo 3% e o preço médio, 16,9%.

Com o milho, o desempenho foi ainda pior no ano passado. O valor exportado recuou 39,9%, com o volume embarcado desabando 28,8%, e os preços caindo 15,6%. Tanto a soja como o milho sofreram com as condições climáticas no ano passado, marcado por enchentes na Região Sul e forte seca no Sudeste e no Centro-Oeste.

Dezembro

No resultado de dezembro, a balança comercial teve superávit de US$ 4,803 bilhões, com queda de 48,5% em relação a dezembro de 2023, quando o resultado tinha ficado positivo em US$ 9,323 bilhões. As exportações somaram US$ 24,904 bilhões, com queda de 13,5% em relação a dezembro de 2023. As importações totalizaram US$ 20,101 bilhões, com alta de 3,3% na mesma comparação.

Assim como ao longo do segundo semestre de 2024, a combinação de queda no preço das commodities (bens primários com cotação internacional), de menor safra e de alta nas importações provocada pelo aumento do consumo influenciou o saldo comercial. Em dezembro, o volume de mercadorias exportadas caiu 8,8%, com o preço médio recuando 5% na comparação com o mesmo mês de 2023.

Apenas na agropecuária, o volume de exportações caiu 20,4% em dezembro em relação a dezembro de 2023, com destaque para soja, milho e café. O preço médio recuou 3,8%. Na indústria extrativa, o volume despencou 19,4%, e o preço médio despencou 18,4%, impulsionado tanto pela queda nas exportações mensais de petróleo e de minério de ferro.

Em relação às importações, o volume de mercadorias compradas subiu 8%, com o preço médio caindo 6,6% em relação a dezembro de 2023. Os principais destaques foram motores não elétricos, partes e acessórios de veículos automotivos e medicamentos.

Soldado de Israel acusado de crimes em Gaza já deixou o Brasil


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O soldado israelense Yuval Vagdani, denunciado por crimes de guerra na Faixa de Gaza, deixou o Brasil neste fim de semana após a Justiça Federal do Distrito Federal determinar a apuração dos supostos crimes de guerra cometidos pelo militar.

A rádio oficial do exército israelense informou que o governo de Tel Aviv acompanhou todo o trajeto para saída do militar do país, já a Embaixada de Israel no Brasil informou que o suspeito saiu por contra própria.

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Vagdani foi alvo de uma ação da organização não governamental (ONG) Hind Rajab Foudation (HRF), que atua para responsabilizar o Estado de Israel em supostas violações de direitos humanos contra os palestinos. A organização acionou a Justiça brasileira contra o militar, que expediu decisão de investigar o soldado. Em seguida, ele deixou o país.

Passando férias nas praias de Morro de São Paulo, na Bahia, Vagdani foi acusado pela HRF de participar de demolições massivas de casas civis em Gaza. A organização usou filmagens, dados de geolocalização e fotografias do suspeito plantando explosivos para destruição de bairros inteiros.

“Esses materiais provam, sem sombra de dúvida, o envolvimento direto do suspeito nesses atos hediondos. Esses atos são parte de um esforço mais amplo para impor condições de vida insuportáveis ​​a civis palestinos, constituindo genocídio e crimes contra a humanidade sob o direito internacional”, argumentou a organização.

A fundação internacional pediu a prisão imediata do suspeito, citando o risco de fuga e a potencial destruição de evidências. A ação usou como base o Estatuto de Roma, acordo internacional que o Brasil assinou e que obriga os países a agirem em casos de crimes contra a humanidade, crimes de guerra e genocídio.

Após a decisão de investigar o soldado israelense, a principal advogada do HRF, Maíra Pinheiro, denunciou ter sofrido ameaças contra a vida dela. “Estou sendo ameaçado no exercício da minha profissão. Estão ameaçando até a minha filha”, afirmou em uma rede social, acrescentando que todas as ameaças foram encaminhadas à Polícia Federal.

Israel reage

Por meio de nota, a embaixada de Israel no Brasil afirmou que existe uma campanha global contra Israel e seus soldados, “utilizando denúncias para avançar objetivos políticos”.

Segundo a representação israelense, “o peticionário representa uma organização estrangeira e está explorando de forma cínica os sistemas legais para fomentar uma narrativa anti-Israel tanto globalmente quanto no Brasil, apesar de saber plenamente que as alegações carecem de qualquer fundamento legal”.

A rádio oficial do exército israelense informou, por meio de uma rede social, que o Ministério das Relações Exteriores de Israel acompanhou o soldado “durante todo o incidente até sua saída rápida e segura do Brasil”. 

Por sua vez, a organização palestina brasileira Fepal (Federação Árabe Palestina do Brasil) acusou o governo israelense e a embaixada do país no Brasil de promover a fuga do acusado. “Houve uma ofensa severa à soberania do Estado brasileiro por um Estado investigado por genocídio, crimes de guerra, crime de Apartheid e colonialismo”, afirma Ualid Rabah, presidente da Fepal.

Indagada, a embaixada de Israel negou participação na saída do militar do país. “O soldado decidiu deixar o país, e fez isso por decisão e conta própria”, informou a representação israelense no Brasil.

Repercussão em Israel

O caso ganhou repercussão em Israel. O principal jornal do país – o Haaretz – publicou artigo neste domingo (5) intitulado “Como um mandado de prisão por crimes de guerra no Brasil deixou Israel em pânico”. 

O episódio serviu para o líder da oposição do país, Yair Lapid, acusar o governo de não saber proteger os militares israelenses no exterior. “O fato de um reservista israelense ter tido que fugir do Brasil na calada da noite para evitar ser preso por combater em Gaza é um fracasso político colossal de um governo irresponsável que simplesmente não sabe como trabalhar. Não pode ser que os soldados tenham medo de viajar para o exterior por medo de serem presos”, afirmou. 

Em resposta, o ministro das relações exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, rebateu Lapid chamando-o de “charlatão”. O chanceler justificou que existe um sistema “anti-semita cujo objetivo é negar o direito de Israel à autodefesa”. 

Entenda

Israel vem sendo acusado pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ), principal tribunal das Nações Unidas (ONU), por genocídio na Palestina. A ação é apoiada por uma série de países, entre eles, o Brasil. 

O Tribunal Penal Internacional (TPI), de Haia, já emitiu um mandado de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netaniahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e contra a humanidade em Gaza. 

Ao mesmo tempo, organizações como a Anistia Internacional acusam o Estado de Israel de promover um genocídio em Gaza. Israel nega todas as acusações sob a alegação de que apenas está se defendendo contra o Hamas que, no dia 7 de outubro de 2023, atacou Israel causando a morte de cerca de 1,2 mil pessoas e sequestrando cerca de 200 pessoas. 

Sem gotinha: entenda como fica novo esquema vacinal contra a pólio


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Em 2025, crianças de 2 meses, 4 meses e 6 meses recebem exclusivamente a vacina injetável para prevenir casos de poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. Há também uma dose injetável de reforço, a ser aplicada aos 15 meses de vida. As populares gotinhas foram oficialmente aposentadas e deixaram de fazer parte do calendário de vacinação infantil brasileiro em novembro do ano passado.

Não se trata, portanto, de uma nova dose, mas de um novo esquema vacinal para promover a imunização contra a pólio. A mudança, de acordo com o Ministério da Saúde, é baseada em evidências científicas e recomendações internacionais. Isso porque a vacina oral poliomielite (VOP) contém o vírus enfraquecido e, quando utilizada em meio a condições sanitárias ruins, pode levar a casos da doença derivados da vacina.

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A substituição da dose oral pela injetável tem o aval da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização e é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A orientação é que a VOP seja utilizada apenas para controle de surtos, como acontece na Faixa de Gaza. Em agosto passado, a região confirmou o primeiro caso de pólio em 25 anos – um bebê de 10 meses que não havia recebido nenhuma das doses previstas.

Entenda

Em 2023, o Ministério da Saúde informou que passaria a adotar exclusivamente a vacina inativada poliomielite (VIP) no reforço aplicado aos 15 meses de idade, até então feito na forma oral. A dose injetável já vinha sendo aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida. Já a segunda dose de reforço, antes aplicada aos 4 anos, segundo a pasta, não se faz mais necessária, já que o esquema vacinal com quatro doses garante proteção contra a doença.

A atualização considerou critérios epidemiológicos, evidências relacionadas à vacina e recomendações internacionais sobre o tema. Desde 1989, não há notificação de casos de pólio no Brasil, mas as coberturas vacinais sofreram quedas sucessivas nos últimos anos. Em 2022, por exemplo, a cobertura ficou em 77,19%, longe da meta de 95%. 

Calendário completo

O Ministério da Saúde reforça que a vacinação é reconhecida como uma das estratégias mais eficazes para preservar a saúde da população e fortalecer uma sociedade saudável e resistente. “Além de prevenir doenças graves, a imunização contribui para reduzir a disseminação desses agentes infecciosos na comunidade, protegendo aqueles que não podem ser vacinados por motivos de saúde”.

O calendário nacional de vacinação contempla, na rotina dos serviços, 19 vacinas que protegem em todos ciclos de vida, desde o nascimento até a idade mais avançada. Além da pólio, a lista de doenças imunopreveníveis inclui sarampo, rubéola, tétano e coqueluche. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é responsável por coordenar as campanhas anuais de vacinação, que têm como objetivo alcançar altas coberturas vacinais e garantir proteção individual e coletiva.

Confira aqui os calendários completos de vacinação ofertados via Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes.

Aumento de passagens começa a vigorar hoje em São Paulo


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As passagens de trem, metrô e ônibus estão mais caras na capital paulista a partir desta segunda-feira (6). O valor para utilizar os ônibus subiu para R$ 5. As passagens de trem e metrô do estado de São Paulo passam a custar R$ 5,20.

O Movimento Passe Livre (MPL) convocou uma manifestação contra o aumento da passagem em São Paulo. O ato está marcado para a próxima quinta-feira (9), às 18h, com concentração em frente à prefeitura da capital.

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Na capital paulista, a Justiça derrubou a liminar que cancelava o aumento da tarifa de ônibus, que havia sido pedida por parlamentares do PSOL. Eles alegavam que a decisão de reajustar as passagens foi tomada sem qualquer participação popular.

Mercado financeiro estima inflação de 4,99% em 2025, diz BC


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O mercado financeiro mantém as expectativas de alta tanto para a inflação como para a cotação do dólar em 2025. No caso da inflação, essa expectativa de alta se mantém há 12 semanas, culminando, agora, com uma projeção de que, ao final do ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – esteja em 4,99%.

Há uma semana, a expectativa do mercado era de que a inflação fechasse 2025 em 4,96%; e há quatro semanas era de que fechasse em 4,59%. Para os anos subsequentes, o mercado trabalha com expectativas inflacionárias de 4,03% em 2026; e de 3,90 em 2027. Os números constam do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (6) pelo Banco Central (BC).

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A estimativa para 2025 é mais pessimista que as previsões oficiais. O governo federal estima um IPCA de 3,1% este ano, segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 aprovada no Congresso Nacional.

Como ainda não foi divulgado o índice oficial da inflação de 2024, o mercado continua a fazer projeções para o ano encerrado. Neste caso, a expectativa para o índice inflacionário caminhou em sentido oposto, reduzindo dos 4,90% projetados há uma semana para 4,89%, segundo o boletim divulgado hoje. O teto para a meta inflacionária estipulada para 2024 é 4,50%.

Selic

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 12,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A alta recente do dólar e as incertezas em torno da inflação e da economia global fizeram o BC aumentar o ritmo de alta dos juros na última reunião do ano, dia 11 de dezembro.

A expectativa, portanto, é que a Selic apresente alta já no início de 2025. Diante desse cenário, o mercado financeiro aumentou a projeção dessa taxa básica para o fim deste ano, passando dos 14,75% projetados há uma semana, para os 15% projetados neste boletim mais recente. Há quatro semanas, esta projeção estava em 13,50%.

Para os anos subsequentes, o mercado trabalha com uma projeção de 12% em 2026; e de 10% em 2027.

Dólar e PIB

O mercado projeta que, ao final de 2025, o dólar esteja sendo comercializado a R$ 6, mantendo a tendência de alta que vem sendo observada há 10 semanas. Na semana passada, a cotação esperada para o final deste ano era de R$ 5,96; e há quatro semanas era de que a cotação da moeda norte-americana fecharia o ano em R$ 5,77.

Para 2026 e 2027, as expectativas se mantêm estáveis, em R$ 5,90 e R$ 5,80, respectivamente.

Já as previsões para o Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país) de 2025 aumentaram de 2,01% para 2,02%. Há quatro semanas, o mercado projetava crescimento de 2% para o PIB de 2025. Para os PIBs de 2026 e 2027, o mercado projeta crescimentos de 1% e 2%, respectivamente.

CNU: perícia médica de candidatos com deficiência começa nesta segunda


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O prazo para perícia médica (avaliação biopsicossocial) da condição dos candidatos do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), que se declararam com deficiência, começa nesta segunda-feira (6) e vai até sexta-feira (10).

Inicialmente, esses candidatos tiveram a inscrição deferida para concorrer às vagas reservadas às pessoas com deficiência e, ainda, foram aprovados na prova discursiva, realizada em 18 de agosto passado.

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A avaliação dos documentos enviados, no ato de inscrição no certame, pelos candidatos autodeclarados com deficiência será realizada por equipe multiprofissional, designada pela Fundação Cesgranrio, conforme Decreto nº 9.508/2018. A legislação reserva às pessoas com deficiência percentual de cargos e de empregos públicos oferecidos em concursos públicos.

A equipe multiprofissional irá avaliar os candidatos pela documentação médica (atestado ou laudo ou relatório) enviada, por upload, no ato da inscrição que ateste a espécie e o grau ou o nível de deficiência (se conhecida), bem como a provável causa da deficiência.

A comissão deverá então chegar a uma conclusão sobre o enquadramento ou não da deficiência do candidato.

Recursos

A divulgação dos resultados preliminares da avaliação biopsicossocial das pessoas que se declararem com deficiência está prevista para 17 de janeiro.

Nos dias 17 e 18 de janeiro, os candidatos que discordarem do resultado preliminar poderão interpor eventuais recursos no endereço eletrônico do chamado Enem dos Concursos.

O candidato que tiver negativa da condição de sua deficiência durante a avaliação biopsicossocial após o recurso, se houver, perderá o direito de concorrer às vagas reservadas às pessoas com deficiência, conforme previsto nos editais dos oito blocos temáticos do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). 

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos prevê que a divulgação do resultado final do CNU ocorrerá em 11 de fevereiro. 

Lula parabeniza Fernanda Torres por Globo de Ouro


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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou a brasileira Fernanda Torres pelo prêmio de melhor atriz na categoria drama do Globo de Ouro. “Emocionante. Fernanda Torres é orgulho do Brasil”, escreveu, em seu perfil na rede social X.

“Melhor atriz em filme de drama no Globo de Ouro pela sua grande atuação no filme Ainda Estou Aqui. Como ela mesma diz: a vida presta. Parabéns, Fernanda Torres”, completou o presidente.

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A premiação – entregue pela primeira vez a uma brasileira – é um reconhecimento ao trabalho de Fernanda no filme Ainda Estou Aqui.

Na produção, ela interpreta a advogada Eunice Paiva, viúva de Rubens Paiva, deputado federal assassinado pela ditadura militar em 1971.

Fernanda concorria com grandes estrelas de Hollywood como Nicole Kidman, Angelina Jolie, Tilda Swinton, Pamela Anderson e Kate Winslet.

Há 25 anos, Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres, disputou a mesma categoria pela atuação em Central do Brasil. Ela não venceu, mas a película ganhou o Globo de Ouro na categoria melhor filme estrangeiro.

“Isso é uma prova de que a arte dura na vida, até durante momentos difíceis pelos quais a Eunice Paiva passou e com tanto problema hoje em dia no mundo. Esse é um filme que nos ajudou a pensar em como sobreviver em tempos como esses”, disse Fernanda, durante discurso de agradecimento.

Eleitores que não votaram no 2º turno têm até terça para justificar


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O eleitor que não compareceu ao segundo turno das eleições municipais de 2024 precisa justificar a ausência até esta terça-feira (7). Em 27 de outubro passado, os eleitores de 51 municípios do país, sendo 15 capitais, votaram nos candidatos que foram para o segundo turno.

A justificativa de ausência é necessária somente para quem tem a obrigação de votar. No Brasil, o voto é obrigatório para maiores de 18 anos e facultativo para pessoas analfabetas, com idade entre 16 e 18 anos e maiores de 70 anos.

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O prazo de 60 dias desde o segundo turno também vale para quem estava no próprio domicílio eleitoral e não votou por algum motivo justo.  Nesses casos, é necessário anexar a documentação que comprove o motivo da ausência à eleição para análise do juiz eleitoral responsável pela área daquele eleitor faltoso. 

Cada turno eleitoral é considerado uma eleição independente pela Justiça Eleitoral, para efeito de comparecimento.  Por isso, o eleitor deverá justificar separadamente o não comparecimento em cada um dos turnos. O prazo para justificar a falta no primeiro turno das eleições de 2024 sem implicação de multas foi encerrado em 5 de dezembro.

e-Título

A justificativa de falta pode ser apresentada presencialmente em um cartório eleitoral, pelo aplicativo e-Título, disponível para smartphones ou nos sites do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e dos tribunais eleitorais dos estados, os TREs.

Ao acessar o app, o eleitor que estiver com o título eleitoral regular ou mesmo suspenso deve clicar no link ‘Mais opções’, selecionar o local do pedido de justificativa de ausência e preencher o formulário com os dados solicitados.

O requerimento será transmitido para a zona eleitoral responsável pelo documento do eleitor para análise.  Por meio de um protocolo gerado, o cidadão poderá acompanhar o andamento da solicitação. Após a decisão sobre a aceitação ou não da justificativa, a pessoa será notificada.

Na internet

Outro modo de justificar a ausência ao pleito é online, no site do TSE, na página eletrônica de Autoatendimento Eleitoral. É preciso informar os números do título eleitoral, do Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou o nome, a data de nascimento e o nome da mãe (caso conste). O internauta poderá acompanhar o andamento do pedido encaminhado à Justiça Eleitoral no mesmo endereço virtual.

Os dados informados devem coincidir com os do cadastro eleitoral. Se o sistema não reconhecer os dados digitados, o eleitor deverá entrar em contato com a zona eleitoral responsável pelo título para esclarecimentos.

No cartório eleitoral

Se o eleitor preferir justificar a ausência ao pleito presencialmente, deverá se dirigir ao cartório eleitoral mais próximo, preencher o formulário de Requerimento de Justificativa Eleitoral (pós-eleição) e entregá-lo ou enviá-lo pelo Correio à autoridade judiciária da zona eleitoral responsável pelo título. Assim que for aceita, a justificativa será registrada no histórico do título de eleitor.

Sanções

A ausência injustificada às urnas resulta em sanções ao eleitor que faltou às eleições municipais.

Entre elas, está o pagamento da multa imposta pela Justiça Eleitoral. A base de cálculo para aplicação das multas previstas na Resolução, salvo se prevista de forma diversa, será R$ 35,13.

De acordo com a resolução-TSE nº 23.659/2021, o cidadão que declarar estado de pobreza ficará isento do pagamento da multa por ausência às urnas.

Após 7 de janeiro, na página Quitação de Multas, os eleitores podem consultar seus débitos e emitir a Guia de Recolhimento da União (GRU) para quitação de multas eleitorais decorrentes de ausência às urnas e/ou aos trabalhos eleitorais.

Além da multa, quem não compareceu à seção eleitoral no segundo turno do pleito de 2024 e não justificou a ausência ficará impedido de tirar o passaporte e a carteira de identidade, renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo, inscrever-se em concurso público e tomar posse em cargo público, receber remuneração em função pública, entre outras restrições.

No caso de o eleitor ter feito o pedido de justificativa de ausência a um dos turnos da eleição municipal de 2024 e a motivação não ser aceita, o juiz eleitoral irá arbitrar o valor da multa.

Se o título estiver na situação de “cancelado”, devido a três ausências consecutivas injustificadas às eleições, além de pagar as multas devidas, é necessário solicitar uma revisão ou uma transferência de domicílio para regularizar a situação.

Grupos de reisado buscam inspirar jovens a manter tradições


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O toque da zabumba, os versos, as cantorias, as cores das roupas, a dança e o legado dos mais velhos… Tudo encantou os olhos de Cícera Flatenara desde a infância. Hoje, aos 27 anos de idade, a cearense nascida e moradora de Juazeiro do Norte é mestra do reisado, manifestação cultural que celebra o nascimento de Cristo e a visita dos reis Magos ao “Menino Deus”.

A data de 6 de janeiro, Dia de Reis, que é o mais importante para a festividade, tem dois sentidos para ela. Antes, de celebração. Mas, agora, também de dor. O pai dela, mestre Cicinho (Cícero da Silva, de 44) foi assassinado neste dia, no ano passado, enquanto preparava o evento. Mesmo em luto, ela diz que tem a missão de inspirar outros jovens a participarem do reisado e fazer com que mais olhos brilhem, como ocorreu com ela, pela arte do pai.

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Brasília (DF), 05/01/2025 - Cícera Flatenara. Dia de Reis. Foto: Cícera Flatenara/Arquivo Pessoal

Cícera Flatenara (de vermelho) é mestra do reisado em

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 Juazeiro do Norte (CE) – Cícera Flatenara/Arquivo Pessoal

Mestre Cicinho era do Reisado de Manuel Messias. A filha abraçou o legado e segue com o grupo. Ela aprendeu tudo com o pai,

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 inclusive porque ele criou também um grupo para filha para que ela abraçasse a missão de fazer com que a cantoria nunca findasse. “Foi meu pai que me incentivou, ensinou, e fez crescer. A gente montou um grupo de reisados chamado Mirim Santos Expedito”, diz. Ela explica que o pai tirou dinheiro do próprio bolso para fazer as roupas e os instrumentos. Hoje pelo menos 30 crianças e adolescentes participam das atividades.

“As crianças veem o colorido e pedem para brincar. Hoje eu passo para os meus dois filhos. Quando eu não estiver aqui, vai ter quem dê continuidade por mim”, conta

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 Cícera Flatenara.

Eles já conhecem o que fazem os mestres (que coordenam o reisado), os contramestres, as personagens de

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 Mateus, Catirina, reis, rainha, a princesa e o príncipe, além de embaixadores, que puxam a música na hora da dança. Assim, se organiza o cordão. Os sons dos instrumentos de percussão e corda se misturam para encanto de quem aprecia a tradição.

Diversidade

E pensar que mulheres, no século passado, não costumavam ser as mestras. “Mulher dançava mais o ‘guerreiro’ (de Alagoas). Meu pai foi um dos mestres que mais incentivava a participação das mulheres aqui em Juazeiro do Norte”. Já é normal às vistas dos juazeirenses quando a mestra Flatenara ‘desafia’ homens para o tradicional jogo de espadas, em uma coreografia que impressiona quem está na roda. “O rei vai proteger a rainha e o príncipe no trono. Ele tem o dia todo para proteger a realeza do reisado e não deixar ninguém vir tomar.”

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Um dos pares no jogo de espadas de Flatenara é o mestre Antônio Candido, de 35 anos, também conhecido na tradição da região. “Nosso foco é manter a tradição dos reisados como surgiram na região do Cariri, ao som da viola [do reisado de Congo)] e do maracá”. Ele celebra que a filha de 15 anos também já participa da festa

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 e já fez até o papel de rainha. O mestre enfatiza que essa é uma tradição nas comunidades tradicionais no período natalino, com participantes nas portas das casas, nas ruas, louvando o sagrado.

Ele é ligado ao Reisado Santo Antônio e faz ensaios todas as terças-feiras.

“Meu grupo é pequeno, a gente só tem 18 pessoas. O reisado, para mim, é alegria, amor e esperança de um futuro melhor. Isso é o que a gente passa aos mais jovens”, afirma Antônio Candido.

Em sua memória, a manifestação está vinculada ao som da zabumba, caixa e pífano, mas também à viola, que faz parte da tradição local. Outra ação é a “queima da lapinha”, que são as folhagens secas levadas ao fogo a fim de simbolizar as esperanças de cada pessoa. “Essas tradições são importantes para mim desde a minha infância.”

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Brasília (DF), 05/01/2025 - Mestre Antônio Cândido. Dia de Reis. Foto: Antônio Cândido/Arquivo Pessoal

Mestre Antônio Cândido diz que trabalha para

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 – Antônio Cândido/Arquivo Pessoal

Desafio

Referência de sons para Antônio Candido foi o mestre Nando, nome artístico do amigo violeiro Francisco Valmir da Silva Santos, de 45 anos, que aprendeu o reisado na zona rural. Ele entende que, apesar das tradições, há dificuldades de manter o reisado vivo. “Chega a ser um desafio por conta da internet. Existem brincantes jovens ou até adultos que não querem mais. Nós, que mantemos o reisado de Congo legítimo sempre convidamos os jovens a levar em frente esse folguedo do reisado.”

Ele observa que, nas escolas, as apresentações não são contínuas e existem dificuldades para que projetos sejam contemplados em editais públicos. “Quando a cultura vai para a escola, os alunos tornam-se novos aprendizes dos reisados. Principalmente para formar novos tocadores de viola ou violão”, diz. Mestre Nando explica

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 que, mesmo com as características particulares de cada estado, os reisados têm semelhanças pelo país.

De norte a sul

A 3,6 mil quilômetros de distância de Juazeiro do Norte, a preocupação de fazer com que o reisado siga forte está em grupos na cidade de Esteio (RS), que chamam a exibição de “terno de reis”. O acordeonista Gabriel Romano, de 37 anos, diz que aprendeu com o avô, mas teme que a tradição caia no esquecimento. “Na tradição, o terno de reis vai até uma casa sem avisar. A gente chega e começa a cantar na porta até a pessoa ouvir e convidar para entrarem. A gente faz várias apresentações por dia.”

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 Originalmente, os artistas usam o improviso.

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Brasília (DF), 05/01/2025 - Grupo Estrela Guia de Esteio (RS). Dia de Reis. Foto: Grupo Estrela Guia de Esteio/Divulgação

Acordeonista Gabriel Romano

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Como as apresentações do reisado gaúcho do grupo de Gabriel (Estrela Guia de Esteio) são

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 mais curtas, há uma abertura já consagrada, em uma música que usa versos como “Cristo podia nascer entre ouros e cristais, mas, para dar exemplo ao mundo, quis nascer entre animais. O de casa nobre gente, se quiser nos apreciar, abre a porta e mande entrar.”

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 O músico entende que, mesmo pautado pela religiosidade cristã, há uma preocupação de atender um público mais diverso, inclusive para adeptos de religiões de matriz africana.

Gabriel anda feliz porque no grupo conseguiu atrair uma acordeonista de 12 anos, Anita, que é filha dele. “Ela foi vendo o terno e fazendo o movimento. A minha filha tem celular, usa internet, mas a gente incentiva ela a ter essas vivências na música. Para ela também saber que existe um mundo fora daquilo.”

Uso inadequado da internet pode afetar saúde, diz especialista


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A aprovação de projeto de lei na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que proíbe o uso de aparelhos eletrônicos em escolas públicas e privadas no estado, já no ano letivo de 2025, deu destaque ao tema. Além do cuidado nas escolas, o Centro Marista de Defesa da Infância avalia que a utilização dos aparelhos e da internet também precisa de atenção em casa.

Levantamento da TIC Kids Online Brasil (2024), realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e Cetic.br, mostrou que 93% das crianças e adolescentes brasileiros – de 9 a 17 anos – usam a internet, o que representa 24,5 milhões de pessoas.

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O estudo apontou, ainda, que cerca de três a cada dez usuários de internet de nove a 17 anos têm responsáveis que usam recursos para bloquear ou filtrar alguns tipos de sites (34%); para filtrar aplicativos baixados (32%), que limitam pessoas que entram em contato por chamadas de voz ou mensagens (32%); que monitoram sites ou aplicativos acessados (31%); que bloqueiam anúncios (28%); alertam sobre o desejo de fazer compras em aplicativos (26%); e que restringem o tempo na internet (24%).

“Assim como ensinamos nossas crianças a não falar com estranhos na rua, temos que agora ensiná-las a como se comportar na internet. Atualmente, pais e responsáveis devem trabalhar no letramento digital, supervisionando as atividades e ensinando dinâmicas mercadológicas, pois o uso inadequado da internet pode gerar um meio propício para o adoecimento físico e mental”, disse, em nota, Valdir Gugiel, diretor do Centro Marista de Defesa da Infância e membro do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente de Santa Catarina.

Ele acrescenta que, atualmente, quando se trata de infância e juventude, é necessário promover um debate sobre o uso consciente de telas e dispositivos e a violência no ambiente digital.

Ofensas

Ainda segundo a TIC Kids Online, entre os usuários de nove a 17 anos, 29% contaram ter passado por situações ofensivas, que não gostaram ou os chatearam no ambiente digital. Desses, 31% relataram sobre o que aconteceu para seus pais, mães ou responsáveis; 29% para um amigo ou amiga da mesma idade; 17% para irmãs, irmãos ou primos; e 13% não revelaram para ninguém.

A gerente do Centro Marista de Defesa da Infância, Bárbara Pimpão, explica que alguns casos de situações ofensivas na internet podem evoluir para cyberbullying [violência virtual que ocorre geralmente com as pessoas tímidas e indefesas].

“Crianças e adolescentes que estão sendo expostas repetidamente a mensagens que têm o objetivo de assustar, envergonhar ou enfurecer podem sofrer consequências psicológicas, físicas e sociais, como baixa autoestima, depressão, transtornos de ansiedade e insônia”, disse, em nota.

A entidade apontou as seguintes dicas e cuidados para os responsáveis em relação ao acesso de crianças e adolescentes a ferramentas digitais:

1. Fazer monitoramento e controle parental do telefone celular.

2. Ficar alerta a situações ofensivas.

3. Explicar sobre perigos do contato com estranhos.

4. Conversar sobre o uso excessivo da internet.

5. Acessem juntos conteúdos para conscientização.