Arquivo Público do Rio vai fechar por risco de incêndio e desabamento

O governo do Estado do Rio anunciou em comunicado oficial nesta segunda-feira (6) que o Arquivo Público do Rio de Janeiro (Aperj) vai fechar por tempo indeterminado, devido ao risco iminente de incêndio e condições estruturais obsoletas. O prédio está com sistema elétrico antigo e, além disso, não possui alvará de funcionamento emitido pelo Corpo de Bombeiros. Tais condições expõem funcionários, colaboradores e pesquisadores a sérios riscos.

O diretor da instituição, Victor Travanca disse que, apesar das dificuldades, a equipe do Arquivo Público já está trabalhando para viabilizar as reformas necessárias. Ele afirmou que, em breve, o Arquivo retornará às suas atividades, mas não mencionou data.

A direção também informou que todas as irregularidades encontradas serão encaminhadas ao Ministério Público e à Justiça, para que as responsabilidades sejam apuradas e as medidas cabíveis sejam tomadas.

O Arquivo Público do Estado do Rio e Janeiro é uma das instituições responsáveis pela preservação da memória histórica do estado. Localizado na Praia de Botafogo, zona sul do Rio, possui um arquivo com mais de 30 mil peças históricas. Com mais de 93 anos de fundação, se dedica à conservação de documentos que datam desde o século 18.

Acervo

O acervo é formado por documentos de diversos gêneros e suportes, como textuais, audiovisuais, cartográficos, bibliográficos, eletrônicos, além de objetos, relevantes para o estudo da história e da sociedade fluminense, a partir da segunda metade do século XVIII.

Os documentos mais procurados para pesquisa são os produzidos pelas Polícias Políticas do Rio de Janeiro, (POL), como o acervo do antigo  Departamento de Ordem Política e Social do Estado da Guanabara (Dops), que atuou diretamente na repressão na época da ditadura militar, iniciada em 1964, trabalhando em conjunto com as forças militares de repressão.

Após 2 anos dos ataques de 8/1, STF condenou 371; 122 estão foragidos


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O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, nos últimos dois anos, 371 pessoas das mais de duas mil investigadas por participarem dos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. O balanço foi divulgado nesta terça-feira (7) pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos relacionados ao caso. 

Até agora, 225 condenados tiveram seus crimes classificados como graves. Ao todo, 898 réus foram responsabilizados, sendo que 527 pessoas participaram de ações mais leves e fizeram acordos com o Ministério Público Federal (MPF). 

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As penas para esses réus variam de três anos a 17 anos e seis meses de prisão. Naquela data, 2.172 presas foram presas em flagrante por participarem de alguma forma dos atentados aos prédios dos Três Poderes.

Foragidos

Segundo o levantamento, pelo menos 122 pessoas são consideradas foragidas. Em relação à metade desse quantitativo (61), foram adotadas medidas para o pedido de extradição junto a outros países. 

Nesse caso, essas pessoas monitoradas por tornozeleira eletrônica romperam o equipamento e saíram do Brasil. Depois que forem extraditadas, elas deverão cumprir suas penas em regime fechado. 

Crimes

As condenações ocorreram por cinco tipos de crimes: tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa e deterioração de patrimônio público.

Foram considerados crimes mais simples a incitação e associação criminosa. Nessas situações, 146 pessoas foram condenadas, mas não foram presas e devem usar tornozeleira eletrônica por um ano, pagar multa, prestar 225 horas de serviços à comunidade e participar de um curso presencial sobre democracia. 

Esses condenados foram proibidos de usar redes sociais nesse período e de viajar, mesmo dentro do Brasil, sem autorização judicial.

Até o momento, cinco pessoas foram absolvidas.

Multas

Os 527 envolvidos que fizeram acordos com o MP pagaram multas que somaram uma arrecadação de R$ 1,7 milhão.  Além das multas, ficaram obrigados a prestar 150 horas de serviço comunitário e não podem manter perfis em redes sociais abertas durante a vigência do acordo.

Também devem frequentar um curso sobre o funcionamento da democracia oferecido pelo Ministério Público Federal (MPF).

* Com informações do STF

Fonseca, Monteiro e Laura Pigossi vencem estreia em quali na Austrália


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O tênis brasileiro avançou no qualifying (qualificatório) do Aberto da Austrália com estreias vitoriosas de Thiago Monteiro, Laura Pigossi e João Fonseca em Melbourne. Eles agora precisam vencer as próximas duas partidas para alcançarem a chave principal do Grand Slam, o primeiro da temporada. . O trio volta a jogar à 1h (horário de Brasília) desta quarta (8). O Brasil já tem presença assegurada da paulista Beatriz Haddad Maia e do paranaense Thiago Wild, que se credenciaram à chave principal do Aberto da Austrália pelo posicionamento no ranking mundial. Bia ocupa a 16ª posição na lista da WTA (Women’s Tennis Association/Associação de Tênis Feminino) e Thiago a 76ª colocação no ranking da ATP ( Association of Tennis Professionals). 

O primeiro a vencer na noite de segunda (7) em Melbourne foi o cearense Thiago Monteiro, cabeça de chave 6, que derrotou o francês Jason Kluper, por 2 sets a 0 – um duplo 7/6 (4). Número 106 do mundo, Monteiro terá pela frente na próxima rodada outro francês: Valentin Royer (203º no ranking). A partida está prevista para começar à 1h (horário de Brasília) desta quarta (8).


2024.07.24 - Jogos Olímpicos Paris 2024 - Stadium Roland Garros - Tenis - Treino da atleta Laura Pigossi - Foto: Gaspar Nóbrega/COB

Medalhista olímpica em Tóquio 2020, Laura Pigossi encara na segunda rodada do quali a suíça suiça Viktorija Golubic, à 1h desta quarta (8) – – Gaspar Nóbrega/COB/Direitos Reservados

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A paulista Laura Pigossi (141ª no ranking) também volta à quadra à 1h desta quarta (8) para o segundo jogo do quali. Ela enfretará a suiça Viktorija Golubic (90ª), cabeça de chave 2. Laura avançou no quali após vitória fácil na estreia contra a espanhola Guiomar Zuletta (199ª), por 2 sets a 0 (parciais de 6/3 e 6/1). Medalhista olímpica nas duplas nos Jogos de Tóquio – Laura foi bronze ao lado de Luisa Stefani -, a brasileira disputou uma única vez a chave principal do Aberto da Austrália em 2023.

O carioca João Fonseca, de 18 anos, será o último a disputar a segunda rodada do quali à 1h desta quarta (8). João deixou a 145ª posição e subiu para a 113ª lugar no ranking mundial no domingo (4), após faturar o título do Challenger de Camberra. O segundo duelo do quali será contra Coleman Wong, de Hong Kong, atual 172º no ranking. O jovem tenista brasileiro chegou à 11ª vitória seguida na noite de segunda (5), ao derrotar na estreia do quali  o argentino Federico Gomes (134º) por 2 sets a 0, com direito a pneu (6/0) no segundo set – a primeira parcial foi de 6/4. 

A notícia triste na noite de segunda (6) no quali em Melbourne foi a desistência do paulista Felipe Meligeni (150º), que se machucou durante o jogo de estreia contra o francês Clement Chidek (191º). Meligeni chegou a vencer o primeiro set por 6/4, mas perdeu a parcial seguinte por 6/1 e deixou a quadra com dores antes do terceiro e último set.

Dólar cai para R$ 6,10 e fecha no menor valor desde dezembro


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Num dia de bom humor externo, o dólar caiu pela segunda vez seguida e acumula queda de mais de 1% em 2025. A bolsa de valores subiu quase 1% e recuperou os 121 mil pontos.

O dólar comercial encerrou esta terça-feira (7) vendido a R$ 6,104, com recuo de R$ 0,007 (-0,12%). A cotação operou em forte queda durante quase todo o dia, chegando a R$ 6,05 por volta das 13h. À tarde, voltou a rondar a estabilidade, até fechar em pequena baixa.

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A cotação chegou ao menor valor de fechamento desde 21 de dezembro. A moeda norte-americana acumula queda de 1,23% em 2025.

O mercado de ações teve mais um dia de recuperação. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 121.163 pontos, com alta de 0,95%. O indicador chegou a subir 1,41% às 12h30, mas desacelerou durante a tarde, seguindo o mercado internacional.

Pela manhã, o dólar continuou a cair na expectativa de que o governo do presidente eleito Donald Trump poderá moderar o tarifaço a produtos de outros países, medida prometida durante a campanha eleitoral. No entanto, o mau-humor voltou ao mercado externo durante a tarde, após Trump conceder uma entrevista em que reafirmou as intenções de anexar a Groenlândia e o Canal do Panamá.

No mercado interno, os investidores aproveitaram a queda acentuada do dólar durante a manhã para comprar moeda norte-americana durante a tarde. Isso contribuiu para que a divisa voltasse à estabilidade perto do fim da sessão.

* com informações da Reuters

Secretaria recomenda que banhistas evitem mar por 24 horas após chuva


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A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo reforçou nesta terça-feira (7) orientações à população para evitar o contágio com gastroenterocolite aguda. O aumento de casos da doença, que ocorre principalmente na Baixada Santista, no litoral paulista, está sendo monitorado pelas autoridades de saúde.

Além de redobrar os cuidados com a higiene pessoal e observar as condições sanitárias de bares e restaurantes, a recomendação à população também é evitar tomar banho de mar nas 24 horas seguintes à ocorrência de chuva.

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“Não é recomendado tomar banho de mar nas 24 horas após períodos de chuva. Além disso, a lavagem das mãos deve ser intensificada e o consumo de água deve ser limitado àquela de procedência confiável, preferencialmente mineral ou filtrada”, destacou a diretora da Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar da Secretaria de Estado da Saúde, Alessandra Lucchesi.

Segundo a diretora, em caso de sintomas como diarreia, mal-estar, dor abdominal, náuseas e vômito, é essencial reforçar a hidratação. Se os sintomas piorarem, é necessário procurar atendimento médico.

Os banhistas devem ficar atentos às sinalizações sobre a qualidade da água do mar. Os locais com bandeira verde são considerados próprios para banho, já os com bandeira vermelha devem ser evitados.

Na Baixada Santista, das 72 praias monitoradas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), 22 estão impróprias para banho: as sete praias monitoradas de Santos estão impróprias; todas as praias de Bertioga estão adequadas para banho; Guarujá tem 2 impróprias para banhistas; Itanhaém, 2 impróprias; Mongaguá, 3 impróprias; Peruíbe tem as 6 praias adequadas para banho; Praia Grande, 6 impróprias; São Vicente, 2 impróprias; e Cubatão, 1 praia apropriada para banhistas. A situação das praias paulistas pode ser consultada no site da Cetesb.

Gastroenterocolite aguda

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de SP, as principais características da gastroenterocolite aguda e das doenças de transmissão alimentar (DTA) são diarreia aquosa, com muco ou sangue, mal-estar geral, dor abdominal, náusea, vômito e febre.

As orientações para evitar contaminação são: não entrar na água da praia se ela estiver classificada como imprópria pela Cetesb; evitar banhos de mar 24 horas após as chuvas; evitar alimentos mal cozidos; manter os alimentos bem refrigerados, com atenção especial às temperaturas dos refrigeradores e geladeiras dos supermercados onde os alimentos ficam acondicionados.

Também é recomendado levar lanches feitos em casa para passeios e mantê-los corretamente armazenados; observar bem a higiene de lanchonetes e quiosques; lavar as mãos antes de se alimentar ou preparar alimentos; beber água filtrada; e, em caso de diarreia, intensificar a hidratação e, se necessário, buscar atendimento médico.

Comunicação do governo deve evoluir no digital, diz novo ministro


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O publicitário Sidônio Palmeira irá chefiar a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), em substituição a Paulo Pimenta, que anunciou nesta terça-feira (7) sua saída do cargo. 

Atuante há décadas em campanhas políticas, incluindo a vitoriosa eleição de Lula em 2022, e a de políticos baianos do PT, como Rui Costa e Jacques Wagner, Palmeira disse que uma das linhas de trabalhos será tornar a comunicação do governo federal mais digital.

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“É importante também que a gestão não seja analógica, que comunique como as pessoas estão sendo atendidas, sei lá, na área de saúde, é importante que comunique, numa parte de vacinação, por exemplo, que as pessoas saibam onde é para se vacinar e tudo. Isso é uma forma de comunicação que muitas vezes não sai somente aqui da Secom. Pode sair também de um aplicativo”, afirmou, após ser anunciado novo ministro da Secom.

“Tem uma observação também, na parte digital, que as pessoas colocam, alguns dizem assim: ‘que é analógico’ [o modelo de comunicação do governo]. Acho que a gente precisa evoluir nisso. Já é um início, mas precisa ter uma evolução. E é importante, isso é papel do governo, [o de] comunicar. É um papel e uma obrigação do governo comunicar o que foi feito. E também até para as pessoas poderem usufruir dos feitos do governo”, acrescentou.

A posse está marcada para próxima semana no Palácio do Planalto. 

Segundo Palmeira, sua gestão pode ser considerada um “segundo tempo” da comunicação governamental. “O governo fez muito durante esse período, esses dois anos, e este é o nosso desafio”, acrescentou o publicitário, que garantiu ainda que terá uma relação próxima com a imprensa.

Primeira experiência

Sidônio Palmeira também disse que será a primeira vez que trabalhará na gestão de um governo. “Sou uma pessoa que nunca trabalhou em governo, então venho, assim, da iniciativa privada”, afirmou.

O novo ministro rejeita ainda o título de “marqueteiro”. “Sou publicitário. Alguns chamam de marqueteiro. Eu não gosto muito do termo ‘marqueteiro’, porque fica parecendo que a gente vai transformar qualquer coisa no melhor, mas não é isso. Acho que a gente tem que divulgar as características”, disse.

A Secom é o órgão responsável por formular e implementar a política de comunicação e divulgação social do Poder Executivo federal, promover a relação do governo federal com a imprensa, formular e implementar ações para acesso à informação, exercício de direitos e combate à desinformação, entre outras ações.

*Com informações de Pedro Rafael Vilela

Correios lança edital de inovação aberta para soluções operacionais


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Um edital lançado neste mês pelos Correios pretende selecionar ideias inovadoras que melhorem serviços e resolvam desafios nas áreas de logística, planejamento, inovação, atendimento, tratamento, transporte e distribuição. As inscrições para o edital, chamado de 1º Ciclo de Inovação Aberta – Soluções Operacionais, ficarão abertas até o dia 2 de fevereiro.

Segundo os Correios, poderão participar empresas, startups, universidades, pesquisadores, alunos e profissionais de tecnologia da informação.

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O ciclo será dividido em três fases – desafios públicos, prototipagem e teste de solução inovadora. Durante os 30 dias do prazo para envio de propostas, serão promovidos eventos online e disponibilizados materiais de consulta para orientar os participantes.

“Este ciclo é um marco para a empresa. Estamos trazendo inovação para o coração de nossas operações e conectando nossas demandas reais às soluções tecnológicas do mercado. Isso reforça nosso compromisso em criar um ecossistema logístico mais eficiente e preparado para o futuro”, disse o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos.

Justiça determina reforço da segurança em área de demarcação no Paraná


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A Justiça Federal determinou aos governos Federal e do Paraná que reforcem, imediatamente, a proteção policial às comunidades indígenas das cidades de Guaíra e Terra Roxa, no oeste paranaense, próximo à fronteira do Brasil com o Paraguai.

A ampliação dos efetivos da Polícia Federal, da Força Nacional e da Polícia Militar foi ordenada pelo juiz federal Pedro Pimenta Bossi, da 3ª Vara Federal de Umuarama (PR), no último domingo (5).

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A decisão foi motivada por um pedido do Ministério Público Federal (MPF) e da Defensoria Pública da União (DPU). E foi publicada dois dias após quatro moradores da Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá, localizada entre as duas cidades paranaenses, serem baleados durante um ataque armado às comunidades.

Entre as vítimas baleadas durante o ataque deflagrado por homens ainda não identificados, está uma criança, atingida por um tiro em uma das pernas. Um indígena teve o maxilar perfurado por um projétil. Outro, foi alvejado nas costas, e uma quarta vítima também foi ferida na perna.

A Polícia Federal (PF) instaurou um inquérito para tentar identificar os autores dos disparos que feriram os quatro indígenas. Em nota, a superintendência estadual da PF informou à Agência Brasil que “diversas diligências” estão em andamento, motivo pelo qual os “elementos [probatórios] já colhidos seguem sob sigilo, a fim de não prejudicar as investigações”.

Conflito

Segundo entidades como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que é vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o mais recente episódio de violência é uma consequência do acirramento do conflito por terras em um momento em que os avá-guarani aguardam pela conclusão do processo de reconhecimento da Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá.

Apesar da área da União a ser destinada ao usufruto exclusivo dos avá-guarani ter sido delimitada em 2018, o processo de reconhecimento da terra indígena foi interrompido em 2020, por força de uma decisão judicial. Em janeiro do ano passado, após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender as ações judiciais que travavam o processo de demarcação, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) anunciou a retomada do processo de regularização da área.

De acordo com o Cimi, desde 29 de dezembro, o povo avá-guarani tem sido alvo de disparos de arma de fogo, lançamento de bombas e incêndios criminosos na vegetação, em plantações e em moradias. Ao analisar o pedido liminar do MPF e da DPU, motivado pelo mais recente ataque, o juiz federal Pedro Pimenta Bossi concluiu que a situação exige que os governos federal e estadual podem e devem conter a violência na região, empregando as forças policiais na medida necessária para conter qualquer agressão contra os indígenas.

“Isso porque não há nenhuma novidade quanto à tensão vivida nas áreas em evidência, as quais sofreram injusta e repugnante escalada de violência nas últimas semanas, que foram noticiadas ao Poder Executivo nas esferas federal e estadual, sendo que não houve disponibilização de efetivo devido e suficiente para se proteger os cidadãos das violências que foram perpetradas”, destaca o magistrado em trecho da sentença destacado pela assessoria do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

“Saliento que o não cumprimento injustificado das medidas ora determinadas poderá acarretar a imposição de multa diária aos órgãos/autoridades responsáveis, sem prejuízo de outras sanções civis, criminais e administrativas eventualmente cabíveis na espécie”, acrescentou o juiz federal.

Ministério

Consultado pela Agência Brasil, o Ministério da Justiça e Segurança Pública garantiu que os órgãos federais responsáveis estão atuando para garantir a segurança dos moradores da terra indígena. Desde novembro de 2024, agentes da Força Nacional de Segurança Pública atuam na região, encarregados de proteger a comunidade indígena dos municípios de Guaíra e Terra Roxa e apoiar os servidores da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em atividades e serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública.

No domingo, mesmo dia em que o juiz federal determinou o imediato reforço da segurança pública, a pasta anunciou que aumentaria em 50% o número de agentes da tropa federativa. Hoje, em nota enviada à Agência Brasil, o ministério informou que a medida inicial já estava em operação desde o último sábado (4) e que, adicionalmente, nesta segunda-feira (6), um novo contingente foi enviado ao Paraná, dobrando o reforço inicial e resultando em um aumento total de 100% no efetivo original.

“Essa ampliação visa intensificar as ações de segurança e garantir a proteção das comunidades indígenas, em colaboração com os demais órgãos de segurança pública e representantes indígenas”, comentou o ministério, assegurando que um grupo de trabalho composto por representantes da Força Nacional; das polícias Federal, Rodoviária Federal e Militar do Paraná e da Funai foi estabelecido pouco antes das festas de fim de ano e tem sido “fundamental para a implementação de ações coordenadas de prevenção e resposta imediata a conflitos”.

“Diante do risco de novos ataques, equipes de prontidão e sobreaviso foram acionadas para intensificar o patrulhamento na área, reforçando a segurança e auxiliando na relocação de moradores para áreas mais protegidas dentro da aldeia”, acrescentou o ministério, indicando que o policiamento ostensivo da região é realizado, em conjunto, pela Polícia Militar do Paraná e pela Força Nacional.

Escalada

Sobre a decisão do juiz federal Pedro Pimenta Bossi, o governo do Paraná afirmou que já vinha alertando as autoridades federais, “de forma incisiva”, sobre a escalada da violência na região oeste do estado, bem como para a urgência de uma solução para os conflitos agrários.

“Por se tratar de uma questão envolvendo povos indígenas, a responsabilidade é do governo federal”, afirmou o Executivo estadual, garantindo que, desde o início dos recentes conflitos, reforçou o policiamento com o emprego de equipes dos batalhões de Polícia de Choque e de Polícia Militar de Fronteira (BPFron), além de patrulhamento aéreo.

“Com o agravamento da situação após o último episódio de violência, o governo estadual intensificará ainda mais essas ações, mobilizando novos recursos para garantir a ordem e a segurança da população”, prometeu o governo paranaense, garantindo que “seguirá cobrando uma atuação firme e imediata da União para resolver, de forma definitiva, a situação”.

Em resposta, o Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou estar comprometido com a mediação pacífica e a prevenção de conflitos. “As ações adotadas já restabeleceram a ordem, e medidas preventivas estão em curso para evitar a escalada de tensões”, sustenta o ministério, na nota.

“Todas as ações estão sendo conduzidas com máxima prioridade para evitar a repetição de episódios de violência”, assegurou o ministério, enfatizando que a atuação da Força Nacional de Segurança Pública é subsidiária e acontece mediante pedido das autoridades competentes, como, por exemplo, a Funai, com foco em ações preventivas e de fiscalização.

“O MJSP segue empenhado na proteção das comunidades indígenas e na garantia de seus direitos, respeitando suas culturas e promovendo a observância dos direitos humanos”, concluiu a pasta.

Brasil monitora surto de vírus respiratório na China


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O Ministério da Saúde informou que acompanha “atentamente” o surto de metapneumovírus humano (HMPV) registrado ao longo das últimas semanas na China. Segundo a pasta, o vírus responde por uma série de infecções respiratórias identificadas no país, sobretudo entre crianças.

“Até o momento, não há alerta internacional emitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas a vigilância epidemiológica brasileira está em constante comunicação com autoridades sanitárias da OMS e de vários países, incluindo a China, para monitorar a situação e trocar informações relevantes.”

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De acordo com o ministério, as últimas atualizações de vigilância feitas pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) da China mostram que a magnitude e a intensidade das infecções respiratórias registradas ao longo das últimas semanas foram menores do que as registradas no mesmo período do ano anterior.

“No entanto, foi observado um aumento nas infecções respiratórias agudas, incluindo gripe sazonal, metapneumovírus humano (HMPV), infecção por rinovírus, vírus sincicial respiratório (VSR) e outros, particularmente nas províncias do norte chinês.”

“Embora o risco de uma pandemia seja considerado baixo pelos especialistas, o Ministério da Saúde salienta que é fundamental reforçar as medidas de prevenção e controle de infecções respiratórias”, completou a nota.

A pasta voltou a incentivar a vacinação como medida preventiva para infecções respiratórias, incluindo a covid-19 e a gripe ou influenza – sobretudo entre grupos considerados prioritários, como idosos, gestantes, crianças e pessoas com comorbidades.

De acordo com o ministério, as vacinas contra a covid-19 e a influenza continuam sendo eficazes contra formas graves de ambas as doenças, reduzindo o número de hospitalizações e mortes provocadas pelas variantes em circulação.

A nota também incentiva o uso de máscaras faciais por pessoas com sintomas gripais e resfriados, já que a estratégia contribui para diminuir a transmissão de todos os vírus respiratórios, inclusive o metapneumovírus.

Entenda

O HMPV é um vírus respiratório que causa infecções nas vias respiratórias superiores e inferiores. No Brasil, foi identificado pela primeira vez em 2004. Desde então, tem sido monitorado como parte das atividades de vigilância epidemiológica do ministério, que inclui a coleta e análise de dados sobre doenças respiratórias.

“É um vírus conhecido no mundo e comum em casos de síndrome gripal (casos leves), podendo eventualmente evoluir para casos de síndrome respiratória aguda grave que requerem internação”, destacou a pasta.

A vigilância do HMPV é feita através do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica (Sivep), com a identificação de casos por meio dos núcleos hospitalares de epidemiologia em serviços de saúde, que monitoram a circulação de diversos patógenos respiratórios no país.

DR com Demori: Pedro Serrano aborda tentativa de golpe de 8 de janeiro

“Eu não vi ainda no mundo democrático uma tentativa de golpe mais extensa e intensa que a brasileira.” A afirmação é do professor de direito constitucional, advogado e escritor Pedro Serrano, entrevistado do programa DR com Demori que vai ao ar nesta terça-feira (7), às 23h, na TV Brasil.

Para Serrano as ações ocorridas no dia 8 de janeiro de 2023 não foram isoladas e fizeram parte de todo um planejamento maior: 

“Você teve mais do que uma tentativa de golpe qualquer. Você teve uma organização criminosa que teve núcleos especializados no ambiente da sociedade civil, no ambiente do Parlamento, no ambiente do governo, no ambiente das Forças Armadas, da polícia, ou seja: uma organização criminosa com especialidades e que atuou pra efetivamente tentar dar um golpe de Estado.”

Para ele, caso tivesse sido consumado, o golpe de Estado traria muito mais violência do que trouxe o golpe de 1964 que instaurou a ditadura no Brasil.

Sobre o pedido feito pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, e negado pelo Supremo Tribunal Federal, para afastar o ministro Alexandre de Moraes da relatoria do inquérito que investiga a tentativa de golpe, Pedro Serrano é enfático em afirmar que não há nem que se considerar essa possibilidade. 

“Se você pegar o levantamento de 2018 do CNJ [Conselho Nacional de Justiça], mais de cem juízes no Brasil contam com proteção policial e proteção do Estado porque foram ameaçados por organizações criminosas que eles investigavam ou julgavam. Nenhum foi julgado impedido. Nenhum. Por que? Porque não existe a figura do impedimento provocado. O réu não tem direito a escolher quem vai julgá-lo. Não tem direito a manipular a jurisdição pra impedir um juiz que ele acha que está atuando contra ele, porque efetivamente está aplicando a lei e ele cometeu o crime, então ele quer impedir de ser punido. É natural que ele queira evitar a punição, o que não é natural é ele manipular o processo e a Justiça se entregar a isso”, afirmou.

Serrano enfatizou ainda que o afastamento de Alexandre de Moraes poderia trazer consequências desastrosas.

“Se o ministro Alexandre for impedido agora, todos os juízes do Brasil que forem ameaçados por organizações criminosas vão ter que se julgar impedidos. As organizações criminosas vão escolher quem é que vai julgá-las.”

Sobre o julgamento do processo, Pedro Serrano espera que o resultado seja justo e exemplar.

“Condenar aí é dizer não à violência contra a democracia e contra os nossos direitos. Deixar isso pra história. Eu não ficaria muito preocupado com vingança, não é por aí, com fazer as pessoas sofrerem. Não é isso que as pessoas merecem, mesmo tendo feito o que fizeram. O que elas merecem é entender que a sociedade disse ‘não’ à violência delas. Então, elas têm que ser condenadas a penas rígidas pra entrar pra história. Deixar para os nossos filhos e netos a mensagem de que a gente não aceita esse tipo de violência contra os direitos à Constituição e à democracia”, finalizou.

O programa DR com Demori vai ao ar toda terça-feira, às 23h, na TV Brasil, app TV Brasil Play e no Youtube. Também é transmitido pelas rádios Nacional FM e MEC

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