Reino Unido começa a cobrar por autorização de viagem para brasileiros


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A partir desta quarta-feira (8), brasileiros e viajantes de dezenas de outras nacionalidades que quiserem ingressar no Reino Unido terão que pagar 10 libras esterlinas, o equivalente a cerca de R$ 77 no câmbio atual, pela chamada Autorização de Viagem Eletrônica (ETA, na sigla em inglês).

A medida aplica-se a portadores de todos os tipos de passaportes (comum, oficial ou diplomático) sem nacionalidade britânica ou irlandesa que desejarem visitar um dos quatro países que integram o Reino Unido (Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales), incluindo bebês e crianças.

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Segundo o governo britânico, o ETA não será exigido de quem já possui visto ou permissão para viver, trabalhar ou estudar no Reino Unido.

Com a autorização, será possível permanecer em território britânico por até seis meses. O ETA, contudo, não possibilita ao viajante realizar qualquer tipo de trabalho remunerado ou não remunerado, exceção a quem tiver o chamado visto Creative Worker.

A autorização pode ser obtida por meio de aplicativo para iPhone e do site do próprio governo britânico.

Para solicitar a ETA, o requerente precisará enviar uma cópia digitalizada do passaporte original; uma foto do seu rosto e informar o número de um cartão de crédito ou débito. Cada viajante deve fazer sua requisição individualmente. Em nota divulgada na primeira quinzena de dezembro, o Itamaraty informou que, segundo as autoridades britânicas, as solicitações serão respondidas em até 3 dias úteis, em média.

Outras orientações estão disponíveis no site do Ministério das Relações Exteriores.

SP: Promotoria denuncia policiais que mataram estudante de medicina


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Os policiais militares (PMs) que mataram o estudante de medicina Marco Aurelio Cárdenas Acosta, de 22 anos, com um tiro à queima-roupa, em um hotel na Vila Mariana, em São Paulo, foram denunciados nesta quarta-feira (8) pela Promotoria de Justiça do IV Tribunal do Júri da capital. Em novembro do ano passado, durante uma ação de patrulhamento, os PMs Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado atiraram no rapaz, que estava desarmado.

A denúncia foi apresentada pelos promotores Estefano Kummer, Antonio Folgado e Enzo Boncompagni, que destacaram o motivo torpe e a impossibilidade de defesa da vítima no crime. Assim, os acusados responderão por homicídio qualificado.

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No documento da Promotoria, consta que, enquanto um dos policiais causou a morte do jovem ao atirar contra ele, o outro prestou auxílio moral e material para o crime.

O crime ocorreu na madrugada de 20 de novembro, quando os policiais militares patrulhavam as ruas do bairro. Conforme imagens de câmeras de vídeo do comércio local, o universitário deu um tapa no retrovisor da viatura e correu. Na perseguição, ele entrou no hotel onde estava hospedado com uma amiga.

No saguão do hotel, um PM tentou segurar a vítima pelo braço. O outro policial encurralou o rapaz, que chegou a deferir um chute no agente de segurança. Na briga, o estudante foi atingido por um tiro no abdômen.

“É certo que os policiais agiram impelidos por motivo torpe, em retaliação ao tapa desferido pela vítima no retrovisor da viatura, empregando força letal contra pessoa que estava nitidamente alterada e desarmada, com evidente abuso de autoridade e inobservância dos procedimentos operacionais padrão. Além disso, o homicídio foi cometido com emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima, haja vista que os policiais estavam armados, em superioridade numérica e realizaram a abordagem de forma violenta, iniciando o confronto corporal com o suspeito”, diz o texto da denúncia.

Na sexta-feira (3), a Polícia Civil pediu a prisão preventiva dos dois PMs. O PM Guilherme Augusto Macedo foi indiciado no inquérito policial-miliar (IPM) por homicídio doloso, mesma situação do colega Bruno Carvalho do Prado. Ambos estão afastados das atividades.

Resolução do Conanda garante direitos a menores vítimas de violência

Após decisão judicial, governo federal publicou, nesta quarta-feira (8), uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) sobre o atendimento a vítimas de violência sexual.

A Resolução n° 258, de dezembro de 2024, estabelece um protocolo específico em caso de gravidez de criança e adolescente resultante de violência sexual. A norma estabelece a garantia de acesso rápido e seguro ao serviço de saúde para a realização da interrupção legal da gestação, em caso de violência, de forma humanizada e respeitosa.

O atendimento deve seguir o princípio da celeridade, da não-revitimização e do respeito a autonomia e escuta da criança e do adolescente.

A norma também define diretrizes para a prevenção da violência sexual na infância, inclusive com o direito à educação sexual, e indica os deveres do Estado nestes casos.

Em dezembro, a resolução foi aprovada pela maioria dos conselheiros do Conanda, mas os representantes do governo federal contrários à resolução pediram vista do processo. O pedido de vista não foi acatado e a resolução foi aprovada.

Em seguida, a senadora e ex-ministra do governo de Jair Bolsonaro Damares Alves (Republicanos-DF) acionou a Justiça pedindo a suspensão da resolução, alegando que o pedido de vista do representante da Casa Civil havia sido desrespeitado.

Em primeira instância, a senadora conseguiu uma liminar, que foi derrubada nesta terça-feira (7) pelo Desembargado Ney Bello. Com isso, a publicação da resolução foi autorizada.

O magistrado considerou que o Conselho agiu dentro de suas atribuições, “estabelecendo os pressupostos necessários à correta interrupção da gravidez quando fruto de abominável violência”.

O desembargador disse ainda que “uma sociedade em que suas instituições privilegiam o embate ideológico e suas verdades pré-concebidas, sobre a sanidade, a liberdade e proteção de menores vítimas de violência está fadada ao fracasso enquanto aventura da modernidade racional”.

O Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares, representando as entidades da sociedade civil do Conanda, alegou que a decisão cumpriu a previsão do regimento do Conanda e foi tomada por meio democrático.

A entidade alertou ainda que o impedimento da publicação da resolução impede a proteção de milhares de meninas, vítimas de violência sexual, que sofrem novas violências ao buscar amparo do Estado para proteger seus direitos.

Autoridades pedem responsabilização por tentativa de golpe


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O Palácio do Planalto foi palco, na manhã desta quarta-feira (8), de um ato político sobre os dois anos da invasão e destruição dos prédios na Praça dos Três Poderes, em uma tentativa de golpe de Estado para depor o atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que derrotou o ex-presidente Jair Bolsonaro nas urnas, em 2022. Acompanhado por autoridades, entre magistrados de tribunais superiores, parlamentares e ministros, o evento contou com discursos dos representantes dos Poderes presentes, que reafirmaram a necessidade de que o episódio de ataque à democracia assegure a responsabilização de seus mentores e executores.


Brasília (DF), 08/01/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de eventos em referência aos episódios antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023: a reintegração das obras de arte destruídas nos ataques antidemocráticos, a reincorporação ao acervo do palácio o relógio do Século XVII e uma ânfora - tidos como símbolos da dificuldade e delicadeza nos trabalhos de restauração; e o descerramento do painel As Mulatas, que foi vandalizado no mesmo ataque, recuperado e, agora devolvido ao seu local original, o 3º andar do Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Brasília (DF), 08/01/2025 – Autoridades participam de ato político que relembra os ataques de 8 de janeiro de 2023- Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Não podemos ser tolerantes com os intolerantes. Não podemos homenagear o fascismo, o ódio político. Precisamos aprender com a história. Aqueles que querem romper com a democracia não podem ter de nossa parte a leniência”, afirmou a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), segunda-secretária da Câmara dos Deputados. Ela representou o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que não compareceu ao ato. Em alguns momentos durante a cerimônia, os presentes gritaram em coro a frase “sem anistia”, em alusão aos processos judiciais e investigação em curso contra os envolvidos nos atos golpistas.  

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Pelo Senado Federal, o vice-presidente Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) foi o representante no lugar do presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Para ele, o ato não significa partidarização, mas a necessidade de preservar a memória de uma agressão à democracia. Na presença dos comandantes das Forças Armadas (Exército, Força Aérea e Marinha), Veneziano falou sobre destacar aquelas autoridades que permaneceram fiéis à democracia, separando-as de quem tentou quebrar as regras constitucionais.

“Entre membros das Forças houve aqueles que não se predispuseram a subjugar-se à infâmia dos que tentavam e tramavam contra as vidas, como a do presidente Lula, do vice-presidente Alckmin, do ministro Alexandre de Moraes. É necessário que façamos justiça porque não podemos tratar igualmente os que são desiguais”, afirmou.

Já o presidente Lula fez questão, antes iniciar o seu discurso, de destacar a presença dos comandantes militares. “Eu quero agradecer ao José Múcio [ministro da Defesa], que trouxe os três comandantes das Forças Armadas, para mostrar a esse país que é possível a gente construir as Forças Armadas com o propósito de defender a soberania nacional”, disse.

O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, foi quem discursou no lugar do ministro Luís Roberto Barroso, que está em viagem. “Relembrar essa data, com a gravidade que o episódio merece, constitui um esforço para virarmos a página, mas sem arrancá-la da história. A maturidade institucional exige a responsabilização por desvios dessa natureza. Ao mesmo tempo, porém, estamos aqui para reiterar nossos valores democráticos, nossa crença no pluralismo e no sentimento de fraternidade. Há lugar para todos que queiram participar sob os valores da Constituição”, afirmou Fachin lendo um discurso do próprio ministro Barroso.

Redes sociais

O ministro prosseguiu o discurso do presidente do STF, enfatizando as iniciativas para desregulamentar a profusão de notícias falsas nas redes sociais. Foi uma menção indireta ao anúncio da empresa Meta, que controla Instagram, WhatsApp e Facebook, que afrouxará regras sobre conteúdos de ódio nas plataformas.

“Não devemos ter ilusões. No Brasil e no mundo, está sendo insuflada a narrativa falsa de que enfrentar o extremismo e o golpismo, dentro do Estado de direito, constituiriam autoritarismo. É o disfarce dos que não desistiram das aventuras antidemocráticas, com violação das regras do jogo e supressão dos direitos humanos. A mentira continua a ser utilizada como instrumento político naturalizado”.

Em seu discurso, Lula falou que a democracia venceu que, agora, é preciso que as pessoas que provocaram a tentativa de quebra democrática e de crimes graves sejam processadas e punidas. “Os responsáveis pelo 8 de janeiro estão sendo investigados e punidos. Ninguém foi ou será preso injustamente. Todos pagarão pelos crimes que cometeram, inclusive os que planejaram os assassinatos do presidente, do vice-presidente da República e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral”, afirmou.  


Brasília (DF), 08/01/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de eventos em referência aos episódios antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023: a reintegração das obras de arte destruídas nos ataques antidemocráticos, a reincorporação ao acervo do palácio o relógio do Século XVII e uma ânfora - tidos como símbolos da dificuldade e delicadeza nos trabalhos de restauração; e o descerramento do painel As Mulatas, que foi vandalizado no mesmo ataque, recuperado e, agora devolvido ao seu local original, o 3º andar do Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Brasília (DF), 08/01/2025 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de eventos em referência aos episódios antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023 – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Segundo a Presidência da República, três governadores compareceram ao evento: Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte), Jerônimo Rodrigues (Bahia) e Elmano de Freitas (Ceará). A vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause, também estava presente. Já entre os ministros do governo, o comparecimento foi amplo, com 34 titulares do primeiro escalão presentes. Presidentes de tribunais superiores, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Superior Tribunal Militar (STM), também marcaram presença no ato. 

Consideradas extintas, antas são vistas no Rio após 100 anos


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Pela primeira vez em 100 anos, antas (Tapirus terrestris) foram flagradas em vida livre no território do estado do Rio de Janeiro pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). O animal, que é o maior mamífero da América do Sul, até então considerado extinto na natureza fluminense, era encontrado somente em instituições de proteção à fauna e em pontos de introdução na natureza com indivíduos nascidos em instalações assistidas.

O flagrante foi feito por meio de armadilhas fotográficas disponibilizadas pela Vale ao Inea, por meio de parceria firmada em 2020, na qual se desenvolvem ações de proteção ecossistêmica aliadas à conservação da biodiversidade nas áreas de abrangência do Parque Estadual Cunhambebe.

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Os 108 registros, feitos pelas dez câmeras instaladas em uma unidade de conservação administrada na Costa Verde, flagraram grupos com até três indivíduos em uma única captura, além de uma fêmea com filhote – o que sugere uma população bem estabelecida da espécie na região. A redescoberta é resultado do trabalho de conservação da biodiversidade da Mata Atlântica, que oferece um habitat preservado para a anta e outras espécies-chave, como a onça-parda (Puma concolor).

“É a primeira vez, em dez décadas, que são flagrados, registrados e monitorados no Rio de Janeiro tais animais em total vida livre, ou seja, indivíduos que não dependeram de ação humana direta ou projetos de reintrodução de fauna,” diz o Inea.

Segundo o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, as unidades de conservação estaduais são responsáveis pela proteção direta de quase meio milhão de hectares de Mata Atlântica no território fluminense. “Em episódios como esse, nos certificamos de que estamos no caminho certo. Essa redescoberta é um marco não só para o Rio de Janeiro, mas para a ciência”, afirmou Rossi.

A anta-brasileira é um mamífero terrestre, que pode pesar até 250 quilos e se destaca por sua adaptabilidade e importância ecológica, pois potencialmente age como dispersora e predadora de sementes, o que contribui com a manutenção de seu habitat natural e, consequentemente, desempenha papel vital no ecossistema.

Sua capacidade de se movimentar com facilidade em diferentes tipos de terreno, incluindo áreas alagadas e encostas íngremes, aliada à sua habilidade como nadadora, a torna bem adaptada a evitar predadores.

O último registro do animal no estado do Rio tinha sido feito em 1914, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, sendo consideradas as principais causas para seu desaparecimento a perda de habitat, a caça e exploração desenfreadas e a urbanização. Atualmente, a espécie encontra-se incluída na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas como vulnerável.

“Apresentar esses registros da anta, após mais de 100 anos classificada como extinta no estado do Rio de Janeiro, é um momento histórico e significativo. A partir do material capturado pelas armadilhas fotográficas, é possível promover estratégias eficazes de conservação e conscientizar a sociedade sobre a importância da biodiversidade e do fortalecimento dos ecossistemas locais”, afirmou o presidente do Inea, Renato Jordão.

Parque Cunhambebe

Segundo maior parque do estado, o Cunhambebe abrange quase 40 mil hectares de áreas naturais protegidas.

Além das ações de proteção ambiental, o parque se destaca por suas iniciativas consistentes em educação ambiental, promovendo uma aproximação efetiva com as comunidades do entorno e incentivando a pesquisa científica. Essas ações não apenas fortalecem a conservação da biodiversidade, mas também engajam a sociedade na valorização e preservação dos recursos naturais.

CNU: começa hoje reembolso da taxa de inscrição


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Os candidatos do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) que solicitaram a devolução da taxa de inscrição começaram a receber o valor nesta segunda-feira, 8. De acordo com o Ministério de Gestão e Inovação, mais de 29 mil pessoas já foram reembolsadas de um total de mais de 31 mil.

O prazo para solicitação de reembolso ocorreu de 5 a 7 de julho de 2024. A taxa de inscrição do concurso foi de R$ 90 para os cargos de nível superior e de R$ 60 para os de nível médio.

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Para o procedimento de devolução, a Fundação Cesgranrio, banca responsável pela seleção, orientou os solicitantes por e-mail a criar uma chave PIX do tipo CPF — o mesmo informado na inscrição — no sistema bancário de sua preferência. Essa medida visa a facilitar o pagamento pelo Banco do Brasil.

O processo de devolução por este meio será realizado durante 30 dias corridos, a contar do dia 6 de janeiro. Nos casos em que não foi possível registrar a chave PIX, o reembolso será feito por outros meios, em um prazo maior.

O ministério informou que 31.050 candidatos solicitaram devolução da taxa de inscrição do CPNU e, com isso, a participação deles no processo seletivo foi cancelada. O pedido de reembolso foi permitido a todos os candidatos inscritos no país.

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Lula: “Democracia venceu e ainda estamos aqui”


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“Hoje é dia de dizermos em alto e bom som: ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivos e que a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 8 de janeiro de 2023”. Com essas palavras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou seu discurso em ato no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (8), para marcar os dois anos da tentativa frustrada de golpe de Estado em 2023.

A frase inicial faz uma referência ao filme “Ainda estou aqui”, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres – ganhadora do Globo de Ouro  – sobre a trajetória de Eunice Paiva durante a ditadura militar, após ter o marido, Rubens Paiva, preso e assassinado pelo regime. A cerimônia no Planalto contou com a presença de ministros, parlamentares, governadores e representantes dos Três Poderes, além dos comandantes das Forças Armadas, a quem o presidente fez questão de agradecer pela participação.

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“Estamos aqui para lembrar que, se estamos aqui, é porque a democracia venceu. Caso contrário, muitos de nós talvez estivéssemos presos, exilados ou mortos, como aconteceu no passado. E não permitiremos que aconteça outra vez”, prosseguiu Lula.

Em uma cerimônia anterior, o presidente recebeu de volta 21 obras de arte e peças do acervo cultural do Palácio do Planalto, que haviam sido vandalizadas pelos invasores no dia 8 de janeiro de 2023, entre elas, um relógio suíço do século 18 que pertenceu a Dom João VI e a icônica pintura As Mulatas, de Di Cavalcanti.

Após a cerimônia no Salão Nobre do Planalto, Lula e as autoridades desceram a rampa do palácio para um ato na Praça dos Três Poderes, batizado de Abraço da Democracia, com a presença de populares e movimentos sociais.
 


Brasília (DF) 08/01/2025 Ato a favor da democracia no Palácio do Planalto. Foto Lula Marques/ Agência Brasil

Brasília (DF) – Ato marca os dois anos da tentativa frustrada de golpe de Estado em 2023. Foto Lula Marques/ Agência Brasil

Obra em construção

Ainda em seu discurso em defesa da democracia, Lula falou que esse regime é uma obra em construção, e precisa ser uma realidade para todas as pessoas, além do discurso.

“Democracia para poucos não é democracia plena. Por isso, a democracia será sempre uma obra em construção. A democracia será plena quando todas e todos os brasileiros, sem exceção, tiverem acesso à alimentação de qualidade, saúde, educação, segurança, cultura e lazer”, observou.

Lula seguiu destacando a necessidade de construir um país mais justo, especialmente para as minorias sociais oprimidas do país.

“A democracia será plena quando todos e todas sejam, de fato, iguais perante à lei, e a pele negra não seja mais alvo da truculência dos agentes do Estado. Quando os povos indígenas tiverem direito às suas terras, suas culturas e suas crenças. Quando as mulheres conquistarem igualdade de direitos, e o direito de estar onde quiser estar, sem serem julgadas, agredidas ou assassinadas”, afirmou.
 


Brasília (DF) 08/01/2025 Ato a favor da democracia no Palácio do Planalto. Foto Lula Marques/ Agência Brasil

Cerimônia contou com a presença de ministros, parlamentares, governadores e representantes dos Três Poderes. Foto Lula Marques/ Agência Brasil

Investigação e punição

Sobre a tentativa de golpe de Estado e as investigações que apontam uma trama para assassiná-lo, assassinar o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o presidente Lula voltou a cobrar punição e pregar direito de defesa.

“Os responsáveis pelo 8 de janeiro estão sendo investigados e punidos. Ninguém foi ou será preso injustamente. Todos pagarão pelos crimes que cometeram, inclusive os que planejaram os assassinatos do presidente, do vice-presidente da República e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral”.

 

Poupança tem saída de R$ 15,4 bilhões em 2024


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As retiradas da poupança superaram os depósitos em R$ 15,44 bilhões, informou hoje (8), em Brasília, o Banco Central (BC). Os dados constam do relatório de poupança divulgado pelo BC e mostram que, no ano passado, os brasileiros aplicaram na poupança R$ 4,17 trilhões e sacaram R$ 4, 21 trilhões. Esse é o melhor resultado nos últimos quatro anos.

Em 2023, o resultado, segundo o BC, ficou negativo em R$ 87,81 trilhões, enquanto que, em 2022 e 2021, ficou negativo em R$ 103,24 e R$ 35,5 trilhões, respectivamente.

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No ano passado, a poupança registrou um rendimento de R$ 64,29 trilhões e um saldo de R$ 1,031 trilhões.

Depósitos

O relatório mostra ainda que, em dezembro do ano passado, os depósitos da caderneta de poupança superaram os saques. No mês passado, foram aplicados R$ 400,14 bilhões. As retiradas somaram R$ 395,18 bilhões. Com isso, a captação líquida da aplicação fechou o mês passado em R$ 4,96 bilhões e o rendimento foi de R$ 5,6 bilhões.

Ainda de acordo com o BC, os recursos aplicados da caderneta em crédito imobiliário (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo – SBPE) registraram depósitos de R$ 343,25 bilhões e saques de R$ 340,57 bilhões, enquanto os valores aplicados no crédito rural atingiram R$ 56,891 bilhões e as retiradas R$ 54,605 bilhões.

Em relação à captação líquida, o relatório mostra que, em dezembro, os valores do SBPE ficaram em R$ 2,672 bilhões, enquanto os recursos aplicados no crédito rural tiveram captação líquida de R$ 2,286 bilhões.

No mês passado, a poupança rendeu R$ 4,077 bilhões e a poupança rural R$ 1,513 bilhão.

8 de janeiro: obras voltam ao acervo do Palácio do Planalto


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Em ato realizado nesta quarta-feira (8) no Palácio do Planalto, 21 obras restauradas após o 8 de janeiro retornaram oficialmente ao acervo da Presidência da República – incluindo um relógio pêndulo do século 18 e um quadro do artista Di Cavalcante. “A preservação desse legado que une cultura, história e democracia é responsabilidade de todos”, destacou a primeira-dama Janja da Silva, durante a cerimônia.

“A memória é um dos alicerces mais importantes da nossa identidade enquanto brasileiros. Sua preservação não é a apenas uma homenagem ao passado, mas também um compromisso com o futuro”, disse. “O restauro das obras de arte do palácio é a parte desse esforço comum com a nossa democracia. Não conseguiram impedir a liberdade nem destruir a beleza. Contra a violência e cinza do autoritarismo, fazemos brotar o colorido da nossa cultura e a alegria do nosso povo”.

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A restauração das peças, segundo Janja, contou com a colaboração do governo da Suíça e da embaixada da Suíça no Brasil, do Ministério da Cultura por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Universidade Federal de Pelotas.

Piora estado de saúde de jovem baleada pela PRF na noite de Natal


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A jovem Juliana Leite Rangel, baleada na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal (24), teve piora no quadro de saúde, precisando voltar à respiração mecânica e interrompendo o processo de reabilitação. A informação foi divulgada na madrugada desta quarta-feira (8) pela prefeitura de Duque de Caxias, responsável pelo Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

O boletim, elaborado pela direção do hospital na noite de terça-feira (7), diz que Juliana apresentou a piora nas 24 horas anteriores.

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“Voltou a fazer febre, sinais clínicos e laboratoriais de novo quadro infeccioso, necessitando retomar medicação para controle de pressão arterial, retorno de sedação leve e retorno para ventilação mecânica, além de ajustes no tratamento da infecção”, detalha o comunicado.

“O processo de reabilitação precisou ser interrompido devido ao agravamento do quadro infeccioso”, acrescenta.

A jovem continua precisando da traqueostomia (procedimento cirúrgico que consiste em criar uma abertura na traqueia/garganta para que o paciente possa respirar).

Mudança de quadro

Nos últimos dias, Juliana tinha apresentado melhoras, entre elas a retirada da ventilação mecânica, ficando lúcida, abrindo os olhos, interagindo com pessoas e movendo os membros.

De acordo com a direção do hospital, a paciente segue em terapia intensiva, em acompanhamento pelo serviço de neurocirurgia, psicologia e equipe multidisciplinar. Não há previsão de alta do Centro de Terapia Intensiva (CTI).

Relembre o caso

Juliana Rangel foi atingida por um tiro de fuzil na noite de Natal, dentro do carro da família, na Rodovia Washington Luís (BR-040), em Duque de Caxias. Segundo o pai dela, Alexandre Rangel, que dirigia o carro, não havia nenhum motivo para a abordagem a tiros. Ele também foi atingido na mão esquerda e recebeu alta ainda na noite de terça-feira. O carro da família, de cinco pessoas, ficou com várias perfurações.

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) investigam o caso. O diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Souza Oliveira, afirmou que a corporação apura todos os casos de excessos durante abordagens policiais feitas pelos seus agentes. Os dois homens e a mulher que participaram da abordagem foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais.

A família pleiteia na Justiça Federal uma pensão provisória para se manter financeiramente, uma vez que o pai de Juliana, mecânico por conta própria, não pode trabalhar por causa do ferimento na mão.

A PRF afirma que disponibiliza auxílio logístico para os deslocamentos necessários à família, além de ofertar apoio psicológico.

Menina morta em 2023

Em 2023, outro caso de carro atingido por tiros disparados por policiais rodoviários federais no Rio de Janeiro terminou com a morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos. A abordagem foi no dia 7 de setembro, na Rodovia Raphael de Almeida Magalhães, conhecida como Arco Metropolitano, na altura do município de Seropédica.

A denúncia do MPF detalha que o pai de Heloísa, Willian de Souza, dirigia o veículo da família e percebeu que era seguido por uma viatura. Ele ligou a seta e se dirigiu para o acostamento, mas os policiais atiraram contra o carro ainda em movimento.