Chega a 300 número de desabrigados em município paulista


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A Defesa Civil do Estado de São Paulo atualizou, na tarde desta quinta-feira (9), para 300 o número de desabrigados em Peruíbe, na região metropolitana da Baixada Santista. As chuvas que atingem o município – 283 milímetros nas últimas 48 horas – causaram alagamentos de vias e residências. Cerca de mil pessoas foram afetadas pela água. Segundo a Defesa Civil estadual, a cidade deve decretar situação de emergência nas próximas horas.

Às 17h, 30 agentes da Polícia Ambiental, do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil e nove embarcações trabalhavam no resgate das pessoas. Os desabrigados estão sendo levados para abrigos emergenciais montados nas escolas Delcelia Joselita Machado Bezerra, Maria Amélia e Fernando Nepomuceno Filho.

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Por causa dos pontos de alagamento, 17 pessoas chegaram a ficar isoladas no bairro Caraguava, mas foram resgatadas pelo Corpo de Bombeiros. Os bairros Vila Erminda, Araminguava, Venessa, Ribamar, Jardim das Flores e Nova Itariri também registraram alagamentos, que chegaram a atingir moradias.

Segundo o governo do estado, o último caminhão destinado à cidade saiu de Registro no fim da tarde com 100 cestas básicas; 150 kits de limpeza; 150 kits de higiene; 150 kits de limpeza avulsos (rodo, vassoura e água sanitária) e 150 kits dormitório, com colchões, travesseiros, cobertores e roupas de cama.

De acordo com o Palácio dos Bandeirantes, desde o início da quarta-feira (8), a Defesa Civil de São Paulo enviou, por SMS, alertas para os moradores sobre a chuva persistente e ventos fortes. No período da tarde, o Cell Broadcast foi acionado. O sistema emite alertas extremos a populações de áreas de risco. Todo aparelho celular que está em determinada região, conectado a uma antena de telefonia e que tenha sinal 4G ou 5G, recebe mensagens sonoras de alerta, mesmo que o aparelho esteja no modo silencioso. Além do sinal sonoro, a tela do celular fica travada com a mensagem.

“A partir do momento que o cenário vai se agravando e nós temos a solicitação do município, enviamos esse alerta para retirar as famílias da área de risco e evacuar as residências que foram alagadas“, explica Matheus Roncatto, diretor do Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil de São Paulo.

Segundo a Defesa Civil estadual, as condições de chuva vão permanecer no município, mas as precipitações deverão ocorrer em menor volume nos próximos dias.

Dólar cai para R$ 6,04 e fecha no menor valor em quase um mês


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Num dia de ajustes e de feriado parcial nos Estados Unidos, o dólar teve forte queda e fechou no menor nível em quase um mês. A Bolsa de Valores (B3) perdeu força perto do fim das negociações e ficou praticamente estável, abaixo dos 120 mil pontos.

O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (9) vendido a R$ 6,041, com queda de R$ 0,068 (-1,11%). A cotação iniciou o dia em leve alta, influenciada pelo aumento do dólar no exterior, mas passou a cair após o fechamento do mercado norte-americano, que funcionou em horário reduzido por causa do funeral do ex-presidente Jimmy Carter.

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A cotação está no menor valor desde 13 de dezembro, quando estava em R$ 6,03. Com o desempenho de hoje, a moeda norte-americana acumula queda de 2,25% em 2025.

Bolsa

No mercado de ações, o dia foi marcado pela volatilidade. Em dia de poucos negócios, o índice Ibovespa, da B3, fechou aos 119.781 pontos, com alta de 0,13%. O indicador chegou a subir 0,44% às 14h11, mas desacelerou nas horas finais da sessão.

Com o fechamento mais cedo do mercado norte-americano, os investidores se voltaram para os fatores internos. Sem notícias relevantes para a economia no cenário doméstico, prevaleceu o ajuste de posições com os investidores vendendo dólares para embolsar lucros recentes. A valorização do minério de ferro e do petróleo no mercado internacional e os juros altos no Brasil ajudaram a atrair capitais externos para o país.

* Com informações da Reuters

Procon-SP notifica Enel por interrupção prolongada de energia elétrica


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A Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor  (Procon-SP) notificou a concessionária de distribuição de energia elétrica Enel pela interrupção prolongada dos serviços no dia 7 de janeiro deste ano, que deixou sem eletricidade 150 mil imóveis em São Paulo. A medida é o primeiro passo de uma ação de fiscalização, que pode resultar em sanções como multa.

Desde novembro de 2023, a Enel foi notificada pelo órgão quatro vezes.

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A Enel é responsável pela distribuição de energia elétrica em mais de 20 cidades da região metropolitana de São Paulo, incluindo a capital.

Segundo o Procon, a situação se repete a cada chuva, sem que sejam percebidas ações efetivas para a redução dos problemas, como a diminuição do prazo para restabelecimento do fornecimento de energia elétrica aos consumidores atingidos.

“Há mais de um ano que a empresa alega que os problemas são causados por eventos climáticos severos, com ventos acima do esperado; e também há mais de um ano não se tem notícia de que alguma providência efetiva, seja de engenharia ou de operações, tenha sido tomada para, no mínimo, agilizar a retomada dos serviços”, disse, em nota, Luiz Orsatti Filho, diretor executivo do Procon-SP.

Esclarecimentos

Acrescentou que a alegação de que os ventos têm sido acima do normal não pode mais ser uma resposta aceitável. “Isso deixou de ser um elemento surpresa para se tornar recorrente, como já vinha sendo alertado”, afirmou.

Na notificação feita à Enel, o Procon-SP pede esclarecimentos detalhados da área e do número de consumidores impactados; sobre as providências adotadas para a retomada do serviço e como a informação foi passada aos consumidores.

O órgão pediu, também, informações sobre a política de compensações aos consumidores que permaneceram muitas horas sem energia em suas residências e comércios. A Enel tem prazo de sete dias para enviar os esclarecimentos ao Procon.

Saúde orienta sobre uso de medicamento que trata HIV multirresistente


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O Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde publicou nota técnica que define critérios clínicos para o uso do medicamento fostensavir 600 miligramas (mg) para o tratamento de adultos que vivem com HIV multirresistente a antirretrovirais.

Em comunicado, a pasta destacou que o remédio foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) em abril de 2024 e é o primeiro da classe de inibidores de ligação aprovado no mundo. A medicação atua impedindo a entrada do vírus HIV nas células.

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De acordo com o ministério, a avaliação e a liberação para o uso do fostensavir 600 mg será feita de forma centralizada pela Coordenação de Vigilância de HIV e Aids, com o apoio técnico de um grupo de especialistas no manejo da multirresistência viral. As solicitações do medicamento serão analisadas individualmente e todos as pessoas que vivem com HIV ou aids que façam uso do remédio serão monitoradas.

“A priorização de populações com multirresistência e maior mortalidade demonstra o compromisso do Ministério da Saúde com a qualidade de vida e com o fortalecimento da resposta nacional à aids”, destacou o ministério no comunicado.

Entenda

Segundo a nota técnica, o fostensavir 600 mg demonstrou, em estudos clínicos, eficácia na supressão viral e aumento na contagem de linfócitos T-CD4+ de pessoas que vivem com HIV ou aids com infecção multirresistente. “Além disso, seu perfil de segurança foi favorável, e os eventos adversos observados foram leves, tais como diarreia e cefaleia.”

“O medicamento representa uma importante aplicação terapêutica em uma população com alto risco de progressão de doença e de elevada mortalidade.”

Surto de virose no litoral paulista foi provocado por norovírus


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Amostras humanas de fezes coletadas nas cidades de Praia Grande e no Guarujá, pelo Instituto Adolfo Lutz, confirmaram que o surto de virose que atinge diversas cidades do litoral sul paulista foi provocado por norovírus. As noroviroses são um grupo de doenças de origem viral que são conhecidas como gastroenterite e normalmente são transmitidas por via fecal-oral.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, a norovirose é uma doença que dura em média três dias, provocando sintomas como náusea, vômito, diarreia, dor abdominal e, algumas vezes, dores musculares, cansaço, dor de cabeça e febre baixa.

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“Estas informações são importantes para orientar o tratamento aos pacientes. No entanto, estamos investigando, em conjunto com as Companhias Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Companhia de Saneamento Básico (Sabesp) e os municípios da Baixada Santista, a fonte que causou esta infecção”, explicou Regiane de Paula, coordenadora em saúde da Coordenadoria de Controle de Doenças da pasta.

Desde dezembro, turistas e moradores de cidades do litoral paulista, principalmente da Baixada Santista, vem reclamando do aumento de casos de virose, principalmente após as festas de final de ano. A prefeitura do Guarujá chegou a declarar situação de surto de virose gastrointestinal.

Ainda não se sabe o que causou a infecção. A prefeitura de Guarujá chegou a notificar a Sabesp sobre a possibilidade de que os casos poderiam ter sido provocados por vazamentos e ligações clandestinas de esgoto na região da Enseada. A Sabesp, no entanto, negou a informação.

Prevenção

A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo alerta que, para se prevenir contra viroses, a população deve procurar sempre lavar bem as mãos antes de preparar alimentos e ao se alimentar. Também é preciso evitar alimentos mal cozidos e evitar tomar banho de mar nas 24 horas seguintes à ocorrência de chuvas. A secretaria também explica que não devem ser consumidos gelos, raspadinhas, sacolés, sucos e água mineral de procedência desconhecida.

O tratamento consiste principalmente em hidratação. Para casos mais graves, é preciso realizar a hidratação endovenosa. A hospitalização em geral é muito rara, informou a secretaria.

Evacuações muito frequentes e líquidas, dificuldade na hidratação com vômitos que não cedem, pele e boca secas, dificuldade em urinar são indicações de que se deve procurar o serviço de saúde.

A Secretaria da Saúde ressalta que nenhum medicamento deve ser tomado sem conhecimento e indicação médica.

Governo pagará R$ 60 mil a famílias de crianças afetadas pelo Zika


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Medida provisória publicada nesta quinta-feira (9) no Diário Oficial da União autoriza o pagamento, por parte do governo federal, de indenização no valor de R$ 60 mil para famílias de crianças com deficiência causada por infecção pelo vírus Zika.

“Fica instituído apoio financeiro à pessoa nascida entre 1º de janeiro de 2015 e 31 de dezembro de 2024, com deficiência decorrente de síndrome congênita causada pela infecção da genitora pelo vírus Zika durante a gestação.”

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De acordo com o texto, o requerimento da indenização deverá ser feito ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sendo obrigatória a constatação da relação entre a síndrome congênita e a contaminação da mãe pelo Zika durante a gestação; e da deficiência.

A publicação cita ainda que o pagamento do valor não será considerado para fins de cálculo de renda mínima destinado à permanência da pessoa no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico); à elegibilidade para o recebimento do benefício de prestação continuada; e à transferência de renda do Programa Bolsa Família.

“O apoio financeiro de que trata esta medida provisória, ressalvado o direito de opção, não é acumulável com qualquer indenização da mesma natureza concedida por decisão judicial.”

As despesas decorrentes do pagamento da indenização, segundo o texto, correrão à conta do programa orçamentário Indenizações e Pensões Especiais de Responsabilidade da União.

A medida provisória tem validade a partir do momento em que é publicada, mas precisa ser aprovada pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado para se tornar lei. O prazo de vigência da MP é de até 120 dias.

Entenda

A síndrome congênita associada à infecção pelo Zika compreende um conjunto de anomalias congênitas que podem incluir alterações visuais, auditivas e neuropsicomotoras em indivíduos expostos ao vírus durante a gestação.

Tais alterações, de acordo com o Ministério da Saúde, podem variar quanto à severidade, sendo que, quanto mais cedo ocorre a infecção durante a gestação, mais graves tendem a ser os sinais e sintomas característicos da síndrome.

A principal forma de transmissão do Zika em mulheres grávidas é por meio da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, mas a transmissão também pode ocorrer por meio de relação sexual com indivíduos infectados ou de transfusão sanguínea.

A síndrome foi descoberta em 2015, após alteração no padrão de ocorrência de microcefalia em bebês nascidos vivos no Brasil. À época, o evento foi considerado emergência em saúde pública de importância nacional e, posteriormente, internacional.

Algum tempo depois, constatou-se que os casos de microcefalia, que também cursavam com outras anomalias cerebrais e alterações neurológicas, estavam associados à infecção pelo Zika no período gestacional.
 

Fortes chuvas em Minas Gerais destroem 9 pontes em Dom Silvério


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“Foi a pior enchente dos últimos quatro anos”. Assim, o prefeito de Dom Silvério, em Minas Gerais, José Bráulio Aleixo, classificou as consequências das fortes chuvas que atingiram a pequena cidade mineira de 5.196 habitantes entre a tarde de terça-feira (7) e a madrugada de quarta-feira (8).

“Durante minha primeira gestão – 2021/2024 – enfrentamos três enchentes. Esta, contudo, foi a pior de todas”, disse à Agência Brasil nesta quinta-feira (9).

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Segundo a Defesa Civil mineira, os últimos dias foram de muita chuva em todo o estado, mas, de acordo com Bráulio, na microrregião do Vale do Piranga, na Zona da Mata, no sudeste mineiro, nenhuma outra cidade foi tão afetada quanto Dom Silvério.

Na terça-feira (7), em apenas 20 minutos, choveu, no município, cerca de 150 milímetros (mm) – um grande volume, considerando que, para todo o mês de janeiro, eram esperados 220 mm. Um córrego que corta a cidade transbordou, causando prejuízos a particulares e à infraestrutura pública.

Embora os servidores da prefeitura ainda não tenham concluído o cadastramento das pessoas afetadas e o balanço dos estragos, foram contabilizados até agora 105 desalojados (pessoas que tiveram que buscar abrigo temporário nas residências de parentes ou amigos ou em pousadas e hotéis) e 15 desabrigados (quem, sem ter onde ficar, teve que ser levado para abrigos públicos ou de entidades sociais).

“Há famílias que perderam tudo que tinham em suas casas. Roupas, camas, televisões, utensílios domésticos… Essas foram as maiores perdas”, acrescentou Bráulio.

Animais mortos

Não há, até o momento, registro de pessoas feridas ou mortas, mas ao menos 12 animais domésticos morreram em decorrência das consequências das chuvas. Duzentos imóveis residenciais e comerciais foram de alguma forma atingidos pela força das águas que destruíram pontes e causaram deslizamentos, bloqueando o acesso a algumas localidades. Em alguns bairros, o fornecimento de energia elétrica e água chegou a ser interrompido.

“Perdemos ao menos nove pontes, tanto de concreto, quanto de madeira. Duas delas ficam na área urbana. E ainda estamos avaliando se uma terceira está condenada”, detalhou o prefeito, assegurando que a retirada do entulho e a limpeza da área urbana devem terminar ainda hoje.

“Fizemos uma força-tarefa com mais de 200 homens, sete caminhões-pipas, outros quatro ou cinco caminhões menores, maquinário. E, junto com a população, conseguiremos terminar a limpeza ainda esta tarde. Quanto ao trabalho de desobstrução das vias, ainda é muito cedo para responder”, comentou o prefeito.

Diante da gravidade da situação, a prefeitura decretou situação de emergência. A medida permite ao Poder Executivo municipal agilizar as ações de resposta, como a mobilização de recursos, execução de obras emergenciais e a solicitação de apoio estadual e federal para a recuperação das áreas afetadas.

“Precisamos elaborar um relatório preciso da situação para acessar recursos federais e estaduais e pleitear emendas parlamentares. Já estamos fazendo este levantamento e em contato com todos que podem nos ajudar”, garantiu Bráulio.

Ele acrescentou que “estamos fazendo todo o cadastro para acessar os recursos via Defesa Civil, emendas parlamentares e governo federal. “Precisamos ter um relatório preciso para passar para as autoridades federais e estaduais. Estamos em contato com todos e estamos fazendo este levantamento”.

Chuvas intensas

Para além das ocorrências registradas esta semana em várias cidades mineiras, a estação das chuvas, que começou em setembro de 2024 e deve prosseguir até março, já causou ao menos 12 mortes em Minas Gerais, além de desalojar 1.385 pessoas e desabrigar outras 198.

Os óbitos ocorreram em nove cidades, a partir de 27 de setembro: Ipanema (3); Raul Soares (2) e Uberlândia; Maripá de Minas; Coronel Pacheco; Nepomuceno; Capinópolis; Alterosa e Carangola, com uma morte cada.

Em todo o período, ao menos 46 municípios decretaram situação de anormalidade, ou seja, de emergência ou calamidade pública.

Antes de posse, Venezuela tem prisão de opositor acusado de golpe


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Três dias antes da posse de Nicolás Maduro, na Venezuela, foi preso o ex-candidato à presidência do país, Enrique Márquez, do partido Centrados, acusado de tentativa de golpe de Estado. De acordo com o governo, Márquez estaria articulando uma posse paralela à presidência do país do opositor Edmundo González a partir de alguma embaixada venezuelana no exterior.

Usando uma das redes sociais do político, a esposa de Enrique Márquez, Sonia Lugo de Márquez, denunciou, na quarta-feira (8), a detenção do marido no dia anterior. “Já se passaram 24 horas desde que meu marido, Enrique Márquez, foi sequestrado por grupos paramilitares que, usando a força como lei, pretendem silenciar e intimidar aqueles de nós que queremos um país melhor e temos uma visão diferente”, informou.

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Ainda na quarta-feira (8), o ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, disse que ele é acusado de articular um golpe de Estado e a formação de um governo paralelo.

“Como o senhor [Edmundo González] não pode vir aqui, ou não quer vir aqui, vão se reunir cinco criminosos na sede de uma embaixada estrangeira e lá vão juramentar Edmundo porque ele está em território venezuelano”, disse Cabello, acrescentando que “o responsável por isso se chama Enrique Márquez. Parte do golpe de Estado que eles querem realizar na Venezuela. Não há anjos aqui, menos entre os opositores”.

Antes da declaração de Diosdado, deputados opositores do partido Copei criticaram qualquer tentativa de se formar uma administração paralela. “É inaceitável um governo interino, passado ou futuro, que pretenda deslegitimar as instituições do Estado venezuelano e se atribua qualidade administrativas sobre os ativos da República no estrangeiro”, comentou o deputado e secretário-geral do Copei, Juan Carlos Alvarado, na terça-feira (7).

Em janeiro de 2019, após se autodeclarar presidente da Venezuela, o deputado Juan Guaidó conquistou o apoio de parte da comunidade internacional, que transferiu ao controle do político os ativos do Estado venezuelano no exterior. 

Desta vez, o opositor Edmundo González, candidato à presidente do principal grupo oposicionista do país, a Plataforma Unitária, acusa o governo de fraudar a eleição presidencial de 2024, prometendo regressar ao país antes da posse de Maduro, marcada para esta sexta-feira (10). Grupos da oposição convocaram manifestações para hoje (9).

Repercussão internacional

A prisão do ex-candidato Enrique Márquez teve repercussão internacional. Ele vinha, desde a votação que deu a reeleição a Maduro, em 28 de julho de 2024, denunciando a falta de transparência na divulgação dos resultados eleitorais. 

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse que esse tipo de detenção impede que ele participe pessoalmente da posse de Maduro. “Assim como nosso amigo Enrique Márquez, um destacado progressista venezuelano, Carlos Correa, um destacado defensor dos direitos humanos na Venezuela, foi preso. Esse e outros fatos impedem minha presença pessoal na cerimônia de posse de Nicolás Maduro”, afirmou em uma rede social.

Carlos Correa é diretor da organização não governamental (ONG) Espaço Público, da Venezuela, que denuncia que Correa foi levado por “funcionários de segurança” no centro de Caracas na terça-feira (7). Ainda nesta quinta (9), a ONG informa que não sabe seu paradeiro.

O presidente colombiano, Gustavo Petro, acrescentou, porém, que a Colômbia não romperá relações com a Venezuela, “nem intervirá nos assuntos internos daquele país sem ser convidado. Mas pedimos, com base em nossa própria luta pelos direitos humanos na Colômbia, que eles sejam respeitados por todos na Venezuela”.

Entenda

A oposição da Venezuela e parte da comunidade internacional, como Estados Unidos e a União Europeia, além de organismos internacionais e eleitorais, têm apontado que a eleição venezuelana descumpriu as regras do país ao não realizar auditorias previstas e não divulgar os dados por mesa eleitoral, como sempre ocorreu. 

Os atos que contestaram o resultado eleitoral após o dia 28 de julho de 2024 levaram a dezenas de mortes e mais de 2 mil presos. Nas últimas semanas, a Justiça venezuelana liberou mais de 1,5 mil detidos nas manifestações.

Por sua vez, o governo Maduro defende que as eleições foram ratificadas pelas instituições do país, tanto o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), quanto o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). Com isso, tem exigido que a oposição respeite a decisão dos tribunais e que os governos estrangeiros não interfiram nas questões internas da Venezuela. 

Governo se antecipa a período sazonal da dengue para evitar óbitos


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O Ministério da Saúde instalou nesta quinta-feira (9) o Centro de Operações de Emergência (COE) para dengue e outras arboviroses.

De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a ideia é coordenar o planejamento e a reposta por meio do diálogo constante com estados, municípios, pesquisadores e instituições científicas, além de outras pastas.

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Dentre as ações previstas estão se antecipar ao período sazonal da dengue para adequar as redes de saúde; mitigar riscos para evitar casos e óbitos; ampliar medidas preventivas para melhor preparar estados e municípios; e uma articulação nacional para resposta a eventuais situações classificadas como críticas.
 


Medidas de proteção individual para evitar picadas de mosquitos. Foto: Arte/EBC

Nísia anunciou ainda o lançamento de um novo Plano de Contingência Nacional para Dengue, Chikungunya e Zika, composto por seis eixos, no intuito de ampliar medidas preventivas, preparar a rede assistencial e conter o avanço de casos de dessas doenças no país.

A versão anterior do plano havia sido lançada em 2022 e, portanto, antes da maior epidemia de dengue já registrada no Brasil, em 2024.

Dentre as ações destacadas pela pasta estão:

  • expansão do método Wolbachia de três para 40 cidades ainda em 2025;
  • implantação de insetos estéreis em aldeias indígenas;
  • borrifação residual intradomiciliar em áreas de grande circulação de pessoas, como creches, escolas e asilos;
  • estações disseminadoras de larvicidas, com previsão de implantação de 150 mil unidades na primeira fase no projeto;
  • uso de Bacillus Thuringiensis Israelensis (BTI) para monitorar e controlar a disseminação do mosquito;
  • instalação de cerca de 3 mil estações disseminadoras de larvicida no Distrito Federal, na região do Sol Nascente, com expansão prevista para outras áreas periféricas do país.
     

Rio de Janeiro (RJ) 09/02/2024 - PEspecial para matéria - Mosquitos com Wolbachia reduzem casos de dengue em Niterói.
Foto: Flávio Carvalho/WMP Brasil/Fiocruz

Mosquitos contaminados com a bactéria Wolbachia reduzem casos de dengue – Flávio Carvalho/WMP Brasil/Fiocruz

Vacina

De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, a pasta já adquiriu todo o estoque de vacinas contra a dengue disponibilizado pelo fabricante para 2025: 9,5 milhões de doses.

A estratégia do governo federal, segundo Ethel, é intensificar a imunização contra a dengue entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos neste ano, sobretudo diante de um estoque de cerca de 3 milhões de doses distribuídas aos estados e municípios em 2024 e que ainda não foram aplicadas.
 


A melhor forma de combater a dengue é impedir a reprodução do mosquito. Foto: Arte/EBC

Cenário epidemiológico

Em 2024, o Brasil registrou 6,4 milhões de casos prováveis de dengue e 6 mil óbitos, de acordo com o painel de atualização de casos de arboviroses do ministério.

Já em 2025, até esta quarta-feira (8), foram notificados 10,1 mil casos prováveis e 10 mortes em investigação por dengue.

Marinha retoma busca por vítimas de queda de ponte entre MA e TO


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A Marinha do Brasil (MB) informou hoje (9) que vai retomar as operações de mergulho para a busca das vítimas desaparecidas, após o acidente na Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na divisa entre o Maranhão e o Tocantins. Nesta quinta-feira, serão realizados novos mergulhos exploratórios onde se dirige a correnteza do rio, ou seja, mais a jusante do local já varrido pelos mergulhadores. Até o momento, 14 pessoas já foram localizadas e identificadas e três pessoas permanecem desaparecidas.

Os trabalhos foram suspensos devido à necessidade de abertura das comportas da barragem da Usina Hidrelétrica de Estreito, para dar vazão ao volume do reservatório aumentado pelo regime de chuvas na região.

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Em nota, a Marinha disse que a decisão de retomar as buscas com mergulho, ocorreu após o Consórcio Estreito Energia (CESTE) ter comunicado, na noite da última terça-feira (7), que poderia conter a vazão das águas da usina hidrelétrica por mais alguns dias, viabilizando janelas de mergulho.

“Essa situação deverá ser reavaliada a cada novo período. Na quarta-feira (8), a MB precisou deslocar a Base Avançada de Mergulho para uma área mais elevada em relação à sua posição original, uma vez que o local em que aquela se encontrava corria risco de alagamento devido ao aumento da vazão das águas da usina fora das janelas de mergulho”, diz a nota.

As pessoas que permanecem desaparecidas após o colapso da ponte são: Salmon Alves Santos, de 65 anos e Felipe Giuvannuci Ribeiro, 10 anos, avô e neto, respectivamente, e Gessimar Ferreira da Costa, de 38 anos.

A Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ligava os estados do Maranhão e Tocantins pela BR-226, desabou no fim da tarde do dia 22 de dezembro de 2024. Na ocasião, três veículos de passeio, três motocicletas e quatro caminhões que trafegavam na ponte caíram no rio, com 18 pessoas, ao todo. A operação de busca e resgate teve início ainda no mesmo dia com o uso de embarcações.

No dia 23 de dezembro, iniciou a atuação de uma equipe de 64 mergulhadores especializados, composta por militares da Marinha do Brasil, Corpos de Bombeiros dos estados do Maranhão, Tocantins, Pará, São Paulo e Distrito Federal. Também foram empregados drones subaquáticos e aéreos, além de outros equipamentos especializados como o uso de uma câmara hiperbárica, para garantir a segurança dos profissionais mergulhadores.

Substâncias tóxicas

Dentre os caminhões que caíram no Rio Tocantins com o colapso da ponte, dois transportavam ácido sulfúrico e um carregava os agrotóxicos: Carnadine, PIQUE 240SL e Tractor.

Após o acidente, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), realizaram uma análise emergencial da qualidade da água do rio. Os resultados das amostras coletadas entre 24 e 29 de dezembro de 2024, mostraram que não foram encontrados indícios de contaminação da água pelos agrotóxicos.

O Ibama ressaltou, porém, que, “enquanto o material químico estiver depositado no Rio Tocantins, persiste o risco de eventual rompimento dos recipientes e consequente contaminação da água, com possíveis impactos sobre o meio ambiente e usos múltiplos, incluindo abastecimento público de comunidades ribeirinhas e cidades ao longo do rio”.

O Ibama disse que acionou as três empresas transportadoras, responsáveis pelos veículos com as cargas perigosas, para auxiliarem “as instituições públicas envolvidas no atendimento ao desastre com a elaboração de Planos de Atendimento à Emergência (PAEs) para atuação e resposta quanto aos caminhões que estão no fundo do rio.”

Na terça-feira, o órgão informou que acompanhou o trabalho dos mergulhadores profissionais, contratados pela empresa Sumitomo, responsável pelo caminhão com agrotóxicos, para verificar o posicionamento do veículo e das bombonas com agrotóxicos que se encontram no fundo do Rio Tocantins.