Lula destaca apoio da Caixa à implementação de políticas públicas


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Ao participar, nesta segunda-feira (13), da comemoração dos 164 anos de história da Caixa Econômica Federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enumerou uma série de contribuições do banco para a implementação de políticas públicas no país, o que garantiu, às camadas mais vulneráveis da população, acesso a direitos básicos, “na construção de um Brasil mais desenvolvido, justo, inclusivo e feliz”.

Lula participou do evento por meio de videoconferência. “Há 164 anos, a Caixa trabalha pelo povo brasileiro. Foi assim mesmo nos períodos mais sombrios da nossa história, a exemplo da escravidão”, disse o presidente, em meio à citação de casos de escravizados que teriam conseguido pagar pela liberdade após o banco autorizar a abertura de contas de poupança, onde suas economias eram guardadas.

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“Um século e meio depois, temos a felicidade de milhões de brasileiros e brasileiras que podem contar com a Caixa nos momentos mais importantes de sua vida”, acrescentou o presidente, ao citar uma série de políticas públicas, como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Pé-de-Meia e outros programas voltados a financiamento estudantil, à infraestrutura, ao empreendedorismo ou à produção de alimentos, viabilizados com a ajuda do banco.

Lula destacou, também, o papel do banco para amenizar os efeitos negativos durante os momentos de crise financeira que ultrapassaram fronteiras. “Lembro que, sem a Caixa e os demais bancos públicos, nós não teríamos transformado numa simples marolinha no tsunami da crise financeira que varreu o mundo em 2008.”

“Sem falar na gestão operacional de quase mil projetos do Novo PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], com creches, escolas de tempo integral, hospitais, maternidades, policlínicas e outros equipamentos que melhoram a qualidade de vida de milhões de pessoas; e na retomada de quase 1,7 mil obras que estavam paralisada; e nos investimentos em esporte e cultura”, acrescentou.

Entre suas lembranças, Lula disse que há momentos especiais relacionados à Caixa. Uma dessas lembranças foi durante seus dois primeiros mandatos, entre 2003 e 2010, quando 70 milhões de pessoas foram ‘bancarizadas’ pela primeira vez. “Isso equivalia à população, na época, da Argentina e da Colômbia juntas.”

O presidente da Caixa, Carlos Antônio Vieira Fernandes, também destacou momentos históricos, em que o banco viabilizou serviços a escravizados, em 1884; às mulheres, que a partir da década de 1920 começaram a ser autorizadas a trabalhar em bancos; e, mais recentemente, nos investimentos da instituição em atletas paralímpicos, o que colaborou de forma significativa para o Brasil se tornar potência esportiva paralímpica.

“Além disso, somos o único banco que não está fechando agências. Pelo contrário, estamos levando agências a lugares do país onde não tem agência”, complementou.

Saúde reforça monitoramento e ações de controle da dengue em 4 estados


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O Ministério da Saúde informou que vai enviar, ainda nesta semana, equipes técnicas a quatro estados brasileiros com o objetivo de apoiar ações locais para o controle de arboviroses, incluindo a dengue. “A missão busca fortalecer a vigilância epidemiológica, a assistência à população e a reorganização dos serviços de saúde”, destacou a pasta, em nota.

A previsão é que a capital do Espírito Santo, Vitória, receba a visita da equipe técnica nesta segunda-feira (13). Também estão no cronograma das visitas de hoje as cidades de São José do Rio Preto (SP) e Rio Branco (AC). Na terça-feira (14), Foz do Iguaçu (PR) vai receber a missão do ministério.

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“A ação de vigilância é parte dos esforços do Ministério da Saúde para o controle da dengue e ouras arboviroses – antecipando atividades de prevenção para o período sazonal da doença”, destacou o comunicado. Na última quinta-feira (9), a pasta instalou o Centro de Operações de Emergência (COE) para Dengue e outras Arboviroses para acompanhar a situação em todo o país.

Além do suporte técnico, estados e municípios que receberem a visita serão orientados a manter ações de educação em saúde e mobilização social para eliminar criadouros de mosquitos que transmitem doenças, como o Aedes aegypti.

Desde 2023, o Ministério da Saúde está em constante monitoramento e alerta quanto ao cenário epidemiológico no país, coordenando uma série de ações para o controle das arboviroses em todo o território nacional. Foi reservado o montante de R$ 1,5 bilhão para fortalecer as ações.

Confira o cenário epidemiológico nas regiões a serem visitadas pelo ministério:

São Paulo: registrou 2.181.372 casos prováveis de dengue em 2024. Em 2025, foram notificados 7,3 mil casos até o momento. Em São José do Rio Preto, foram 35.678 notificações em 2024 e 1.834 casos prováveis de dengue até agora em 2025;

Paraná: registrou 655.488 casos prováveis de dengue em 2024. Em 2025, foram notificados 1.327 casos até o momento. Em Foz do Iguaçu, já foram 15.611 notificações em 2024 e 91 casos prováveis de dengue em 2025;

Acre: registrou 7.409 casos prováveis de dengue em 2024. Em 2025, foram notificados 412 casos até o momento. Em Rio Branco, foram 1.579 notificações em 2024 e 212 casos prováveis de dengue até agora em 2025;

Espírito Santo: registrou 163 mil casos prováveis de dengue em 2024. Em 2025, foram notificados 3.778 casos até o momento. Em Vitória, foram 18.598 notificações em 2024 e 247 casos prováveis de dengue até o momento em 2025.

Brasil

Dados da pasta indicam que, para 2025, há previsão de aumento na incidência de casos de dengue em pelo menos seis estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná. Todos eles, segundo o ministério, estão sendo monitorados “ainda mais de perto”.

Nível das águas de inundações cai 70% em Peruíbe


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Os níveis das águas na cidade de Peruíbe recuaram cerca de 70%, segundo informações divulgadas na manhã de hoje (13) pela Defesa Civil do estado de São Paulo. Com isso, diminuiu de 463 para 251 o total de desabrigados na cidade.

Dos três abrigos humanitários montados, um deles foi desativado no domingo (12). A remoção das pessoas de áreas de risco começou na última quarta-feira (8) por conta das inundações. Mais famílias foram afetadas pelo mau tempo, mas preferiram não ir para abrigos. Para essas, o município distribuiu cestas básicas.

Resgate

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Até o momento, cerca de 100 animais foram resgatados, incluindo um cavalo encontrado sobre o telhado de uma residência no bairro Nova Peruíbe. Além desses, mais 100 animais foram assistidos diretamente nas casas, com água e ração.

Com o escoamento da água, funcionários da concessionária de energia local fazem reparos e as equipes de limpeza urbana trabalham nas ruas.

Na quinta-feira (9), a prefeitura decretou situação de emergência, com homologação pelo governo de São Paulo. Entre os bairros mais afetados em Peruíbe estão Caraminguava, Ribamar, Caraguava e Jardim das Flores.

 

Mercado financeiro projeta inflação de 5% em 2025


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O mercado financeiro aumentou ligeiramente a projeção da inflação para este ano.  A edição do Boletim Focus desta segunda-feira (13) projeta um índice, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 5%, ante os 4,99% da semana passada. Há quatro semanas a projeção era 4,6% para 2025.

A pesquisa Focus é realizada por economistas do mercado financeiro e divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC). Para 2026, o boletim também projeta um ligeiro aumento na inflação para 4,05, ante os 4,03 da semana anterior.

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No ano passado, o IPCA, que leva em conta a variação do custo de vida de famílias com rendimento de até 40 salários mínimos, fechou em 4,83%, acima do teto da meta prevista para 4,5%.

Desde 1999, quando o Brasil passou a adotar o regime de metas de inflação, o IPCA, considerado a inflação oficial do país, ultrapassou oito vezes o limite máximo da meta. A último registro foi no ano passado, segundo dados divulgados na última sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para 2027, a projeção do mercado financeiro é inflação de 3,9% e para 2028, de 3,56%.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) – a soma dos bens e serviços produzidos no país – o boletim manteve a projeção de crescimento para 2025 da semana passada. Segundo o mercado financeiro, o PIB no próximo ano deve ficar em 2,02%. Para 2026, a projeção é crescimento de 1,8%. Já para 2027 e 2028, a projeção de expansão do PIB é 2%, para os dois anos.

Taxa de juros

Em relação à taxa básica de juros, a Selic, o Boletim Focus manteve a projeção da semana passada de 15%, para 2025. Há quatro semanas a projeção era de 14%. Para 2026, a estimativa do mercado financeiro é que a Selic fique em 12%. Para 2026 e 2027, as projeções são de que a taxa fique em 10,25% e 10%, respectivamente.

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 12,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

No final do ano passado, o colegiado aumentou a Selic em 1 ponto percentual (p.p), com a justificativa de que a reação do mercado financeiro ao pacote fiscal do governo federal tornou o cenário inflacionário mais adverso, demandando uma política “ainda mais contracionista”.

As reações negativas do mercado financeiro ao pacote de corte de gastos, anunciados pelo governo em novembro do ano passado, fez com que o dólar saltasse, ultrapassando o patamar dos R$ 6 pela primeira vez na história.

Ainda de acordo com o Copom, o cenário mais adverso para a convergência da inflação à meta para 2025, de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5% pode demandar novos aumentos de 1 ponto percentual na Selic nas próximas duas reuniões do comitê: em janeiro, nos dias 28 e 29, e em março, nos dias 18 e 19.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando a taxa Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Câmbio

Em relação ao câmbio, a previsão de cotação do dólar ficou em R$ 6,00 para 2025. No fim de 2026, a previsão é que a moeda norte-americana também fique em R$ 5,40. Para 2026, o câmbio também deve ficar, de acordo com o Boletim Focus, em R$ 6,00, um aumento em relação aos R$ 5,90 projetados na semana passada. Para 2027, a projeção é R$ 5,82 para o dólar e R$ 5,88, para 2028.

Resultados do Enem 2024 já estão disponíveis na Página do Participante


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Os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 foram divulgados na manhã desta segunda-feira (13) e podem ser acessados de forma individual por meio da Página do Participante. O usuário deve utilizar o login do Gov.br, com CPF e senha.

Após a divulgação das notas, o site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação, responsável pela realização do exame, apresenta instabilidade.

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Ao todo, 4,3 milhões de pessoas se inscreveram para as provas, que foram aplicadas em 3 e 10 de novembro do ano passado.

Enem

O Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Ao longo de mais de duas décadas de existência, tornou-se a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e de iniciativas como o Programa Universidade para Todos (Prouni).

Instituições de ensino públicas e privadas utilizam o Enem para selecionar estudantes. Os resultados são utilizados como critério único ou complementar dos processos seletivos, além de servirem de parâmetro para acesso a auxílios governamentais, como o proporcionado pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Os resultados individuais do Enem também podem ser aproveitados nos processos seletivos de instituições portuguesas que possuem convênio com o Inep para aceitar as notas do exame. Os acordos garantem acesso facilitado às notas dos estudantes brasileiros interessados em cursar a educação superior em Portugal.

Tecnologias monitoram biodiversidade, árvores e ar da Amazônia

O canto dos pássaros. A vibração que a onça-pintada emite ao caminhar pela mata. A comunicação entre os pirarucus na profundeza dos rios. No interior da Amazônia, sons da floresta funcionam como uma orquestra harmônica. Mesmo ouvidos destreinados conseguem perceber a sinfonia. Mas, se um dos “instrumentos” desafina ou para de tocar, o descompasso também é evidente.

A analogia entre a música e a biodiversidade amazônica é do biólogo carioca Emiliano Ramalho, de 46 anos, que mora há mais de duas décadas na floresta. É a melhor forma que ele encontrou para explicar como o monitoramento contínuo dos animais ajuda a avaliar o funcionamento do ecossistema e se há sinais de alerta.


Rio de Janeiro (RJ) 10/01/2025 - Personagem - O pesquisador Emiliano Ramalho, especialista em onças-pintadas na Amazônia - Tecnologias monitoram biodiversidade, árvores e ar da Amazônia.
Foto: Marcello Nicolato/Divulgação

O pesquisador Emiliano Ramalho coordena o Projeto Providence, que monitora espécies amazônicas – Marcello Nicolato/Divulgação

Ramalho é diretor técnico-científico do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, na cidade de Tefé, no Amazonas, uma entidade vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Ele coordena desde 2016 o Projeto Providence, que usa sistemas automatizados de som e imagem para estudar as espécies amazônicas. São mais de 40 sensores espalhados pela floresta, que realizam monitoramento em tempo real, 24 horas por dia e sete dias por semana.

“Por meio da tecnologia, conseguimos observar um número de espécies e tipos de comportamentos que seriam impossíveis de monitorar por meios naturais. Então, muda completamente a perspectiva de observação dos bichos. A tecnologia não exclui a necessidade, muitas vezes, de ter o ser humano indo em campo, mas ela se torna um tipo de sétimo sentido nosso”, diz o biólogo.

Emiliano Ramalho já trabalhou especificamente com a contagem de pirarucus, no início da carreira, e depois se tornou um dos maiores especialistas em ecologia e biologia de onças-pintadas, principalmente em ambientes de várzea. Em um cenário que sofre inundações durante três a quatro meses por ano, o felino se adapta e passa a viver no topo das árvores. O comportamento foi registrado cientificamente pela primeira vez pelo pesquisador.


Rio de Janeiro (RJ) 10/01/2025 - 
Cientistas do instituto mamiraua investigam comportamentos das onças na Amazônia -Tecnologias monitoram biodiversidade, árvores e ar da Amazônia.
Foto: Emiliano Ramalho/Divulgação

Cientistas do Instituto Mamirauá investigam comportamentos das onças-pintadas na Amazônia  – Emiliano Ramalho/Divulgação

O biólogo costuma dizer que a “onça-pintada é fundamental para a conservação da floresta e a floresta é essencial para a sobrevivência da onça-pintada”. Nesse sentido, o equilíbrio social e natural passa, necessariamente, por estratégias de conservação da biodiversidade amazônica. É esse trabalho, aperfeiçoado pelos instrumentos tecnológicos, que move Ramalho a acreditar em um futuro melhor.

“Para trabalhar na Amazônia, você precisa ter esperança. Sou otimista, porque a nossa geração e a próxima ainda vão ter chance de mudar o cenário de crise. Mas hoje a situação é muito crítica, porque não temos de fato mais zona de amortecimento. Se não mudar o paradigma de como deve ser o desenvolvimento da floresta, a gente vai perder a Amazônia”, analisa o biólogo.

Ecologia digital

Uma outra forma de entender as dinâmicas climáticas da Amazônia é olhar para árvores e vegetações. Esse tem sido o caminho percorrido pelo cientista paulista Thiago Sanna Freire Silva, ecologista digital, como gosta de se intitular, que leciona informática ambiental na Universidade de Stirling, na Escócia, e coordena projetos de monitoramento de florestas inundáveis.

O foco principal do cientista está em entender como mudanças na hidrologia, no nível da água durante secas e cheias, afeta o ecossistema, principalmente em um cenário em que esses fenômenos se tornaram mais extremos. Para ter uma visão analítica mais ampla, ele escaneia extensões grandes da floresta com a tecnologia light detection and ranging (Lidar), um sensor capaz de emitir lasers, mapear e gerar cenários em 3D.

“Partimos das seguintes reflexões: se a gente começar a ter secas muito intensas sempre, isso poderia ser uma coisa boa para as árvores. Porque, quando elas estão inundadas, geralmente param de crescer. Ao mesmo tempo, por causa do aumento de temperatura e da redução de precipitação, durante a época de seca pode também faltar quantidade adequada de água para elas. E as árvores vão ficar estressadas e ainda mais vulneráveis do que em florestas de terra firme”, diz Silva.


Manaus (AM), 30/11/2024 - Thiago Silva, ecólogo digital, explorador da National Geographic e professor sênior da Universidade de Stirling, na Escócia, fala durante a TEDx Amazônia, no Salão Rio Solimões. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Ecologista digital, Thiago Silva dá aulas de informática ambiental na Universidade de Stirling, na Escócia – Tânia Rêgo/Agência Brasil

O cientista explica que a análise ajuda a entender os padrões em níveis macroestruturais, a partir de grandes escalas e padrões de funcionamento da floresta. E que os resultados são aprimorados ao dialogarem com os estudos em nível micro e local. Diante do ritmo acelerado de impactos e prejuízos ao ecossistema, é preciso pensar primeiro em adaptações, antes de vislumbrar regenerações ambientais.

“Um dos grandes problemas dessas grandes crises climáticas é que a gente não tem como frear, pela velocidade e o tamanho delas. Só o que a gente pode fazer é se adaptar, entender melhor o que está acontecendo e conseguir prever com antecedência como essas mudanças vão se acumular ao longo das décadas. Assim, podemos pensar em estratégias melhores de como preservar essas florestas e ajudar as pessoas que dependem desses ambientes”, projeta Silva.

Ao rastrear a saúde das zonas úmidas durante anos, o cientista distingue as áreas que precisam ser protegidas antes que os danos se tornem irreversíveis. Enquanto há estudo, há esperança.

“Qualquer cientista que trabalha com ecologia e mudanças climáticas vive uma montanha-russa de sentimentos. Em alguns momentos, você fica completamente pessimista. Em outros, tem uma explosão de otimismo. O mais importante é que a gente tem buscado engajamento com as comunidades locais, as pessoas que têm maior capacidade de realmente proteger e fazer diferença. E que às vezes podem até não perceber o poder que elas têm”, diz o pesquisador.

Floresta estressada

No caso da cientista Luciana Gatti, os sinais do desmatamento e da crise climática são percebidos no ar. Ela é química e coordena o Laboratório de Gases de Efeito Estufa (LaGEE) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Desde 2003, atua em pesquisas na área de mudanças climáticas, com foco no papel da Amazônia na emissão e absorção de carbono.


Rio de Janeiro (RJ) 10/01/2025 - Personagem - Pesquisadora Luciana Gatti -Tecnologias monitoram biodiversidade, árvores e ar da Amazônia.
Foto: Luciana Gatti/Arquivo Pessoal

Cientista Luciana Gatti coordena o Laboratório de Gases de Efeito Estufa (LaGEE) do Inpe – Luciana Gatti/Arquivo Pessoal

A medição das emissões de gases do efeito estufa começou em 2004, na Floresta Nacional do Tapajós, no Pará. A partir de 2010, conseguiram expandir os trabalhos para outras localidades da Amazônia. Aviões de pequeno sobrevoam pontos específicos da floresta, onde amostras de ar são coletadas e armazenadas em frascos, para posterior análise em laboratório.

Com isso, poderia ser calculado se a floresta estava se comportando como fonte ou sumidouro de carbono. Ou seja, se ela mantinha a capacidade de absorver mais gases do efeito estuda do que eram emitidos.

“A primeira constatação foi a de que uma região da Amazônia é muito diferente da outra. A maior parte dos cientistas usa um número ou uma taxa e aplica para o bioma inteiro. Vimos que, quanto mais desmatada a floresta, mais a região tinha perdido volume de chuva e aumentado a temperatura ao longo de 40 anos. E isso acontecia principalmente durante a estação seca, especificamente entre os meses de agosto a outubro, no período da seca. Desmatamento não é só perda de carbono e emissão de gás estufa. É também mudança da condição climática para a floresta que ainda não foi desmatada”, explica Luciana.

Em outras palavras, a floresta que está sendo modificada pelo desmatamento ao redor vive em uma situação de “estresse”.

“Estamos matando a floresta de duas maneiras diferente: direta e indiretamente. A árvore não consegue fazer fotossíntese, porque está tão seco embaixo da terra que ela precisa fechar o ‘estômago’ para não perder água e continuar vivendo. E isso explica porque árvores das regiões mais desmatadas emitem sete vezes mais carbono do que as das regiões menos desmatadas”, diz Luciana.


Rio de Janeiro (RJ) 10/01/2025 - Malas de amostragem da coleta de carbono na amazônia  -Tecnologias monitoram biodiversidade, árvores e ar da Amazônia.
Foto:Luciana Gatti/Divulgação

Malas de amostragem da coleta de carbono na Amazônia – Luciana Gatti/Divulgação

Em um cenário ideal, o balanço de carbono da Floresta Amazônica deveria ser neutro, com equilíbrio entre emissões e absorções. Mas, com o desmatamento, a própria floresta passa a ser fonte de carbono e perde a capacidade de regular o clima. Segundo a cientista, não há outra solução a não ser interromper a destruição e priorizar projetos de restauração florestal.

“Nós precisamos de um plano de sobrevivência para restaurar as áreas perdidas da Amazônia. Eu tenho uma sugestão: vamos colocar como meta reduzir o rebanho bovino brasileiro em 44%, já que é a principal causa de emissão de gases estufa e a maior parte do desmatamento vira pasto”, defende Luciana. “Nosso plano de sobrevivência é plantar árvore. É ela que vai abaixar a temperatura, nos proteger das ondas de calor, dos eventos extremos. Quem disse que destruir a floresta é progresso é ignorante. A salvação dos brasileiros passa por salvar a Amazônia. Sejamos todos ativistas”, defende a pesquisadora.

Série sobre a Amazônia

A reportagem faz parte da série Em Defesa da Amazônia, que abre o ano da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém, em novembro deste ano. Nas matérias publicadas na Agência Brasil, povos da Amazônia e aqueles diretamente engajados na defesa da floresta discutem os impactos das mudanças climáticas e respostas para lidar com elas.

*A equipe viajou a convite da CCR, patrocinadora do TEDxAmazônia 2024.

Bioeconomia amazônica: o desafio de gerar renda e conservar a floresta

Cupuaçu, cumaru, taperebá, tucupi, bacuri e buriti. Do interior da floresta, produtos típicos da Amazônia são colhidos por mãos experientes de comunidades locais. Depois, são transportados por barqueiros entre rios sinuosos. Quando chegam a Belém, no Pará, se transformam em sucos, temperos, molhos, geleias, granolas, farinhas e farofas.

O ciclo de produção, que envolve diferentes pessoas, e termina na venda dos produtos das empresas Manioca e Amazonique, é um exemplo bem representativo da bioeconomia ou sociobioeconomia, modelo de negócio que alia a geração de renda, conservação da biodiversidade e valorização cultural.


Manaus (AM), 30/11/2024 - Paulo Reis, empreendedor, pioneiro da bioeconomia na Amazônia., co-fundador das empresas Manioca e a Amazonique, fala durante a TEDx Amazônia, no Salão Rio Solimões. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Paulo Reis e empreendedor e cofundador das empresas Manioca e a Amazonique – Tânia Rêgo/Agência Brasil

“Temos um senso de propósito muito grande. É movido por um interesse genuíno de gerar impacto social. E também gerar inovação a partir desses ingredientes da Amazônia. É uma relação feita de forma muito direta entre empresas e comunidades de todos os tipos, normalmente povos tradicionais. Essas comunidades viram fornecedoras. E, a partir dessa relação de fornecimento de matéria-prima, a gente desenvolve assistência técnica, gera renda, cria uma relação de confiança de longo prazo”, explica Paulo Reis, cofundador da Manioca e Amazonique.

Natural de Belém, ele desistiu de seguir a carreira jurídica e optou por empreender em negócios que impactassem positivamente a sociedade e a natureza locais. A Manioca nasceu em 2014 com foco em produtos alimentícios gerados a partir da mandioca. Ela atinge mercados de 13 estados brasileiros e outros 12 países. A Amazonique, focada na produção de sucos de frutas amazônicas, foi criada em 2022 e, por enquanto, pode ser encontrada nas prateleiras da capital paraense.

“São cerca de 50 famílias e 11 cidades diferentes que nos fornecem as matérias-primas. E nós colaboramos com assistência técnica para eles, com contratos diretos, preços justos de longo prazo e também acompanhamos a preservação da área”, diz Reis.


Rio de Janeiro (RJ) 10/01/2025 - 
Grupo a assobio associação de bioeconomia.
Foto: Guilherme Gomes/Divulgação

Associação dos Negócios de Sociobioeconomia da Amazônia (Assobio) tem como missão o desenvolvimento socioeconômico da região – Guilherme Gomes/Divulgação

O empreendedor é membro da Associação dos Negócios de Sociobioeconomia da Amazônia (Assobio), que tem como missão o desenvolvimento socioeconômico da região, priorizando a conservação do bioma e o bem-estar do povo. São 75 empresas associadas, mais de 600 empregos e faturamento acima de R$ 42 milhões. Cerca de 60% dos negócios são alimentícios, mas há outros setores como cosméticos, fármacos, acessórios e moda.

Juntas, as empresas compram aproximadamente 100 ingredientes diferentes da Amazônia, que vão além das principais cadeias econômicas da região, como o açaí, o cacau e a borracha. A Assobio entende que a escala ideal para a Amazônia é multiplicação de pequenas e médias iniciativas.

“A Amazônia está muito habituada a pensar sempre em projetos grandes, como se aqui fosse um lugar que tem muita terra para pouca gente. E como se a gente aqui precisasse sempre ter uma intervenção de grande escala vinda de fora. É muito mais saudável para a região que a gente pense na criação e desenvolvimento de vários pequenos e médios negócios. Não adianta virem para cá grandes negócios de uma forma agressiva, que possam prejudicar a biodiversidade, nossas tradições e o modo de vida que a gente tanto quer preservar”, defende Paulo Reis.

O posicionamento é corroborado por Valcleia dos Santos Lima, superintendente na Fundação Amazônia Sustentável (FAS), para quem é preciso priorizar a pluralidade no lugar da monocultura mecanizada.

“É importante que a gente enxergue esse ambiente da Amazônia como plural. E que não cabe, por exemplo, destruir toda uma biodiversidade para produzir um único produto, como soja, milho, arroz, ou até a pecuária. Você pode, a partir desse território tão diverso, extrair uma série de produtos. E não ficar em uma produção que não tem resultado para a população local, que gera poucos empregos. Para a Amazônia, esse tipo de negócio não é sustentável”, diz.

A especialista entende também que a bioeconomia é um modelo adequado para extrair as riquezas da floresta, sem precisar desmatá-la. Nesse caso, o conceito mais importante seria o de gerar renda a partir da conservação da Amazônia.

“Temos essa diferença entre preservação e conservação. Preservar é aquilo que você não pode tocar. A gente tem áreas e territórios na Amazônia que são áreas de preservação. E conservar é você usufruir aquilo de uma forma sustentável. É permitir que o que sobra da subsistência dos locais possa ser comercializado e gerar renda para eles, de maneira sustentável e responsável, explica Valcleia.


Rio de Janeiro (RJ) 10/01/2025 - Hambúrguer vegano de tucumã da empresa amazônia smartfood.
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Hambúrguer vegano de tucumã – Paulo Reis/Arquivo Pessoal

Proteínas de açaí e tucumã

A economista e empreendedora Priscila Almeida nasceu em Minas Gerais, mas adotou o Amazonas como casa há 18 anos. Ela também é membro da Assobio e possui um negócio de biotecnologia aplicada em alimentos, a Smart Food. A empresa foi criada em 2016 e vende produtos veganos. Entre as proteínas alternativas oferecidas estão hambúrguer, linguiça e almôndega de açaí, e hambúrguer de tucumã.

Também são vendidos tucumã e açaí liofilizados, ou seja, desidratados em um processo que vai direto do estado sólido para o gasoso, sem passar pelo líquido. Segundo Priscila, são 100% naturais, sem aditivos e preservam os sabores e nutrientes da Floresta Amazônica. Além disso, 60% dos insumos são amazônicos de comunidades extrativistas.

Além do Amazonas, a empresa comercializa os produtos em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Espírito Santo. E tem planos de chegar a mercados do exterior. Um dos entraves, neste momento, são os efeitos da crise climática, como as secas cada vez mais intensas na Amazônia.

“Nossos negócios foram afetados esse ano e provavelmente vão ser nos próximos. Houve impacto da seca no Tucumã, que é uma cadeia que a gente trabalha. A seca está gerando, em alguns casos, a esterilização das sementes. A gente teve dificuldades de conseguir sementes férteis para micropropagar. Eu vejo que a tendência é ser cada vez forte esse impacto. Isso pode ser contornado, desde que haja processos de regeneração, com plantio ou recuperação das plantas”, explica Priscila.


Rio de Janeiro (RJ) 10/01/2025 - Priscila Almeida empreendedora de bioeconomia
Foto: Guilherme Gomes/Divulgação

Priscila Almeida diz que a sociobioeconomia é a matriz econômica mais viável para minimizar impactos das mudanças climáticas – Guilherme Gomes/Divulgação

Para a empreendedora, a sociobioeconomia é a matriz econômica mais viável para minimizar os impactos das mudanças climáticas.

“Ela envolve mais mão de obra, diferente das tecnologias convencionais. Você consegue fazer uma maior distribuição de renda com os produtos oriundos da sociobioeconomia do que, por exemplo, uma startup de inovação. A startup favorece a escala em termos de recursos financeiro e capital, mas a mão de obra e a empregabilidade não chegam na mesma velocidade. Por isso, a sociobioeconomia, como uma matriz de desenvolvimento é uma das mais importantes para a Amazônia”, defende Priscila.

Moda ancestral

Foi a partir de experiências e aprendizados com comunidades tradicionais da floresta que a manauara Elijane Nogueira fundou a Yanciã, uma microempresa voltada para artigos artesanais de moda. Ela tem graduação em direito, com especialização em ciências criminais, mas decidiu fazer uma transição para área ambiental, trazendo a bagagem das ações e estudos nas questões de vulnerabilidade social.

“Iniciei essas pesquisas dentro da moda com responsabilidade socioambiental. E comecei a voltar o meu olhar para a minha região, ao refletir muito sobre as mudanças climáticas e como nós todos estávamos sendo afetados. Queria muito desenvolver uma cultura de moda a partir dos nossos territórios”, explica Elijane.

A marca Yanciã foi registrada em 2021, depois de anos de pesquisa para conectar a pauta ambiental com um negócio na moda. O primeiro espaço físico da empresa foi aberto em agosto de 2024, em um centro cultural chamado Casarão de Ideias.


Rio de Janeiro (RJ) 10/01/2025 - Elijan Nogueira empresária responsável pela empresa Yanciã 
Foto: Elijan Nogueira/Arquivo Pessoal

Marca fundada pela manauara Elijan Nogueira é voltada para artigos artesanais de moda – Elijan Nogueira/Arquivo Pessoal

O negócio não é uma revenda de materiais amazônicos. Ela pega os produtos prontos em associações, que fazem a coleta e as modificações nas matérias-primas. O trabalho envolve pesquisa e troca de saberes com artesãs. Entre os materiais utilizados estão fibras de tucum e sementes de açaí. Elijane faz o processo de curadoria, selecionando e produzindo artesanatos que se transformam em coleções de moda.

“Parte desses materiais vem de saberes ancestrais, de comunidades indígenas que já os utilizavam para a própria subsistência. Eu fiz uma curadoria para entender um pouco dos materiais e de onde vinham. Quem eram as comunidades, as formas de coleta e de beneficiamento”, explica Elijane. “Tento honrar esses conhecimentos tradicionais das mulheres de povos tradicionais que, por muito tempo foram violentadas, marginalizadas e invisibilizadas pelo próprio mercado do artesanato. Que, muitas vezes, nem recebiam os créditos por esses trabalhos”.

Série sobre a Amazônia

A reportagem faz parte da série Em Defesa da Amazônia, que abre o ano da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém, em novembro deste ano. Nas matérias publicadas na Agência Brasil, povos da Amazônia e aqueles diretamente engajados na defesa da floresta discutem os impactos das mudanças climáticas e respostas para lidar com elas.

*A equipe viajou a convite da CCR, patrocinadora do TEDxAmazônia 2024.

Copa São Paulo conhece primeiros times classificados à terceira fase

Os quatro primeiros times classificados para a terceira fase da Copa São Paulo de Futebol Júnior foram conhecidos na manhã deste domingo (12). Destaque para o Bahia, que participa da Copinha, uma competição sub-21, com o time sub-17 e segue vivo na disputa pelo título. O rival Vitória não teve a mesma sorte e deu adeus ao torneio.

O Bahia enfrentou o Desportivo Brasil na casa do adversário, em Porto Feliz (SP), e venceu por 2 a 1, de virada. Os anfitriões saíram na frente aos 38 minutos do primeiro tempo, com ​um golaço do volante Alysson, que arriscou da intermediária, quase do meio-campo. A bola desviou na marcação e foi no ângulo.

Os baianos reagiram na etapa final. Aos 11, após cobrança de escanteio, o zagueiro Diego Silva deixou tudo igual, de cabeça. Aos 24, o atacante Guilherme bateu forte e rasteiro, da entrada da área, no canto direito, virando o marcador no Estádio Ernesto Rocco e garantindo a classificação.

Na terceira fase, os Pivetes de Aço (como são conhecidos os atletas da base do Bahia) terão pela frente o vencedor de Capivariano e Coritiba, que duelam mais tarde, às 18h (horário de Brasília), na Arena Capivari. Os baianos têm um vice-campeonato da Copinha, em 2011.

Rival do Bahia, o Vitória encarou a Ferroviária no Estádio Bela Vista, em Cravinhos (SP). As equipes empataram por 2 a 2 no tempo normal, com o atacante Emanuel e o meia Lohan marcando para o Rubro-Negro e o zagueiro Ticianelli e o atacante Thiagão (batendo pênalti) anotando os gols da Locomotiva.

O empate proporcionou a primeira disputa de pênaltis desta Copinha. Melhor para a Ferroviária, que venceu por 7 a 6, após se classificar para encarar Santos ou São José na terceira fase.

No Estádio Mário Lima Santos, em Brodowski (SP), o Bandeirante, time da casa, não resistiu ao Guarani, que venceu por 3 a 0. Os atacantes João Marcelo (duas vezes) e Artur, ​no segundo tempo, balançaram as redes para o Bugre, que terá como adversário, na terceira fase, o ganhador do confronto entre Botafogo-SP e Atlético-MG, que jogam no Estádio José Lancha Filho, em Franca (SP), às 21h deste domingo.

O primeiro classificado do dia saiu em Tupã (SP). No Estádio Alonso Carvalho Braga, o Água Santa bateu o Linense por 2 a 1, de virada. O meia Kayque abriu o placar para o Elefante da Mogiana, mas o atacante Ryan Santos, com dois gols, garantiu a vaga do Netuno, que aguarda Fluminense ou CRB, que se enfrentam ainda neste domingo, às 21h30, no Estádio Gilbertão, em Lins (SP).

Fase de grupos chega ao fim

A fase de grupos terminou no sábado (12), com a definição dos últimos classificados ao mata-mata. No Grupo 21, o Grêmio assegurou a liderança da chave ao empatar por 1 a 1 com o Atlético Guaratinguetá, time da casa, no Estádio Dario Rodrigues Leite. O Tricolor Gaúcho, com sete pontos, acabou eliminando os anfitriões, que foram a dois pontos. A segunda vaga ficou com Vitória da Conquista, que fez 2 a 1 no Porto Vitória.

Na segunda fase, o Grêmio terá pela frente o Marcílio Dias na segunda-feira (13), às 11h, novamente em Guaratinguetá (SP). No mesmo dia e horário, o Vitória da Conquista mede forças com o Goiás, no Estádio Joaquinzão, em Taubaté (SP).

Pelo Grupo 23, o Flamengo derrotou o Esporte Clube São Bernardo por 3 a 1 no Estádio Nogueirão, em Mogi das Cruzes (SP), garantindo o segundo lugar da chave, com seis pontos. A liderança foi do Zumbi, que empatou por 1 a 1 com o Cruzeiro-PB, no mesmo local. O time alagoano concluiu a participação na fase com sete pontos.

Os dois times também voltam a jogar na segunda. Às 15h, o Zumbi visita o União Suzano, no Suzanão. Mais tarde, às 21h45, o Flamengo encara o Red Bull Bragantino, no Nogueirão.

Já no Grupo 25, sediado em Santana do Parnaíba (SP), o Ituano garantiu a ponta, com sete pontos, ao vencer o Fortaleza por 1 a 0, no Estádio Prefeito Gabriel Marques da Silva. Apesar do tropeço, o Leão do Pici também se classificou. O Tricolor somou os mesmos quatro pontos do São Bento, que goleou o Carajás por 4 a 0, mas ficou à frente do time de Sorocaba (SP) pelo saldo de gols (dois a um).

Nesta segunda-feira, o Fortaleza pega o América-MG às 15h, outra vez em Santana do Parnaíba. No mesmo horário, o Ituano duela com o Sfera, no Estádio Amadeu Mosca, em Salto (SP).

Em outras duas chaves, os classificados estavam definidos, mas faltava saber quem ficaria na ponta. No Grupo 20, com sede em Embu das Artes (SP), Sport e o anfitrião Referência empataram sem gols. O resultado no Estádio Hermínio Esposito deu a primeira colocação ao Leão, com os mesmos sete pontos do rival e à frente no saldo de gols (seis a dois).

O Sport volta a jogar nesta segunda, às 11h, novamente em Embu das Artes, contra o Oeste. O Referência será adversário do Palmeiras, campeão de 2022 e 2023, às 19h30, na Arena Barueri.

Por fim, no Grupo 31, disputado no Estádio da Rua Javari, em São Paulo, Juventus e Ceará empataram por 1 a 1. Ambas as equipes foram a sete pontos, mas os donos da casa, pelo melhor saldo (seis a quatro), passaram de fase na liderança.

No mata-mata, o Moleque Travesso recebe o Vasco nesta segunda, às 15h, enquanto o Vozão pega o XV de Piracicaba no Estádio Nicolau Alayon – que também fica na capital paulista – às 11h do mesmo dia.

Ameaçada de extinção, mais uma arara-azul-de-lear nasce em São Paulo


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Nasceu a primeira arara-azul-de-lear do Núcleo de Conservação da Fauna Silvestre (Cecfau), mantido pelo estado de São Paulo. Desde 3 de janeiro, o filhote se soma a outros 14 animais da espécie no local, considerado a maternidade de animais ameaçados de extinção. Em 2024, seis araras-azuis-de-lear nasceram no Cecfau, em Araçoiaba da Serra, no interior paulista.

“A gente trabalha com o objetivo de aumentar a população da espécie e também conseguir enviar [essas aves] para soltura na natureza”, disse a bióloga Giannina Piatto Clerici, gestora do Cecfau. O filhote está sendo alimentado por profissionais e mantido em berçário.

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Os pais – batizados de Maria Eduarda e Dumont – são vítimas do tráfico de animais, foram recuperados pela equipe do Cecfau e continuarão sob cuidados. Já a nova arara filhote, depois que aprender a voar e se alimentar sozinha, será avaliada e há a possibilidade de que seja solta na natureza.

“Só o tempo vai dizer. A gente segue um protocolo bem rigoroso de não ficar conversando com o filhote, nem fazendo carinho, tentar ao máximo evitar esse contato para que eles não fiquem tão mansos. Mas isso depende muito de cada ave. Quando ela tiver uma idade suficiente, será avaliado o seu comportamento para saber se há chances de soltura ou não. Isso a gente só vai saber no futuro”, explicou a bióloga.

A avaliação ocorrerá quando a arara tiver por volta de um ano de idade. “É uma série de fatores avaliados: se o animal sabe voar bem, se ele está empenado direitinho e se ele sabe quebrar coquinho que a gente oferta aqui e é uma das principais dificuldades que eles enfrentam”, relatou. Quando o animal não está apto para soltura na natureza, ele segue sob cuidados no próprio Cecfau ou em outra instituição de conservação de fauna.

Desde 2019, 26 filhotes de araras-azuis-de-lear nasceram no núcleo e dez foram enviados para soltura na região do Parque Nacional do Boqueirão da Onça, na Bahia.

O Cecfau integra o Programa de Manejo Populacional da Arara-azul-de-lear desde sua inauguração, em 2015, visando auxiliar na conservação da espécie.

O centro é referência na reprodução e conservação de espécies ameaçadas de extinção fora de seu habitat. Os pesquisadores promovem a procriação desses animais para evitar o desaparecimento e garantir a reinserção na natureza quando possível.

 

Deslizamentos em Ipatinga deixam pelo menos seis mortos

O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou, neste domingo (12), que pelo menos seis pessoas morreram em Ipatinga (MG) vítimas de deslizamentos ocorridos após as chuvas na última madrugada.

Entre as vítimas, foram identificados três corpos, sendo um de um menino, de 8 anos, outro de uma idosa, de 70, e mais um de um homem de 30 anos. Os bombeiros informaram que três pessoas estão desaparecidas.

A prefeitura da cidade anunciou um decreto de calamidade pública após chuvas intensas que provocaram um volume de 80 milímetros de chuva, registrado em menos de uma hora.  A intensidade do temporal está entre as causas, segundo a administração municipal, para os deslizamentos de terra e alagamentos. As equipes de defesa civil trabalham para localizar possíveis vítimas soterradas.

O prefeito Gustavo Nunes afirmou, em entrevista para veículos locais, que a cidade vive um cenário de guerra. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, em postagem no X, anunciou que irá para a cidade nesta segunda (13) e pediu aos moradores que procurasse locais seguros.

Matéria alterada às 15h56 para atualizar número de óbitos