Sindicatos de trabalhadores criticam nova alta dos juros


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Sindicatos patronais e de trabalhadores criticaram, na noite desta quarta-feira (29), a elevação da taxa básica de juros (Selic) para 13,25% ao ano. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) condenou “veementemente” a nova alta anunciada pelo Banco Central, que deixou a categoria “frustrada”.

“Não há outra palavra para caracterizar mais este absurdo do que frustração, pois esperávamos que, sob o comando de Gabriel Galípolo [indicado pelo governo federal], houvesse uma reversão neste processo”, afirma a CUT, em nota. 

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“Rentistas, agiotas e seus asseclas no parlamento e nos meios de comunicação pressionam por aumentos sucessivos da taxa Selic. E o fazem em interesse próprio. Falam da inflação dos preços de bens e serviços, mas nenhuma palavra é dita sobre a inflação da dívida bruta do Brasil, que deverá aumentar em torno de R$ 50 bilhões”, acrescentou a entidade.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considerou a elevação dos juros injustificada e equivocada. “É mais um movimento injustificado da política monetária brasileira e que ocorre em consequência da longa cultura de juros reais elevadíssimos que persiste no Brasil”.

“Com a decisão, o Banco Central mostra que continua persistindo em uma única ferramenta de política monetária – a elevação dos juros –, no enfrentamento de expectativas de inflação. Não considera, no entanto, os efeitos impactantes dos juros e a taxa de câmbio na própria inflação. O comprometimento com o equilíbrio fiscal e com a racionalidade dos gastos públicos precisa ser exercido e cobrado por todos”, destaca a entidade.

Para a CNI, a decisão do Banco Central não leva em conta a desaceleração da atividade econômica, observada já no desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre de 2024. “Fica evidente que o aumento da Selic foi uma decisão excessiva e na direção errada, representando somente mais custos financeiros para as empresas e os consumidores, e perda adicional e desnecessária de empregos e renda”, afirmou em nota.

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) disse que a nova alta compromete o desenvolvimento sustentável de setores estratégicos e restringe investimentos.

“A Firjan considera que o novo aumento da taxa básica de juros, de 12,25% para 13,25% ao ano, vai intensificar o processo de desaceleração da indústria nacional. Recentemente, a produção industrial teve duas quedas consecutivas e está 15% abaixo do nível máximo da série histórica”, afirma a entidade.

“A alta dos juros não apenas compromete o desenvolvimento sustentável de setores estratégicos, mas também restringe os investimentos necessários para impulsionar a produtividade”.

A Força Sindical repudiou também o aumento de juros, classificando a alta da taxa Selic de “prêmio aos especuladores”. “A atual política econômica está destoando dos anseios da classe trabalhadora. Elevar os juros nesse momento traz mais incertezas. A decisão trará efeitos negativos sobre a criação de emprego e renda”, acrescenta a entidade.

“O aumento dos juros tende a desestimular o investimento e o consumo no país. O aumento é mais uma forma de asfixiar os trabalhadores. Sem cortes relevantes, há redução dos investimentos e das chances de crescimento”, conclui a Força Sindical.

Associação LGBTQIA Casarão Brasil lança calendário trans 2025


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A Associação LGBTQIA Casarão Brasil, sediada em São Paulo, lançou nesta quarta-feira (29), Dia Nacional da Visibilidade Trans, a edição deste ano de seu calendário, com homenagens às pessoas trans que têm alguma conexão com a entidade. Existente desde 2021, o calendário tornou-se também uma forma de fazer, mesmo que de modo simples, com que as pessoas de fora da comunidade de trans e travestis compreendam que se trata de um grupo diverso, o que contribui para se reduzir ideias estereotipadas.

A iniciativa contou com o apoio da Gilead Sciences do Brasil, que também colabora com outras ações do Casarão Brasil. A associação está ativa há 16 anos e desenvolveu um sistema bem articulado de atendimento, que combina serviços de moradia, educação, emprego, saúde e acolhimento psicossocial. Ao todo, são, em média, 1,3 mil atendimentos por mês.

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Patrycia Pellegrini, de 52 anos, é o rosto que ilustra a página de novembro do calendário. A paulistana teve um percurso com uma surpresa agradável e que transformou seu cotidiano e sua autoestima. 

Por determinado período, enfrentou dificuldades de conseguir um emprego e, como muitas mulheres trans e travestis, tentou a vida no exterior. Retornou ao país de origem ao se sentir agredida com propostas que a colocariam sob um risco ainda maior, como profissional do sexo, e, na volta, conquistou um emprego no Casarão, que já tinha sido um ponto de refúgio para ela. A gestão da entidade percebeu que Patrycia tinha perfil para desempenhar uma das funções na equipe e a contratou.

Hoje, ela tem família constituída e mais tranquilidade, sabendo que tem autonomia financeira e que tem qualidades que podem ser valorizadas. O próximo plano, após ter concluído o ensino médio recentemente, é cursar serviço social. 

“A vida da gente, a gente quer que seja a melhor. Ter um espaço, uma moradia decente, dignidade para poder seguir”, sintetiza Patrycia. 

Também como muitas trans e travestis, viu muitas amigas se tornarem vítimas de violências, inclusive as letais. Apesar das conquistas e de ser plenamente respeitada no ambiente profissional, no seio familiar a transfobia ainda persiste. Parentes seus, espíritas kardecistas, até hoje a chamam pelo nome morto, ou seja, o de batismo e do gênero masculino, algo que a incomoda. 

Patrycia fez sua transição aos 18 anos, o que, lamenta ela, é tempo de sobra para terem assimilado. Para ela, representa um gesto reiterado de desrespeito.

Em relação às beneficiárias dos serviços oferecidos pela entidade, Patrycia assume ter tido sorte e busca estimulá-las a correr atrás do que querem para si, como ela fez. “Desejo que tenham como mudar, caminhar”, afirma.

“Eu nunca tive registro em carteira, tenho hoje, aos 52 anos. Por que elas não podem conseguir? Vão conseguir!”

 

Rio: ativistas trans vão desfilar na Sapucaí pela Paraíso do Tuiuti


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Xica Manicongo, considerada a primeira travesti não-indígena do país, foi uma mulher trans escravizada que viveu em Salvador, no século 16. Para contar sua história, que terminou igual a de muitas pessoas trans e travestis no Brasil, assassinada por LGBTfobia, a escola de samba carioca Paraíso do Tuiuti levará Manicongo à Marquês de Sapucaí.

O enredo da escola Quem tem medo de Xica Manicongo será desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos e contará com lideranças e ativistas trans desfilando na avenida, anunciados nesta Semana Nacional da Visibilidade Trans. Entre as convidadas, estão as parlamentares trans Érika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG), deputadas federais; a vereadora Amanda Paschoal (PSOL-SP) e a deputada estadual Dani Balbi (PCdoB-RJ), além de ativistas dos direitos humanos.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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A deputada Erika Hilton disse que é uma honra participar do evento, que considerou uma oportunidade de contar a história de Manicongo. “Nós sempre estivemos no carnaval, pessoas trans e travestis, comunidade LGBTQIA+, mas faltava ter nossos heróis e heroínas’, disse. “Vai ser grandioso fazer o povo conhecer essa história e cantar ‘eu travesti’,” completou, em referência a trecho do samba-enredo.

“Eu espero que o maior recado seja dado: basta de preconceito, intolerância e ódio. Outras Xicas não podem mais ir para fogueira”, ressaltou Erika Hilton.

Ativismo

Entre as ativistas, está Indianarae Siqueira, fundadora da CasaNem, um centro de cidadania e acolhimento para pessoas LGBTQIA+. Ela disse que o convite da Tuiuti reconhece uma trajetória de lutas e destaca a responsabilidade da comunidade, no Brasil, em defender políticas públicas, como um farol para o mundo, em meio aos ataques do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra transgêneros. 


 A ativista LGBT Indianara Siqueira, coordenadora da Casa Nem, um dos grupos que atualmente ocupa do  edíficio abandonado Almeida Rêgo, na Rua Dias da Rocha 27, em Copacabana, onde foi encontrado acervo com animais empalhados, ossadas, bustos e

Indianara Siqueira Arquivo/ Fernando Frazão/Agência Brasil

Nos últimos dias, o mandatário tomou medidas para restringir direitos de pessoas trans, como o banimento delas das Forças Armadas e a proibição de mulheres trans cumprirem pena em prisões femininas, apesar de dados do próprio governo mostrarem que essas mulheres têm mais chances de sofrer crimes sexuais na cadeia. 

“Quando o presidente dos Estados Unidos faz ataques à nossa comunidade, ele declara ao mundo que reconhece a nossa existência, porque você só ataca o que existe”, declarou. Indianarae lembrou a importância de organizações como Minha Criança Trans, a RedTransBrasil e a própria Casa Nem, que faz atendimento noturno às LGBTQIA+ em situação de rua ou qualquer outra forma de vulnerabilidade.

Ao lado de Indianarae desfilarão Keila Simpson, ativista e 1ª travesti doutora honoris causa do país pela UERJ; Gilmara Cunha, ativista LGBTQIA+; Megg Rayara, 1ª travesti negra a alcançar o título de doutorado no país, pesquisadora, professora da UFPR e Symmy Larrat, 1ª travesti secretaria nacional LGBTQIA+ do governo federal.

Homenagem

Ao homenagear Xica Manicongo, a Paraíso do Tuiuti populariza a história da escravizada trans que trabalhou como sapateira em Salvador. Os relatos históricos indicam que ela não aceitava o nome masculino, tampouco, os trajes masculinos e se vestia de acordo com sua identidade de gênero, como mulher, com um pano amarrado ao corpo.

Xica foi violentamente reprimida pela época, acusada de sodomia e condenada à morte pelo Tribunal do Santo Ofício, queimada viva em praça pública, o que mostra as raízes coloniais da violência contra essa população e que se perpetua até os dias de hoje.

O Brasil permanece na lista dos países que mais mata pessoas trans. Ao todo, 122 indivíduos desse grupo foram assassinados no país, em 2024, sendo cinco defensores de direitos humanos, segundo a mais recente edição do dossiê da Associação Nacional de Trans e Travestis (Antra). O levantamento foi divulgado na última segunda-feira (27). O número difere pouco de levantamento dos anos anteriores, quando a média de assassinatos de pessoas trans foi de 125, entre 2008 e 2024, segundo a Antra. 

Assim, o enfrentamento à violência é um ponto central das reivindicações de políticas públicas contra a transfobia. Em entrevista recente à Agência Brasil, a presidenta da Antra, Bruna Benevides, disse ser evidente que a desigualdade social e a restrição às políticas públicas “são fatores de risco” de morte para a comunidade de pessoas travestis e transexuais. “Quanto menos políticas públicas, mais retrocesso”.


Rio de Janeiro (RJ) 15/11/2024 – Bruna Benevides, presidente da Antra, na mesa da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT) no G20 Social, sobre tragédias Ambientais e o impacto para a população LGBTI+, no Espaço Kobra. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Bruna Benevides Arquivo/Fernando Frazão/Agência Brasil

Fabián Algarth, coordenador nacional do Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (IBRAT) e representante do Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ lembrou que o direito à vida  consta da Constituição Federal.

Em respostas aos ativistas, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, assinalou que “o Estado não é um bloco só” e que é necessário a atuação de parlamentares comprometidos com direitos humanos para “transformar a cultura política tão autoritária”. Ela reforçou que esta agenda deve ser de toda a sociedade.

PF aumentou em 70% apreensões contra crime organizado, diz Lewandowski


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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quarta-feira que (29) a Polícia Federal (PF) aumentou em 70% o número de apreensões de bens e dinheiro oriundos do crime organizado. Os dados fazem parte do balanço do trabalho realizado pela PF em 2024.

De acordo com o levantamento, as apreensões realizadas pela PF resultaram no valor total de R$ 5,6 bilhões, número 70% superior ao do ano de 2023, quando foram apreendidos R$ 3,3 bilhões.

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Para o ministro, o aumento no número de apreensões demonstra que a PF está descapitalizando o crime organizado no país.

“Esses dados não apenas demonstram o êxito das operações, mas também o impacto direto na redução da capacidade de ação de facções criminosas em nosso país”, afirmou.

Ricardo Lewandowski também destacou as principais investigações realizadas pelos agentes, como a finalização do inquérito que tratou da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.

“A elucidação desses crimes, que por anos permearam a sociedade brasileira com a sensação de impunidade, foi mais uma vitória do trabalho diligente da Polícia Federal”, completou.

Drogas

Também foi registrado aumento no número de apreensões de drogas. Durante o ano passado, a PF apreendeu 74,5 toneladas de cocaína, número 2,8% maior que a quantidade apreendida em 2023. Houve aumento de 15% nas apreensões de maconha e de 20,7% na de ecstasy.

Crimes ambientais

O levantamento da PF também mostra redução no desmatamento. No ano passado, foi registrada queda de 30% nas áreas desmatadas em todo o Brasil, passando de 16,5 mil quilômetros quadrados (km²) em 2023 para 11,5 mil km².

Armas de fogo

A PF também registrou queda de 11,6% nas emissões de registros de armas de fogo. Em 2023, foram 28.402 registros. No ano passado, 25.097 emissões foram feitas.

As emissões de porte de arma caíram 30% e passaram de 2.469 (2023) para 1.727 (2024).

Segundo o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, a redução ocorreu por causa da política adotada pelo governo federal para restringir a concessão de registros, que foram facilitados durante o governo Jair Bolsonaro.

“Nós tivermos uma redução no registro de arma de fogo e uma redução na concessão de portes de arma de fogo, seguindo a política pública determinada pelo governo brasileiro, que nós somos os cumpridores”, completou.

Cooperação internacional

Durante a apresentação dos dados, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, defendeu a cooperação internacional para continuar o combate ao crime organizado no Brasil, que envolve laços com crimes ambientais, tráfico de drogas, entre outros.

Rodrigues destacou a eleição do delegado Valdecy Urquiza, realizada no ano passado, para comandar a secretária-geral da Interpol, grupo que reúne profissionais das polícias de diversos países.

“Nós temos que trabalhar fora de nossas fronteiras, com a cooperação internacional, com integração, troca de dados, informações, experiências e capacitação”, comentou.

Fotógrafo da Agência Brasil é o segundo mais premiado em 2024


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O fotógrafo da Agência Brasil Paulo Pinto entrou para a lista dos jornalistas mais premiados de 2024, de acordo com ranking elaborado e divulgado pelo portal Jornalistas & Cia. O profissional, que compõe a equipe da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) em São Paulo, ganhou o segundo lugar da lista, que é liderada por Lalo de Almeida, repórter fotográfico da Folha de S. Paulo

O Ranking + Premiados da Imprensa está em sua 14ª edição listando os jornalistas e veículos mais premiados do ano, tanto nacionalmente como por região e plataforma. Além de Paulo Pinto, a própria Agência Brasil aparece entre os veículos mais premiados do país ao longo de 2024, em nono lugar em um ranking com mais de 50 participantes. A TV Brasil também faz parte do grupo, na 14ª posição. 

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Na classificação por plataforma, a Agência Brasil ocupa o primeiro lugar entre as agências de notícias mais premiadas do ano. Já a TV Brasil está em terceiro lugar no ranking das emissoras de televisão. A EBC ocupa o sexto lugar na lista dos grupos de comunicação, a partir dos prêmios acumulados por seus veículos e profissionais ao longo de 2024.   

“O ranking reconhece o trabalho de excelência dos profissionais da EBC, com sua contribuição relevante para a comunicação pública e a democracia brasileira”, afirmou o diretor-presidente da EBC, Jean Lima. “Esse reconhecimento é fruto de um trabalho intenso para entregar à sociedade um jornalismo público, cidadão e de muita qualidade”. 

Trajetória  

Paulo Pinto começou a fotografar na adolescência, quando vivia em sua cidade natal, Santana do Livramento (RS), e cobria eventos para o jornal local. Trabalhou na Agência Estado e consagrou-se como um dos grandes nomes do fotojornalismo brasileiro, com diversos trabalhos premiados e reproduzidos pelo mundo. Em 2024, venceu o Prêmio Vladimir Herzog de Jornalismo e o Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo com a fotografia publicada na Agência Brasil em que registrou a repressão policial durante manifestação do Movimento Passe Livre (MPL), em São Paulo. 


São Paulo (SP) - 26/12/2024 - 100 fotos melhores de 2024, retrospectiva - Foto feita em 18/01/2023 Manifestação no centro da cidade contra o aumento das tarifas do metrô, CPTM e EMTU e contra as privatizações do governo Tarcísio. Policiais no Metro Republicas detém um cidadão .Foto Paulo Pinto/Agencia Brasil

Manifestação em SP. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Regionais  

Nos rankings regionais do +Premiados da Imprensa 2024, Alex Sakata e Caroline Ramos, da equipe de arte e criação da TV Brasil, aparecem entre os profissionais mais premiados do Centro Oeste, na 11ª posição. Entre os veículos, a Agência Brasil e a TV Brasil ocupam o segundo e o terceiro lugar no ranking dos mais premiados do Centro-Oeste.

Cinemateca abre programação de 2025 com retrospectiva de Mazzaropi


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A programação cultural da Cinemateca Brasil tem início nesta quarta-feira (29) com uma retrospectiva de filmes de Mazzaropi, ator e cineasta que ficou muito conhecido no país com o seu cômico personagem caipira.

A mostra, em parceria com o Instituto Mazzaropi, vai exibir 18 filmes do comediante, entre eles, seis produções que foram digitalizadas e que serão exibidas pela primeira vez ao público. Entre as novas cópias digitais que serão exibidas estão os filmes Sai da Frente, que marcou a estreia do ator no cinema, O Puritano da Rua Augusta e O Corintiano.


Brasília (DF), 29/01/2025 - Retrospectiva de filmes de Mazzaropi, ator que ficou muito conhecido no país com o seu cômico personagem caipira. Foto: José Amaral/Cinemateca Brasil

Cinemateca exibe retrospectiva de filmes de Mazzaropi, ator que ficou muito conhecido no país com o seu cômico personagem caipira- Foto: José Amaral/Cinemateca Brasil

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Além da exibição dos filmes, a retrospectiva ainda promove um debate sobre a Vida e Obra de Amácio Mazzaropi, com a presença do curador do Museu Mazzaropi, Cláudio Marques Luiz, do documentarista e escritor Paulo Duarte, do crítico e jornalista Celso Sabadin e do cineasta Lauro Escorel. 

O debate acontece no dia 7 de fevereiro e será transmitido ao vivo no YouTube da Cinemateca Brasileira.

A mostra é gratuita e vai até o dia 9 de fevereiro. Os ingressos serão distribuídos no local uma hora antes de cada sessão. 

Outras informações sobre o evento podem ser obtidas no site da Cinemateca.

Rede Trans Brasil denuncia falta de dados sobre população transgênero


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Há 21 anos, em um 29 de janeiro, o movimento brasileiro pelos direitos de pessoas trans ganhava espaço nos corredores do Congresso Nacional, por meio da campanha Travesti e Respeito. A chegada do debate sobre direitos e saúde dessa população ao ambiente oficial de um dos Poderes do Estado permanece sendo celebrada até hoje como um marco dentro do mês da visibilidade trans, janeiro, embora os desafios desta população ainda estejam longe de ser superados. 

Nesta quarta-feira (29), o lançamento do dossiê: Registro Nacional de Mortes de Pessoas Trans no Brasil em 2024: da Expectativa de Morte a um Olhar para a Presença Viva de Estudantes Trans na Educação Básica Brasileira, pela Rede Trans Brasil, foi duplamente comemorado. O documento reuniu dados que mostram uma redução no número de mortes violentas de pessoas trans em 2024, em comparação com 2023 e também revela um aumento do uso do nome social, a partir de uma amostra de 9 mil matrículas em 16 estados.

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A pesquisa usou a base de cadastro das secretarias de educação dos estados para monitorar o acesso a um direito conquistado há sete anos.

“Desde 2018, o Conselho Nacional de Educação publicou uma portaria pela qual estudantes trans na educação básica – e eu tenho que lembrar que é a educação infantil, ensino fundamental e ensino médio – podem se matricular com o nome social. E nós tivemos, de 2018 a 2024, 400% de aumento de estudantes trans dentro da educação básica”, destaca Sayonara Nogueira, secretária de comunicação e pesquisadora da Rede Trans Brasil.

Os levantamentos fazem uso de metodologias reconhecidas por instituições de pesquisa internacionais e desenvolvidas por redes de organizações sociais, como a Transgender Europe. E nesses dois casos trabalham com amostras e não números absolutos.

No caso do número de mortes, diferente dos dados de uso do nome social, a fonte de informação é a imprensa e não o certificado de óbito, fator que contribui para invisibilização dessa população. “Não há um dado oficial sobre a nossa população. É um sistema muito binário, mesmo com o processo de retificação de nome e gênero, nós somos sexo masculino e feminino. E aí as identidades trans e travestis são apagadas”, diz Sayonara.

Segundo a pesquisadora, as amostras servem como um termômetro que mede as relações sociais com a população trans e o acesso aos direitos alcançados. “Eu só vou promover políticas públicas com dados. Eu preciso de estatísticas. Sem estatísticas eu não tenho políticas públicas. Então com esses números eu posso cobrar dos Três Poderes por políticas públicas relacionadas à nossa comunidade. Não seria uma legislação a mais. É cobrar pelo que já existe e nos é negado”, explica.

Muito antes do marco de 21 anos atrás, a luta dos movimentos já tinha começado e permitiu o reconhecimento de direitos adequados aos desafios enfrentados pela população trans, mas ainda há um abismo que distancia essas conquistas do efetivo acesso a esses direitos, considera Sayonara.

“A gente sofre um processo de exclusão que começa dentro da família, que eu falo que é a desconsideração do lugar. A partir do momento que você sai e é expulsa do seu seio familiar, você vai sofrer todo tipo de violência em todas as esferas sociais. Porque a morte de uma travesti, ela começa antes do tiro, porque ela vai morrendo socialmente através desse ciclo de exclusão que ela sofre.”

Celebração

Para trazer o olhar do Estado e da própria sociedade brasileira para todas essas questões, além do lançamento do dossiê, a Rede Trans Brasil promove uma agenda desde o início desta semana com atividades em todo o país. Em Brasília, o movimento buscou autoridades na Esplanada dos Ministérios para apresentar uma pauta de reivindicações ao Executivo.

“Fomos atendidas por todos os ministérios que nós solicitamos, reivindicando pelas nossas pautas. E hoje nós iniciamos a nossa agenda às 6 horas da manhã para trazer visibilidade à nossa existência”, ressalta Sayonara.

A maior bandeira trans foi hasteada na rodoviária central de Brasília, ao lado da Esplanada dos Ministérios, e em seguida o grupo promoveu um ato em solidariedade à população LGBTQIA+, em frente a Embaixada dos Estados Unidos, para se solidarizar com as populações que vivem em países onde o preconceito é institucionalizado.


Brasília (DF) 29/01/2025 – A Rede Trans Brasil, Estruturação - Grupo LGBT+ de Brasília promove ato na fre nte da embaixada amaricana em Solidariedade à População LGBT+ dos EUA
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Brasília (DF) 29/01/2025 – Rede Trans Brasil promove ato na frente da embaixada americana em solidariedade à população LGBT+ dos EUA – Antonio Cruz/Agência Brasil

Bia Haddad perde disputa de simples, mas segue nas duplas em Melbourne


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A tenista brasileira Beatriz Haddad Maia deu adeus neste sábado à disputa de simples feminina na terceira rodada do Aberto da Austrália, em Melbourne. A paulistana, número 17 do mundo foi superada pela russa Veronika Kudermetova (75ª) por 2 sets a 0 (parciais de 6/4 e 6/2), após quase duas horas de jogo. Bia, única brasileira remanescente em Melbourne, volta à quadra esta noite para a segunda rodada do torneio de duplas. Ao lado da alemã Laura Siegemund, Bia enfrentará a dupla da italiana Lucia Bronzetti com a ucraniana Anhelina Kalinina. A partida está prevista para começar às 22h30 (horário de Brasília) deste sábado (18). Bia e Laura foram vice-campeãs do WTA 500 de Adelaide na semana passada. 

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Esta foi o segundo ano consecutivo em que Bia sofre revés na terceira rodada da chave de simples (o duelo antecede as oitavas de final). Mesmo assim, Bia é a única brasileira entre mulheres a somar vitórias na disputa de simples na Era Aberta (iniciada em 1968). Antes, em 1964 o país foi vice-campeão com a icônica Maria Esther Bueno.

Outras despedidas

A dupla do gaúcho Orlando Luz com o francês Gregoire Jacq também se despediu hoje de Melbourne após revés na segunda rodada. Eles foram eliminados da disputa pela parceria do polonês Jan Zieliński com o belga Sander Gillé, por 2 sets a 0, com parciais de 7/6 (7-2), 4/6 e 6/3).

Na sexta (17), a nova dupla da paulista Luisa Stefani com a norte-americana Peyton Steams também deu adeus ao Grand Slam após derrota por um duplo 6/2 para a parceria da chinesa Shuai Zhang com a sérvia Kristina Mladnovic.

Na disputa de duplas mistas, o mineiro Marcelo Melo em parceria com a taiwanesa  Hao-Ching Chan,parou na primeira rodada. Eles perderam a estreia para os austraianos Kimberly Birrell e John Patrick Smith, por 2 sets a 0, com parciais de 7/6 (7-5) e 6/3, 

MST faz ato em apoio ao Assentamento Olga Benário


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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fez, na manhã deste sábado (18), um ato em solidariedade em resposta ao ataque ao Assentamento Olga Benário, em Tremembé, no interior de São Paulo, no dia 10, que deixou dois trabalhadores sem-terra mortos e seis feridos. Pelo menos 20 homens em cinco carros e motos invadiram o assentamento e atiraram nas famílias que estavam reunidas.

A mobilização teve ainda o objetivo de defender a reforma agrária popular, a proteção da vida nas áreas rurais e a justiça para as famílias afetadas. “Este é um ato por vida e por justiça, mas também um ato por reforma agrária, porque ela é o cerne e a principal questão que precisa ser resolvida em nosso país para que a paz no campo seja uma realidade, para que a luta dos trabalhadores e trabalhadoras não seja criminalizada e que suas vidas não sejam ceifadas”, disse Renata Menezes, da direção nacional do movimento.

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Participaram do ato o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Cesar Aldrighi. a superintendente do Incra/SP, Sabrina Diniz, e o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.

O Assentamento Olga Benário foi criado em 2006 e cerca de 50 famílias trabalham com agricultura familiar diversificada, produzindo mandioca, frutas, café, cana-de-açúcar, hortaliças, pecuária e alimentos para o mercado local e para subsistência. A produção agroecológica é destaque, com Sistemas Agroflorestais (SAFs) que integram hortaliças, árvores frutíferas e práticas como coleta de sementes florestais e adubação verde.

“Este foi o primeiro atentado registrado no assentamento Olga Benário, mas há outros casos com registros de boletins de ocorrência por ameaças e episódios de violência, como disparos contra um assentado que estava de moto em outro momento e incêndios de casas no Assentamento Luís Carlos Prestes, em Taubaté”, denuncia o movimento.

Luana Silva bate japonesa e fatura título do Mundial Júnior de Surfe


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A brasileira Luana Silva faturou neste sábado (18) o Campeonato Mundial de Surfe Júnior (Sub 20) após uma final emocionante contra a japonesa Kana Nakashio, na etapa de San Juan (Filipinas), da Liga Mundial de Surfe (WSL, na sigla em inglês). Luana superou Nakashio, até então invicta no torneio, ao cravar nota mais alta na última onda, já no estouro cronômetro. Este é o 10º título mundial júnior do país, sendo o primeiro conquistado por uma mulher.

“Muito feliz por ser a primeira brasileira campeã. É surreal. Agraddeço a todos que assistiram. Eu senti toda essa energia boa. Essa conquista é do Brasil”, celebrou Luana, após a conquista, em entrevista à WSL.

As ondas baixas durante a final na Praia de Urbiztondo, em San Juan, exigiram paciência e perícia das surfistas. Foi uma disputa parelha, com diferenças mínimas desde o início. Luana abriu a bateria com nota 4.67, mas na sequência, a asiática a superou com nota 5.67. As duas foram se alternando à frente do placar até que, nos três minutos finais, Nakashio aproveitou uma boa onda, obteve nota 6.00 e superou a brasileira com o total de 11.67. Nessa altura, Luana dependia de nota 5.83 para ultrapassar asiática. A brasileira não se abalou: desceu um onda no estouro do cronometro, surfou com estilo e arrancou nota 6.53, garantiu o somatório de 12.23 e seu primeiro título mundial júnior.

Antes de avançar a final, a brasileira superou baterias contra a norte-americana Reid Van Wagoner e contra a basca Annette Gonzalez Etxabarri. Na semifinal, Luana derrotou a australiana Rosie Smart. Filha de brasileiros, nascida no Havaí (Estados Unidos), Luana Silva também tornou-se neste sábado (18) a primeira sul-americana a levantar a taça do Mundial Júnior desde 2005. A jovem surfista também representou o Brasil na Olimpíada de Paris, ao lado de Tatiana Weston-Webb, terminando na quinta posição.

A conquista do Mundial Júnior é um incentivo a mais para Luana Silva, que mira uma vaga na elite do surfe mundial, assim como a gaúcha Tati Weston-Webb, única representante feminina no circuito profissional da WSL. Para concretizar o sonho, Luana disputará a partir de junho deste ano o Challenger Series: competição da WSL que distribuirá 10 vagas para homens e sete para mulheres no circuito mundial de 2026.

Luana também representou o Brasil nos Jogos de Paris, ao lado de Tati Weston-Webb, terminando na quinta posição.

Na disputa masculina, o campeão mundial júnior foi o indonésio Bronson Meydi (18.80) que derrotou o australiano Winter Vincent (17.84).