Anvisa interdita oito clínicas de estética em três estados e no DF


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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu o atendimento de oito serviços de estética e embelezamento em Belo Horizonte (3 estabelecimentos), Brasília (um), Goiânia (1) e no estado de São Paulo (3) após encontrar “irregularidades graves que não podem ser sanadas a curto prazo ou de maneira simples”.

Em São Paulo, as vistorias ocorreram na capital e em Barueri e Osasco. No total, foram inspecionados 31 estabelecimentos.


Brasília (DF), 15/02/2025 - Anvisa realiza fiscalização em clínicas de estética. Foto: Anvisa/Divulgação

Brasília (DF), 15/02/2025 – Anvisa encontrou produtos abertos e armazenados de forma incorreta. Foto: Anvisa/Divulgação

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Somente em uma unidade localizada em Goiânia não foi verificado qualquer irregularidade. Nos demais estabelecimentos, “será aberto processo administrativo sanitário de apuração e aplicação de penalidades”, promete a Anvisa.

De acordo com nota da agência, no conjunto “foram detectados diversos problemas relacionados à ausência de boas práticas no funcionamento dos serviços em todos os estados, como: falta de procedimentos e protocolos para a segurança do paciente, ausência de prontuário (o que dificulta a investigação em caso de evento adverso), falta de plano de gerenciamento de resíduos, falhas na limpeza e esterilização de equipamentos e condições inadequadas, como a ausência de pias e dispensadores de álcool para a higiene das mãos.”


Brasília (DF), 15/02/2025 - Anvisa realiza fiscalização em clínicas de estética. Foto: Anvisa/Divulgação

Brasília (DF), 15/02/2025 –  Clínicas de estética descartavam seringas de forma inadequada. Foto: Anvisa/Divulgação

As equipes encontraram descarte incorreto de seringas, produtos vencidos, uso de cosmético injetável proibido, mofo e infiltração, conforme imagens divulgadas pela Anvisa coletadas durante as vistorias.

A Anvisa não divulgou o nome das unidades fechadas e nem indicou os problemas em cada unidade vistoriada. Conforme a agência, “a escolha dos estabelecimentos [para a vistoria] foi motivada por denúncias recebidas de usuários e pelo elevado grau de inserções publicitárias patrocinadas pelas marcas em mídias tradicionais ou em redes sociais.”

A fiscalização desses serviços ocorreu durante a semana na operação nomeada como “Estética com Segurança”, feita em parceria com os serviços de vigilância sanitária estaduais e municipais. A operação também inclui a fiscalização de fornecedores de dispositivos médicos para os procedimentos estéticos nas regiões Sul e Centro-Oeste.

Em seu site, a Anvisa traz orientações e cuidados que devem ser observados em tratamentos estéticos, para que ocorram com segurança e responsabilidade.

Ítalo, Yago e Miguel Pupo avançam às quartas do Surf Abu Dhabi Pro


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O sábado (15) foi de classificação dos brasileiros Ítalo Ferreira, Miguel Pupo e Yago Dora às quartas de final da segunda etapa da Liga Mundial de Surfe (WSL, na sigla em inglês), disputada em piscina de ondas artificiais em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos). Eles venceram suas respectivas baterias e serão os únicos representantes do país na reta final do evento a partir de 0h (horário de Brasília) de domingo (15).

Quem parou nas oitavas foi o bicampeão mundial Filipe Todedo quando competia com japonês Kanoa Igararashi. O brasileiro se chocou com um fotógrafo dentro d’água ao surfar a segunda onda de direita que o deixou transtornado. Também ficaram pela caminho ambém Deivid “DVD” Silva e Matheus Herdy.

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O primeiro a avançar neste sábado (15) foi o paulista Miguel Pupo, classificado às oitavas na repescagem. Pupo eliminou o sul-africano Jordy Smith da etapa de Abu Dhabi. Pupo somou 13,24 pontos – levou nota 7.17 em uma onda de esquerda, e 6,17 na direita. Já o adversário sul-africano totalizou apenas 11,50 pontos.

Em uma disputa 100% nacional, o potiguar Ítalo Ferreira, primeiro campeão olímpico da história, levou a melhor sobre o catarinense Matheus Herdy. Destaque da bateria cinco, Ítalo somou 15,17 pontos muito em parte ao arriscar uma bem sucedida manobra aérea que lhe valeu nota 8,5. Já Mateus Herdy somou 12,60 pontos.

Na oitava e última bateria do dia, o catarinense Yago Dora despachou o australiano Joel Vaughan. Mesmo não indo bem nas tentativas de direita – levou nota 5,90 – Dora brilhou na esquerda com um aéreo (7,77 pontos), totalizando 13,67, contra 12,67 pontos do australiano.

Quartas de final

Bateria 1 – Ethan Ewing (Austrália) x Miguel Pupo 
Bateria 2 – Jackson Bunch (Havaí) x Rio Waida (Indonésia)
Bateria 3 – Italo Ferreia  x Kanoa Igarashi (Japão)
Bateria 4 – Jack Robinson (Austrália) x Yago Dora 

Disputa feminina

O primeiro dia do torneio feminino com 18 surfistas em Abu Dhabi não foi bom para as brasileiras Tatiana Weston-Webb e Luana Silva. Elas não conseguiram avançar direto da primeira fase para as quartas de final e foram buscar a vaga na repescagem. No entanto, também não passaram no round eliminatório decisivo, com 12 competidoras brigando por duas vagas`para quem obtivesse as maiores notas.

Vice-campeã olímpica em Paris, Tati totalizou 12,74 com notas 6,47 (onda de direita) e 6,27 (esquerda) e acabou na quinta posição na repescagem. A compatriota Luana Silva, recém-campeã mundial júnior (Sub 20) encerrou na 10ª posição, com 5,17 pontos. A líder repescagem foi a norte-americana Sawyer Lindblad (somatório de 7,00 pontos) e a francesa Vahine Fierro (6,70).

Campanha quer proteger crianças e adolescentes no carnaval


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O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) lançou neste sábado (15), em Belo Horizonte (MG), a campanha “Pule, Brinque e Cuide – Unidos pela proteção de crianças e adolescentes” para o carnaval de 2025.

De acordo com a ministra da pasta, Macaé Evaristo, o carnaval deve ser “um espaço de diversão, de encontro, da convivência democrática e a gente pula o carnaval, mas defende e protege cada uma das nossas crianças.”

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A principal preocupação é a ocorrência de trabalho infantil e exploração sexual de crianças e adolescentes. O propósito é mobilizar quem trabalha e quem festeja no carnaval para proteger seus filhos e também estar atento aos riscos que outras crianças e adolescentes possam correr na folia.

A campanha orienta que se um folião, comerciante, turista, passageiro de ônibus ou de avião perceber alguma violação dos direitos de crianças e adolescentes informem imediatamente Disque 100 – o serviço telefônico gratuito pelo MDHC para a coleta de denúncias, mesmo que anônimas, de violações de direitos humanos.

“A gente convida para que eles venham ser nossos aliados nessa campanha porque a vigilância precisa ser permanente de todo mundo”, destaca a ministra.

O serviço Disque 100 funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, incluindo sábados, domingos e feriados.

As denúncias acionam as redes de proteção social, como explica Macaé Evaristo: “aqui em Belo Horizonte a gente tem um esquema de plantão dos conselhos tutelares que se articulam com todos os conselhos tutelados da região metropolitana. Então, se tem alguma criança perdida, esses conselhos comunicam entre si para que essa criança chegue segura em casa.”

O lançamento da campanha “Pule, Brinque e Cuide” ocorreu no ensaio do bloco de carnaval Todo Mundo Cabe No Mundo. 

Criação de Memorial Doi-Codi é tema de debate em São Paulo


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“Se o Estado foi capaz de manter tantos lugares para torturar, que seja também capaz de manter tantos espaços para educar em direitos humanos”. Assim o procurador Eduardo Valério defendeu hoje (15) a criação do Memorial DOI-Codi, alvo de disputa entre o governo paulista, responsável pelo local, o Ministério Público e as entidades da sociedade civil, que clamam por sua construção.

A manifestação foi feita durante worshop realizado no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo, na capital paulista, para discutir a importância de se construir um memorial nas antigas dependências do que foi o maior centro de tortura do país.

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Subordinado ao Exército, o Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi funcionou entre 1969 e 1982 na Rua Tutóia, na região do Paraíso, em São Paulo. O DOI-Codi foi o maior centro de repressão política do país durante a ditadura, local de tortura, assassinatos e violações de direitos humanos. Comandado pelo coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, estima-se que no local morreram ao menos 50 presos políticos. Foi ali que, em 1975, foi assassinado o jornalista Vladimir Herzog.

Neste local, atualmente funciona uma delegacia de polícia. “Isto é um escárnio”, disse Adriano Diogo, que presidiu a Comissão Estadual da Verdade da Assembleia Legislativa de São Paulo e esteve preso no DOI-Codi por 90 dias durante a ditadura militar. “É a mesma coisa que você manter uma unidade policial dentro de um campo de concentração”, acrescentou, em entrevista hoje (15) à Agência Brasil.

Há anos movimentos clamam para que o local se torne um memorial dedicado a promover reflexões sobre a ditadura no país. Em 2014, a comissão conseguiu que os prédios que compõem o complexo do DOI-Codi fossem tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat). Apesar disso, a criação dele não se concretizou até hoje. “O memorial serviria para que, ao menos, se atenuasse ou se desse um processo civilizatório a um período tão cruel da história do Brasil”, ressaltou Adriano Diogo.

“A ideia básica é transformar o espaço que foi de violação de direitos humanos em um espaço de memória, de enaltecimento da democracia e de enfrentamento à tortura. Seria um espaço de prevenção para que isso não se repita e também de educação em direitos humanos”, disse Valério.

Em 2021, a Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público de São Paulo ajuizou uma ação civil pedindo para que o governo de São Paulo transfira o prédio, que pertence atualmente à Secretaria de Segurança Pública, para a Secretaria de Cultura. Foi uma ma tentativa de conseguir concretizar o memorial. Mas isso ainda não aconteceu.

A ação civil pública, informou Valério durante o evento, encontra-se atualmente suspensa, em busca de acordo das entidades com o governo de São Paulo. “Estamos na busca de um acordo naquela perspectiva de que uma decisão judicial, fora o seu caráter incerto, transferiria para o Poder Judiciário uma decisão sobre assunto muito sensível e que, seguramente, não integra a pauta do Judiciário brasileiro”, disse. “A ideia é investir o máximo que for possível num acordo extrajudicial e que poria fim à ação e impediria que ela fosse remetida para outras instâncias do Judiciário”, ressaltou.

No entanto, segundo o procurador, o governo de São Paulo não tem se mostrado favorável ao acordo sobre o assunto. Em 2023, em entrevista ao jornal Valor Econômico, a atual secretária estadual de Cultura, Economia e Indústria Criativas, Marília Marton, declarou ser contra a construção do memorial.

Segundo a secretária, isso geraria gastos ao governo, e alegou que já existe um memorial contra a ditadura em funcionamento na capital paulista, o Memorial da Resistência. “Estamos falando de recurso público. Precisa perguntar para os paulistas que pagam os impostos do Estado se, além do Memorial da Resistência, há interesse histórico de pegar o seu recurso – que não é da secretaria de Estado, não é do governo do Estado, mas de todos os paulistas”, afirmou, na ocasião.

Para Eduardo Valério, no entanto, se o governo foi capaz de criar os centros de tortura no passado, deve também ser capaz de criar os centros de memória no presente. “Se o estado brasileiro foi capaz de fazer tantos centros de tortura e de desaparecimento forçado, que seja capaz também de fazer tantos centros de recuperação da memória, de preservação da memória e de educação e direitos humanos”, ressaltou.

“Ali [no DOI-Codi], foram feitos os testes. Ali, foram feitas as experimentações não só da tortura em si, mas também do funcionamento da promiscuidade entre empresa e Estado e grupos paramilitares. Então, é muito importante entendermos que este memorial não pertence ao governo do estado de São Paulo ou ao governo federal, ele pertence ao povo brasileiro. É um patrimônio da humanidade e como tal deve ser visto”, destacou Flávio de Leão Bastos Pereira, representante do Núcleo da Memória da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Enquanto o memorial não é criado, o Núcleo de Preservação da Memória Política tem desenvolvido visitas guiadas e mediadas ao local. Além disso, todos os anos, desde 2013, eles fazem uma manifestação cultural na frente do DOI-Codi para homenagear as pessoas que morreram neste local. “Se o Estado resolve não fizer nada, nós vamos dar visibilidade ao local”, disse Maurice Politi, fundador e diretor do Núcleo de Preservação da Memória Política.

“Hoje temos três visitas por mês no local. A gente calcula que estamos recebendo a visita de cerca de 600 ou 700 pessoas a cada ano”, disse, durante o evento. “O objetivo do Núcleo Memória, ao fazer isso, é contar sobre o período, com auxílio de testemunhas sobreviventes do local e também formar pessoas mais conscientes e críticas, que reflitam sobre os abusos do poder, as perseguições e os assassinatos ocorridos nesse período”, enfatizou.

Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria de Cultura informou que o antigo prédio do DOI-Codi pertence à Polícia Civil, que é responsável por sua manutenção e preservação. “Quanto ao espaço se tornar um museu, a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas já conta com um equipamento dedicado a preservação da memória desse período, com amplo acervo, que é o Memorial da Resistência”, informou a pasta.

Familiares e amigos se despedem do cineasta Cacá Diegues


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Familiares e amigos deram o último adeus ao cineasta e acadêmico Cacá Diegues, em velório na tarde deste sábado (15), na Academia Brasileira de Letras, no centro do Rio de Janeiro.

Cacá Diegues morreu nessa sexta-feira (14) aos 84 anos, na capital fluminense, em decorrência de complicações causadas por uma cirurgia. Ele será cremado no Cemitério do Caju.


Rio de Janeiro (RJ) 15/02/2025 – Gilberto Gil no velório do cineasta Cacá Diegues, na Academia Brasileira de Letras. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Rio de Janeiro (RJ) 15/02/2025 – Gilberto Gil no velório do cineasta Cacá Diegues, na Academia Brasileira de Letras. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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O cantor, compositor e imortal da ABL Gilberto Gil compareceu ao velório e disse que a obra de Cacá foi construída com muito talento, compromisso, interpretação e a reinterpretação permanente do significado do país.

“Um homem doce, tranquilo, isso também pesa em tempos de hoje, isso é um valor extraordinário. É uma pessoa que deixa muita saudade. Fiz vários trabalhos com ele. Eu estava acabando agora o último filme dele, acabando de fazer a trilha sonora do Deus é Brasileiro número 2. Ele não conseguiu terminar e espero que alguém termine. A música ficou pronta. Tivemos muitas colaborações”, disse Gil.

A cineasta e filha de Cacá, Isabel Diegues, contou que o pai é uma figura que desde o começo de sua vida, filho de sociólogo pesquisador do folclore brasileiro, alagoano, é amante do Brasil.

“Ele fez da vida dele uma grande imersão nesse universo e ao mesmo tempo tanto de descobertas para ele mesmo quanto de desvendar no sentido de lançar luz sobre aspectos da cultura brasileira que tantas vezes a gente, enquanto sociedade, não queria ver”, disse Isabel.


Rio de Janeiro (RJ) 15/02/2025 – Isabel Diegues no velório do pai, o cineasta Cacá Diegues, na Academia Brasileira de Letras. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Rio de Janeiro (RJ) 15/02/2025 – Isabel Diegues no velório do pai, o cineasta Cacá Diegues. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Ela acrescentou a importância de Cacá para a cultura brasileira é imensa.

“Ele fincou pé em promover, pensar, inventar uma cultura para o Brasil, uma cultura original, misturada, da alegria. Ele dizia ‘não adianta democracia sem oportunidade’. Além de um grande artista, ele é um grande pensador do Brasil, da cultura brasileira. Ele filmou, escreveu e editou até o último dia da sua vida. Temos um filme dele para lançar”, contou.

Cacá Diegues deixa esposa, teve três filhos (a caçula Flora Diegues morreu em 2019) e quatro netos.

Para a cineasta e roteirista Carla Camurati, Cacá era um dos grandes cineastas do país, não só com tudo o que ele filmou, mas era também uma pessoa extraordinária e companheira.

“Ele deixa um legado de uma visão do Brasil muito interessante, profunda e mágica. O olhar do Cacá sobre o Brasil foi um olhar que conseguia ver a mistura, a alegria, a loucura. Ele deixa para nós um espelho muito lindo do que é o povo brasileiro”, disse a cineasta.


Rio de Janeiro (RJ) 15/02/2025 – A atriz Cláudia Abreu no velório do cineasta Cacá Diegues, na Academia Brasileira de Letras. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Rio de Janeiro (RJ) 15/02/2025 – A atriz Cláudia Abreu no velório do cineasta Cacá Diegues. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A atriz Cláudia Abreu fez seu primeiro filme com o cineasta em Tieta. “Ele é uma das pessoas da cultura mais importantes no sentido de que foi uma pessoa fundamental para o cinema. Um pensador do Brasil, um apaixonado pelo Brasil, sempre antenado com os movimentos culturais. Um farol e um incentivador de novas gerações e de novos talentos”.


Rio de Janeiro (RJ) 15/02/2025 – A atriz Mariana Ximenes no velório do cineasta Cacá Diegues, na Academia Brasileira de Letras. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Rio de Janeiro (RJ) 15/02/2025 – A atriz Mariana Ximenes no velório do cineasta Cacá Diegues. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A atriz Mariana Ximenes também foi prestar sua homenagem. Ela trabalhou com Cacá no filme O Grande Circo Místico. “Ele foi um alagoano que amava a vida e reproduzia esse amor no cinema dele. Ele era apaixonado pelo Brasil e por pessoas. Ele é um poeta das imagens”.

Biografia

Um dos precursores do movimento artístico Cinema Novo, Carlos Diegues nasceu em 19 de maio de 1940, em Maceió, e mudou-se para o Rio de Janeiro, com a família, aos seis anos de idade.

Começou no cinema quando ainda estava no Diretório Estudantil da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), onde fundou um cineclube e passou a fazer produções cinematográficas amadoras, junto com colegas como Arnaldo Jabor.

O cineclube foi um dos núcleos de fundação do Cinema Novo, movimento inspirado pelo neorrealismo italiano e pela Nouvelle Vague francesa, e marcado pelas críticas políticas e sociais, principalmente durante a ditadura militar.

Entre suas produções dentro do movimento, destacam-se Ganga Zumba (1964), A Grande Cidade (1966) e Os Herdeiros (1969).

Em 1969, deixou o Brasil e foi morar na Europa, por ter participado da resistência intelectual e política à ditadura. Ao retornar, na década de 70, dirigiu Quando o Carnaval Chegar (1972), Joanna Francesa (1973), Xica da Silva (1976), Chuvas de Verão (1978) e Bye Bye, Brasil (1980).

No período de retomada do cinema brasileiro, lançou Tieta do Agreste (1996), Orfeu (1999) e Deus é Brasileiro (2002). O Grande Circo Místico (2018) foi seu último lançamento como diretor.

Ao longo da carreira, conquistou prêmios em inúmeros festivais nacionais e internacionais. Em 2018, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras na vaga de Nelson Pereira dos Santos.

Hamas solta 3 reféns; Israel liberta 369 palestinos


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O Hamas soltou neste sábado (15) os reféns israelenses Iair Horn, Sagui Dekel Chen e Sasha (Alexander) Troufanov na Faixa de Gaza, enquanto Israel libertou cerca de 369 prisioneiros palestinos em troca, depois de mediadores terem evitado um colapso do frágil cessar-fogo.

Três israelenses foram levados a um palco em Khan Younis, ao lado de militantes palestinos, armados com rifles automáticos, mostraram imagens ao vivo do local. Em seguida, os reféns foram levados de volta a Israel pelas forças israelenses.

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Pouco depois, os ônibus carregando os prisioneiros e detentos palestinos libertados partiram da prisão de Ofer, em Israel, para a Cisjordânia ocupada. O primeiro chegou a Ramallah e foi recebido por uma multidão, com algumas pessoas balançando bandeiras palestinas.

“Não esperávamos ser soltos, mas Deus é grande, Deus nos libertou”, afirmou Musa Nawarwa, de 70 anos, na cidade de Belém. Ele cumpria duas sentenças de prisão perpétua pela morte de soldados israelenses na Cisjordânia.

Os ônibus carregando centenas de palestinos libertados, alguns fazendo sinal de vitória pelas janelas, chegaram posteriormente no Hospital Europeu em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza.

Alguns dos palestinos estavam cumprindo penas longas pelo envolvimento em ataques suicidas e outras ações que mataram dezenas de israelenses durante a segunda intifada palestina, nos anos 2000. Outros estavam presos por matar soldados israelenses na Cisjordânia ocupada.

Alguns deles, como Hassan Ewis, poderão voltar a suas casas. Outros, como seu irmão, devem ser deportados para o Egito.

Os registros de Ewis no Ministério da Justiça de Israel incluem a colocação de explosivos e a tentativa e efetivação de homicídios. Ele afirmou que as condições na cadeia eram difíceis, e que os palestinos não recebiam comida o suficiente.

Alguns dos reféns israelenses que voltaram ao país desde 19 de janeiro também relataram terem sido privados de alimentação, e ficado por meses em túneis, sem ver a luz do dia, além de serem sujeitos a abusos físicos e psicológicos.

Alguns palestinos que foram libertados estão retornando ao lugar, que não veem há anos, quando o território ainda não tinha sido reduzido a ruínas pelos bombardeios israelenses nos 15 meses de guerra. Mas a maioria foi presa após o ataque do Hamas contra Israel, em 7 de outubro de 2023.

Inmet faz alerta de chuvas intensas para região Norte e Maranhão


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O Instituto Nacional de Meteorologia emitiu neste sábado (15) um alerta laranja de perigo para chuvas intensas com volumes que podem chegar a 100 milímetros por dia e ventos de 60 a 100 quilômetros por hora para grande parte da região Norte do país, oeste do Maranhão e extremo norte do Mato Grosso.

O alerta vale até as 10h deste domingo (16), e destaca riscos potenciais de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e descargas elétricas. De acordo com as orientações da instituição, a população deve evitar estacionar veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda, além de não procurar abrigo debaixo de árvores, em casos de rajadas de vento. Para mais informações, é necessário entrar em contato com a Defesa Civil, pelo telefone 199 ou buscar o Corpo de Bombeiros, em casos de emergência, pelo número 193.

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Durante todo o sábado, a capital do Pará, Belém, tem previsão de muitas nuvens com pancadas de chuvas e trovoadas isoladas e os termômetros devem chegar a 31 graus Celsius (ºC), com temperatura mínima de 23ºC. Em Cuiabá, a previsão também é de chuvas, com variação de temperatura de até 10ºC. A máxima será de 34ºC. Em São Luis, no Maranhão, os termômetros chegam a 29ºC e a mínima é de 23ºC e o céu será de muitas nuvens com pancadas de chuva isoladas.

Onda de calor

No início da próxima semana, a terceira onda de calor registrada no país, desde o início de 2025, deve alcançar os estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná, ainda neste domingo (16), com temperaturas máximas que podem superar em mais de 5°C a média climatológica.

A massa de ar quente e seco, que já atua no Nordeste, Sul e Sudeste se estenderá ainda pelos estados de Goiás e Bahia.

SP: duas pessoas morrem após queda de aeronave em canavial


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Duas pessoas morreram hoje (15) após a queda de uma aeronave de asa-fixa na cidade de Quadra, próxima a Itapetininga e Tatuí, no interior de São Paulo. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o acidente ocorreu por volta das 11h30 da manhã.

Segundo informações da Defesa Civil, a queda ocorreu em um canavial, localizado na Estrada Municipal Zulmira Coelho Miranda de Oliveira. Os nomes das vítimas ainda não foram divulgados.

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As equipes de resgate estão neste momento no local. Cinco viaturas do Corpo de Bombeiros trabalham no atendimento dessa ocorrência.

A Defesa Civil informou que a aeronave era particular e havia decolado do  Clube de Voo Aeroquadra da cidade para realizar um voo pela região e pousar no mesmo local de partida.

Petrobras descobre nova camada de óleo no pré-sal da Bacia de Santos


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A Petrobras confirmou nesta sexta-feira (14) nova acumulação de petróleo na zona inferior ao reservatório principal do campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. O volume foi identificado por meio de testes em uma profundidade de 5.600 metros.

De acordo com nota divulgada pela empresa, na inspeção foram usados perfis elétricos gerados por sonda introduzida em nova perfuração, para identificar caraterísticas geológicas e hidrológicas. O material gerado ainda está em análise pelos laboratórios da Petrobras.

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A nota esclarece que “o Consórcio da Jazida Compartilhada de Búzios, formado pela Petrobras como operadora (participação de 88,98%), em parceria com a CNOOC (7,34%) e a CNPC (3,67%), tendo a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) como gestora, dará continuidade às análises dos resultados para continuidade das atividades na área”.

Produção média anual

Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção média anual de petróleo e gás natural foi, em 2024, de 4,322 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d). Desses, foram produzidos 3,358 milhões de barris por dia (bbl/d) de petróleo.

Cerca de 78% desta produção foi proveniente de reservatórios da camada pré-sal, uma formação localizada entre mil e 6 mil metros de profundidade abaixo do nível do mar. O campo de Búzios é considerado o maior do mundo em águas ultraprofundas e fica localizado no Rio de Janeiro, a 189 quilômetros da costa. Opera com produção em larga escala desde março de 2015, e no último ano ultrapassou a marca de 1 bilhão de barris de petróleo produzidos, no mês de março.

De acordo com o Boletim da Produção de Petróleo e Gás Natural da ANP, em 2024, a produção do campo de Búzios aumentou 2,40% em relação ao ano de 2023, representando 19,53% da produção marítima.

Ideais de transformação social motivaram jovens cientistas premiados


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Uma cartilha para que mulheres identifiquem que são vítimas de assédio sexual on-line foi o produto final de pesquisa de Arienny Carina Ramos Souza, de 23 anos, graduanda em Ciências Biológicas no Instituto Federal do Pará. Durante o processo de investigação acadêmica, ela chegou à conclusão de que mulheres negras e de baixa renda são as principais vítimas desse tipo de crime. 

O que ela não imaginava é que o trabalho seria reconhecido pelo 30º Prêmio Jovens Cientistas, na última quarta-feira (12). Ela e outros pesquisadores reconhecidos pela iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com a Fundação Roberto Marinho,  relembram que os objetos estudados tiveram origem em ideais comunitários de transformação social e de prestação de serviço à coletividade. 


Brasília, 14/02/2025 - A estudante do instituto federal de educação, ciência e tecnologia do Pará (IFPA), ganhou o prêmio na primeira colocação na categoria estudante do ensino superior, na 30ª edição do Prêmio Jovem Cientista.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Brasília, 14/02/2025 – Arienny Souza criou uma cartilha para mulheres vítimas de assédio sexual na internet. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

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Ao receber o prêmio, pesquisadores recordaram suas próprias origens humildes, estudos por horas a fio e sobre o que significa a curiosidade por criar e inovar pelo bem comum. Esse é o caso de Arienny, primeira colocada na categoria “Estudante do Ensino Superior”.

Ela foi orientada pelo professor Breno Alencar. Quando ela subiu ao palco para receber o prêmio das mãos da ministra Luciana Santos, da Ciência, Tecnologia e Inovação, Arienny destacou que era a primeira pessoa da família a chegar ao ensino superior. 

“É uma emoção muito grande, dada a minha origem, e principalmente devido a ter sido oriunda de escola pública durante toda a minha educação básica”, disse.

O trabalho nasceu do inconformismo após casos de assédio praticados por professores contra alunas. 

Agroecológico

Outro jovem cientista premiado foi Bernardo Souza Cordeiro, de 19 anos, também de instituição pública, que terminou o curso de Eletrônica no Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Orientado pelo professor Adriano Borges, ele foi o primeiro colocado na categoria “Estudante do Ensino Médio” ao desenvolver um dispositivo para produção de um defensivo agrícola agroecológico


Brasília, 14/02/2025 - O estudante colégio técnico da universidade federal de Minas Gerais (COLTEC-UFMG) , Bernardo de Sousa, ganhou o prêmio na primeira colocação na categoria ensino médio, na 30ª edição do Prêmio Jovem Cientista.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Brasília, 14/02/2025 – O estudante Bernardo Souza criou um dispositivo para a produção de defensivo agroecológico. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Surgiu a oportunidade de trabalhar com um projeto agroecológico IoT (sigla em inglês para ‘internet das coisas’) com um componente para possibilitar substituir os agrotóxicos.

“A gente queria que fosse uma alternativa barata. Esse defensivo só precisa de água e sal em um processo eletroquímico”, explica.

Ele explica que o ácido hipocloroso, que tem propriedades antimicrobianas, é obtido por um processo eletroquímico que usa energia elétrica. O protótipo desenvolvido fez parte dos ideais do rapaz de querer colaborar com pequenos produtores rurais. 

Mais um motivo de comemoração recente é que ele foi aprovado, no último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no curso de Engenharia de Controle e Automação na UFMG. Ele também foi o primeiro da família a ingressar em uma universidade federal.

“Meu pais estão muito orgulhosos. Meu pai não conseguiu completar o quinto ano e minha mãe fez curso técnico de enfermagem”. Os pais não entendem de eletrônica, mas compreendem bem a felicidade do rapaz. Os sorrisos multiplicaram-se.

Sensores

De multiplicação e sorrisos, o doutorando em física Wenderson Rodrigues também conhece. Estudante da Universidade Federal de Viçosa, o rapaz de apenas 30 anos criou sensores e equipamentos para saúde pública, segurança alimentar e monitoramento climático em uma pesquisa que foi premiada como primeiro colocado na categoria para mestres e doutores. Ele foi orientado pelo professor Joaquim Mendes.


Brasília, 14/02/2025 - O estudante da universidade de Nova Viçosa (UFV), Wenderson Rodrigues, ganhou o prêmio na primeira colocação na categoria mestre e doutor, na 30ª edição do Prêmio Jovem Cientista.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Brasília, 14/02/2025 – O estudante da UFV, Wenderson Rodrigues, foi o primeiro colocado na categoria mestre e doutor, no 30ª Prêmio Jovens Cientistas. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Rodrigues recordou que se interessou pelo assunto desde o ensino médio. Ele disse que o trabalho consistiu no desenvolvimento de quatro dispositivos. Entre eles, há um dispositivo de detecção que mostra em uma tela se o paciente está ou não com o vírus.

“Essa é uma aplicação na área da saúde pública”, contou. 

Outro resultado de suas pesquisas foi na área da segurança alimentar com o desenvolvimento de uma câmara de esterilização baseada em ampolas de mercúrio descartadas da eliminação pública. Ele contextualizou que, com a substituição de lâmpadas de mercúrio por lâmpadas de led, as que foram descartadas podem gerar poluição ambiental.

“A gente resolveu reutilizar, com sucesso, essas lâmpadas para esterilizar objetos e alimentos contaminados com bactérias”.

Ainda nesse combo de inovações, o rapaz criou equipamentos, baseados em materiais alternativos e sensores de baixo preço, com potencial de contribuir para fornecer informações precisas de dados meteorológicos locais para pequenos produtores que trabalham com agricultura familiar. “A ideia foi democratizar o acesso à informação meteorológica”.

Haja orgulho do professor Joaquim Mendes, que acompanha o cientista prodígio desde a iniciação científica.

“Ele é um estudante muito empenhado e tem um diferencial muito grande porque ele consegue trabalhar em mais de um problema ao mesmo tempo”.

O professor diz que o trabalho do aluno deve ser ainda mais valorizado pelas dificuldades financeiras que a família atravessou. “Ele conseguiu sair de uma condição humilde e chegou longe. A gente vai ouvir muito falar do Wenderson ainda”, afirmou.

Ciência contra negacionismo

O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão, valorizou a trajetória e as histórias dos pesquisadores premiados. Ele afirmou que é fundamental incentivar esses jovens nos seus trabalhos. 

“Nós temos que considerar esses jovens como faróis para os outros se desenvolverem. São faróis para as pessoas acreditarem que podem sim fazer ciência e tecnologia e serem reconhecidos por isso”.

O prêmio contemplou os ganhadores com computadores, bolsas do CNPq e valores em dinheiro, que variam entre R$ 12 mil e R$ 40 mil.

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A ministra Luciana Santos lamentou que o prêmio deixou de existir durante o governo passado e chamou de “nefasto” o negacionismo científico.

“Nós precisamos, cada vez mais, fazer a difusão e a popularização da ciência para poder enfrentar o obscurantismo. Nós precisamos vencer o obscurantismo com a produção científica”.

Lentes

O pensamento na ciência inspira jovens como Maysa dos Santos, de apenas 18 anos, que pesquisou no Instituto Federal do Pará (IFPA), no campus de Altamira, em estudo com sua professora Laís Castro, uma alternativa de microscópio de luz para o ensino médio na região do Xingu, no Pará.


Brasília, 14/02/2025 - A estudante do instituto federal do Pará, Maysa Grazielle dos Santos Passoa, ganhou o prêmio na terceira colocação na categoria ensino médio, na 30ª edição do Prêmio Jovem Cientista.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Brasília, 14/02/2025 – Premiada no 30º Prêmio Jovem Cientista, a estudante Maysa dos Santos desenvolveu um microscópio alternativo para escolas do Xingu (PA). Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Ela foi a terceira colocada na categoria para estudantes de ensino médio. Em vista de ter conhecimento de que apenas 38,8% das escolas de ensino médio têm espaço com microscópio para as aulas de biologia, ela criou através de uma impressora 3D. A ideia era de criar um equipamento para ser uma alternativa viável de baixo custo. 

A estudante utilizou lentes retiradas de óculos 3D de realidade virtual, fios e botão liga/desliga. Ela nem sabia. Mas passou a ver a realidade em detalhes e as lentes já tornaram o mundo dela bem maior.