RJ: ação contra furto de cabos elétricos cumpre 35 mandados no estado


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A Polícia Civil do Rio de Janeiro faz, nesta quarta-feira (18), uma operação contra um grupo criminoso especializado no furto de cabos elétricos e materiais de cobre.

Os agentes cumprem 35 mandados de busca e apreensão na cidade do Rio de Janeiro, na Baixada Fluminense e na Região dos Lagos.

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De acordo com a Polícia Civil, a organização criminosa receptava esse material furtado de vias públicas e de concessionárias de serviços públicos essenciais.

Através de empresas de reciclagem, os suspeitos davam uma aparência lícita ao produto furtado, para reinseri-lo no mercado como se fosse legal. Essas empresas de reciclagem estão entre os alvos da operação desta quarta-feira.

Também foram identificadas empresas de fachada criadas para movimentações financeiras artificiais. Estima-se que o grupo tenha movimentado R$ 2,5 bilhões, através de pessoas físicas e jurídicas.

Caminhos do cobre

A ação desta quarta é um desdobramento da operação Caminhos do Cobre, iniciada em setembro de 2024.

Desde então, já foram fiscalizados 260 estabelecimentos envolvidos na cadeia de reciclagem ilícita de cobre, apreendidas 250 toneladas do material furtado e realizadas 90 prisões em flagrante.

 

Conheça a história nuclear do Irã e como ela explica guerra de Israel


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Há mais de 30 anos, o Irã é acusado por Israel de buscar desenvolver armas nucleares e que isso representaria um “perigo existencial” para o Estado judeu. Essa suposta ameaça justificou a nova guerra de Israel com consequências imprevisíveis.

Mas, afinal, qual a história do programa nuclear do Irã e por que as potências ocidentais questionam o projeto iraniano enquanto não cobram o mesmo de Israel, único país do Oriente Médio que não assinou o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP)?

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Para analistas em geopolítica consultados pela Agência Brasil, a guerra busca enfraquecer militar e economicamente o Irã para impor a hegemonia de Israel em todo Oriente Médio. Os especialistas ainda sugerem que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) pode estar sendo manipulada ao anunciar que o Irã não estava cumprindo com suas obrigações com o TNP.

Ao contrário de Israel, o Irã sempre submeteu seu programa nuclear às inspeções internacionais. Em 2012, com articulação da diplomacia do Brasil, o Irã aceitou a proposta do governo dos Estados Unidos (EUA) para controlar o enriquecimento de urânio. Porém, o então presidente Barack Obama recuou da própria proposta, mantendo as sanções contra o governo de Teerã.

Após o fracasso dessas negociações, o professor de história da Universidade de Brasília (UnB) Luiz Alberto Moniz Bandeira, em seu livro A Segunda Guerra Fria, avaliou, ainda em 2013, que o conflito em torno do programa nuclear do Irã “como ameaça existencial [a Israel], nunca passou de engodo para encobrir as contradições de poder e de predomínio na região”.


Brasília (DF), 17/06/2025 - O cientista político com estudos sobre Ásia e o mundo islâmico, Ali Ramos. Foto: Ali Ramos/Arquivo Pessoal

Cientista político Ali Ramos, autor de estudos sobre Ásia e o mundo islâmico – Foto: Ali Ramos/Arquivo Pessoal

Ao concordar com Bandeira, o cientista político Ali Ramos, autor de estudos sobre Ásia e o mundo islâmico, afirmou à Agência Brasil que Israel e as potências ocidentais buscam, com a atual guerra, impor a hegemonia política, militar e econômica de Tel Aviv em todo o Oriente Médio.

“Israel não aceita que nenhum dos seus vizinhos tenha indústria ou poderio econômico para se tornar uma potência hegemônica na região. Para ter hegemonia, Israel não depende só que o país não tenha armamento nuclear, depende também que o país esteja sempre empobrecido” avalia Ramos.

Já o professor de relações internacionais Robson Valdez, do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), destacou que a atual guerra está dentro do contexto do conflito na Faixa de Gaza e que a AIEA pode estar sendo manipulada para justificar a agressão ao Irã.

“Essa mudança na abordagem da AIEA tem que ser avaliada também dentro desse contexto de provável instrumentalização da agência para legitimar a entrada dos EUA no conflito geral do Oriente Médio. A meu ver, [o primeiro-ministro de Israel, Benjamin] Netanyahu busca obter, de forma definitiva, a superioridade militar em toda região”, disse Valdez.


Brasília (DF), 17/06/2025 - O professor de história da Universidade de Brasília (UnB), Luiz Alberto Moniz Bandeira. Foto: UFBA/Divulgação

Professor de história da Universidade de Brasília (UnB) Luiz Alberto Moniz Bandeira – Foto: UFBA/Divulgação

A origem

O consagrado historiador brasileiro Moniz Bandeira escreveu que o programa nuclear do Irã começou na década de 1960, com apoio da Alemanha e dos EUA, durante o governo de 25 anos do xá Reza Pahlavi.

Apoiado pelo Ocidente, o regime ditatorial de Pahlavi assumiu o poder após a CIA e outras agências de potências ocidentais promoverem o golpe de Estado de 1953, derrubando o governo nacionalista de Mohammed Mossadegh, que havia nacionalizado os ricos poços de petróleo iranianos, o que contrariou o interesse das petroleiras ocidentais.

Em 1979, o xá foi derrubado pela Revolução Iraniana que “acabou com a subordinação do Irã às potências ocidentais”, segundo Moniz Bandeira. Porém, o aiatolá Khomeini, como líder supremo do país, disse que as bombas atômicas eram contrárias ao espírito do Islã e emitiu um fatwâ (espécie de resolução da autoridade religiosa do Islã) proibindo seu desenvolvimento.

Só em 1989, após a morte de Khomeini, é que o novo aiatolá Ali Khamenei retomou o programa nuclear do país, sempre negando que o Irã pretendesse construir armas nucleares. Desde então, o país busca um acordo com a AIEA. Em 2005, novo fatwâ proibiu a produção, o armazenamento e o uso de armas nucleares.


FILE PHOTO: Iran's Supreme Leader Ayatollah Ali Khamenei waves during the 36th anniversary of the death of the leader of Iran's 1979 Islamic Revolution, Ayatollah Ruhollah Khomeini, at Khomeini's shrine in southern Tehran, Iran June 4, 2025. Reuters/Office of the Iranian Supreme Leader/Proibida reprodução

Aiatolá Ali Khamenei – Foto: Reuters/Office of the Iranian Supreme Leader/Proibida reprodução

O analista geopolítico Ali Ramos avalia que o programa nuclear do Irã sempre foi uma necessidade energética. “O Irã tem um problema histórico, desde a época do xá, para criação de energia, para desenvolver sua indústria. O Irã tem algumas usinas nucleares por isso”, disse.

O historiador Moniz Bandeira, por sua vez, destacou que o programa nuclear do Irã é equivalente ao projeto de nacionalização da indústria de petróleo realizada por Mossadegh antes do golpe de 1953. “É uma afirmação do orgulho Pérsia contra a tutelagem do Ocidente”, escreveu o especialista.

Brasil e Turquia

Em 2012, as diplomacias brasileira e turca articularam, a pedido dos Estados Unidos, acordo com o governo iraniano. O governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad aceitou a proposta da AIEA e do governo Obama de transferir 1,2 mil quilos de urânio pouco enriquecido (LED, sigla em inglês) para a Turquia, recebendo combustível para suas usinas nucleares da Rússia.

As negociações foram conduzidas pelo então ministro das Relações Exteriores do Brasil, o embaixador Celso Amorim, atual assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Irã, 16/05/2010 - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva é recebido pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Presidente Lula é recebido pelo então presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, em visita oficial ao país em 2010 – Foto: Ricardo Stuckert/PR

“A declaração de Teerã atendeu, precisamente, todos os quesitos do presidente Obama. Ao ver que as gestões diplomáticas do Brasil e da Turquia alcançaram êxito, o presidente Obama traiu. Recuou”, explicou Moniz Bandeira.

O historiador brasileiro concluiu que, na verdade, o objetivo de Obama não era chegar a um acordo, mas sim de derrubar o regime xiita dos aiatolás “mediante novas sanções, que pudessem entravar o desenvolvimento econômico do Irã”.

O professor Robson Valdez disse que o presidente dos EUA não aceitou o acordo articulado pelo fato de o Brasil e a Turquia serem países médios, “não tendo relevância e capital político internacional para liderar um acordo dessa envergadura”.

O historiador Moniz Bandeira citou ainda o argumento do aiatolá Ali Khamenei e do presidente Ahmadinejad para não desenvolver bomba atômica. “A posse de armas nucleares somente daria ao Irã uma pequena vantagem regional de curto prazo que se transformaria em uma vulnerabilidade em longo prazo, ao desencadear no Oriente Médio uma corrida armamentista, com participação do Egito, Turquia e Arábia Saudita”, escreveu.


Cubanos finalizam preparativos para receber Obama neste domingo

Ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama – Foto: Casa Branca/Divulgação

Acordo de 2015

Três anos depois, em 2015, Obama costurou um acordo com o Irã: o Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA, sigla em inglês), para limitar as atividades nucleares de Teerã em troca do alívio das sanções.

O plano contou com a participação de todos os cinco países-membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas: China, Rússia, França, Reino Unido, além da Alemanha, e teria representando um descongelamento de ativos de Teerã na casa dos US$ 100 bilhões.

O Irã havia se comprometido a alterar sua matriz de produção nuclear para inviabilizar a produção de plutônio, que pode ser usado na fabricação de bombas nucleares, assim como o urânio. Após a celebração do acordo, a AIEA afirmou, em janeiro de 2016, que o Irã estava cumprindo sua parte no acordo.


Brasília (DF), 17/06/2025 - O professor de relações internacionais do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), Robson Valdez. Foto: Robson Valdez/Arquivo Pessoal

Professor de relações internacionais do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) Robson Valdez – Foto: Robson Valdez/Arquivo Pessoal

Segundo o professor Robson Valdez, esse acordo era semelhante ao costurado pelo Brasil e foi sistematicamente boicotado por Israel.

“Foi um processo intenso de lobby israelense, principalmente, dentro dos EUA e na Europa. A ideia era influenciar a opinião pública e foi bem-sucedido. Uma das promessas de campanha do primeiro governo Trump era justamente sair do acordo, campanha que contou com financiamento do lobby israelense”, disse Valdez.

Governo Trump

Em 2018, de forma unilateral e sem consultar os parceiros europeus, os EUA se retiraram do acordo e reintroduziram sanções contra o Irã, aumentando as tensões no Oriente Médio. Os europeus ainda tentaram salvar o Plano de 2015, sem sucesso.

Ao anunciar a decisão, Trump chamou o acordo de desastroso e disse que o “pacto celebrado jamais deveria ter sido firmado”, por não prover garantias de que o Irã tenha abandonado mísseis balísticos.

O cientista político Ali Ramos avalia que Trump rompeu com o acordo não por problemas no cumprimento dos compromissos firmados pelo Irã, mas para atender aos atores mais conservadores que apoiavam seu governo, que enfrentava problemas internos.

“Foi uma tentativa de conseguir popularidade em casa, tentando mostrar força. Com a irresponsabilidade de Trump, ele criou um dos problemas mais complexos da geopolítica do século 21. Tudo isso só para conseguir apoio interno”, comentou.

AIEA

O governo do presidente Joe Biden manteve a situação como estava, sem fechar novo acordo com o Irã. No atual mandato de Trump, Teerã voltou a negociar com Washington em Omã. As negociações avançavam para sexta rodada quando Israel atacou o país, levando o Irã a suspender as negociações e a acusar os EUA de cumplicidade com Netanyahu.

O especialista Ali Ramos disse que as negociações estavam em torno do debate sobre o Irã poder enriquecer urânio até 20% para ter capacidade “de produzir isótopos para tratamento de câncer, para tratamento de leucemia, essas questões”.


U.S. President Donald Trump and Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu hold a joint press conference in the East Room at the White House in Washington, U.S., February 4, 2025. Reuters/Leah Millis/Proibida reprodução     TPX IMAGES OF THE DAY

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em fevereiro de 2025 – Foto: Reuters/Leah Millis/Proibida reprodução

Um dia antes do ataque, a AIEA aprovou dura resolução afirmando que o Irã não estava cumprindo com suas obrigações do TNP. Segundo o documento, “a Agência não está em condições de garantir que o programa nuclear do Irã é exclusivamente pacífico”. O Irã reagiu dizendo que a decisão estava “politicamente motivada” e acusou as potências ocidentais de articularem a resolução.

O analista em geopolítica Ali Ramos disse que todas as inspeções estavam sendo feitas regularmente e que houve, a partir de 2024, uma mudança na postura da agência.

“A AIEA tem no seu site que os inspetores estavam lá. Todas as inspeções estavam sendo feitas regularmente. E aí depois houve uma grande virada de chave, quando o Netanyahu começou a sinalizar que queria atacar o Irã, aí a agência mudou o discurso”, observou.

Ali Ramos acrescentou que esse tipo de manobra não é nova no cenário internacional e citou a guerra da Coreia, que foi travada com tropas da ONU “sem base legal nenhuma”.

“Basicamente, são os organismos multilaterais sendo usados como braços de Israel e dos EUA. É preciso lembrar que estamos em um momento de destruição total do direito internacional. Não vai sobrar mais direito internacional depois dessa guerra”, finalizou.


mapa israel irã

Arte/Dijor

Pagamento especial do saque-aniversário do FGTS continua hoje


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Cerca de 8,1 milhões de trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e foram demitidos sem justa causa de janeiro de 2020 até o fim de fevereiro deste ano continuam a receber, nesta quarta-feira (18), o saldo acima de R$ 3 mil dos depósitos dos antigos empregadores. Ao todo, a Caixa Econômica Federal liberará R$ 6,4 bilhões nesta rodada.

Recebem nesta quarta-feira os trabalhadores nascidos em maio, junho, julho e agosto. Nesta etapa, os trabalhadores com saldo retido maior que R$ 3 mil recebem a diferença entre esse valor e o restante dos depósitos retidos até 1º de junho deste ano.

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A Caixa esclarece que, na nova rodada de saque, será paga a remuneração dos valores de março, abril e maio. O FGTS é corrigido pela Taxa Referencial (TR) mais 3% ao ano.

O pagamento será feito na conta cadastrada no aplicativo FGTS até 28 de maio, que corresponde a 85% do público-alvo. Quem se cadastrou depois precisará ir a uma agência da Caixa, a uma casa lotérica ou a um terminal de atendimento eletrônico do banco.

Primeira etapa

A primeira etapa, com o pagamento de saldos até R$ 3 mil, ocorreu em março. Segundo o balanço mais recente da primeira fase, até 28 de maio, 10,1 milhões de trabalhadores tinham sacado R$ 5,3 bilhões, de um total de 12,2 milhões de pessoas com direito a receber.

O trabalhador que teve o saque oferecido nas agências na primeira fase tem até 27 de junho para retirar o dinheiro. Após esse prazo, voltam a valer as regras tradicionais do saque-aniversário.

O dinheiro dos trabalhadores demitidos de 2020 a fevereiro deste ano estava bloqueado para quem optou por essa modalidade de saque, mas foi liberado por uma medida provisória (MP) no fim de fevereiro. O governo esclareceu que a MP é excepcional e retroativa, não beneficiando os futuros demitidos.

Os trabalhadores dispensados sem justa causa a partir de março e que optaram pelo saque-aniversário continuarão a ter o saldo retido, recebendo apenas a multa rescisória de 40%. As demais regras do saque-aniversário não foram alteradas.

Dos 12,2 milhões de trabalhadores beneficiados nas duas etapas, apenas 2,5 milhões vão ter direito ao saldo integral dos depósitos feitos pelos antigos empregadores no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Os 9,6 milhões restantes terão descontada a antecipação do saque-aniversário, tipo de empréstimo oferecido por instituições financeiras.

Calendário

Valores até R$ 3 mil

  • 6 de março: nascidos em janeiro, fevereiro, março e abril e quem vinculou a conta bancária ao aplicativo FGTS;
  • 7 de março: nascidos em maio, junho, julho e agosto;
  • 10 de março: nascidos em setembro, outubro, novembro e dezembro.

Valores acima de R$ 3 mil

  • Diferença entre os R$ 3 mil sacados em março e o restante do saldo bloqueado;
  • 17 de junho: nascidos janeiro, fevereiro, março e abril e nascidos em janeiro, fevereiro, março e abril e quem vinculou a conta bancária ao aplicativo FGTS;
  • 18 de junho: nascidos em maio, junho, julho e agosto;
  • 20 de junho: nascidos em setembro, outubro, novembro e dezembro.

Entenda a nova rodada de saques do FGTS para quem tem saque-aniversário

Em um ano, BNDES aprovou crédito de R$ 1 bilhão para IA


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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiu a marca de R$ 1 bilhão em crédito aprovado para Inteligência Artificial (IA). Em um ano, entre 2024 e junho deste ano, foram aprovadas operações para diferentes elos da cadeia, como hardware, integradores e desenvolvedores de aplicações e infraestrutura. A maior parte foram recursos do BNDES Mais Inovação.

O maior volume de financiamento e número de operações, no valor de R$ 561 milhões, foi para integradores e desenvolvedores. Neste grupo estão empresas que conectam tecnologias de IA aos clientes finais, como fintechs e healthtechs.

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Já na área de hardware, que contempla produtores de chips especializados, hardware embarcado e supercomputadores, o banco aprovou R$ 258 milhões. Para infraestrutura (cloud computing e data centers), foram aprovados R$ 180 milhões.

PBIA

O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) 2024-2028, representa um marco histórico para o desenvolvimento tecnológico do Brasil. Com um investimento previsto de R$ 23 bilhões em quatro anos, o plano visa transformar o país em referência mundial em inovação e eficiência no uso da inteligência artificial, especialmente no setor público.

O Plano busca também desenvolver soluções em IA que melhorem significativamente a qualidade de vida da população, otimizando a entrega de serviços públicos e promovendo a inclusão social. Para alcançar esses objetivos, ele prevê ainda a criação de um supercomputador de alta performance, essencial para o processamento de grandes volumes de dados e o desenvolvimento de algoritmos avançados de IA.

>>Brasil está entre os países que mais usam inteligência artificial

Financiamento de projetos de IA

Em fevereiro de 2024, o BNDES anunciou o financiamento de R$ 330 milhões à Positivo Tecnologia S.A. para dois projetos estratégicos da empresa nos próximos anos. Com ênfase na inovação em produtos, serviços e soluções – incorporando recursos de IA e segurança cibernética – e na modernização da capacidade produtiva, a operação visa apoiar o plano de inovação da empresa e preparar as unidades fabris para a demanda crescente de tecnologia 5G, com previsão de 274 empregos qualificados gerados no país, nas áreas de produção, engenharia e pesquisa.

Em 21 de outubro do mesmo ano, o banco aprovou um crédito de R$ 35,7 milhões para o projeto da Quality Digital de desenvolvimento de soluções estratégicas de IA para atender demandas de clientes dos setores mais significativos do Brasil, como o exemplo financeiro, bancário, varejo, indústria e mineração. No âmbito do BNDES Mais Inovação, a iniciativa visa integrar o uso de IA para criar soluções digitais mais eficazes.

Já em janeiro deste ano, no âmbito do Mais Inovação, foi liberado investimento no valor de R$ 20 milhões, na modalidade direta, para a criação da plataforma de transformação digital Genius, da Squadra Tecnologia S/A. Projeto inovador, combina tecnologias avançadas de inteligência artificial, design integral e hiper-produtividade para transformar a maneira com que a empresa entrega plataformas de negócio para seus clientes.

Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a IA permite ganhos de produtividade em setores de alto valor agregado, além de gerar empregos de qualidade.

“Temos vantagens competitivas, como energia renovável em abundância, que permitem o país avançar em alguns setores da IA. O BNDES tem sido um parceiro importante nessa volta por cima também do setor industrial”, disse.

 

Justiça manda soltar ex-secretário da Polícia Civil do Rio


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A Justiça do Rio decidiu soltar nessa terça-feira (17) o ex-secretário da Polícia Civil delegado Allan Turnowski, acusado de envolvimento com a cúpula da contravenção no Rio de Janeiro. A decisão é do desembargador Marcius da Costa Ferreira, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.

Ele estava preso desde 6 de maio de 2025 por decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que reformou a prisão preventiva de Turnowski.

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Na decisão, o desembargador Marcius Ferreira citou a participação colaborativa de Turnowski e afirmou que “não houve nenhum episódio noticiado nos autos que demonstrasse que o paciente pretende, de alguma forma, atrapalhar a investigação”.

Em outro trecho da decisão, o desembargador escreveu que os crimes imputados ao paciente, embora sejam graves e possam estar conexos a outros de natureza diversa, foram cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa.

“Diante disso, defiro o pedido liminar, determinando a imediata liberdade do paciente até o julgamento final do habeas corpus”.

Turnowski terá de cumprir três medidas cautelares: está proibido de acessar as dependências de repartições da Polícia Civil ou da Secretaria de Segurança Pública, de manter contato com os outros denunciados; e de deixar o país, com a entrega do passaporte ao juízo de origem.

Histórico

Turnowski foi preso no dia 9 de setembro de 2022 e teve prisão preventiva decretada pela Justiça. Ele tinha se afastado do cargo para concorrer a uma vaga de deputado federal pelo Rio, o que não se concretizou.

No dia 25 de novembro de 2022, o juiz da 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça, Bruno Rulière, transformou o ex-secretário em réu por obstrução do Judiciário. Na decisão, o magistrado considerou que, mesmo afastado da Polícia Civil, Turnowski ainda influenciava as condutas adotadas pela alta cúpula da instituição. 

Quatro dias depois de ser tornado réu, no dia 29 de setembro, uma decisão do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou a prisão preventiva de Turnowski. Com a decisão, o delegado deixou a prisão em menos de um mês após a condenação.

Turnowski foi condenado a quase 10 anos de prisão por obstrução da Justiça, De acordo com as investigações, ele atuava como agente duplo, em favor dos contraventores Rogério de Andrade e Fernando Iggnácio, esse último assassinado em novembro de 2020, ao descer em um heliporto no Recreio dos Bandeirantes, retornando de sua casa de praia em Angra dos Reis. 

Na Cúpula do G7, Lula defende a volta do protagonismo da ONU


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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira (17), durante intervenção na Sessão Ampliada da Cúpula do G7, o retorno do protagonismo da Organização das Nações Unidas (ONU) na resolução de conflitos mundiais. Segundo ele, o vácuo de liderança agrava o quadro atual de guerras entre os países. 

“Estão sentados em torno desta mesa três membros permanentes do Conselho de Segurança e outras nações com tradição na defesa da paz. É o momento de devolver o protagonismo à ONU. É preciso que o Secretário-Geral lidere um grupo representativo de países comprometidos com a paz na tarefa de restituir à organização a prerrogativa de ser a casa do entendimento e do diálogo”, disse o presidente brasileiro em Kananaskis, no Canadá. 

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O G7 é composto por sete das maiores economias industrializadas do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, além da União Europeia. Desse grupo, Estados Unidos, Reino Unido e França compõem o Conselho de Segurança da ONU. 

Lula citou os recentes ataques de Israel ao Irã que, segundo ele, “ameaçam fazer do Oriente Médio um único campo de batalha, com consequências globais inestimáveis”. 

Sobre o conflito entre Ucrânia e Rússia, Lula disse que nenhum dos lados conseguirá atingir seus objetivos pela via militar. “Só o diálogo entre as partes pode conduzir a um cessar-fogo e pavimentar o caminho para uma paz duradoura”, destacou. 

Lula também comentou o conflito na Faixa de Gaza, afirmando que nada justifica a “matança indiscriminada de milhares de mulheres e crianças e o uso da fome como arma de guerra”. 

Segurança energética 

Em seu discurso na Sessão Ampliada do G7, Lula destacou o papel do Brasil para a segurança energética mundial, mas ressaltou que o país não vai se tornar palco de corridas predatórias e práticas excludentes.

“Países em desenvolvimento precisam participar de todas as etapas das cadeias globais de minerais estratégicos, incluindo seu beneficiamento”, defendeu. 

Ele disse que a expansão de parques eólicos e solares e a descarbonização do setor de transportes e da agricultura dependem de minerais estratégicos e lembrou que o Brasil conta com a maior reserva mundial de nióbio, a segunda de níquel, grafita e terras raras e a terceira de manganês e bauxita.

“Mas não repetiremos os erros do passado. Durante séculos, a exploração mineral gerou riqueza para poucos e deixou rastros de destruição e miséria para muitos. Ela não deve ameaçar biomas como a Amazônia e os fundos marinhos”, alertou o presidente. 

Ele citou o papel brasileiro na produção de biocombustíveis, o uso de fontes limpas de energia, a produção do hidrogênio verde e do combustível sustentável de aviação.

Relações com Canadá

Em conversa com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, divulgada nas redes sociais, Lula o parabenizou pela defesa contundente da soberania do país e disse que quer estreitar as relações bilaterais. 

“Quero estreitar a relação do Brasil com o Canadá. É um país muito importante, há muitas empresas canadenses no Brasil. Gostaria que tivéssemos uma relação política, cultural e comercial e também na questão do clima muito mais forte. Esse é o meu propósito”, disse Lula. 

Carneydo ressaltou que a COP 30, que será realizada em Belém (PA), será a reunião mais importante deste ano mundialmente e se colocou à disposição para ajudar no que for preciso. “Não há ninguém melhor para liderar esse esforço que você”, disse o primeiro-ministro.  


Kananaskis, 17/06/2025 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, é recebido pelo Primeiro-Ministro do Canadá, Mark Carney, para a reunião da Cúpula do G7. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Presidente Lula é recebido pelo Primeiro-Ministro do Canadá, Mark Carney, para a reunião da Cúpula do G7. Foto: Ricardo Stuckert/PR – Ricardo Stuckert/PR

Brasil é escolhido como sede dos Pans de Ginástica Artística e Rítmica


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O Brasil será a sede da próxima edição dos Campeonatos Pan-Americanos Adulto e Juvenil de Ginástica Artística e de Ginástica Rítmica, que serão disputados em 2026. A decisão foi tomada durante assembleia geral ordinária da União Pan-Americana de Ginástica (UPAG), que chegou ao final na última segunda-feira (16).

“Faz parte do planejamento estratégico da Confederação o objetivo de manter o Brasil como potência nas competições e como promotor de grandes eventos. Queremos que nosso esporte conquiste um espaço cada vez maior no coração das brasileiras e dos brasileiros. Para tanto, nada melhor do que trazer para cá competições importantes, de forma a criar condições para que nosso público se habitue a ver os grandes talentos do nosso continente e do planeta”, declarou o presidente da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), Henrique Motta.

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Os Campeonatos Pan-Americanos Adulto e Juvenil de Ginástica Artística e de Ginástica Rítmica são mais um grande evento da modalidade que será sediado no Brasil, pois em agosto de 2025 a cidade do Rio de Janeiro receberá o Mundial.

E a Cidade Maravilhosa já começou a entrar no clima da competição, pois, no último final de semana, foi realizado o Campeonato Brasileiro da modalidade, que serviu como evento teste para o Mundial.

Um dos destaques do Brasileiro, que foi realizado na Arena Carioca 1, na Barra da Tijuca, foi a finalista olímpica Bárbara Domingos, que garantiu o título do individual geral ao somar o total de 113.450 pontos. A prata ficou com Geovanna Santos da Silva (105.350 pontos), enquanto Ana Luísa Neiva completou o pódio (104.200 pontos).

Congresso derruba veto e pensão para vítimas da zika é retomada


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O Congresso Nacional derrubou nesta terça-feira (17) o veto ao projeto de Lei (PL) 6064/2023 que prevê pensão vitalícia a pessoas com deficiência causada pelo vírus Zika durante a gestação.

Com a derrubada do veto presidencial, a pensão de R$ 7.786,02 será concedida

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A medida era um dos 60 itens na pauta da sessão de hoje. Um acordo entre o governo e a oposição permitiu a votação em bloco de 29 propostas consensuais, tanto para manutenção quanto para a derrubada.

A derrubada do veto foi anunciada pelo líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).

“Eu queria reiterar o compromisso do governo pela derrubada do veto, orientada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, disse o senador.

“Queria comunicar que o veto foi aportado por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal que estabelece que matéria sem fonte financeiras respectivas, por risco de crime de responsabilidade deveriam ser vetadas. O presidente determinou para a gente encontrar a solução e encontramos”, concluiu.

Além disso, o texto que os parlamentares retomaram aumenta em 60 dias o direito à licença-maternidade e ao salário-maternidade das mães, inclusive as adotivas, de crianças nessas condições. Já o direito à licença-paternidade é ampliado em 20 dias.

A autora do projeto, senadora Mara Gabrilli (PSD-SP), disse que a derrubada do veto corrigiu um erro do governo.

“Hoje vamos reparar o erro do governo. Ter esse recurso mensal até quando as mães não estejam mais aqui é fundamental”, disse a senadora.

Ao ser declarado o resultado da votação, as mães de crianças com zika reunidas no plenário celebraram. 

Adiados

Segundo o presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP), os 31 vetos que tiveram a apreciação adiada deverão ser votados em nova sessão do Parlamento, que poderá ocorrer até o dia 18 de julho, quando terá início o recesso parlamentar.

“Fiz um compromisso com as lideranças na Câmara e no Senado para enxugarmos a pauta, buscando o entendimento com base em um acordo. Nada impede que a gente possa colocar os vetos que não têm acordo para deliberação do Plenário na próxima sessão do Congresso. Se conseguirmos nos desobrigar da maioria por acordo, ficarão alguns poucos para levar a voto”, disse.

Entre os vetos adiados estão o que trata da classificação da diabetes tipo 1 como deficiência e o que aborda dispositivos relacionados a regulamentação da reforma tributária, a exemplo do que prevê a tributação de uso de espaço físico a título oneroso pelas mesmas regras da locação de imóveis.

Também foi adiada a análise do veto presidencial à concessão de abatimento de 70% no Imposto de Renda sobre remessas de dinheiro ao exterior por empresas que exploram jogos eletrônicos, as chamadas bets.

Crédito suplementar

Estava prevista a votação do projeto do Congresso Nacional que promove alteração da legislação do Imposto de Renda para torná-lo mais progressivo. A medida, que traz alterações na tabela do Imposto de Renda, foi retirada de pauta a pedido do líder do governo no Congresso para ser incluída na próxima sessão, prevista para ser realizada até 17 de julho.

Os parlamentares aprovaram o projeto que abre crédito suplementar de R$ 816.647.541,00 para operações de crédito do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). O valor deverá ser utilizado por concessionárias de serviços públicos do setor de logística ferroviária em projetos que já tenham recebido aporte do fundo.

A matéria vai à sanção presidencial.

Moraes manda Google informar quem publicou minuta do golpe na internet


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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (17) que o Google envie à Corte informações sobre quem publicou uma cópia da minuta do golpe em um domínio público na internet.

A decisão foi motivada por um pedido feito pela defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Ele é um dos réus do núcleo 1 da trama golpista.

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Em 2023, uma cópia da minuta foi encontrada na casa de Torres durante busca e apreensão realizada pela Polícia Federal (PF). Segundo as investigações, o documento seria de conhecimento do ex-presidente Jair Bolsonaro e serviria para a decretação de medidas de estado de defesa para tentar reverter o resultado das eleições de 2022 e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A defesa de Torres busca minimizar a importância da minuta para as investigações e sustenta que o documento está disponível na internet.

Após receber as informações, os advogados pretendem solicitar uma perícia para demonstrar que a minuta encontrada na casa do ex-ministro não tem relação com o documento apresentado pelo ex-presidente aos ex-comandantes da Forças Armadas. 

Acareação

Moraes também autorizou uma acareação entre Torres e o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes. A audiência será realizada na próxima terça-feira (24).

Segundo a defesa, a acareação é necessária para esclarecer contradições nos depoimentos do general à Polícia Federal durante as investigações.

Gomes foi ouvido como testemunha e estava na reunião na qual Bolsonaro teria apresentado estudos para sugerir a adesão das Forças Armadas à tentativa de golpe, em 2022. 

Companheira de Dom Phillips lança obra póstuma na Feira do Livro em SP


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Após três anos do homicídio do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, a viúva de Dom, Alessandra Sampaio, promove o livro deixado inacabado pelo companheiro. Com o título Como salvar a Amazônia: uma busca mortal por respostas, a obra era o motivo pelo qual Dom apurava informações na Terra Indígena Vale do Javari e foi finalizada por seus amigos, sob o comando de Alessandra. O livro é lançado pela editora Companhia das Letras. 

Alessandra participa nesta quarta-feira (18) do evento A Feira do Livro, na Praça Charles Miller, no Pacaembu, na capital paulista, em uma atividade com Tom Phillips e Otavio Cury.

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Alessandra trabalhou com artesanato e atualmente seu principal objetivo é prolongar o que o companheiro iniciou. Ao fundar o Instituto Dom Phillips, ela tem buscado garantir formação a jovens indígenas comunicadores que aparecem cheios de dúvidas, muitas delas respondidas pela educação midiática, área que amplia a compreensão sobre temas como desinformação e checagem de fatos.

“O Dom era e sempre foi essa pessoa muito conectada à natureza. Essa conexão muito profunda, de fazer caminhadas, alguma atividade. Era bem importante para ele isso. E não era o tipo de jornalista que está na região só para coletar informação para algum trabalho. Ele se envolvia com as pessoas e suas histórias”, contou Alessandra à Agência Brasil

Segundo ela, Phillips foi à Amazônia pela primeira vez como turista. A partir dessa viagem, ele pensou em morar no Brasil, a partir de 2007. 

“Não tinha como não se envolver. Primeiro, porque a Amazônia é uma causa apaixonante. Ele voltava muito impactado. Ele dizia: ‘se as pessoas conhecessem a Amazônia, os povos da Amazônia, naturalmente iam se engajar para proteger, porque não tem como você ficar alheio à grandiosidade da floresta e à sabedoria dos povos’”. 

Carreira

Dom Phillips iniciou a carreira com a cobertura de música eletrônica para a revista Mixmag, área completamente diferente daquela por meio da qual fez um nome no Brasil e no exterior. 

A primeira reportagem para o Washington Post foi sobre a Mina de Carajás, no Pará, uma das maiores de extração de ferro. Os efeitos socioambientais foram o que mais desordenou o interior de Dom Phillips, segundo sua companheira.

Alessandra conta que ele teve uma editora extremamente rigorosa no Washington Post, jornal com o qual passou a colaborar em 2015. “O texto ia e voltava diversas vezes para que Dom fizesse ajustes com base nas avaliações e reavaliações da colega e, no fim das contas, ele considerou que a editora, sozinha, foi uma escola inteira de jornalismo para ele”, diz. 

Segundo conta Alessandra, um líder ashaninka foi quem falou de Dom para o líder Beto Marubo, convencendo-o logo de cara a ajudar o jornalista em sua jornada no Vale do Javari. Beto, por sua vez, comentou com o indigenista Bruno a intenção de dar acesso ao jornalista. “O Bruno falou: ‘ah, não, Beto, vai trazer um gringo para cá e o gringo não sabe andar na mata. E sabe lá se ele é confiável’. O Beto, conhecendo o Bruno muito bem, disse: ‘Dom, pode ir, que o Bruno é meio reclamão, mas vai dar tudo certo’”, relata.

Livro


Brasília (DF), 17/06/2025 - Capa do livro Como salvar a Amazônia. Foto: Companhia das Letras/Divulgação

Capa do livro Como salvar a Amazônia. Foto: Companhia das Letras/Divulgação

Quando detalhou a Bruno Pereira o que esperava do livro, Dom já havia se agarrado ao título.

“O Dom acreditava tanto no título desse livro que ele registrou. Tinha medo de alguém roubar o nome. Falou para o Beto o nome, e ele disse: ‘poxa, gringo, você tá de brincadeira? Você é estrangeiro e vem falar como é salvar a Amazônia? Que prepotência!’ Aí, o Dom disse: ‘não, você não está entendendo. Esse título é para provocar isso que você está sentindo. É também uma afirmação, não só uma pergunta’”, conta Alessandra.

“Esse título tem uma coisa meio dúbia, que vai deixar a pessoa intrigada, e o que eu quero, o meu papel, é ser exatamente esse canal para vocês falarem e reportar o que está acontecendo, falar da experiência de vocês. Não é o que eu interpreto da experiência de vocês, mas descrever a experiência de vocês e poder ajudar de alguma forma.”

Para a designer e principal responsável por evitar que a inspiradora colaboração de Dom Phillips e de Bruno Pereira acabe sendo um vestígio, o jornalista britânico era um companheiro autêntico. “Na Amazônia, precisam muito de aliados, e o Dom se colocava dessa forma, de modo muito sincero.”