Família é a essência da Orquestra Ouro Preto, que completa 25 anos


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A alma da Orquestra Ouro Preto é a família que existe por trás dela. Logo cedo, o pai, Ronaldo Toffolo, viu a vocação das crianças, que estavam mergulhadas no ambiente de música que havia na casa. Com o tempo, os filhos evoluíram com os estudos de violino, e o pai decidiu criar um grupo musical. Com o amigo, compositor e bandoneonista argentino Rufo Herrera, hoje com 91 anos, Toffolo  teve ideia de desenvolver o projeto de uma orquestra de câmara.

“Aqui em casa, sempre acreditamos que somos mais completos se estivermos abraçados com a cultura. A cultura é a digital da existência de todos nós. Esse ambiente proporcionou uns aperitivos de uma sedução que transformaria isso aqui em uma proposta e a escolha pela profissionalização foi deles”, disse Toffolo à Agência Brasil.

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O pai tem certeza de que “a sorte de o filho mais velho”, Rodrigo, hoje maestro da orquestra, ter dado suporte, foi fundamental “para levar a turma toda a acreditar que o projeto ia dar certo”. Segundo Toffolo, esse ambiente é que “trouxe a magia do abraço da cultura como marca inequívoca de que nós somos mais quando temos nossa companhia”.

A casa onde tudo começou, no centro de Ouro Preto, Minas Gerais, guarda a memória da família. O quarto onde ensaiavam tem as paredes cobertas por estantes repletas de discos de vinil e CDs. Tudo divide o espaço com o piano em que, um dia, ao tocar uma música dos Beatles, chamou atenção de Rodrigo, um menino de 11, 12 anos na época, que acordou de madrugada encantado com aquele som.


São Paulo- 23/03/2025 - Maestro Rodrigo Toffolo e 
Apresentação da Orquestra Ouro Preto no Teatro Municipal Ouro Preto-Casa da Ópera . Créditos: Cristina Indio do Brasil

Casa no centro de Ouro Preto abriga instrumentos e objetos que lembram a formação da orquestra – Cristina Indio do Brasil – Agência Brasil

 

A conversa da reportagem com Ronaldo Toffolo neste quarto trouxe ainda outras histórias da família, e ele externou o sentimento que tem ao fazer uma retrospectiva do início do grupo até o reconhecimento, inclusive internacional, que a orquestra conquistou em seus 25 anos.

“É uma história fantástica, e é até difícil ser sucinto, mas o fato é que a gente fica agradecido por essa bênção especial de adesão deles [os filhos] ao que se propõe à vida deles na área da música, que é o coroamento de algo de que nunca desacreditamos, porque entendíamos que isso tinha que ser companhia nossa. A cultura faz parte, mas não pretendíamos que isso se tornasse o elemento de vida, de trabalho, de profissão, e nós estamos aqui preparando a nova geração, através dos netinhos, que, quem sabe, vêm por aí começando”, disse, apontando para o futuro da orquestra.

“Não se trata de milagre. Não acredito em milagres neste sentido. É muito trabalho, muita certeza de que a gente precisa acreditar. Essa crença leva a turma toda, hoje, a passar isso nas nossas apresentações em qualquer lugar, a contagiar já os filhos, os netos que estão sempre presentes”, comentou Toffolo.

A mãe, Marília Reis Toffolo, hoje com 72 anos, era quem cuidava para que as crianças não seguissem outro rumo. Toda quarta-feira pegava as crianças e ia para Belo Horizonte para elas fazerem aulas de violino.

“A origem foi toda nesta casa. Ronaldo criou uma orquestra para os filhos tocarem. É a mesma coisa, por exemplo de pôr cinco filhos para estudar metalurgia e montar uma metalúrgica para os seus filhos. A minha participação foi vigiar. Eu ia para Belo Horizonte, porque em Outro Preto não tinha [curso de violino]. Foram dez anos levando toda quarta-feira eles para Belo Horizonte para estudar violino. Lá, depois da aula, o professor me chamava e falava: ‘dona Marília, a Mara [uma das filhas gêmeas, que são as mais novas] a senhora vai olhar o cotovelo, Marina está pondo o dedo para cima que não pode, Ronaldinho está baixando muito o braço’. Aí, quando eu punha para estudar, eu ficava: ‘Marina, olha o dedo’. Eu fui junto com eles com aquele foco”, lembrou, destacando que corrigia, em casa,as posições no violino conforme indicava o professor.

As crianças aderiram à ideia da orquestra, mas houve períodos em que veio a vontade de desistir. A mãe, no entanto, persistiu. “Eu brinco que tinha tudo para dar errado e deu certo, porque imagina pegar cinco crianças, foram crianças normais iguais às outras. Teve a fase de adolescentes, aquela em que não queriam mais, a fase em que choravam, em que queriam bater e não queriam ir tocar. Eu nunca deixei. Primeiro, era violino, o resto era resto mesmo. Só iam para festa para casa de amigos se estudassem violino”, contou Marília, confessando que ela mesma nunca fez aulas de música.

“Não, menina, fiz a maior burrada da minha vida, porque eles começaram do zero, e eu podia ter começado junto, eu ficava mais de cinco horas esperando cada um entrando e saindo do quarto do professor, lá Belo Horizonte.”

A casa da família é decorada com objetos que fazem parte da memória de todos. “Fui juntando, juntando e tenho esse monte de coisa antiga pela casa afora. Fica uma memória afetiva”, ressaltou Marília, dizendo que ela e marido nunca deixaram de morar em Ouro Preto. “Ronaldo é de Ouro Preto, eu sou de Ouro Preto e nunca morei em outro lugar na minha vida.”

Para o maestro Rodrigo Toffolo, hoje com 47 anos, chegar aos 25 anos preservando uma orquestra de câmara com reconhecimento internacional, não é uma tarefa fácil.

“É um desafio. Sempre falo que o trabalho que a gente faz em equipe com um conjunto muito grande, faz a gente ficar muito feliz e orgulhoso de ter optado anos atrás pelo caminho da música, e tudo que foi plantado e regado com carinho enorme possa ser visto hoje florescendo e dando esses resultados todos”, disse à Agência Brasil.

 


São Paulo- 23/03/2025 - Maestro Rodrigo Toffolo e 
Apresentação da Orquestra Ouro Preto no Teatro Municipal Ouro Preto-Casa da Ópera . Créditos: Cristina Indio do Brasil

Maestro Rodrigo Toffolo aposta na renovação para garantir evolução da companhia – Cristina Indio do Brasil – Agência Brasil

O regente define a evolução do grupo como gradual e feita com muita responsabilidade, pensando na qualidade do projeto, por ser um grupo que sempre criou um repertório próprio e investiu na criação de música nova. “A definição da identidade da orquestra muito cedo nos ajudou a caminhar de maneira mais firme, sem muitas mudanças no caminho. Sempre tivemos na cabeça quais eram os pilares de atuação. Esses pilares são mantidos até hoje e ficamos muito felizes com isso”, completou.

Rodrigo Toffolo vê a renovação de gerações de músicos como uma garantia de evolução da orquestra. “Hoje muitos alunos da nossa academia jovem estão na orquestra principal. Jovens que entraram na academia, formaram-se na academia, e hoje seguem a carreira de músicos profissionais. Isso é muito importante. Nos 25 anos, certamente, várias pessoas passaram por aqui, vários músicos, e a gente conseguiu não só absorvê-los, mas poder viver e trabalhar com música”, destacou.

Com o passar do tempo, foi fácil notar que a formação de público, que sempre foi muito importante para o grupo, é uma forma de colher os frutos das apresentações nos mais diversos lugares do Brasil e fora do país, disse o maestro.

“Os teatros hoje ficaram pequenos para o que a orquestra faz. Os ingressos sempre esgotam com semanas de antecedência, e a gente começou a migrar para praças públicas, para o lado de fora, para poder receber o público que a orquestra tem, que é sempre muito generoso, muito representativo e mais popular. E ver também que a orquestra tem várias facetas”, acrescentou.

“Interessa exatamente que eles [público] saibam a beleza que a orquestra tem, a capacidade infinita da orquestra de fazer música, de tocar qualquer estilo de música”, concluiu.

*A repórter viajou a convite da Orquestra Ouro Preto

Livro apresenta memórias de pessoas que passaram a infância no exílio


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“Chama-se exílio quando a gente vai embora pequenininha, ou mesmo nasce lá fora? Exílio é saudade, é estar fora de sua pátria, longe de suas raízes e seus familiares. Eu nunca tive saudade do Brasil. Saí com 3 anos, minha única lembrança é dos dois coelhinhos que tínhamos em casa; saudades dos avós. E, no entanto… Somos a geração dos filhos de exilados”.

O relato faz parte do livro Crianças e Exílio: Memórias de Infâncias Marcadas pela Ditadura Militar, uma coletânea de narrativas de 46 pessoas que eram ainda bebês ou crianças quando seus pais foram perseguidos, presos, torturados, assassinados ou exilados por causa da ditadura militar. Esse capítulo, especificamente, foi escrito por Silvia Sette Whitaker Ferreira, que viveu no exílio dos 3 aos 18 anos de idade.

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Lançado nesta semana, em Porto Alegre, pela Carta Editora, o livro reúne histórias de pessoas que conseguiram trazer à tona os traumas que sofreram por causa da ditadura militar. No entanto, ainda há muitos relatos como esses que não foram escritos, diz Nadejda Marques, uma das organizadoras da coletânea, ao lado de Helena Dória Lucas de Oliveira (foto).

“Trabalhamos com um grupo de 67 pessoas que foram crianças exiladas. Elas trocavam lembranças, fotografias e histórias do exílio. Também foram organizados encontros virtuais para ativação de memórias e motivação para a escrita das narrativas. Tudo foi feito com muito acompanhamento, cuidado e amizade entre os participantes cientes de que as memórias também poderiam trazer à tona traumas vividos. Das 67 pessoas do grupo, 46 conseguiram escrever suas histórias”, disse Nadejda, em entrevista à Agência Brasil

Ainda há muitas histórias não foram escritas e não são conhecidas, acrescenta. “Não temos um registro oficial de quantas crianças foram exiladas do Brasil durante a ditadura, mas sabemos que o livro traz uma pequena amostra dessas histórias.”

Pesquisadora e professora de direitos humanos, Nadejda Marques também foi uma criança exilada e acabou contando sua história em um dos capítulos do livro. 

“Sou escritora e já escrevi vários livros inclusive uma autobiografia chamada Nasci Subversiva, que conta como crianças eram fichadas e tratadas como terroristas ou subversivos durante a ditadura no Brasil. Saí do Brasil em 1973, quando tinha 15 meses. Fui exilada no Chile e depois refugiada política na Suécia após o golpe militar no Chile. Da Suécia, fui para Cuba, onde vivi entre os anos de 1974 e 1979. Em 1979, quando tinha 7 anos, antes de voltar ao Brasil, moramos alguns meses no Panamá, pois o Brasil não tinha relações diplomáticas com Cuba. O Panamá foi um país de exílio, mas também de transição para a nossa volta ao Brasil.”

Histórias

Cada capítulo do livro conta a história de uma dessas crianças que tiveram os pais assassinados, ou foram separadas da famílias ou integraram os grupos de presos políticos que foram trocados por diplomatas. A violência que elas vivenciaram nesse período foram muitas, marcando-as profundamente. 

“As histórias contadas no livro são experiências de crianças que viveram durante o golpe no Brasil, foram exiladas, e muitas sofreram com golpes nos países de exílio – como Chile e Argentina. Muitas passaram por dois ou mais países de exílio. Algumas nasceram no exílio, outras tiveram um dos pais assassinados ou dados como desaparecidos na época da ditadura. Algumas crianças tiveram ambos os pais mortos ou desaparecidos, outras foram presas ou torturadas. A maioria voltou para o Brasil depois do exílio. Para algumas, o retorno foi definitivo, para outras, não”, destacou Nadejda.

Escrita sob a perspectiva das próprias vítimas, a coletânea expõe o impacto psicológico e social enfrentado por essas crianças que foram condenadas a viver longe de suas famílias e de sua pátria. Algumas precisaram mudar de nomes para viver no exílio. 

“O que as crianças viveram naquela época ainda é assunto pouco tratado, pouco conhecido e pouco estudado. De certa forma, foram histórias invisibilizadas pela história oficial e negligenciadas nos processos de transição. O livro também é importante para lembrar que ainda há muito trabalho por fazer em termos de memória, verdade e justiça no Brasil. Ainda não conseguimos alcançar justiça nos casos de crimes cometidos pelo Estado. Ainda temos casos de pessoas desaparecidas durante a ditadura e ainda temos torturadores livres”, ressaltou a organizadora do livro.

Relatos de crianças vítimas da ditadura brasileira já foram apresentados em trabalhos das comissões da Verdade, que investigaram as violações de direitos cometidas durante esse período. Da Comissão da Verdade da Assembleia Legislativa de São Paulo, por exemplo, originou-se o livro Infância Roubada, que traz testemunhos de pessoas que foram afastadas dos pais quando crianças ou os viram ser torturados. Há também casos de crianças, inclusive bebês, que sofreram torturas físicas e psicológicas praticadas por militares.

“Não há dúvida de que o exílio foi uma expressão da violência do Estado brasileiro. Antes do exílio, essas crianças foram submetidas a outras formas de violência, como perseguição a seus pais e familiares. Algumas testemunharam a prisão arbitrária dos pais, outras foram torturadas ou usadas para torturar seus pais. O exílio se soma a essas violências forçando a separação das crianças de familiares, amigos, escola e comunidades de forma traumática e abrupta e, em alguns casos, negando a elas o direito à cidadania”, enfatizou Nadejda.

Fundo vai financiar pequenos agricultores de cacau na Bahia e no Pará


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Auxiliar no desenvolvimento de um ecossistema de agricultura familiar e regenerativa da cultura do cacau é o objetivo do Kawá, fundo de investimento voltado para pequenas propriedades do país. A iniciativa, lançada esta semana, pretende levantar R$ 1 bilhão até 2030 para investir em projetos ligados à cadeia produtiva da fruta na Bahia e no Pará. 

O projeto é uma parceria do Instituto Arapyaú, organização voltada para desenvolvimento justo, inclusivo e de baixo carbono do país, e da ONG Tabôa Fortalecimento Comunitário, que atua para fomentar acesso a recursos financeiros e estímulo à cooperação, para projetos de sustentabilidade e justiça socioambiental.

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Para o gerente de bioeconomia do Instituto Arapyaú, Vinicius Ahmar, o projeto vai contribuir para melhorar as condições de vida de pequenos produtores, de baixa renda e com baixa produtividade na produção.

“Com o Kawá, queremos ampliar a escala de impactos econômicos, sociais e ambientais positivos, atraindo investidores de maior porte para destravar modelos produtivos que façam uso sustentável do solo e gerem renda para quem mais precisa e quem conserva a floresta”, disse.

Diversas organizações integram a iniciativa que pretende beneficiar, na primeira fase, 1,2 mil agricultores dos dois estados, com cerca de R$ 30 milhões.

O nome Kawá faz referência à forma como o cacau era chamado nas civilizações pré-colombianas, quando era conhecido como kakawa. A iniciativa mescla recursos concessionais e filantrópicos com capital público e privado.

O Kawá é classificado como um Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro). A metodologia de concessão de crédito é mais simplificada e acessível. 

Ao receber o crédito, o produtor tem até 45 dias para realizar o investimento. Após esse período, são 36 meses de prazo para pagá-lo, com uma média de seis meses de carência.

Os recursos têm como destino o custeio da adubação, irrigação, mão de obra, compra de equipamento e adensamento com mudas.

Além disso, o Kawá prevê a possibilidade de comércio de créditos de carbono de conservação por parte dos produtores. A iniciativa tem ainda parceria da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), que sinalizou a possibilidade da compra do cacau dos produtores beneficiados.

A assistência técnica ficará a cargo Consórcio Intermunicipal do Mosaico das Apas do Baixo Sul da Bahia (Ciapra), da Fundação Solidaridad e da Polímatas Soluções Agrícolas e Ambientais

João Fonseca avança à 3ª rodada em Miami após bater tenista francês


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Com uma carreira profissional que ainda está nos primeiros passos, o tenista brasileiro João Fonseca segue alcançando novos patamares. Neste sábado (22), no Miami Open, Fonseca derrotou o francês Ugo Humbert por 2 a 0 (6-4, 6-3) e, pela primeira vez, avançou à terceira rodada em um torneio de nível Masters 1000, o mais alto depois dos Grand Slams. 

Em 1h11 de partida, dominou um adversário que ocupa a 20ª posição no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) e era um dos cabeças-de-chave da competição, tanto que estreou diretamente contra o brasileiro, na segunda rodada.

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Na próxima fase, Fonseca encara outro cabeça-de-chave do Miami Open: o australiano Alex de Minaur, número 11 do mundo, que derrotou o chinês Bu Yunchaokete por 2 a 0 (duplo 6-4). O duelo está previsto para segunda-feira (24).

Nas duplas, o sábado teve algumas eliminações para o Brasil. Entre os homens, a parceria formada por Rafael Matos e Marcelo Melo foi derrotada logo na estreia pela dupla formada pelo croata Mate Pavic e pelo salvadorenho Marcelo Arevalo, por 2 a 0 (6-4, 6-2).

Entre as mulheres, Ingrid Gamarra Martins, que atuou junto à americana Quinn Gleason, foi batida pela parceria formada pela japonesa Miyu Kato e pela espanhola Cristina Bucsa por 2 a 0 (parciais de 6-3 e 6-4).

Quem ainda vai entrar em quadra é Luisa Stefani, que faz dupla com a húngara Tímea Babos. As duas encaram a chinesa Zhang Shuai e a belga Elise Mertens neste domingo (23).

Transtorno provoca isolamento e põe vida de acumuladores em risco


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Uma casa de três andares pega fogo durante a madrugada, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro. Em vez de se salvar, o morador da residência, um idoso, tenta entrar novamente no imóvel por duas vezes, e precisa ser impedido pelos bombeiros. O desespero não era por nenhum familiar ainda dentro da casa, mas pelas montanhas de lixo e objetos que se acumulavam no terreno, alimentando o incêndio e dificultando ainda mais o trabalho de contenção das chamas. 

Esse salvamento, realizado na última quarta-feira (19) pelo Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, mostra o perigo que o transtorno traz à segurança de uma pessoa acumuladora e à de seus vizinhos. O porta-voz da corporação, major Fábio Contreiras, conta que, já há algum tempo, a situação de acumulação é presente nas ocorrências.

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“Para a vida das pessoas, a acumulação é muito arriscada. A gente atende a incêndios e também fazemos salvamentos de pessoas dentro de casa, quando a pessoa sofreu um acidente, teve uma queda, passou mal. A gente tem que fazer o arrombamento da casa para acessar a vítima”

Contreiras relata que os acumuladores acabam criando pilhas tão altas de coisas que esse material bloqueia as portas e janelas, que são uma rota para pedir ajuda, para os bombeiros acessarem a casa e até mesmo para a fumaça se dissipar se houver um incêndio. “Dificulta o trabalho dos bombeiros, porque, nesse caso, vai ser necessário usar diversos equipamentos para conseguir vencer esse material que está bloqueando a porta”.

O major observa que as pessoas, muitas vezes, armazenam esse material perto de fogões, aquecedores, ou em cima de cabos energizados, o que aumenta o risco de incêndio. Além disso, sem espaço para andar e transportar a vítima dentro da residência, os bombeiros só conseguem se deslocar por cima dos produtos acumulados.

Segundo Contreiras, o que os bombeiros encontram, muitas vezes, são caixas de papelão, livros, roupas, alimentos e material de limpeza. Quanto mais material se acumula, maior é o risco de incêndio.

“Esses materiais são inflamáveis como álcool, e a pessoa tem menos chance de escapar do fogo. A energia liberada pelo calor é muito maior. O incêndio é mais agressivo e se propaga pelos cômodos da casa. Em geral, a gente observa que a prevalência dos casos é em pessoas com mais de 60 anos.”

O major lembra que o acumulador também pode se ferir e até morrer em decorrência de outros tipos de acidentes dentro do imóvel. “Se ele empilhou cinco caixas, esbarra, e essas caixas caem em cima dele, pode causar um traumatismo craniano. Ele pode tropeçar nas coisas, cair, bater a cabeça. Sem falar da questão sanitária, poeira, mofo, insetos, baratas, ratos, fezes de animais domésticos, comida estragada, tudo pode gerar doenças”, afirmou Contreiras.

Questões psicológicas e emocionais

O psicólogo José Maria Montiel, professor de pós-graduação do Programa de Ciências do Envelhecimento da Universidade São Judas Tadeu, explica que não há uma causa precisa para a acumulação de objetos, mas há diferentes facetas psicológicas e emocionais, que acabam desencadeando ao longo da vida esse transtorno. Entre elas, está a ansiedade.

 “A ansiedade, ao longo da vida, vai tomando um formato muito grande, e, com o envelhecimento, a pessoa acaba tendo as manias. A pessoa idosa tem uma peculiaridade de estar sozinha e acaba tendo esses comportamentos de maneira mais exacerbada”, disse o especialista.

O professor destaca que os acumuladores têm argumentos bastante racionais para a doença, como a possibilidade de precisar dos objetos no futuro. Só que isso acaba tomando uma proporção muito maior do que aquilo que poderia ser realmente utilizado ao longo da vida.

“Essas pessoas acabam tendo essa perda da noção da realidade e chegando ao ato de acumular muitos materiais diferentes. O colecionador coleciona um único tipo de coisa. Quem sofre de acumulação faz acúmulos de diferentes coisas, desde objetos pessoais, sacolas de supermercado, potes de sorvete e de muitos outros mais objetos”.

Segundo o psicólogo, pessoas jovens também sofrem desse transtorno, mas é pouco observado porque ainda interagem muito com a vida, com a sociedade. A pessoa, com o decorrer do tempo, acaba ficando mais isolada. O fato de ter restrições sociais é um facilitador também para que esse transtorno ocorra.

Montiel destaca que as pessoas acumuladoras tendem a se isolar socialmente, vão perdendo amigos, relações sociais, e ficam no próprio reduto.

“Isso faz com que elas acabem, muitas vezes, tendo esses comportamentos como uma maneira de ter ocupação na vida. A casa com acúmulo restringe ainda mais a interação social, porque que familiares e amigos não entram mais. A pessoa acaba não tendo muita noção. Para ela, aquilo faz tão parte da vida dela, que ela acaba perdendo essa linha tênue do que é real do que não é real dessa acumulação”, afirmou o psicólogo, que acrescentou que o problema atinge todas as classes sociais e escolaridades.

Ele diz que o tratamento recomendado é a psicoterapia, para ajudar as pessoas a atenuarem esse sofrimento emocional, não só pelo comportamento de acumuladores, como também pelo fato que isto gera consequências, como a dificuldade de inserção com família e outros grupos.

Montiel destaca que, mesmo que familiares e amigos falem para os acumuladores buscarem ajuda médica, as pessoas não o fazem porque a linha é muito tênue do que elas consideram saúde e doença.

“Para elas, isso não é doença, porque a pessoa perde a noção da realidade e tem dificuldade de perceber que aquilo é um problema. Ela só percebe quando aquilo fica insustentável, quando não consegue mais transitar dentro de casa. O modelo de tratamento é o interdisciplinar, que envolve diferentes esferas e modelos de atuação, seja ele familiar, social, de amizades, que levem a pessoa a encontrar ajuda, por ela considerar que a vida dela poderia ser diferente daquela que está causando problema”.

“A falta de senso crítico de que aquilo é danoso para a vida dela é o ponto chave. A pessoa tem dificuldade de considerar que aquilo é um cuidado pessoal, que é um autocuidado. A psicoterapia é fundamental, mas deve envolver diferentes áreas, dentre elas, amigos, familiares. A dificuldade em tratar é conseguir resgatar e levar a pessoa para modelos de tratamento que não sejam invasivos, que não sejam punitivos”.

Compulsão


Brasília (DF), 21/03/2025 - O psiquiatra Leonardo Baldaçara, professor do curso de medicina da Universidade Federal do Tocantins, e diretor regional Centro- Oeste da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Foto: Leonardo Baldaçara/Arquivo Pessoal

O psiquiatra Leonardo Baldaçara, diretor regional Centro-Oeste da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) Leonardo Baldaçara/Arquivo Pessoal

O psiquiatra Leonardo Baldaçara, professor do curso de medicina da Universidade Federal do Tocantins, e diretor regional Centro-Oeste da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), afirma que o transtorno ocorre quando a pessoa acumula de forma exagerada e causa um prejuízo na vida dela.

O que pode acontecer junto com o transtorno de acumulação é o transtorno obssessivo-compulsivo, quando se tem pensamentos exagerados e não se consegue tirar aquela ideia da cabeça. O acúmulo de coisas pode ser um dos sintomas do transtorno obssessivo-compulsivo. A acumulação também pode ocorrer em portadores de demência”, diz o médico.

O psiquiatra destaca que há pessoas com transtornos de acumulação que têm senso crítico do que está acontecendo, e outras que não têm a menor noção.

“As que têm senso crítico ficam mais propensas a sintomas depressivos e ansiosos. Se a situação envolve risco, a família pode recorrer chamando o Samu ou procurar o Programa de Saúde da Família, em que, em uma visita domiciliar, a equipe consegue conversar com essa pessoa e convencê-la a ir a um atendimento, para que um profissional de saúde possa mensurar a gravidade.”

Família também sofre

Formada em psicologia, Ivana Portella, fundadora de A Casa com Vida, empresa que forma profissionais de organização, lembra que toda a família adoece quando se tem um familiar com transtorno de acumulação. Quem está de fora e tem noção da realidade, se angustia com a situação do familiar acumulador.

“É muito difícil também para quem está fora e está vendo um pai, uma mãe, um irmão com esse transtorno. Os acumuladores não acham que é um problema, porque acreditam estar em um lugar extremamente confortável. Ela está se sentindo acolhida por tudo aquilo. Trazer essa luz à tona é que é a grande dificuldade. Nesse caso, o personal organizer pode começar a abrir essa luz no fim do túnel, buscando ajuda médica e psicológica junto com a pessoa”.

Ivana conta que já prestou serviços na casa de pessoas com acumulação, mas que isso é raro, justamente porque quem tem o transtorno de acúmulo não percebe que aquilo é um transtorno e cria uma “cama de conforto”, juntando todas essas coisas.


Brasília (DF), 21/03/2025 - Formada em psicologia, Ivana Portella, fundadora de A Casa com Vida, empresa dedicada aos cuidados com a casa que forma profissionais de organização, fala sobre o transtorno de acumulação. Foto: Rogerio Resende/R2Foto

Ivana Portella, fundadora de A Casa com Vida, empresa dedicada aos cuidados com a casa Rogerio Resende/R2Foto

“Aquilo é um suporte emocional. A última coisa que ele quer é que aquilo seja retirado dele. Então, na maioria das vezes, é alguém próximo, um familiar, um irmão, um filho que percebe que está insustentável, que não se consegue mais entrar na casa. Não adianta tentar organizar nada de uma pessoa que tenha o transtorno, porque é enxugar gelo. A pessoa precisa entender que ela tem essa compulsão. É um trabalho de conscientização que precisa do apoio da família”, acrescenta a profissional.

Para um personal organizer atuar no espaço de uma pessoa que seja um acumuladora, é necessário estar respaldado por um diagnóstico de um psicólogo ou de um psiquiatra.

“O trabalho do personal organizer é o último. Porque essa pessoa precisa de um tratamento, do entendimento de que aquilo é prejudicial a ela, que aquilo está atrapalhando a relação dela com outras pessoas. Dependendo do nível de transtorno dessa pessoa, se alguém mexe nos objetos dela, ela pode ter um surto. O psiquiatra ou psicólogo vai dizer para o personal organizer como e onde ele deve mexer, o processo de organização, de triagem, de limpeza. Não é tão simples”.

Com a orientação do psiquiatra ou psicólogo, o personal organizer vai começar o trabalho com o acumulador a fazer a triagem, a entender o que pode sair, o que pode ser jogado fora. Tudo o que o acumulador aceita jogar fora, terá que se jogar fora na mesma hora.

“Só vai ter resultado se a pessoa realmente quiser descartar. Pode tirar tudo e jogar tudo fora, mas se o acumulador não tiver consciência, ele preenche o espaço todo de novo. É um ciclo sem fim. Tem que ter conscientização mesmo para que o trabalho aconteça. É um trabalho árduo”, completa Ivana.

TV Brasil transmite decisão do Campeonato Baiano entre Vitória e Bahia


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O grande vencedor do Campeonato Baiano de Futebol será conhecido no domingo (23) com o jogo de volta da final, entre Vitória e Bahia. A TV Brasil transmite, ao vivo, para todo o país. A partida tem início às 16h, e o esquenta no canal começa às 15h30. O clássico acontece no estádio Barradão, em Salvador.

A TV Brasil tem ampliado sua cobertura esportiva desde o início do ano, levando ao público de todo o país os principais campeonatos estaduais de futebol. Espírito Santo, Ceará e Pará já tiveram seus torneios transmitidos pelo canal, sempre em parceria com as emissoras da Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP). No caso do Baianão, a TVE Bahia cuida da produção, incluindo narração, imagens e comentários.

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Bahia e Vitória começaram a definir o título no último domingo (16) com o jogo de ida da final. O Tricolor dominou a partida e venceu o Rubro-Negro por 2 a 0. Apesar da vantagem construída na Fonte Nova, o Vitória entrará em campo tendo a torcida do Barradão a seu favor.

A rivalidade entre Bahia e Vitória é histórica e as duas equipes são as maiores campeãs do estado. O Bahia tem 50 títulos e o Vitória tem 30.

Sobre o Campeonato Baiano 2025

A edição atual do Campeonato Baiano de futebol manteve o formato das temporadas anteriores. A primeira fase foi composta por nove rodadas, com dez equipes competindo pelas quatro primeiras colocações. As semifinais e finais são disputadas em partidas de ida e volta.

Atlético de Alagoinhas, Bahia, Barcelona de Ilhéus, Colo-Colo, Jacobina, Jacuipense, Jequié, Juazeirense, Porto e Vitória são as equipes participantes do torneio.

 

No Mundo da Bola tem edição especial sobre racismo e futebol


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No fim de semana que marca a abertura da Série A1 do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino, competição que tem transmissão e cobertura especial na telinha da TV Brasil, o programa No Mundo da Bola discute os primeiros resultados da disputa neste domingo (23), ao vivo, às 20h30. A pauta ainda destaca o clássico Brasil x Argentina, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, as decisões dos estaduais e o racismo no esporte.

Além da apresentadora Marília Arrigoni, participarão do debate esportivo a narradora Luciana Zogaib e a jornalista Luciana Barreto, âncora e editora-chefe do telejornal Repórter Brasil Tarde.

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A partida entre as seleções do Brasil e da Argentina e as finais das competições estaduais são temas de análise na mesa redonda. A TV Brasil transmite neste fim de semana os confrontos decisivos pelos títulos cearense e baiano, com o Clássico Rei, Ceará x Fortaleza, e o Ba-Vi, respectivamente, em parceria com a TV Ceará e a TVE Bahia, emissoras que fazem parte da Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP).

Durante a produção, Luciana Barreto comenta a repercussão dos ataques racistas que sofreu nas redes sociais após comentar a fala do presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), Alejandro Domínguez, sobre a participação do Brasil na Libertadores.

No telejornal Repórter Brasil Tarde, a jornalista reforçou a importância das políticas antirracistas para combater as práticas de ódio em campo. Além de apresentar o noticiário vespertino da TV Brasil, a premiada profissional é mestre em relações étnico-raciais, palestrante, escritora e pesquisadora. Luciana Barreto é autora do livro Discurso de ódio contra negros nas redes sociais.

Sobre o programa

A primeira edição do programa de debate esportivo da emissora foi ao ar no dia 27 de junho de 1976 pela antiga TV Educativa do Rio de Janeiro, que, com a criação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), passou a fazer parte da TV Brasil. A tradicional mesa de debates passou a ter o nome No Mundo da Bola no dia 16 de junho de 2013, em sinergia com a Rádio Nacional, que desde 1930 tem um programa homônimo.

Ao vivo e on demand

A programação da TV Brasil pode ser acompanhada pelo canal aberto, pela TV por assinatura e parabólica. Sintonize: https://tvbrasil.ebc.com.br/comosintonizar.

Os principais programas estão no TV Brasil Play, por este site ou por aplicativo no smartphone. O App pode ser baixado gratuitamente e está disponível para Android e iOS. Assista também pela WebTV.

Palmeiras e Bragantino estreiam sem gols no Brasileirão Feminino


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O sábado (22) foi de abertura da Série A1 do Campeonato Brasileiro Feminino de futebol. Em partida transmitida ao vivo pela TV Brasil, Palmeiras e Red Bull Bragantino ficaram no 0 a 0, na Arena Barueri. As duas equipes somaram um ponto. Mais cedo, duas partidas (ambas no Rio Grande do Sul) inauguraram a edição 2025 da competição: Juventude e América empataram em 1 a 1 em Bento Gonçalves e o Bahia bateu o Internacional por 3 a 2 em Porto Alegre.

Em Barueri, Palmeiras e Red Bull Bragantino fizeram um jogo truncado, de poucas oportunidades. Após um primeiro tempo morno, o Palmeiras emendou três chances seguidas logo no começo da segunda etapa. Em uma sequência de escanteios, Pati Maldaner e Amanda Gutierres tentaram, mas pararam na defesa adversária. Foram as melhores chances das palmeirenses.

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O Bragantino pouco ameaçou. A equipe conseguiu se defender das investidas do Palmeiras e, por fim, foi premiada com o empate.

Na próxima rodada, as duas equipes entram em campo na quarta-feira (26): o Palmeiras visita o América, em Minas Gerais, enquanto o Red Bull Bragantino recebe o Internacional.

De virada, Bahia vence Inter

No Sesc Campestre, em Porto Alegre, o Bahia saiu atrás do Internacional, mas conseguiu a vitória de virada por 3 a 2. Belén Aquino fez 1 a 0 para as gurias coloradas, e Kaiuska e Mila Santos viraram para a equipe baiana, Paola igualou para o time gaúcho, mas, aos 53 minutos da segunda etapa, Ellen deu a vitória ao Bahia.

Já na Montanha dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, Kamile Loirão abriu o placar para o Juventude diante do América, que empatou com Gadu, dando números finais à partida: 1 a 1.

Mega-Sena acumula e prêmio sobe para R$ 14,5 milhões

Ninguém acertou as seis dezenas sorteadas no sábado no concurso 2843 da Mega-Sena.

Os números sorteados foram 01-37-39-40-43-59.

O próximo concurso será realizado na terça (25), com prêmio estimado de R$ 14,5 milhões.

De acordo com a Caixa, 41 apostas acertaram cinco dezenas sorteadas e levarão R$ 59,6 mil.

Outras 2.537 apostas acertaram a quadra e levarão R$ 1.376.

As apostas para o concurso 2844 da Mega-Sena podem ser feitas até as 19h de terça-feira (25) em qualquer casa lotérica. 

Mostra de cinema em SP explora filmes de horror dirigidos por mulheres


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Uma mostra de cinema em São Paulo vai apresentar ao público 28 filmes de horror que foram dirigidos por mulheres. Chamada de Mestras do Macabro: as Cineastas ao Redor do Mundo, a mostra é gratuita e ocorre no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no centro da capital paulista, até o dia 21 de abril.

Os filmes selecionados para a mostra foram realizados entre 1971 e 2023 e representam a produção cinematográfica de horror de diversas partes do mundo. Entre eles estão os clássicos O Cemitério Maldito, dirigido por Mary Lambert, e Psicopata Americano, de Mary Harron.

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Dos 28 filmes que serão exibidos, cinco são de diretoras brasileiras, como A sombra do pai, de Gabriela Amaral Almeida; Sinfonia da Necrópole, de Juliana Rojas; Sem seu sangue, de Alice Furtado; Medusa, de Anita Rocha da Silveira; e Terminal Praia Grande, de Mavi Simão.

Panorama histórico

A curadoria é da pesquisadora e especialista Beatriz Saldanha, que reuniu obras representativas de diferentes épocas, países e contextos sociais. O objetivo é oferecer ao público um panorama histórico do gênero e repensar o papel da mulher no cinema de horror, que historicamente é dominado por homens.

A mostra também pretende reforçar a importância do cinema de horror para a reflexão de temas sociais. 

“Existe uma história do horror formada por cânones e por muitos anos as mulheres estiveram à margem dela. Um dos principais objetivos dessa mostra é trazer à luz diretoras que fizeram e estão fazendo filmes de horror tão bons quanto os clássicos que todo mundo adora, deixando evidente que mulheres também podem ser consideradas mestras do macabro”, disse a curadora.

Além dos filmes, a mostra promoverá um curso com duração de três dias que será ministrado pela curadora. Também haverá um debate com a pesquisadora Laura Cánepa, uma sessão comentada com a cineasta Gabriela Amaral Almeida e um debate com a crítica Isabel Wittmann, contando com tradução em Libras.

Mais informações sobre o evento e sua programação podem ser obtidos no site do CCBB


São Paulo (SP), 20/03/2025 - Mestras do Macabro: as Cineastas ao Redor do Mundo, mostra que acontece no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Cena do filme O Babadook. Foto: CCBB/Divulgação

São Paulo (SP), 20/03/2025 – Mestras do Macabro: as Cineastas ao Redor do Mundo, mostra que acontece no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Cena do filme O Babadook. Foto: CCBB/Divulgação