Com 22% da matriz elétrica, energia solar é a 2ª maior fonte do país


Logo Agência Brasil

A geração de energia solar superou a marca de 55 gigawatts (GW) de potência instalada operacional no Brasil. Desse total, 1,6 GW foi adicionado ao sistema neste ano, segundo balanço divulgado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

A maior parte da geração de energia solar, 37,6 GW, vem de potência instalada na geração própria, nos telhados ou em quintais de cinco milhões de imóveis em todo o país. O restante, cerca de 17,6 GW, vem das grandes usinas solares conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Notícias relacionadas:

Segundo a Absolar, a fonte solar evitou a emissão de cerca de 66,6 milhões de toneladas de gás carbônico (CO²) na geração de eletricidade. A tecnologia representa atualmente a segunda maior fonte de energia do país, correspondendo a 22,2% de toda a capacidade instalada da matriz elétrica.

Apenas de janeiro a março, os consumidores instalaram mais de 147 mil sistemas solares, que passaram a abastecer cerca de 228,7 mil imóveis. Desde 2012, ressalta a Absolar, o setor fotovoltaico trouxe ao Brasil mais de R$ 251,1 bilhões em novos investimentos, criou mais de 1,6 milhão de empregos verdes e contribuiu com mais de R$ 78 bilhões em arrecadação aos cofres públicos.

>> Agência Brasil explica vantagens da energia solar nas residências

Estados

De acordo com a Absolar, a geração própria solar está presente em mais 5,5 mil municípios e em todos os estados brasileiros. As grandes usinas fotovoltaicas centralizadas também operam em todos os estados do país.

Entre as unidades consumidoras abastecidas pela geração de energia solar própria, as residências lideram, com 69,2% do total de imóveis, seguidas pelos comércios (18,4%) e pelas propriedades rurais (9,9%). Nos estados, Minas Gerais aparece em primeiro, com mais de 900 mil imóveis com geração solar própria. Em seguida, vêm São Paulo, com 756 mil, e Rio Grande do Sul, com 468 mil.

Desafios

Apesar da expansão da energia solar no país, a Absolar manifesta preocupações. Conforme a entidade, o crescimento poderia ser ainda maior, não fossem os cancelamentos de projetos pelas distribuidoras e a falta de ressarcimento aos empreendedores pelos cortes de geração renovável.

Outro problema são os entraves à conexão de pequenos sistemas de geração própria solar, sob a alegação de inversão de fluxo de potência, sem os devidos estudos técnicos que comprovem eventuais sobrecargas na rede. A Absolar pede a aprovação do projeto de lei que institui o Programa Renda Básica Energética (Rebe) e atualiza a Lei 14.300/2022, que Instituiu o marco legal da microgeração e minigeração distribuída.

No caso das grandes usinas solares, a ausência de ressarcimento pelas regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para os cortes de geração traz insegurança jurídica e maior percepção de risco.

Flávio Dino vota pela cassação da deputada Carla Zambelli


Logo Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino votou, neste domingo (23), pela condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.

A decisão do ministro acompanhou a do relator do processo, Gilmar Mendes, levando à soma de quatro decisões favoráveis pela cassação da parlamentar, contra zero votos contrários. Também acompanharam a tese do relator, os ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia.

Notícias relacionadas:

Carla Zambelli se tornou ré no STF em agosto de 2023, após sacar uma arma de fogo e perseguir o jornalista Luan Araújo pelas ruas de São Paulo, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.

“É uma contradição insanável que um representante político ameace gravemente um representado, como se estivesse acima do cidadão ao ponto de sujeitá-lo com uma arma de fogo, em risco objetivo de perder a sua vida”, destacou Dino ao declarar seu voto.

Outros sete ministros devem votar no plenário virtual até o dia 28 de março. Caso a parlamentar seja condenada, deverá cumprir cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto.

Na sexta-feira (21), o advogado de defesa da deputada, Daniel Bialski, declarou em nota enviada à redação da Agência Brasil que houve cerceamento de defesa, impedida de fazer sustentação oral no julgamento. “Esse direito do advogado não pode ser substituído por vídeo enviado – cuja certeza de visualização pelos julgadores inexiste”, declarou.

 

 

 

Consignado CLT recebe 36 milhões de simulações em três dias


Logo Agência Brasil

É grande a procura pelo Crédito do Trabalhador no aplicativo da carteira de trabalho digital (CTPS) no primeiro fim de semana após a modalidade ter entrado em vigor. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), entre as 6h de sexta-feira (21) e as 11h da manhã deste domingo (23), já  foram feitas mais de 35,9 milhões de simulações de empréstimos consignados ao setor privado, com 3.137.412 propostas solicitadas e 7.644 contratos realizados.

O Crédito do Trabalhador entrou em vigor na última sexta-feira (21). Praticado há décadas para servidores públicos e segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o crédito consignado permite juros mais baixos que os de mercado, já que as parcelas são descontadas da folha de pagamento, o que reduz a chance de inadimplência. Agora, o consignado passa também a ser oferecido para os cerca de 47 milhões de trabalhadores com carteira assinada do país, o que inclui os domésticos, os rurais e os empregados do MEI (microemprendedor individual).

Notícias relacionadas:

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, neste momento, a modalidade de crédito está disponível para todos os trabalhadores com carteira assinada somente na CTPS. 

A partir de 25 de abril, todos os bancos poderão ofertar o crédito em suas plataformas digitais.


Carteira de trabalho digital.

Pedido de crédito pode ser feito pela carteira digital – Arquivo – Agência Brasil

Para acessar o crédito pela carteira digital, é preciso clicar na aba Crédito do Trabalhador. Ali o interessado vai autorizar o acesso a dados como nome, CPF, valor do salário e tempo de empresa, em respeito à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

A partir daí, o trabalhador interessado receberá ofertas no prazo de até 24 horas. Ele deverá, então, avaliar a melhor opção e fazer a contratação no canal da instituição financeira, que analisa a margem do salário disponível para consignação.

Pela linha de crédito, o empregado pode usar até 10% do saldo no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou ainda 100% da multa rescisória em caso de demissão. Caso desista do empréstimo, o trabalhador tem sete dias corridos, a contar do recebimento do crédito, para devolver todo o dinheiro repassado pelas instituições financeiras.

Outras dúvidas sobre o consignado para CLT podem ser esclarecidas no site da Agência Brasil.

Mulheres contraem mais dívidas e são mais empenhadas em quitá-las


Logo Agência Brasil

Únicas responsáveis por muitas famílias de renda mais baixa, as mulheres continuam enfrentando mais o endividamento do que os homens, no país. Levantamentos realizados pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e pela Serasa (empresa que reúne dados de crédito) mostram o impacto das dívidas para o público feminino.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada neste mês pela CNC, mostra que, apesar de a diferença entre os gêneros ter diminuindo em relação a 2024, o percentual de mulheres endividadas (76,9%) em fevereiro deste ano ainda era superior ao percentual dos homens (76%). Em fevereiro do ano passado, a diferença era de 1,6 ponto percentual (78,8% das mulheres contra 77,2% dos homens).

Notícias relacionadas:

“Historicamente e até hoje, existe uma diferença salarial entre homens e mulheres. Isso vem diminuindo ao longo do tempo, e tem todo um processo de maior independência feminina no mercado de trabalho, e de independência dentro da estrutura familiar. Antigamente, a diferença era ainda maior, e elas dependiam muito mais do cônjuge ou de algum outro familiar. Então, o endividamento é maior porque aquela pessoa precisa de mais crédito, já que ela tem menos renda para conseguir lidar com seu dia-a-dia e sua vida”, afirma o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.

Merula Borges, especialista em finanças da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), ressalta que, além da diferença salarial, há problemas também na dificuldade de conseguir de crédito pelas mulheres.

“A gente percebe, no empreendedorismo feminino, que as mulheres têm mais dificuldade de tomar crédito. Elas empreendem, de maneira informal, com mais frequência”, afirma. “Elas usam a informalidade como uma forma de subsistência”

Além disso, há a questão de muitas mulheres, principalmente de faixas de renda mais baixas, terem que arcar sozinhas com as despesas familiares.

Segundo pesquisa divulgada neste mês pela Serasa, 93% das mulheres participavam financeiramente das despesas familiares e, em 33% dos lares, elas eram as únicas responsáveis. O percentual é ainda maior nas faixas de renda mais baixa (classes D e E), onde, em 43% dos casos, o encargo das despesas recai exclusivamente sobre elas.

Esses dados mostram apenas um lado do desafio enfrentado pelas mulheres, já que 90% das entrevistadas afirmaram que precisavam aliar o trabalho remunerado com as tarefas domésticas.

“As mulheres seguram a casa sozinhas, têm dupla jornada. Além disso, com todas as despesas que têm no dia a dia, para sustentar uma casa e os filhos. Mesmo assim, elas se preocupam em não ficar com valores em aberto, de não ficar com dívidas, até para não ter dificuldade em solicitar crédito”, destaca Tamires Castro, especialista da Serasa.

Segundo a pesquisa da Serasa, 40% das mulheres entrevistadas priorizam uma preocupação com as dívidas, na hora de organizar o orçamento familiar. E elas fecham 25% mais acordos que os homens no Feirão Serasa Limpa Nome, que busca regularizar a situação dos devedores para tirar seus nomes da lista de negativados (o que dificulta a concessão de crédito por outras empresas).

Segundo Felipe Tavares, mesmo tendo um grau de endividamento superior ao dos homens, as mulheres demonstram mais consciência sobre o orçamento.

“Mesmo antes, quando tinham menos independência [financeira], elas já tinham um papel muito ativo na gestão do orçamento familiar. Quando a gente vê esse aumento da renda e da independência, a administração financeira tende a ser melhor nos orçamentos geridos por mulheres”.

 

A dificuldade de obter crédito (47%) e o endividamento (31%) são os principais desafios financeiros apontados pelas mulheres, segundo a Serasa. Oito em cada dez mulheres (85%) já tiveram algum pedido de crédito negado.

Nos 12 meses que antecederam a pesquisa, entre as mulheres pediram crédito, a maioria foi para pagar despesas inesperadas (26%) e cartão de crédito (22%).

Dicas

“A gente vê muitos bancos oferecendo o cartão de crédito como opção para acúmulo de milhas e benefícios. Isso é, em certa medida, verdade, mas é preciso ter um cuidado. A tentação é maior nesse caso, porque não tem aquela dor imediata de ficar sem o dinheiro, consegue-se parcelar, e a dificuldade de controle é maior”, afirma Merula Borges.

Felipe Tavares destaca que nem toda dívida é ruim, já que, muitas vezes, elas permitem o acesso a bens como automóveis e eletrodomésticos. É importante, no entanto, analisar as condições do crédito antes de contrair qualquer dívida, além gerir bem o próprio orçamento.


Governo reduz IPI de eletrodomésticos da linha branca, geladeiras; comércio. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Eletrodomésticos estão entre os produtos que podem ser comprados com dívidas bem planejadas Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Ter dívidas não é algo ruim. Ter dívidas ruins é algo ruim. Se você fizer uma dívida consciente, com boas taxas, boas condições, que caiba no seu orçamento, aquilo vai ser muito benéfico para sua vida. O crédito não é problema, o problema é você gerir bem o orçamento. Então, a dica é que se preste muita atenção se a taxa de juros é pós-fixada, se ela está indexada a algum indicador de inflação, se tem algum seguro embutido ali, algum serviço embutido na dívida que pode ser tirado para ficar mais barato”.

Tamires Castro destaca que é importante controlar o orçamento, sabendo exatamente o quanto se ganha e o quanto se gasta, para evitar contrair dívidas que se tornem difíceis de pagar.

A gente precisa ter clareza de tudo que a gente ganha e de tudo o que a gente gasta. Tem que entender o que é de fato aquilo que entra e aquilo que a gente tem de despesas fixas que não pode negociar, que a gente tem que pagar. E, como há uma preocupação das mulheres em negociar dívidas, é importante identificar descontos, para conseguir pagar as dívidas com esses descontos”.

 

Rayssa Leal é campeã no STU Porto Alegre em dia vitorioso do Brasil


Logo Agência Brasil

A primeira etapa de 2025 do STP Pro Tour, o circuito internacional de skate, foi extremamente positiva para os skatistas da casa. Encerrada neste domingo (23), a etapa disputada em Porto Alegre teve atletas brasileiros no pódio nas quatro provas, sendo três como campeões: Rayssa Leal e Giovanni Vianna levaram a melhor no street entre mulheres e homens, respectivamente, enquanto Gui Khury venceu no skate park masculino.

Duas vezes medalhista olímpica, Rayssa Leal, grande atração do evento, não decepcionou. Depois de sofrer quedas nas classificatórias, ela mostrou seu melhor nível para se sagrar campeã no skate street com a nota 81.57. Leal teve companhia brasileira no pódio, já que a gaúcha Maria Lúcia ficou em terceiro, com 51,24. Entre as duas, a espanhola Daniela Terol terminou em segundo, com 64,37.

Notícias relacionadas:

A final do skate park feminino foi a única que não terminou com o Brasil em primeiro, mas o país esteve representado no pódio. Yndi Asp foi a segunda colocada, com 85.00, atrás de Naia Laso, da Espanha, que teve nota 90.67.

No street masculino, o Brasil fez dobradinha nos dois primeiros lugares. Giovanni Vianna foi o campeão com 88.80 e Carlos Ribeiro, o vice com 85.97.

Fechando o dia com chave de ouro para o país, Gui Khury sagrou-se campeão no skate park com uma incrível nota 91, mesmo sendo o mais novo entre todos os competidores, com 16 anos.

CBF afasta assistente de arbitragem denunciado por assédio na Série A1


Logo Agência Brasil

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou neste domingo (23) que o assistente de arbitragem Claiton Tim, da Federação Gaúcha de Futebol, está afastado das atividades até a apuração total de sua conduta na partida entre Juventude e América, pela primeira rodada do Brasileirão Feminino A1, realizada na véspera. 

Assim que o jogo, que terminou empatado em 1 a 1, foi encerrado, atletas do clube mineiro procuraram as autoridades locais e registraram boletim de ocorrência denunciando assédio sexual da parte de Tim.

Notícias relacionadas:

Segundo nota divulgada pelo América neste domingo, antes da partida, o assistente de arbitragem “proferiu palavras e piadas de cunho sexual”, referindo-se às jogadoras do clube. O América considerou o comportamento “absolutamente inaceitável”.

Ainda no comunicado, o clube diz que enviará ofício à CBF nesta segunda-feira (24) para relatar o que aconteceu antes e durante a partida.

Já a nota da confederação diz que, caso seja considerado culpado, Claiton Tim será banido da arbitragem. A CBF também afirmou que pedirá ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e às autoridades policiais uma “investigação rigorosa do caso”.

Fórmula 1: Piastri vence GP da China; Bortoleto termina em 14º


Logo Agência Brasil

O Grande Prêmio da China, realizado na madrugada deste domingo (23), em Xangai, deixou as maiores emoções para o pós-prova. O australiano Oscar Piastri, da McLaren, que largou na ponta, venceu a corrida sem maiores problemas, e foi acompanhado no pódio por Lando Norris, também da McLaren, e George Russell, da Mercedes.

No entanto, o que chamou mais atenção na China foi o que aconteceu após o fim da disputa. Os dois pilotos da Ferrari – Lewis Hamilton e Charles Leclerc – além de Pierre Gasly, da Alpine, acabaram desclassificados.

Notícias relacionadas:

Leclerc e Gasly foram punidos pelo mesmo motivo: a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) identificou que os carros dos dois estavam abaixo do peso mínimo exigido. Já Hamilton foi desclassificado após ser constatado que a prancha de madeira que fica abaixo do carro estava com espessura menor do que a permitida.

As punições foram especialmente custosas para a Ferrari, que viu seus pilotos perderem 18 pontos no total (Leclerc, quinto, havia somado dez pontos; Hamilton, em sexto, somara oito), total considerável na corrida pelo título de construtores. Já Gasly não havia somado pontos, pois terminou na 11ª colocação.

No entanto, juntando-se as três punições, o brasileiro Gabriel Bortoleto, que havia concluído a prova em 17º lugar, subiu para a 14ª posição. Depois de abandonar a prova em sua estreia na categoria, no GP da Austrália, o piloto da Sauber conseguiu terminar uma corrida na Fórmula 1 pela primeira vez.

Com os resultados, Piastri foi a 34 pontos na classificação de pilotos, em quarto lugar. Ele está atrás Norris (líder com 44), Max Verstappen, da Red Bull (segundo com 36), e George Russell, que tem 35.

A próxima corrida será no Japão, no dia 6 de abril.

Fundo de Quintal leva música brasileira aos Estados Unidos


Logo Agência Brasil

A turnê pelos Estados Unidos do tradicional grupo de samba Fundo de Quintal termina neste domingo (23) em Los Angeles. Referência histórica da música brasileira, o grupo, formado na década de 70, atraiu público por onde passou. As apresentações de Sereno, Ademir Batera, Márcio Alexandre, Junior Itaguay e Tiago Testa, começaram na sexta-feira (14) em Nova York, seguiram para Boston e depois Miami. 

O grupo também fez shows na capital, Washington, e em Houston.

Notícias relacionadas:

“Começamos lá em Nova York, o público foi simplesmente maravilhoso, e a gente realmente não esperava que fosse desse jeito. Foi muito emocionante. Em Washington, a galera não queria deixar a gente sair do palco. Foi muito bacana. Turnê maravilhosa, e o pessoal pedindo para o Fundo de Quintal voltar”, disse Ademir Batera, em áudio encaminhado a pedido da Agência Brasil.

Jovens estudantes

Além da turnê, no dia 17, os músicos tiveram um encontro cultural na Ronald W. Reagan/Doral Senior High School, em Doral, na Flórida, onde conversaram com estudantes bilíngues participantes do projeto Que Beleza Brasil!. A iniciativa busca fortalecer a integração das novas gerações com a cultura brasileira. O grupo teve oportunidade de compartilhar suas histórias e mostrar a importância do samba no Brasil e no cenário internacional.

“Foi uma troca de energia muito gostosa, a gente poder falar de samba, do surgimento do grupo Fundo de Quintal para os estudantes, uma troca de energia muito boa. Primeiro, a surpresa de nós, do grupo Fundo de Quintal, ao ver que há interesse da nova geração em saber como começou tudo. Segundo, é saber que, seja em qualquer canto do planeta, tem muita gente querendo saber do grupo Fundo de Quintal. Isso para a gente é surpreendente e prazeroso. A rapaziadinha estava muito a fim de saber como cada um teve o primeiro contato com a música. Eu, Sereno e Ademir respondemos, a pergunta foi muito boa e foi bom saber que estavam interessados nisso”, disse Junior Itaguaypor meio de áudio.

Para Sereno, de 84 anos, um dos fundadores do Fundo de Quintal, a turnê representou um sentimento profundo. 

“Isso aí é simplesmente maravilhoso. O Fundo de Quintal tem esse direito de fazer uma palestra com jovens que estão começando a vida e querem galgar algo de útil e dessa nossa cultura. Foi radiante, não tem elogio maior a se fazer”, afirmou Sereno.

Constatar o envolvimento do público nas composições que marcam a história do grupo como, Lucidez, A Amizade e O Show Tem Que Continuar, que atravessam gerações, foi um dos destaques da turnê para Tiago Testa. “Maravilhoso a gente ver o povo cantando o nosso samba, cantando nossas músicas, também tem muito brasileiro aqui nos Estados Unidos. Uma experiência nova, mais uma para o currículo, mais uma para a história, graças a Deus, e ao Fundo de Quintal”, disse Tiago Testa à Agência Brasil.

O músico contou o que representa para ele integrar esse tradicional grupo de samba. 

“Ser do Fundo de Quintal é como se eu jogasse na seleção brasileira. É uma experiência maravilhosa. É o maior grupo do universo. Costumo dizer que estou sonhando ainda por estar aqui, responsabilidade imensa, é uma alegria, é tudo junto. Uma ansiedade, aquele friozinho na barriga. É maravilhoso!”, afirmou.

Ausência

Essa viagem não teve a presença de Bira Presidente, líder do bloco Cacique de Ramos, em cujas as rodas de samba surgiu o grupo, do qual é também um dos fundadores. O encerramento da turnê coincide com o aniversário de 88 anos de Bira, personagem importante na história do Fundo de Quintal. “Bira é um cara que no grupo faz falta. Infelizmente, a saúde o impediu de estar presente, mas Deus é pai e está de ronda”, completou, confiante na recuperação do amigo. Sereno também é fundador do Fundo de Quintal.

Perto de completar 50 anos, as rodas de samba do Fundo de Quintal, na sede do Cacique de Ramos, na zona norte do Rio, têm tradição de reunir desde o começo estrelas da música brasileira como Almir Guineto, Beth Carvalho, Arlindo Cruz, Jorge Aragão, Zeca Pagodinho e Sombrinha.

O grupo é também reconhecido como inovador. Ubirany, também fundador, foi o criador do repique de mão, que é uma característica do Fundo de Quintal, levando outros grupos a usarem o instrumento. Além do repique de mão, o tantã e o banjo com cabo de cavaquinho, esse criado por Almir Guineto, outro fundador, são inovações do grupo, que, entre tantos prêmios, conquistou um Grammy Latino.

Yago Dora derrota Italo Ferreira e fatura etapa de Peniche na WSL


Logo Agência Brasil

A etapa da WSL (Liga Mundial de Surfe) de Peniche, em Portugal, teve um domingo (23) cheio.

O dia, que começou com as disputas das oitavas de final, culminou na conquista do título por Yago Dora, em uma final brasileira disputada contra Italo Ferreira. Os dois surfistas deram um show de aéreos e o vencedor só foi conhecido com os atletas já na areia, esperando o anúncio da última nota de Italo. O potiguar, que precisava de um 5.94 para virar o placar e passar Yago, obteve nota 5.00. A vitória ficou com o paranaense radicado em Santa Catarina pelo placar de 13.37 a 12.43.

Notícias relacionadas:

Esta foi a segunda etapa vencida por Yago Dora em sua carreira na divisão principal do surfe mundial (a outra foi em 2023, na etapa de Saquarema). Com o resultado, ele pulou 11 posições na tabela de classificação e agora é o quarto colocado, com 15.010 pontos.

Já Italo, que venceu a etapa anterior da temporada, em Abu Dhabi, é o líder do circuito no momento, com 23.885 pontos. Outros dois brasileiros aparecem no top 10: Filipe Toledo (eliminado nas quartas em Peniche) é o nono e Miguel Pupo é o décimo colocado.

Entre as mulheres, a campeã da etapa foi a americana Caroline Marks, que bateu a havaiana Gabriela Bryan na final com o somatório de 7.90 contra 6.97. As brasileiras Tatiana Weston-Webb e Luana Silva já haviam sido eliminadas antes da retomada das disputas neste domingo. Na temporada, Luana é a 14ª no ranking e Tatiana, a 17ª. A líder do circuito é a americana Caitlin Simmers.

A próxima etapa no calendário será realizada em El Salvador, com janela entre 1º e 11 de abril.

 

Família é a essência da Orquestra Ouro Preto, que completa 25 anos


Logo Agência Brasil

A alma da Orquestra Ouro Preto é a família que existe por trás dela. Logo cedo, o pai, Ronaldo Toffolo, viu a vocação das crianças, que estavam mergulhadas no ambiente de música que havia na casa. Com o tempo, os filhos evoluíram com os estudos de violino, e o pai decidiu criar um grupo musical. Com o amigo, compositor e bandoneonista argentino Rufo Herrera, hoje com 91 anos, Toffolo  teve ideia de desenvolver o projeto de uma orquestra de câmara.

“Aqui em casa, sempre acreditamos que somos mais completos se estivermos abraçados com a cultura. A cultura é a digital da existência de todos nós. Esse ambiente proporcionou uns aperitivos de uma sedução que transformaria isso aqui em uma proposta e a escolha pela profissionalização foi deles”, disse Toffolo à Agência Brasil.

Notícias relacionadas:

O pai tem certeza de que “a sorte de o filho mais velho”, Rodrigo, hoje maestro da orquestra, ter dado suporte, foi fundamental “para levar a turma toda a acreditar que o projeto ia dar certo”. Segundo Toffolo, esse ambiente é que “trouxe a magia do abraço da cultura como marca inequívoca de que nós somos mais quando temos nossa companhia”.

A casa onde tudo começou, no centro de Ouro Preto, Minas Gerais, guarda a memória da família. O quarto onde ensaiavam tem as paredes cobertas por estantes repletas de discos de vinil e CDs. Tudo divide o espaço com o piano em que, um dia, ao tocar uma música dos Beatles, chamou atenção de Rodrigo, um menino de 11, 12 anos na época, que acordou de madrugada encantado com aquele som.


São Paulo- 23/03/2025 - Maestro Rodrigo Toffolo e 
Apresentação da Orquestra Ouro Preto no Teatro Municipal Ouro Preto-Casa da Ópera . Créditos: Cristina Indio do Brasil

Casa no centro de Ouro Preto abriga instrumentos e objetos que lembram a formação da orquestra – Cristina Indio do Brasil – Agência Brasil

 

A conversa da reportagem com Ronaldo Toffolo neste quarto trouxe ainda outras histórias da família, e ele externou o sentimento que tem ao fazer uma retrospectiva do início do grupo até o reconhecimento, inclusive internacional, que a orquestra conquistou em seus 25 anos.

“É uma história fantástica, e é até difícil ser sucinto, mas o fato é que a gente fica agradecido por essa bênção especial de adesão deles [os filhos] ao que se propõe à vida deles na área da música, que é o coroamento de algo de que nunca desacreditamos, porque entendíamos que isso tinha que ser companhia nossa. A cultura faz parte, mas não pretendíamos que isso se tornasse o elemento de vida, de trabalho, de profissão, e nós estamos aqui preparando a nova geração, através dos netinhos, que, quem sabe, vêm por aí começando”, disse, apontando para o futuro da orquestra.

“Não se trata de milagre. Não acredito em milagres neste sentido. É muito trabalho, muita certeza de que a gente precisa acreditar. Essa crença leva a turma toda, hoje, a passar isso nas nossas apresentações em qualquer lugar, a contagiar já os filhos, os netos que estão sempre presentes”, comentou Toffolo.

A mãe, Marília Reis Toffolo, hoje com 72 anos, era quem cuidava para que as crianças não seguissem outro rumo. Toda quarta-feira pegava as crianças e ia para Belo Horizonte para elas fazerem aulas de violino.

“A origem foi toda nesta casa. Ronaldo criou uma orquestra para os filhos tocarem. É a mesma coisa, por exemplo de pôr cinco filhos para estudar metalurgia e montar uma metalúrgica para os seus filhos. A minha participação foi vigiar. Eu ia para Belo Horizonte, porque em Outro Preto não tinha [curso de violino]. Foram dez anos levando toda quarta-feira eles para Belo Horizonte para estudar violino. Lá, depois da aula, o professor me chamava e falava: ‘dona Marília, a Mara [uma das filhas gêmeas, que são as mais novas] a senhora vai olhar o cotovelo, Marina está pondo o dedo para cima que não pode, Ronaldinho está baixando muito o braço’. Aí, quando eu punha para estudar, eu ficava: ‘Marina, olha o dedo’. Eu fui junto com eles com aquele foco”, lembrou, destacando que corrigia, em casa,as posições no violino conforme indicava o professor.

As crianças aderiram à ideia da orquestra, mas houve períodos em que veio a vontade de desistir. A mãe, no entanto, persistiu. “Eu brinco que tinha tudo para dar errado e deu certo, porque imagina pegar cinco crianças, foram crianças normais iguais às outras. Teve a fase de adolescentes, aquela em que não queriam mais, a fase em que choravam, em que queriam bater e não queriam ir tocar. Eu nunca deixei. Primeiro, era violino, o resto era resto mesmo. Só iam para festa para casa de amigos se estudassem violino”, contou Marília, confessando que ela mesma nunca fez aulas de música.

“Não, menina, fiz a maior burrada da minha vida, porque eles começaram do zero, e eu podia ter começado junto, eu ficava mais de cinco horas esperando cada um entrando e saindo do quarto do professor, lá Belo Horizonte.”

A casa da família é decorada com objetos que fazem parte da memória de todos. “Fui juntando, juntando e tenho esse monte de coisa antiga pela casa afora. Fica uma memória afetiva”, ressaltou Marília, dizendo que ela e marido nunca deixaram de morar em Ouro Preto. “Ronaldo é de Ouro Preto, eu sou de Ouro Preto e nunca morei em outro lugar na minha vida.”

Para o maestro Rodrigo Toffolo, hoje com 47 anos, chegar aos 25 anos preservando uma orquestra de câmara com reconhecimento internacional, não é uma tarefa fácil.

“É um desafio. Sempre falo que o trabalho que a gente faz em equipe com um conjunto muito grande, faz a gente ficar muito feliz e orgulhoso de ter optado anos atrás pelo caminho da música, e tudo que foi plantado e regado com carinho enorme possa ser visto hoje florescendo e dando esses resultados todos”, disse à Agência Brasil.

 


São Paulo- 23/03/2025 - Maestro Rodrigo Toffolo e 
Apresentação da Orquestra Ouro Preto no Teatro Municipal Ouro Preto-Casa da Ópera . Créditos: Cristina Indio do Brasil

Maestro Rodrigo Toffolo aposta na renovação para garantir evolução da companhia – Cristina Indio do Brasil – Agência Brasil

O regente define a evolução do grupo como gradual e feita com muita responsabilidade, pensando na qualidade do projeto, por ser um grupo que sempre criou um repertório próprio e investiu na criação de música nova. “A definição da identidade da orquestra muito cedo nos ajudou a caminhar de maneira mais firme, sem muitas mudanças no caminho. Sempre tivemos na cabeça quais eram os pilares de atuação. Esses pilares são mantidos até hoje e ficamos muito felizes com isso”, completou.

Rodrigo Toffolo vê a renovação de gerações de músicos como uma garantia de evolução da orquestra. “Hoje muitos alunos da nossa academia jovem estão na orquestra principal. Jovens que entraram na academia, formaram-se na academia, e hoje seguem a carreira de músicos profissionais. Isso é muito importante. Nos 25 anos, certamente, várias pessoas passaram por aqui, vários músicos, e a gente conseguiu não só absorvê-los, mas poder viver e trabalhar com música”, destacou.

Com o passar do tempo, foi fácil notar que a formação de público, que sempre foi muito importante para o grupo, é uma forma de colher os frutos das apresentações nos mais diversos lugares do Brasil e fora do país, disse o maestro.

“Os teatros hoje ficaram pequenos para o que a orquestra faz. Os ingressos sempre esgotam com semanas de antecedência, e a gente começou a migrar para praças públicas, para o lado de fora, para poder receber o público que a orquestra tem, que é sempre muito generoso, muito representativo e mais popular. E ver também que a orquestra tem várias facetas”, acrescentou.

“Interessa exatamente que eles [público] saibam a beleza que a orquestra tem, a capacidade infinita da orquestra de fazer música, de tocar qualquer estilo de música”, concluiu.

*A repórter viajou a convite da Orquestra Ouro Preto