Dólar sobe para R$ 5,75 com tarifas de Trump e declarações de Haddad


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Após vários dias de trégua, o mercado financeiro iniciou a semana com turbulências. O dólar subiu com novas ameaças de tarifaços do presidente norte-americano Donald Trump e declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A bolsa de valores descolou-se do exterior e caiu quase 1%.

O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (24) vendido a R$ 5,752, com alta de R$ 0,035 (+0,61%). A cotação chegou a subir para R$ 5,77 por volta das 9h50, após declaração de Haddad sobre uma possível mudança de parâmetros do arcabouço fiscal, mas desacelerou e voltou a operar em torno de R$ 5,73 após o ministro prestar esclarecimentos na rede social X.

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Perto do fim das negociações, no entanto, a moeda norte-americana acompanhou o mercado internacional e voltou a disparar, após Trump anunciar a intenção de sobretaxar em 25% países que comprem petróleo da Venezuela. O mandatário norte-americano também anunciou que o tarifaço previsto para vigorar a partir de 2 de abril afetará alumínio, automóveis e produtos farmacêuticos.

O mercado de ações também teve um dia agitado. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 131.321 pontos, com queda de 0,77%. O indicador chegou a operar na estabilidade no fim da manhã, mas aprofundou a queda durante a tarde, descolando-se das bolsas norte-americanas, que se recuperaram de baixas expressivas e subiram nesta segunda.

Em um dia de volume baixo, a bolsa foi afetada pela realização de lucros, quando os investidores vendem ações para embolsar ganhos recentes, após três semanas de alta. No entanto, a conjuntura internacional também afetou porque as taxas dos títulos do Tesouro norte-americano, os investimentos mais seguros do planeta, subiram nesta segunda. Isso estimula a fuga de capital de países emergentes, como o Brasil.

*Com informações da Reuters

Fiocruz lança IA para ajudar no registro de pesquisas clínicas


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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou nesta segunda-feira (24) uma inteligência artificial generativa para o registro de pesquisas clínicas. A expectativa é que Rebec@, nome dado à IA, possa responder sobre documentos e prazos para submissão de registros, tipos de estudos, regras para a aprovação e para se tornar voluntário em pesquisas.

As pesquisas clínicas são estudos feitos em pessoas para medir segurança e eficácia de novos medicamentos, vacinas e procedimentos de manejo clínico. São fundamentais para a chegada de alternativas terapêuticas.

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Segundo a Fiocruz, Rebec@ está conectada a uma base de aprendizagem atualizada em regulação e boas práticas em pesquisa clínica. Ela funcionará 24 horas por dia e sete dias por semana.

A IA trabalha com diferentes temas considerados prioritários pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como condições de saúde, doenças, populações específicas. Para alguns, há fast-tracks, vias de revisão expressa com aprovação em até 48 horas. Rebec@ pode ajudar a identificar se a pesquisa está entre as prioridades.

A previsão é incorporar, ainda este ano, fast-tracks para estudos com todos os patógenos definidos como prioridade da OMS na América Latina. O lançamento global das inovações está previsto para o dia 20 de maio, Dia Internacional dos Ensaios Clínicos, na 78ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra.

“Cada funcionalidade tem um custo baixíssimo e é sustentável não só porque otimiza recursos hoje. O efeito é exponencial, com externalidades positivas cumulativas que afetam toda cadeia de inovação. Agilizar a colaboração científica nacional e internacional e a transparência da informação é agilizar a chegada segura de vacinas ou outras inovações à sociedade. O impacto no SUS é direto”, destaca a vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Maria de Lourdes Aguiar Oliveira.


Covid-19: Fiocruz amplia capacidade nacional de testagem

Laboratório de pesquisa da Fiocruz – Itamar Crispim/Fiocruz

Testes

A IA vem sendo testada informalmente pela rede global International Clinical Trials Registry Platform (ICTRP), padrão ouro da Organização Mundial da Saúde em transparência da informação. Somente pesquisas com aval do registro no Clinical Trials (EUA) ou em plataformas da rede ICTRP, são aceitos pelas revistas científicas mais reconhecidas.

“Isso faz toda a diferença, ainda mais em situações de risco e emergências de saúde, como pandemias, em que a colaboração científica e a publicação de resultados exigem credibilidade mesmo correndo contra o tempo”, diz a coordenadora de Rebec@, Luiza Silva.

Josué Laguardia, um dos professores responsáveis pela coordenação do Registro Brasileiro, destaca que Rebec@ pode agilizar em muito o atendimento, pois há padrões que se repetem entre as dezenas de usuários que passam diariamente pelos revisores humanos do Registro.

“Rebec@ pode dar atenção ininterruptamente a estas dúvidas mais frequentes, enquanto paralelamente revisores lidam com os demais casos de modo personalizado durante o expediente da Fundação, com pronto atendimento ou até hora marcada”, diz Laguardia.

Também existe uma expectativa de que Rebec@ atraia pesquisadores de outros países com interesses de pesquisa na América Latina.

“Acreditamos que pode ser o início de um ecossistema de pesquisa realmente integrado para a região e que pode ser viável atuar como um condomínio de incubação de registros primários para países que ainda não tem nossa expertise em curadoria de informação no padrão ICTRP. Estamos buscando entender as regulações éticas das nações vizinhas”, diz Laguardia.

PF repatria bebê que estava em Portugal e foi vítima de tráfico humano


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A Polícia Federal (PF) concluiu nesta segunda-feira (24) Operação Pérola, que resultou na repatriação de um bebê que fora levado para Portugal no final de 2023, pouco após o nascimento, vítima de tráfico humano.

A investigação, conduzida pela Delegacia da PF em Campinas (SP), começou após o órgão ser acionado pela Promotoria de Justiça em Valinhos, no interior paulista. 

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Em ação conjunta com a Polícia Judiciária de Portugal, o bebê foi encontrado na região de Porto.

Segundo nota, a criança foi localizada e encaminhada à Assistência Social de Portugal, que a destinou a uma família acolhedora no país, “tendo lá permanecido até se confirmar que efetivamente não se tratava de criança portuguesa, pois os registros haviam sido falsificados quanto à sua nacionalidade e naturalidade”.

Após a confirmação da identidade e com intervenção do Ministério Público Federal em Campinas, policiais federais brasileiras foram até Portugal para trazer a criança, que já tem um ano e quatro meses, de volta ao Brasil.

De acordo com a PF, a criança está sob os cuidados de uma instituição brasileira, e as famílias acolhedoras em Portugal e no Brasil estão em contato para compartilhar informações.

“O vínculo criado durante esse período será respeitado, e as famílias continuarão em comunicação, mantendo um elo que visa o melhor interesse da criança”.

O processo para repatriação seguiu o Protocolo de Palermo, de 2004, que combate o tráfico internacional de pessoas.

“O retorno deste bebê ao Brasil simboliza não apenas o sucesso da cooperação entre os órgãos envolvidos, mas também a esperança renovada de um futuro seguro e protegido, com a crença de um recomeço de uma nova história com acolhimento e reconstrução”, complementa a nota da PF.

Sindicatos repudiam ataque a jornalistas que reportaram atos golpistas


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Entidades ligadas ao jornalismo profissional manifestaram indignação após ataques virtuais e onda de desinformação dirigidos às jornalistas Gabriela Biló e Thaísa Oliveira, da Folha de S.Paulo, em função de reportagem sobre os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro de 2023.

Entre os ataques na internet, há uma insinuação de que as profissionais seriam “responsáveis” pela prisão de Débora Rodrigues dos Santos, acusada de participar dos atos golpistas e de pichar a frase “Perdeu, mané” na estátua A Justiça

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Dentro dessa falsa informação, há ilações de que as jornalistas teriam entregado registros fotográficos e outras informações para o Supremo Tribunal Federal (STF) 

“Além de se tratar de uma desinformação, tal ilação revela o absoluto desconhecimento sobre o livre exercício profissional e sobre a tarefa jornalística de produzir registros de interesse público”, aponta nota assinada pelos sindicatos dos jornalistas profissionais do Distrito Federal (SJPDF), e de São Paulo (SJSP) e pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

Cinco crimes


Brasília (DF) 08.01.2023  - Estátua da Justiça, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), pichada.

Estátua A Justiça vandalizada, na sede do Supremo Tribunal Federal – Joedson Alves/Agencia Brasil

Segundo o que argumentam as entidades, a condenada respondeu judicialmente por cinco crimes diferentes, incluindo tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa.

Débora é acusada ainda de vandalizar a estátua que representa a Justiça na Praça dos Três Poderes. A nota emitida considerou “intolerável que profissionais de imprensa sejam caluniados, convertidos em alvo de campanha difamatória e de tentativa de linchamento público por cumprirem aquilo que deles se espera em termos de exercício da profissão”. 

As entidades apontam que é fundamental desestimular a cultura da violência contra jornalistas “por meio de uma ágil e justa responsabilização dos algozes, sem impunidade”.   Os representantes da categoria colocaram as assessorias jurídicas à disposição das profissionais.

Prefeitos da Grande São Paulo rejeitam renovação de concessão da Enel


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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, anunciou, nesta segunda-feira (24), que os municípios que fazem parte da chamada Grande São Paulo vão mover ação conjunta contra a renovação da concessão de distribuição de energia elétrica à Enel. O processo está em avaliação no setor e, se concluído, levaria à renovação da concessão do serviço à Enel por mais 30 anos.

“A Agência Nacional de Energia Elétrica [Aneel] está procurando fazer uma manobra desonesta de antecipar o contrato, que vence em 2028, de uma empresa que não respeita as pessoas, que toda hora dá problema para os 24 municípios que eles atendem aqui no Estado de São Paulo”, afirmou Ricardo Nunes, que informou ser a medida consensual entre as prefeituras.

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A declaração foi dada durante reunião do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana, na qual foram discutidos também temas como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66, que deve alterar regras de limites de pagamento de precatórios pelas cidades, a questão dos serviços de mototáxi, a mudança de nome da Guarda Civil Metropolitana para Polícia Municipal e a integração dos sistemas de monitoramento por vídeo.

Concessionária

A Agência Brasil procurou contado com a concessionária Enel, que, em nota, anunciou investimento de R$ 10,4 bilhões de 2025 a 2027 para melhoria, reforço, digitalização e expansão do sistema de distribuição de energia na região.

“A Enel reitera que tem forte compromisso com seus clientes e com a área de concessão em São Paulo, que abrange 24 municípios, incluindo a capital. Com foco na melhoria dos serviços prestados aos clientes, a distribuidora vem ampliando de forma constante e significativa os investimentos ao longo dos anos. De 2025 a 2027, a distribuidora vai investir R$ 10,4 bilhões, montante recorde para a região, principalmente, em função do avanço dos eventos climáticos. O investimento será destinado à melhoria, reforço, digitalização e expansão do sistema de distribuição, afirma a concessionária.

A empresa diz ainda que cumpre todos os compromissos estabelecidos no contrato de concessão e que vai contratar mais eletricistas, aumentar as manutenções preventivas e podas de galhos de árvores em contato com a rede elétrica, além de mobilizar antecipadamente equipes em campo de acordo com as previsões meteorológicas, entre outras ações. O texto acrescenta que, nos dois primeiros meses deste ano, a companhia reduziu em 40% o tempo médio de atendimento, registrando o melhor indicador para o período dos últimos sete anos.

Aneel

Em nota, a Aneel diz que as condições que preveem a renovação antecipada das concessões constituem-se de política pública – portanto, de competência do Poder Concedente – e estão previstas no Decreto nº 12.068, de 20 de junho de 2024. “Assim, coube à Aneel avaliar o cumprimento das condições previstas no decreto, para avaliação da renovação ou não pelo Ministério de Minas e Energia.” Segundo a agência, não foi aprovado contrato de concessão para a Enel-SP, mas sim modelo de contrato que deverá ser adotado caso o pedido de renovação da concessão seja acatado pelo ministério.

“Cabe ressaltar também que há termo de intimação contra a Enel São Paulo, cuja manifestação da distribuidora está em análise. Enquanto esse processo estiver aberto, não poderá haver renovação da concessão”, acrescenta a nota da Aneel.

Milhares vão às ruas na Argentina no Dia da Memória, Verdade e Justiça


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Em 24 de março de 1976, na Argentina, um golpe de Estado depôs o governo de María Estela Martínez de Perón, conhecida como Isabelita Perón, dando início a uma das ditaduras mais violentas da América Latina, que perduraria até 1983, resultando em perseguições, sequestros, torturas e assassinatos que vitimaram mais de 30 mil pessoas. Após a retomada da democracia, o Dia da Memória, Verdade e Justiça, lembrado nesta segunda-feira (24), passou a fazer parte do calendário nacional de mobilização da sociedade civil argentina, que se reúne em marchas pelo país afora.

O ato deste ano também marcou uma histórica unidade entre os principais movimentos sociais e de direitos humanos, o que não ocorria há pelo menos 19 anos. A marcha unificada reuniu milhares de pessoas na capital, Buenos Aires, bem como nas principais cidades do país, como Córdoba, Mendoza, Rosário e Santa Fé, em um contexto de oposição às políticas neoliberais e à visão do governo do atual presidente, Javier Milei, sobre a ditadura militar argentina. O mandatário de extrema-direita costuma se referir ao período ditatorial argentino como “uma guerra” em que “se cometeram excessos”, mas não condena o desaparecimento, a tortura, o assassinato nem o sequestro de bebês dos opositores do regime.

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A própria vice-presidente do país, Victoria Villarruel, é oriunda de família de militares e já defendeu a revisão da políticas de reparação e indenização às vítimas e parentes de mortos e desaparecidos políticos durante o regime.

Em Buenos Aires, a marcha saiu das proximidades da Avenida 9 de Julho em direção à Praça de Maio, onde fica a Casa Rosada, sede da Presidência da República. O ato foi organizado pelas entidades Mães e Avós da Praça de Maio, o agrupamento HIJOS (Filhos por Identidade e Justiça, na sigla em espanhol), movimentos de direitos humanos, sindicatos e partidos políticos, incluindo os peronistas.

“Lutamos por restituir a identidade das centenas de bebês roubados pela ditadura. A apropriação foi um desaparecimento forçado que continua se repetindo enquanto não se recupera a verdadeira identidade dessas pessoas”, discursou a presidente das Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto, em um palco montado na própria praça histórica.

Uma das políticas sistemáticas da ditadura argentina foi justamente o sequestro e roubo de bebês de mães militantes políticas que estavam presas em centros clandestinos de tortura. Essas crianças eram então repassadas para adoção por outras famílias, muitas das quais ligadas a militares. São provavelmente centenas de casos jamais elucidados, e os movimentos de mães e avós da Praça de Maio emergiram dessa busca por verdade e justiça, tornando-se referência na luta por direitos humanos no país.

Mais cedo, o governo Milei anunciou a desclassificação total de todas as informações da Secretaria de Inteligência do Estado (SIDE) sobre o período repressivo da segunda metade da década de 1970, e, ao mesmo tempo, reconheceu que um ataque do grupo armado ERP, de oposição ao regime militar, contra a família do capitão Humberto Viola, trata-se de crime contra a humanidade.

“O governo do Presidente Milei tem um compromisso inabalável com os direitos humanos e contar a história completa é uma tarefa crucial neste caminho”, afirmou o porta-voz da Presidência argentina, Manuel Adorni, segundo meios de comunicação locais.

Caminhos da Reportagem mostra impacto dos microplásticos na saúde


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O cérebro é o órgão mais protegido do corpo humano. Até por isso, “havia dúvida se o microplástico [partícula com menos de meio centímetro] conseguiria chegar lá”, revela a pesquisadora brasileira Thais Mauad.

“A gente resolveu estudar uma estrutura que se chama bulbo olfatório, que é a nossa primeira conexão com o nariz”, continua a professora do Departamento de Patologia da USP. “E encontrou, nesse local, partículas de microplástico”.

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O coração também é um órgão nobre. E outro estudo, esse do pesquisador italiano Raffaele Marfella, mostra que pacientes com plástico na carótida, artéria que leva sangue do coração para o cérebro, têm quatro vezes mais chances de ter infarto, AVC ou mesmo morrer.

Nossa equipe conversou com Marfella, que – depois da descoberta – tenta desenvolver um tratamento eficaz para combater inflamações causadas por microplástico.

“As bactérias que se alimentam de plástico o digerem para produzir energia. Essas bactérias agem com duas enzimas. A nossa ideia é isolar essas enzimas e inseri-las onde há contaminação”, explica o professor de Medicina da Universidade Vanvitelli de Nápoles.

Além do cérebro e da carótida, outras pesquisas descobriram microplástico no pulmão, no fígado, nos rins, no leite materno, no sêmen e no sangue. Mas quais são as consequências dessa invasão de plástico no nosso corpo? E mais: o que pode ser feito para minimizar o problema?

As respostas estão no programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil. No episódio “Microplástico na veia”, que vai ao ar nesta segunda-feira (24), a repórter Flavia Peixoto conversa com cientistas, professores, pesquisadores, gestores ambientais e representantes da indústria do plástico.

A reciclagem, na avaliação da maioria dos especialistas no assunto, é importante. Mas não resolve o problema. A saída, ainda segundo eles, é reduzir a produção. Tarefa que não é simples.

“O plástico tem uma limitação técnica e química. Ele só pode ser reciclado uma ou duas vezes”, ataca a gerente de Advocacy e Estratégia da ONG Oceana, Lara Iwanicki.

“Tem plásticos que conseguem ser reciclados dezenas de vezes, depende da tecnologia que você empregar”, defende o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química, André Passos Cordeiro.

“O que o ministério do Meio Ambiente deseja é que o plástico seja usado na menor quantidade possível, tendo em vista o impacto que ele causa hoje nos oceanos, no solo e na saúde humana”, afirma o diretor de Gestão de Resíduos Sólidos do ministério, Eduardo Rocha.

O episódio “Microplástico na veia” vai ao ar nesta segunda-feira (24), às 23h, na TV Brasil.
 

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Receita recebe 3,4 milhões de declarações do IR na primeira semana


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Na primeira semana de entrega, a Receita Federal recebeu 3.414.843 declarações do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) de 2025. O número, registrado até as 17h desta segunda-feira (24), equivale a 7,4% do total esperado para este ano.

O prazo para entregar a declaração começou no último dia 17 e termina às 23h59 do dia de 30 de maio. O programa gerador da declaração está disponível desde o último dia 13.

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A Receita Federal espera receber 46,2 milhões de declarações do Imposto de Renda da Pessoa Física este ano, o que representará um acréscimo de quase 7%, na comparação com 2024, quando foram entregues 43,2 milhões de declarações.

As pessoas físicas que receberam rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888, assim como aquelas que obtiveram receita bruta da atividade rural acima de R$ 169.440, são obrigadas a declarar. 

As pessoas que receberam até dois salários mínimos mensais durante 2024 estão dispensadas de fazer a declaração, salvo se se enquadrarem em outro critério de obrigatoriedade.

 


arte irpf 2025

Convergência entre mulheres pode levar a fortalecimento de direitos


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A pesquisa Mulheres em Diálogo, divulgada nesta segunda-feira (24), mostra que, independentemente de orientação política e classe social, 94% das mulheres defendem igualdade salarial, 77% apontam segurança como prioridade e 72% apoiam maior representatividade feminina na política. No entanto, o levantamento evidencia desafios em pautas como descriminalização do aborto e influência religiosa na política.

Os resultados da pesquisa indicam que, mesmo em um contexto de fraturas sociais, há temas que aproximam mulheres de diferentes perfis, criando oportunidades para construir diálogos produtivos, afirma Carolina Althaller, diretora executiva do Instituto Update, responsável pelo levantamento. Para a etapa quantitativa, foram feitas entrevistas com 668 mulheres, residentes em todas as regiões do país. A etapa qualitativa incluiu 30 mulheres em grupos focais.

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“Questões como igualdade salarial e segurança refletem preocupações universais entre as mulheres brasileiras e podem ser a base para ações que promovam avanços nos direitos das mulheres”, diz Carolina. O combate à violência de gênero também é uma questão comum aos diferentes perfis de mulheres, sendo apontado por 71% das entrevistadas quando questionadas sobre três dos principais temas para a mulher brasileira atualmente.

A cientista política Camila Rocha, uma das pesquisadoras, explica que o estudo partiu de um diagnóstico de que seria possível as mulheres brasileiras avançarem mais  se aquelas que estão na política hoje se unissem em torno de objetivos comuns.

“Muitas vezes, a gente pensa no que divide as mulheres, no que as mulheres têm uma discordância maior, e eu estou falando principalmente na pauta da legalização do aborto no Brasil. E, às vezes, a gente deixa de lado pensar que, na verdade, tem muitas outras concordâncias em vários temas”, relatou a cientista política.

A pesquisa revela que até mesmo as que não se identificam como feministas reconhecem a importância dessas pautas e apoiam iniciativas que melhorem a vida das mulheres. Segundo o estudo, porque 48% das entrevistadas consideram-se feministas, 43% não se consideram feministas e 8% não souberam responder.

De acordo com a pesquisa, a resistência ao termo feminismo pode estar ligada a associações com movimentos políticos pontuais, que conflitam com valores conservadores, ou até à falta de entendimento sobre o que o termo realmente significa. No entanto, uma das conclusões é que essa rejeição ao termo não anula as possibilidades de encontrar solidariedade em causas de interesse comum.

Feministas na política

Carolina destaca que, no Brasil, o avanço da extrema-direita e do fundamentalismo religioso contribui para a inviabilidade do diálogo entre mulheres de diferentes perfis e na construção de pautas em comum. No entanto, é preciso destacar o trabalho que o movimento feminista tem feito nos últimos anos, afirma.

“Temos 90 mulheres, no total de 513 deputados – é a maior bancada de mulheres da história. Não temos uma democracia verdadeiramente representativa, em que todos os grupos têm oportunidade de representação igual, mas também percebemos essa ocupação feminista do poder acelerando na América Latina.”

A inovação política e a inovação social acontecem quando grupos historicamente marginalizados, como mulheres e populações negra, LGBT e indígena entram na atividade política, enfatiza Carolina.

“Aqui no Brasil, desde o [primeiro mandato do] Lula, a gente vê esse processo de institucionalização do movimento feminista, e aí a promulgação da Lei Maria da Penha, em 2006, e a criação de equipamentos públicos e políticas específicas para efetivá-la”, ressalta.

A cientista política Camila Rocha pondera que, mesmo com o avanço da ideia de que as mulheres precisam estar mais representadas na política e de que existe machismo no Brasil, ainda há pouca representação das mulheres no Parlamento do país. “O estudo começa justamente nos anos da redemocratização, falando desse momento em que as mulheres que estavam na política naquela época conseguiram se unir e conseguiram vários direitos importantes para as mulheres”, lembrou.

Desafios

Embora tenha identificado consensos relevantes na busca por direitos, o estudo mostrou que há desafios em pautas como descriminalização do aborto, que teve rejeição de 75% das entrevistadas. No entanto, a maioria (72%) também rejeita a prisão de mulheres que fazem abortos fora das situações permitidas pela lei.

A pesquisadora pondera ainda que, quando há um aprofundamento ou apresentação de contexto na entrevista, as mulheres podem ter outro posicionamento sobre um mesmo tema. O fato de o aborto ser criminalizado, ressalta Camila, também pode induzir ao entendimento de que essa é uma prática errada, já que é um crime.

“Quando você começa a falar de casos reais, mostra imagens de mulheres que tentaram, precisaram fazer aborto, e não conseguiram acesso, você vê que as mulheres, inclusive que eram contrárias inicialmente, se sensibilizam muito mais e tem muito mais abertura para falar do assunto e elas eventualmente até mudam de opinião. Então eu acho que tem uma coisa do plano abstrato e tem a dimensão prática”, disse.

Sobre a influência religiosa na política, 53% defendem que valores religiosos devem guiar decisões políticas e 43% acreditam que não. 

Para o Instituto Update, essa divisão representa um fator-chave na definição de votos e na percepção de políticas públicas voltadas para mulheres no Brasil. Para a diretora do instituto, Carolina Althaller, a pesquisa oferece oportunidade para diálogos e construção de soluções que representem a diversidade de experiências das mulheres no país.

Haddad sai em defesa de arcabouço fiscal e se compromete com metas


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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, saiu em defesa do arcabouço fiscal nesta segunda-feira (24), após uma declaração em evento promovido pelo jornal Valor Econômico provocar oscilações no dólar. Em postagem na rede X, o ministro comprometeu-se com o cumprimento das metas atuais do marco fiscal.

“Estão tentando distorcer o que falei agora em um evento do Valor. Disse que gosto da arquitetura do arcabouço fiscal. Que estou confortável com os seus atuais parâmetros. E que defendo reforçá-los com medidas como as do ano passado. Para o futuro, disse que os parâmetros podem até mudar, se as circunstâncias mudarem, mas defendo o cumprimento das metas que foram estabelecidas pelo atual governo”, postou o ministro.

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Ao discursar no evento, no início da manhã, Haddad citou a possibilidade de mudanças nos parâmetros do arcabouço fiscal. Ele ressaltou que as alterações só viriam num cenário que combinasse queda da Taxa Selic (juros básicos da economia), inflação sob controle e estabilidade na dívida pública.

“Quando você estiver numa situação de estabilidade da dívida/PIB, se você tiver uma Taxa Selic mais comportada e uma inflação mais comportada, você vai poder mudar os parâmetros [do arcabouço]. Na minha opinião, não deveríamos mudar a arquitetura”, declarou Haddad.

A fala provocou alvoroço no início das negociações no mercado financeiro. O dólar chegou a R$ 5,77 por volta das 9h45, mas desacelerou e estabilizou-se em R$ 5,73 após a postagem do ministro na rede X. Durante a tarde, a moeda norte-americana voltou a subir para R$ 5,75 após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar que pretende impor uma tarifa adicional de 25% sobre os países que comparem petróleo da Venezuela.

O arcabouço fiscal estabelece meta de déficit primário zero para 2025 e superávit primário de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026, 0,5% em 2027 e 1% em 2028. Em todos os anos, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual para mais ou para menos. O superávit primário representa a economia de recursos para pagar os juros da dívida pública.

Além da meta de resultado primário, o arcabouço tem um limite de gastos, que prevê o crescimento real (acima da inflação) das despesas em 70% do crescimento real das receitas no ano anterior, dentro de uma trilha entre 0,6% e 2,5% de expansão, descontada a inflação.