Filme e projeto educacional alertam para racismo no atendimento médico


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Diagnóstico tardio, erros médicos, dificuldade de acesso a exames. Com o objetivo de chamar atenção para experiências deste tipo vividas por pessoas negras na assistência médica, o curta-metragem Corpo Negro foi lançado na terça-feira (1º) com uma exibição seguida de uma mesa redonda no Cinema Estação do Shopping da Gávea, na zona sul do Rio de Janeiro. Disponível para acesso online, ele leva para a tela a jornada de um homem enfrentando a indiferença de profissionais que lhe atendem.

O filme, que propõe uma reflexão sobre o racismo, foi dirigido por Nany Oliveira e produzido como parte do projeto Mediversidade, de iniciativa dos braços sociais de dois grupos empresariais do setor educacional. Lançado pelo Instituto de Educação Média (Idomed) e pelo Instituto Yduqs, ele reúne compromissos para um ensino mais diverso. Há a promessa de adoção de uma série de medidas em estabelecimentos vinculados aos dois grupos como Estácio, Ibmec, Damásio, Faculdade de Medicina de Açailância (Fameac) e Faculdade Pan Amazônica (Fapan).

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Diferentes estudos já conduziram a resultados que sugerem uma desigualdade preocupante no atendimento médico. Em 2018, uma pesquisa desenvolvida na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) calculou que mulheres pretas e pardas tinham duas vezes mais chances de receber um diagnóstico tardio de câncer de mama em comparação com mulheres brancas. Os resultados foram publicados na Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia.

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Um outro estudo publicado em 2023 indicou que pacientes negros têm mais chances de serem hospitalizadas em decorrência de erro médico em praticamente todas as regiões do país. A única exceção foi o Sul. Os resultados foram apresentados em um boletim produzido pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps) e pelo Instituto Çarê. A análise das causas de 66.496 internações ocorridas entre 2010 e 2021 indicou, por exemplo, que a probabilidade de um evento deste tipo envolvendo pessoas negras é 65,2% maior no Sudeste e 585,3% maior no Nordeste.

Também em 2023, uma pesquisa elaborada pelo Ministério da Saúde e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelaram que a mortalidade materna entre mulheres negras é mais que o dobro em comparação a de mulheres brancas. A conclusão foi obtida após análise dos óbitos registrados no ano anterior e foram considerados todos os casos que ocorreram em até 42 dias após o fim da gestação e que estavam relacionados a causas ligadas à gestação, ao parto e ao puerpério.

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Nos Estados Unidos, há estudos apontando na mesma direção. Há dois anos, o Centro Médico de Boston estimou que, em média, pacientes negros receberam o diagnóstico associado ao Alzheimer aos 72,5 anos. A média para os brancos foi de 67,8 anos. Além disso, as taxas de realização de ressonância magnética para confirmar a doença era muito inferior entre pessoas negras. Os pesquisadores concluíram que os dados sugerem um atraso na detecção do declínio cognitivo em pacientes negros, bem como a falta de encaminhamento adequado para exames diagnósticos.

O filme Corpo Negro traz, em letreiros, outros dados que indicam, por exemplo, que as consultas realizadas com pessoas brancas são mais demoradas. O curta-metragem destaca ainda que, apesar da invisibilidade dos pacientes negros, os seus corpos são os mais doados para estudos nos cursos de Medicina.

Outro dado que o filme chama atenção é para a baixa quantidade de profissionais pretos. De acordo com dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 75,5% dos graduados em Medicina se declararam brancos e 19% pardos. Apenas 2,8% eram pretos.

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A proposta do Mediversidade, segundo o Idomed e o Instituto Yduqs, é oferecer respostas para esse cenário. Entre as medidas elencadas, está a realização de cursos gratuito de letramento étnico-racial para docentes, discentes e profissionais já formados; ampliação para 35% no número de vagas afirmativas no processo de contratação de professores; a revisão da matriz curricular da graduação para tornar o curso mais inclusivo; a priorização de projetos de pesquisa científica com foco em diversidade; a concessão de bolsas integrais para estudantes pretos e pardos; e a adoção de manequins negros nas aulas e simulados.

 

Rio se prepara para a frente fria que poderá trazer tempestade 

O governo do Rio intensificou o planejamento de prevenção e ações voltadas para a forte chuva que está prevista para esta sexta-feira (4) e que deve permanecer durante o final de semana. De acordo com o boletim meteorológico da Defesa Civil Estadual, o avanço da frente fria pelo oceano poderá acentuar os locais de instabilidade, aumentando as chances de tempestade, raios e ventania em diversas regiões do estado.

O governador Cláudio Castro anunciou medidas para minimizar os efeitos do temporal. “Estamos atuando de forma preventiva e antecipada para atenuar possíveis danos causados pela chuva que está prevista para o fim de semana. Nossas equipes trabalham, sem parar, monitorando todo o estado. Temos a consciência dos efeitos das mudanças climáticas que vêm acontecendo e afetam toda a população”, disse.


Rio de Janeiro (RJ), 06/10/2023 - O secretário-executivo do ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, e o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, falam com a imprensa após reunião no Palácio Guanabara. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil

Rio de Janeiro (RJ) – O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro. Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil – Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden-RJ), monitora 24 horas por dia as condições climáticas e os níveis pluviométricos, emitindo alertas de risco.

“É importante que a população fique atenta aos alertas e siga as orientações. A tecnologia é uma aliada fundamental na prevenção de tragédias e cada cidadão pode contribuir ao repassar as informações recebidas para amigos e familiares”, afirmou o secretário de Estado de Defesa Civil, coronel Tarciso Salles.

>>Governo do Rio anuncia R$ 8 bilhões para enfrentamento de temporais

Investimento

A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros receberam investimentos de cerca de R$ 1 bilhão em tecnologia para a gestão de riscos e respostas a desastres, como o Sistema de Monitoramento, Alerta e Alarme, com 202 sirenes e 70 pluviômetros.

A corporação está preparada para atender quaisquer emergências, nos 92 municípios, com apoio de viaturas de salvamento e resgate, ambulâncias, embarcações, drones e aeronaves, além de equipes de especialistas em desastres.

São Paulo estreia bem e vence Talleres na Argentina pela Libertadores


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O palco da derrota para o Independiente del Valle, do Equador, na final da Copa Sul-Americana de 2022, passou a ter novo significado para o torcedor do São Paulo. Desta vez, o Tricolor saiu vitorioso do Estádio Mario Alberto Kempes, em Córdoba, na Argentina. Na noite dessa quarta-feira (2), a equipe paulista derrotou o Talleres por 1 a 0, na estreia pelo Grupo D da Libertadores.

O anfitrião era um adversário indigesto para o clube brasileiro. Em 2019, o São Paulo foi eliminado na fase preliminar da Libertadores pelo Talleres, perdendo em Córdoba por 2 a 0, no jogo de ida. No ano passado, as equipes se reencontraram, também pela rodada de abertura da principal competição do continente. Outra vez, os argentinos levaram a melhor, ganhando por 2 a 1.

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O Tricolor chegou a balançar as redes aos 35 minutos do primeiro tempo, com Jonathan Calleri. O centroavante, que marcou apenas três gols nos outros 11 jogos da temporada, completou, na pequena área, um cruzamento pela esquerda de Oscar. O lance, porém, foi anulado por impedimento do meia brasileiro.

No segundo tempo, quando o Talleres dominava as ações ofensivas, o São Paulo abriu o placar. Aos 30 minutos, o lateral Cédric cruzou pela direita e o volante Juan Portilla tirou, mas a bola sobrou com Alisson. De fora da área, o volante arriscou de primeira, no canto direito do goleiro Guido Herrera, que não segurou a finalização. Os argentinos foram para cima atrás do empate e até chegaram perto em cabeça do zagueiro Alan Franco, que acertou a trave, quase fazendo contra.

O próximo compromisso do time comandado por Luís Zubeldia na Libertadores será na quinta-feira que vem (10), às 21h30 (horário de Brasília), no Morumbis, em São Paulo, diante do Alianza Lima, do Peru, derrotado em casa na estreia, por 1 a 0, pelo Libertad, do Paraguai. Antes, o Tricolor encara o Atlético-MG no domingo (6), às 16h, no Mineirão, em Belo Horizonte, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro.

Campeão tropeça

A vitória são-paulina foi a primeira de um time brasileiro na fase de grupos da Libertadores – na terça-feira (1º), o Fortaleza levou 3 a 0 do Racing, da Argentina, na Arena Castelão. Na quarta, o Botafogo teve chance de também triunfar na rodada, mas foi superado pela Universidad de Chile. Atual campeão, o Glorioso perdeu por 1 a 0, no Estádio Nacional de Santiago, pelo Grupo A, em partida transmitida ao vivo pela Rádio Nacional.

O gol da vitória saiu aos 14 minutos da segunda etapa. Após receber a bola na entrada da área, Nícolas Guerra girou e rolou para o também atacante Lucas Di Yorio, que, sozinho, na frente de John, finalizou na saída do goleiro. Três minutos depois, o próprio Guerra marcou, mas o lance foi invalidado por falta em cima do zagueiro Jair.

O Alvinegro terá oportunidade de se reabilitar na próxima terça-feira (8), contra o Carabobo, da Venezuela, no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, às 19h. A equipe, agora, muda a chave para o Brasileirão. No sábado (5), o Botafogo encara o Juventude, também em casa, às 21h, pela segunda rodada da competição nacional.

Câmara aprova Lei da Reciprocidade Comercial e texto vai à sanção


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A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta-feira (2), o Projeto de Lei 2.088/2023, que cria a Lei da Reciprocidade Comercial, autorizando o governo brasileiro a adotar medidas comerciais contra países e blocos que imponham barreiras aos produtos do Brasil no mercado global. Agora, o texto segue para sanção presidencial.

O texto do PL já havia sido aprovado nesta terça-feira (1) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e no plenário do Senado, por unanimidade.

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O tema se tornou prioridade no Congresso após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar “tarifas recíprocas” contra parceiros comerciais. O anúncio do novo tarifaço, realizado mais cedo pelo líder norte-americano, incluiu uma nova sobretaxa de 10% sobre produtos brasileiros.

Durante toda a tarde, enquanto a matéria estava sendo debatida, o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, apresentou requerimentos de obstrução das votações para pressionar pelo Projeto de Lei da Anistia.

Porém, um acordo entre todas as bancadas, do governo à oposição, resultou na retirada de todos os destaques para atrasar a matéria, que acabou sendo aprovada por unanimidade, em votação simbólica. Em troca, a ordem do dia da Câmara foi suspensa, e projetos que estavam na pauta de votação do plenário serão analisados nas próximas sessões.

“Nas horas mais importantes não existe um Brasil de esquerda ou um Brasil de direita. Existe apenas o povo brasileiro. E nós, representantes do povo, temos de ter a capacidade de defender o povo acima de nossas diferenças”, declarou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que presidiu toda a votação.

Reciprocidade

O Artigo 1º do Projeto de Lei da Reciprocidade comercial estabelece critérios para respostas a ações, políticas ou práticas unilaterais de país ou bloco econômico que “impactem negativamente a competitividade internacional brasileira”.

A lei valerá para países ou blocos que “interfiram nas escolhas legítimas e soberanas do Brasil”.

No Artigo 3º, fica autorizado o Conselho Estratégico da Câmara de Comércio Exterior (Camex), ligado ao Executivo, a “adotar contramedidas na forma de restrição às importações de bens e serviços”, prevendo ainda medidas de negociação entre as partes antes de qualquer decisão.

O prazo para que seja sancionada pelo presidente da República e entre definitivamente em vigor são 15 dias úteis após a aprovação.

Mais três construções irregulares começam a ser demolidas no Rio


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A Secretaria de Ordem Pública da prefeitura do Rio de Janeiro iniciou, nesta quarta-feira (2), a demolição de três construções irregulares no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste da cidade. Os engenheiros da prefeitura estimam um prejuízo de R$ 4,1 milhões aos responsáveis pelas obras.

Um dos imóveis tem dois andares e três unidades residenciais, o outro possui um pavimento, com uma pequena estrutura anexa nos fundos do terreno. A terceira construção, destinada ao uso comum do condomínio, fica nos fundos da via interna e foi erguida às margens do Canal do Cortado. 

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Segundo o secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale, as construções ilegais, sem autorização, colocam em risco o meio ambiente e prejudicam o ordenamento da cidade. 

“Fazemos essa operação de demolição justamente para impedir a ocupação indevida dessa área e seguimos firmes nesse combate às construções ilegais, com esse trabalho de prevenção”, explicou. 

Todas as construções estavam em fase de alvenaria e sem condições de habitação. As obras ocorriam em um loteamento clandestino, sem qualquer autorização da prefeitura, dentro de área pública e na faixa marginal de proteção do Canal do Cortado. O canal se estende por mais de 6 quilômetros entre a Avenida Miguel Antônio Fernandes e desemboca na Lagoa de Jacarepaguá.

Outras demolições

Em janeiro deste ano, a Seop demoliu três construções comerciais erguidas irregularmente no Recreio dos Bandeirantes, área que sofre influência do crime organizado. Os imóveis não tinham licença para construção e não atendiam aos parâmetros urbanísticos vigentes para a região.

Desde 2021 já foram realizadas cerca de 4.800 demolições de construções irregulares na cidade, sendo 70% em áreas que sofrem influência do crime organizado, causando um prejuízo de mais de R$1,6 bilhão aos responsáveis. 

Denúncias de construções irregulares podem ser feitas por meio do canal 1746. 

Brumadinho: Justiça determina que Vale mantenha benefício a atingidos


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O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou que a Vale assegure, sem nenhuma redução de valor, os repasses mensais do Programa de Transferência de Renda (PTR). A medida atende pedido dos atingidos da tragédia ocorrida em Brumadinho (MG), que são os beneficiários dos pagamentos. Eles questionavam o corte que passou a vigorar no mês passado. Os valores caíram pela metade e o fim do benefício estava previsto para abril de 2026.

A tragédia se deu em janeiro de 2019, quando a ruptura de uma barragem situada na Mina Córrego do Feijão liberou uma avalanche de rejeitos que alcançou o Rio Paraopeba e gerou impactos a comunidades de diversos municípios. A lama também soterrou 272 vidas, incluindo nessa conta dois bebês de mulheres que estavam grávidas.

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“Há evidências nos autos de que as famílias e indivíduos atingidos ainda não alcançaram condições equivalentes às precedentes ao rompimento das barragens da Mina Córrego do Feijão, de forma que é juridicamente plausível a conclusão de que têm direito à continuidade do recebimento de auxílio emergencial”, escreveu o juiz Murilo Silvio de Abreu, em despacho no último sábado (29). Ainda cabe recurso.

O PTR foi uma das medidas estabelecidas no acordo global de reparação dos danos firmado em 2021 entre a Vale, o governo de Minas Gerais, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública do estado (DPMG). O programa foi apresentado como substituto de um auxílio emergencial que vinha sendo pago pela Vale mensalmente aos atingidos desde a tragédia. Para tanto, foi garantido um aporte de R$ 4,4 bilhões, cerca de 11,7% do total de R$ 37,68 bilhões previstos no acordo.

Os valores do PTR foram inicialmente mantidos nos patamares do auxílio emergencial vigentes à época: meio salário mínimo por adulto, a metade dessa quantia por adolescente e um quarto para cada criança. Conforme fixou o acordo global de reparação, o MPMG, o MPF e a DPMG formaram o colegiado responsável por fiscalizar o PTR. Eles elaboraram um edital que levou à escolha da Fundação Getúlio Vargas (FGV) como gestora dos recursos.

A contratação de uma entidade independente foi uma solução apresentada diante das críticas dos atingidos sobre auxílio emergencial que vigorava até então: eles se queixavam do poder que tinha a Vale para decidir quem teria direito ao benefício.

De acordo com a FGV, o PTR instituiu critérios de enquadramento diferentes dos que eram adotados anteriormente pela mineradora, levando à ampliação do número de atingidos atendidos, que atualmente superam a marca dos 150 mil. A gestora também afirma que houve um incremento de R$ 1,16 bilhão obtido com os rendimentos decorrentes da aplicação dos recursos.

No entanto, prevendo o esgotamento dos recursos disponíveis, foi anunciado para o mês de março o corte do benefício pela metade. Assim, nos caso dos adultos por exemplo, o repasse passou a ser de R$ 379,50. No mesmo anúncio, foi informada a estimativa de encerramento do PTR para abril de 2026.

Foi este o cenário que gerou a mobilização dos atingidos. Representados pela Associação Brasileira dos Atingidos por Grandes Empreendimentos (ABA), a Associação Comunitária do Bairro Cidade Satélite (Ascosatélite) e o Instituto Esperança Maria (IEM), eles levaram o caso à Justiça. As preocupações também chegaram à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que realizou uma audiência pública.

Argumentos

Um dos principais argumentos que foi acolhido pelo juiz Murilo Silvio de Abreu envolve a Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens (PNAB), como ficou conhecida a Lei Federal 14.755/2023. Sancionada em 2023 pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, sua aprovação no Congresso se deu após diversas manifestações dos atingidos. Em seu artigo 3º, fica garantido um “auxílio emergencial, nos casos de acidentes ou desastres, que assegure a manutenção dos níveis de vida até que as famílias e indivíduos alcancem condições pelo menos equivalentes às precedentes”.

Os atingidos alegam que o fim do PTR antes da conclusão das demais medidas reparatórias viola a nova lei. Eles destacam que, com os atrasos no andamento da reparação socioambiental, os níveis de contaminação do Rio Paraopeba não permitem vislumbrar no curto prazo uma retomada segura da pesca e de outras atividades. Dessa forma, ainda não há condições de geração de renda.

Murilo Silvio de Abreu reconheceu que são “notórios os atrasos nas medidas reparatórias previstas” e que ainda há entraves para que as indenizações individuais sejam pagas, o que é fundamental para se alcançar uma solução final e definitiva. De acordo com eles, há dificuldades na construção de uma matriz de danos.

“Não há outra forma de indenizar ao menos 158.000 atingidos – atualmente atendidos pelo PTR – de forma eficiente e justa, no âmbito de um processo estrutural por excelência. Mas a Vale vem resistindo a participar da construção de tal matriz de danos de forma cooperativa, apesar de sempre estimulada por este juízo, recorrendo de quase todas as decisões”, registrou.

De acordo com a decisão, o corte que passou a vigorar no mês passado deve ser cancelado e a FGV deve apresentar o cálculo da quantia necessária para que os beneficiários do PTR continuem a receber o mesmo valor. Caberá à Vale fazer o depósito do montante em juízo.

A mineradora pode recorrer, e defende que o PTR foi estabelecido como solução definitiva para o pagamento emergencial e destaca que não participa da sua execução.

“Em outubro de 2021, a empresa fez o depósito de R$ 4,4 bilhões previstos para essa obrigação. Desde novembro de 2021, o programa foi implementado, é gerido pelas instituições de Justiça e gerenciado pela Fundação Getúlio Vargas. Com o depósito em juízo do valor correspondente ao PTR, foi encerrada a obrigação da Vale referente ao tema.”

Instituto oferece bolsa de R$ 900 para medalhistas da OBMEP


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Voltado a impulsionar a ciência no Brasil, o Instituto D’OR Ciência Pioneira (IDOR) vai oferecer bolsa de R$ 900 mensais a dez estudantes aprovados em universidades públicas. O auxílio será pago até o fim da graduação, para cobrir despesas com acomodação, alimentação e deslocamento.

O grupo se soma a outros dez bolsistas. Todos com um ponto em comum: foram medalhistas da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e ingressaram em cursos de graduação das áreas da saúde e biológicas, como medicina, bioquímica e enfermagem.

O projeto é uma parceria com o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), que promove a OBMEP.

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“A intenção da bolsa é possibilitar que o jovem tenha mais tranquilidade e tempo para dedicar aos estudos e a outros projetos focados na sua carreira acadêmica e profissional, como a iniciação científica e a pesquisa”, afirma a diretora executiva de filantropia do IDOR Ciência Pioneira, Roberta Marques.

O diretor adjunto do IMPA e coordenador-geral da OBMEP, Jorge Vitório Pereira, disse que “a OBMEP sempre teve o compromisso de abrir portas para jovens talentos, aproximando-os da universidade e ampliando seus horizontes em todas as áreas do conhecimento” e que a parceria com o IDOR Ciência Pioneira fortalece as oportunidades para carreiras médicas.

Dos alunos que irão receber a bolsa, nove são de medicina e um de enfermagem. Sete são do Nordeste (Piauí, Paraíba, Maranhão, Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco), um do Sul (Paraná), um do Centro-Oeste (Goiás) e um do Sudeste (Espírito Santo). 

Medalhista da OBMEP cinco vezes (bronze, prata e ouro) e cursando o segundo ano de medicina na Universidade Federal de Goiás, o maranhense Luis Patrício Barros, 19 anos, descobriu a iniciativa pelas redes sociais. O auxílio tem o ajudado a custear a moradia e o deslocamento.

“Meus pais trabalham na roça, e muito do que a gente plantava era para nossa alimentação. Passei a ter esses gastos com aluguel, alimentação e congressos. Também usei o dinheiro da bolsa para materiais e me auxiliar nos estudos.”

Ele conta como tem usado os ensinamentos da matemática na medicina. “Antes, se via uma questão difícil de matemática, ficava pensando até que, dois dias depois, resolvia. Hoje, quando vejo uma aula difícil, lembro disso e sei que, se estudar, vou conseguir.”

Para receber a bolsa, o aluno precisa ter sido aprovado em universidade pública, medalhista da OBMEP e ter renda familiar per capita de até 1,5 salário-mínimo. O apoio é renovado anualmente e vinculado ao desempenho na graduação.

Moraes nega pedido para prender Bolsonaro


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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta quarta-feira (2) o pedido de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Moraes acolheu parecer enviado mais cedo pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, contra a medida.

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A decisão é resposta a uma notícia-crime protocolada no mês passado pela vereadora Liana Cirne (PT-PE) pedindo que a medida fosse adotada. Na petição, a parlamentar alegou que Bolsonaro cometeu incitação ao crime ao convocar manifestações de seus apoiadores para defender a anistia para os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília.

Segundo Moraes, a vereadora não tem legitimidade para solicitar a prisão.

“Diante do exposto, acolho a manifestação da Procuradoria-Geral da República e não conheço dos pedidos formulados por ilegitimidade de parte”, decidiu.

No parecer enviado ao STF, a PGR acrescentou que já avaliou a necessidade de prisão de Bolsonaro na denúncia sobre a trama golpista. A prisão do ex-presidente não foi solicitada. 

Vasco abre vantagem, mas cede empate ao Melgar pela Sul-Americana


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A caminhada do Vasco da Gama na Copa Sul-Americana iniciou com gosto agridoce. Nesta quarta-feira (2), o Cruzmaltino esteve duas vezes com dois gols de vantagem no placar, mas acabou empatando em 3 a 3 com o Melgar, do Peru, no Estádio Monumental da Universidad Nacional de San Agustín (Unsa), na cidade peruana de Arequipa, que fica cerca de 2,3 mil metros acima do nível do mar. O duelo foi válido pelo Grupo G.

Com um ponto, o Gigante da Colina volta a campo pelo torneio na próxima terça-feira (8), às 21h30 (horário de Brasília), contra o Academia Puerto Cabello, da Venezuela, em São Januário, no Rio de Janeiro.

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Antes, no sábado (5), visita o Corinthians na Neo Química Arena, em São Paulo, às 18h30, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro.

O Vasco foi para o intervalo em vantagem. Logo aos dois minutos, o meia Philippe Coutinho acertou o ângulo esquerdo em uma batida de fora da área para abrir o placar. Aos 24, o Melgar teve a chance do empate com Tomás Martínez, de pênalti, mas o meia cobrou para fora.

Melhor para o Cruzmaltino, que chegou ao segundo gol. Aos 31 minutos, Philippe Coutinho dominou pelo lado esquerdo da área e lançou o atacante Pablo Vegetti, que surgiu nas costas da defesa peruana e concluiu para as redes.

Os donos da casa descontaram aos 38, com o atacante Gregorio Rodríguez, de cabeça, após cruzamento do volante Horacio Orzán. Mas no começo da etapa final, aos cinco minutos, a equipe do Rio de Janeiro ampliou o placar, novamente com Vegetti.

Após jogada com Philippe Coutinho, o atacante Nuno Moreira encontrou o argentino, que brigou com o marcador na área para fazer o segundo dele na partida.

Mas o Melgar não desistiu. A equipe peruana diminuiu aos 34, em cabeçada do atacante Facundo Castro. Dez minutos depois, o lateral Leonel González cruzou pela esquerda e, mais uma vez pelo alto, o meia Kenji Cabrera igualou para os anfitriões.

O Vasco foi pressionado nos acréscimos, mas segurou o empate fora de casa.

Corinthians

O Corinthians, próximo adversário do Cruzmaltino, teve largada ainda pior na Sul-Americana. Também nesta quarta-feira, o Timão foi superado na Neo Química Arena pelo Huracán, da Argentina, por 2 a 1. A equipe ainda não havia perdido em casa este ano. A partida abriu o Grupo C.

Na terça que vem, o Alvinegro buscará a reabilitação contra o América de Cali, da Colômbia, no Estádio Pascual Guerrero.

O Huracán inaugurou o marcador com o atacante Leonardo Sequeira, de cabeça, aos cinco minutos. O Corinthians igualou aos 12, também pelo alto: cruzamento do meia André Carillo pela direita e cabeçada do volante Raniele.

Aos 35, o zagueiro Gustavo Henrique afastou mal e a bola sobrou para Sequeira recolocar o time argentino à frente. E o artilheiro da noite ainda balançou as redes novamente aos nove minutos da etapa final, mas o lance foi anulado por impedimento.

Seleção feminina treina nos EUA para reencontro com donas da casa


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A seleção feminina de futebol está em Long Beach, na Califórnia (Estados Unidos), para dois amistosos contra as donas da casa. A equipe chegou na cidade na última terça-feira (1º) e, desde então, segue em preparação até quinta (4). O primeiro duelo será nesta sexta (5), no SoFi Stadium, em Los Angeles, às 18h (horário de Brasília). Depois, na próxima terça (8), os times medem forças no PayPal Park, em San José, às 23h30.

“Minha função é que a gente consiga ser uma equipe que marque muito bem, que anule os principais pontos que os Estados Unidos têm a seu favor: a qualidade do meio-campo, a velocidade das atacantes, a eficiência delas, as bolas paradas. Então, é uma equipe que realmente vai nos testar muito defensivamente, mas também que a gente consiga criar mais oportunidades de gol e que, obviamente, consiga ter eficiência para sair com resultado positivo”, disse o técnico Arthur Elias, em entrevista à CBF TV.

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Entre as convocadas, a novidade é Luany. A atacante de 22 anos, do Atlético de Madrid, da Espanha, foi chamada para treinos que antecederam a Olimpíada de Paris, na França, na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), mas não fez parte do grupo que conquistou a medalha de prata, superado na final justamente pelos EUA, por 1 a 0. Cerca de nove meses depois, a ex-jogadora de Fluminense e Grêmio vive a expectativa de, enfim, estrear pela seleção principal.

“Era um objetivo meu me destacar ao máximo no Atlético e voltar para a seleção. Consegui e estou muito feliz, estou com as meninas que conheço, em um ambiente muito bom, com uma comissão técnica muito boa. Estou muito ansiosa, mas também tranquila e muito confiante para, se receber uma oportunidade, aproveitar da melhor forma possível”, comemorou Luany, também à CBF TV.


Luany - seleção brasileira feminina - abril/2025 - treino nos EUA

Convocada para treinos que antecederam a Olimpíada de Paris, Luany não chegou a entrar em campo com a seleção, vice-campeã em Paris.A atacante vive a expectativa de estrear com a amarelinha – Rafael Ribeiro/CBF/Direitos Reservados

Nos EUA, a jogadora do Atlético de Madrid pôde reencontrar a zagueira Tarciane, ex-Corinthians, que atualmente joga no Lyon, da França. As duas foram reveladas no Daminhas da Bola, projeto social de Duque de Caxias (RJ) idealizado por Thaissan Passos, hoje técnica do Grêmio, e também atuaram juntas no Fluminense. Pela seleção Sub 20, as amigas foram campeãs sul-americanas em 2022 e ficaram em terceiro lugar no Mundial da categoria, no mesmo ano.

“É uma parada muito doida que só eu e ela entendemos. Fico muito feliz porque a vejo voando. Era um objetivo nosso sair para um time junto, só que ela foi para o Corinthians e me deixou, já fiquei brava com ela. Mas é claro que estou sempre torcendo por ela, não consigo explicar a amizade que tenho com ela”, brincou Luany, que passou por Seattle Reign (dos EUA) e Madrid CFF (da Espanha), antes de chegar ao Atlético de Madrid.

Nos jogos contra as atuais campeãs olímpicas, Luany vestiará a camisa 19, enquanto Tarciane, prata em Paris, será dona da camisa 3. A numeração foi divulgada pela CBF nesta quarta-feira (2). 

Numeração da seleção feminina 

GOLEIRAS

Lorena – 1

Natascha – 12

Camila – 22

ZAGUEIRAS

Tarciane – 3

Isa Haas – 23

Kaká – 16

Lauren – 4

LATERAIS 

Bruninha – 13

Antônia – 2

Yasmim – 6

Fê Palermo – 15

MEIO-CAMPISTAS

Duda Sampaio – 5

Angelina – 8

Laís Estevam – 17

Mariza – 20

ATACANTES

Adriana – 9

Gio Queiroz – 21

Jheniffer – 7

Amanda Gutierres – 11

Kerolin – 10

Gabi Portilho – 18

Ludmila -14

Luany – 19