Reconhecimento da Unesco pode difundir ainda mais Maracatu Nação


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O envio do dossiê do governo federal com o pedido de reconhecimento do Maracatu Nação, também conhecido como baque virado, como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade gerou expectativa nos grupos da manifestação, localizados em sua maioria em Pernambuco. Para alguns, o tombamento vai auxiliar na difusão e manutenção dos grupos. Mas há quem veja a possibilidade de maior reconhecimento com ressalvas.

Na última segunda-feira (31) os Ministérios da Cultura e das Relações Exteriores entregaram à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) a documentação exigida para o reconhecimento, que será avaliado por um comitê intergovernamental que trata da Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial do órgão. A decisão será conhecida até o final do próximo ano.

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O coordenador de comunicação da Associação de Maracatus de Olinda (AMO), mestre Nilo Oliveira, considera que a declaração de patrimônio cultural imaterial seria muito bem-vinda, somando-se ao reconhecimento como patrimônio cultural imaterial do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2014.

A AMO reúne mais de 30 grupos de Maracatu Nação. Segundo Oliveira, o trabalho de mapeamento percorreu um longo caminho, desde 2021, contando com a participação de mestres de maracatus ligados à AMO e à Associação dos Maracatus Nação de Pernambuco (Amanpe), além do Iphan e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).

“Para a gente, foi muito importante. A gente vem acompanhando todo o processo desde o começo, junto com o pessoal da AMO. Foi um trabalho prolongado, minucioso, já que são vários grupos que a gente teve que pesquisar, teve que trabalhar, conversar, e cada um com as suas características particulares, mas no final foi super gratificante”, disse o mestre à Agência Brasil.

Tradição e ancestralidade

O Maracatu Nação é uma das mais antigas manifestações culturais de Pernambuco e reflete a ancestralidade dos povos africanos diaspóricos. Originária do povo negro, da cultura de terreiro, a manifestação artística da cultura popular e carnavalesca ocorre principalmente na Região Metropolitana do Recife (PE), incluindo Municípios como Olinda, Igarassu e Jaboatão dos Guararapes.

Com origem que remonta ao período colonial, entre os séculos 17 e 18, o Maracatu Nação é formado por cortejos majestosos, nos quais integrantes desfilam com trajes ricamente adornados com pedrarias e bordados, que remetem às coroações reais, acompanhados de um conjunto musical percussivo.

Esses cortejos podem fazer referências às antigas coroações de reis e rainhas do antigo Congo africano. Eles são formados por personagens como os batuqueiros, o caboclo aneaúm, o porta-estandarte, as damas de paço com as calungas, as damas de frente, os lanceiros, as baianas ricas, as baianas de cordão, os orixás e/ou entidades da Jurema, os escravos de balé, a corte mirim, os casais nobres, príncipes e princesas, o porta-pálio, os pajens, os soldados romanos, as vassalas, o rei e a rainha.

Cada um desses personagens possui uma forma de se expressar no desfile. Entre os principais, estão o rei e a rainha da nação de maracatu, que são os personagens centrais na composição hierárquica do cortejo; as calungas, bonecas negras confeccionadas com madeira ou pano, consideradas ícone do fundamento religioso e marco identitário dos maracatus nação; a dama do paço, personagem feminina responsável por conduzir a calunga durante o cortejo.


Brasília (DF), 06/04/2025 - Maracatu Nação Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Mestre Nilo. Foto: Mestre Nilo/Arquivo Pessoal

Mestre Nilo está à frente do Maracatu Nação Maracambuco Mestre Nilo/Arquivo Pessoal

Mestre do Maracatu Nação Maracambuco, Nilo destaca que a calunga tem uma mística que representa os espíritos antepassados. No caso do grupo, fundado em 1993, a calunga se chama Isabel Arruda de Oliveira.

“A regente de Maracambuco é Iemanjá, a Calunga, a Isabel…. e a gente é do bairro de Peixinhos [em Olinda]”, disse Mestre Nilo enquanto cantarolava um trecho de uma música do Maracambuco “Oh Isabel! Tu és a Calunga mais bela do Céu, Isabel. Oh, Isabel! Tu és a Calunga mais bela do Céu. Ela é do Maracambuco, ela é minha rainha, ela é a herdeira És a Boneca de Olinda que tem o Arruda e o Oliveira.

Atualmente, além de existir em outros estados do Brasil, o Maracatu Nação também ganhou outros países, com registros da expressão no Canadá, Estados Unidos, França, Alemanha, entre outros. O mestre do Maracatu Nação Tigre Fabiano Pedro da Silva também ficou animado com o envio do dossiê.

“Foi uma conquista. Uma conquista dessa é muito importante para valorizar a expressão do maracatu”, resimiu o mestre à Agência Brasil.


Brasília (DF), 06/04/2025 - Maracatu Nação Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Mestre Fabiano. Foto: Mestre Fabiano/Arquivo Pessoal

Mestre Fabiano lidera o Maracatu Nação Tigre Mestre Fabiano/Arquivo Pessoal

Fundado em janeiro de 1975 pelo seus avós, Melquiades de Sena Reis e dona Lourdes, o Nação Tigre ficou inicialmente localizado no bairro de Campo Grande. Mudou, em 1975, para Peixinhos, onde até hoje esta localizado até hoje. Em 2010, o comando da manifestação foi assumido por mestre Fabiano.

“É muito importante para todos os maracatus, principalmente para o estado de Pernambuco, que agora tem maracatus espalhados no Brasil e no mundo”, continuou.

Reconhecimento

Para entrar na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco, a candidatura deve seguir alguns critérios, como o bem cultural ser registrado como patrimônio imaterial pelo Iphan; ter um plano de salvaguarda elaborado; e garantir o envolvimento dos detentores do bem cultural no processo. 

Foi justamente por perceber que as ações previstas no plano de salvaguarda não estão sendo totalmente executadas que outro mestre de Maracatu Nação, Danillo Mendes, vê com ressalvas a possibilidade de a manifestação se tornar bem cultural imaterial da humanidade.

À frente do Maracatu Enconto do Dendê, fundado em setembro de 1998, no bairro da Macaxeira, por Edmilson Lima do Nascimento, também conhecido como Tio Missinho, hoje, Danillo divide as funções de comando, com o sobrinho de Tio Missinho, Adilio Santos. Uma das ações previstas no plano é a de promover autonomia financeira e geração de renda para as nações de maracatu.

“Esse plano de salvaguarda já vem rolando, virou algo nacional e não teve nenhuma coisa que chegou até a gente, sobre verba, sobre reconhecimento”, afirmou o mestre.

Com uma perspectiva mais crítica, o mestre contou à Agência Brasil que o tombamento como patrimônio cultural imaterial do Brasil, não foi suficiente para gerar ações de salvaguarda dos maracatus, especialmente no que diz respeito à sobrevivência dos grupos, que enfrentam dificuldades para cobrir os custos para colocar a brincadeira na rua.

“Eu acredito que seja, vamos dizer assim, algo muito vazio, sabe? Porque isso não garante nada, nenhum incentivo para gente que possam fomentar ajuda às nações e a se manterem”, observou.

O mestre disse que as apresentações são poucas e que, mesmo com os valores recebidos, os gastos não são cobertos. “É um valor que não bate com os gastos, com os custos, principalmente para quem pensa em fazer maracatu de uma forma séria e bonita, de se fazer querer entrar cada vez mais bonito na avenida no Carnaval”, continuou.


Brasília (DF), 06/04/2025 - Maracatu Nação Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Mestre Danilo. Foto: Mestre Danilo/Arquivo Pessoal

Mestre Danilo à frente do Maracatu Enconto do Dendê. Mestre Danilo/Arquivo Pessoal

Danilo também citou como exemplo o espaço destinado à evolução dos maracatus no concurso de desfile de Carnaval, que não proporciona qualidade e bem estar, tanto para os integrantes das nações quanto para o público.

“A gente participa de um concurso de agremiação, que fomenta muito a discussão e rivalidade entre os grupos, mas a gente não tem nenhum incentivo, não tem uma passarela digna, limpa, espaçosa, com policiamento, com uma equipe de saúde, tem pouca iluminação”, lamentou.

“Enfim, é tudo muito vazio sobre isso. Beleza colocar como patrimônio da Unesco, mas nada que vá melhorar na vida. Eu faço parte de maracatu há 25 anos, e muito que o maracatu evoluiu é porque as nações quiseram evoluir elas por elas mesmas. Enfim, a gente fica fazendo nosso trabalho, buscando nosso espaço, querendo que isso traga alguma coisa pra gente, mas sabendo que a gente depende da gente mesmo”, finalizou.

Atualmente, existem sete bens culturais do Brasil inscritos na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade: o samba de roda do Recôncavo Baiano; as expressões orais e gráficas dos Wajapis; o frevo; o Círio de Nazaré; a roda de capoeira; o Complexo Cultural do Bumba Meu Boi do Maranhão e o modo de preparar o queijo minas artesanal.

 

Boxe: Jucielen Romeu, Yuri Falcão e Luiz Oliveira são ouro no Paraná


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O Brasil encerrou com nove medalhas a etapa da Copa do Mundo de boxe, em Foz do Iguaçu (PR), a primeira realizada no país. Ficou em segundo lugar no quadro de medalhas, atrás apenas da Polônia (10 pódios). Após seis dias de disputa, a competição – a primeira do ciclo olímpico para os Jogos de Los Angeles 2028 – chegou ao fim na noite de sábado (5), com a paulista Jucielen Romeu assegurando a medalha de ouro após derrotar a polonesa Julia Szreremeta, vice-campeã olímpica em Paris, na final da categoria até 57 quilos. No masculino, o primeiro ouro do dia foi do paulista Luiz “Bolinha” Oliveira, que venceu por nocaute o polonês Pawel Brach na decisão do título dos 60 kg. Depois, teve outro ouro do capixaba Yuri Falcão que ganhou do indiano Abbinash Jamwal por decisão unânime dos juízes, na final dos 65 kg.

“Estou muito feliz mesmo. Foi minha primeira competição internacional na nova categoria e sair vitorioso, sair campeão não tem resultado melhor. É continuar o trabalho, porque é só o começo do ano, com fé em Deus vai vir muito ouro pra gente, pro Brasil. Esse ano eu voltei com outra cabeça para a seleção brasileira de boxe, é um passo de cada vez para gente chegar no objetivo mais desejado, que é Los Angeles 2028”, afirmou Falcão após a conquista, em depoimento ao Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Também chegaram à luta final pelo título o paulista Kauê Belini (75 kg) e o baiano Wanderley Pereira (80 kg), conhecido pelo apelido de Holifield. Kauê – o primeiro pugilista a desferir um nocaute na etapa brasileira, sobre o italiano Remo Salvati na semifinal – terminou o torneio com a prata, após sofrer revés na final contra o uzbeque Fazliddin Erkinboev. Último a subir no ringue no sábado (5), Warnderley “Holifield” também levou prata: foi superado na final pelo uzbeque Javikh Ummataliev.

O Brasil somou ainda quatro bronzes em Foz do Iguaçu: um na disputa masculina com Isaías Filho (90 kg) e três na feminina com Radija Gama (48 kg), Queila Braga (70 kg) e Viviane Pereira (75 kg). A delegação nacional contou ao todo com 16 atletas.

“A avaliação é de 100% de aproveitamento, treinamos duro para isso. O Paquito [treinador, Paco Garcia] estava aí, botando carga pesada para a gente treinar e valeu o esforço, valeu todo o treinamento”, analistou Jucielen Romeu, campeã nos 57 kg.

A etapa da Copa do Mundo de boxe em Foz do Iguaçu foi a primeira e uma série de quatro eventos do circuito da Federação Internacional de Boxe (World Boxing) este ano. As próximas etapas serão na Índia e no Cazaquistão e contarão pontos para o ranking mundial classificatório para o último desafio de 2025, a World Boing Cup Finals, que reunirá os pugilistas com maior pontuação.  Em setembro, ocorrerá Campeonato Mundial, em Liverpool (Inglaterra), principal foco da seleção brasileira de boxe na atual temporada. 

Governo federal reconhece situação de emergência em Angra dos Reis


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O Governo Federal reconheceu neste domingo (6), em caráter sumário, a Situação de Emergência decretada pelo município de Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro, por causa das fortes chuvas ocorridas nos últimos dias. A medida permite acelerar o repasse de recursos para ações de socorro e assistência.

De acordo com o último balanço divulgado pela prefeitura, há 331 pessoas desalojadas que estão em quatro abrigos municipais. A situação do município está sendo acompanhada pela Defesa Civil Nacional, que registrou acumulados de até 270 milímetros (mm) de chuva.

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A ferramenta Defesa Civil Alerta, que emite avisos de perigo para todos os celulares nas regiões afetadas, foi acionada 24 vezes. Foram registradas, pelo menos, seis ocorrências de deslizamentos de terra, seis pontos de alagamento, nove quedas de árvores, além de obstruções de vias.

De acordo com o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, desde a segunda-feira (1), órgãos federais alertaram para o risco de chuvas extremas no estado do Rio. Na quarta-feira (3), o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) realizou uma reunião com mais de 250 representantes de órgãos municipais, estaduais e federais para planejar as ações de resposta às possíveis ocorrências.

Monitoramento

As condições meteorológicas melhoraram em todo o estado neste domingo (6), mas a defesa civil estadual mantém alerta de risco muito alto para Angra dos Reis e Petrópolis, e risco alto para as cidades de Mangaratiba, Teresópolis e Duque de Caxias.

 


Perópolis (RJ), 06/04/2025 - Limpeza de ruas após fortes chuvas. Foto: Prefeitura de Petrópolis/Divulgação

Limpeza de ruas após fortes chuvas em Petrópolis Prefeitura de Petrópolis/Divulgação

O governador Cláudio Castro, que estava em Petrópolis, voltou para a capital no início da tarde, mas disse que as próximas 72 horas ainda serão de alerta: “O solo está muito encharcado, e o perigo de deslizamentos exige atenção redobrada”. Desde sexta-feira (4), foram registradas 122 ocorrências na cidade, e, na tarde deste domingo (06), 57 pessoas permaneciam abrigadas em pontos de apoio abertos pela prefeitura.

Castro também disse que o governo passou a monitorar a situação em Campos dos Goytacazes, cidade no Norte Fluminense, que também registrou chuvas neste domingo (6.) O governador pediu ainda que a população de todo o estado permaneça atenta aos alertas da Defesa Civil e obedeça às orientações.

 

Chuva diminui, mas risco ainda é muito alto em cidades do RJ


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A Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro manteve o patamar de risco muito alto para alguns pontos das regiões Serrana e da Costa Verde, apesar de não haver previsão de chuva forte para este domingo (04). Nessas regiões, ficam as duas cidades mais afetadas pelos temporais dos últimos dias: Angra dos Reis e Petrópolis.

Também foi mantida a avaliação de risco alto para outras cidades das mesmas regiões, como Mangaratiba e Teresópolis, e ainda para Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Conforme avaliação do Centro Estadual de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden-RJ), também há risco moderado de deslizamentos em todo o estado.

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A previsão meteorológica para este domingo indica que áreas de instabilidade, associadas ao transporte de umidade do oceano para o continente, devem provocar pancadas de chuva fraca a moderada, de forma isolada. Como a frente fria que causou os temporais já passou pelo estado, os riscos hidrológicos diminuíram e agora estão num patamar moderado.  

Angra dos Reis

Na região da Costa Verde, ainda há 331 pessoas desalojadas em Angra dos Reis, cuja prefeitura realiza atendimentos em quatro abrigos. Como as condições do tempo melhoraram, os outros 36 pontos de apoio foram desmobilizados.

A situação do município está em acompanhamento pela Defesa Civil Nacional, que registrou acumulados de até 270 mm de chuva. A ferramenta Defesa Civil Alerta, que emite avisos de perigo para todos os celulares nas regiões afetadas, foi acionada 24 vezes. Até a noite de sábado (05), foram registradas seis ocorrências de deslizamentos de terra, seis pontos de alagamento, nove quedas de árvores, além de obstruções de vias.

O município decretou estado de emergência, e donativos são aceitos para as famílias atingidas: alimentos não perecíveis, itens de higiene pessoal e de limpeza, água, roupas e ração para animais de estimação. Pessoas físicas podem fazer as doações na Secretaria de Desenvolvimento Social, no Centro, e empresas podem fazer as entregas nos galpões do Almoxarifado da Prefeitura, que ficam no Centro e no bairro Aeroporto.

Petrópolis

Na Região Serrana, a chuva também diminuiu, e o dia é de limpeza e desobstrução das ruas em Petrópolis. Neste sábado, o acumulado de chuva passou de 300 mm, em 24 horas, o que significa 50% a mais do que o esperado para todo o mês de abril.

Desde sexta-feira (4), 113 chamados foram abertos pela Defesa Civil municipal, que já conseguiu vistoriar 80 endereços. Dez pontos de apoio receberam famílias que precisaram deixas suas casas e 73 pessoas ainda estavam abrigadas nesses locais até a noite de sábado.

Apesar da diminuição aparente dos riscos, o secretário municipal de Proteção e Defesa Civil, Guilherme Moraes, alertou que a situação permanece delicada:

“Ainda estamos com acumulados de chuva alto e com isso ainda há risco de movimentação de massa. Por isso é importante que as pessoas, principalmente as que moram em áreas de risco, fiquem atentas”.

Interdições

Os temporais também provocaram interdições em estradas que cruzam as regiões mais afetadas. A BR-116 continua totalmente interditada na manhã deste domingo, na altura do km 93, em Teresópolis. Já a BR 040 está parcialmente interditada no sentido Rio de Janeiro, na altura do km 87, em Petrópolis.

 

Águas baixam em Ubatuba e moradores já começam a voltar para casa


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Depois das fortes chuvas que atingiram o litoral norte do estado de São Paulo desde a noite de sexta-feira (4), provocando bloqueios em rodovias e deixando pessoas ilhadas na cidade de Ubatuba (SP) no sábado (5), as águas já baixaram e o acesso ao bairro Folha Seca já foi reestabelecido. Segundo as informações da Defesa Civil do estado de São Paulo, as famílias que dormiram no abrigo já estão retornando para suas casas.

A Defesa Civil disse ainda que realiza obras de reparo provisório na estrutura da ponte pela Estrada da Folha Seca, sobre o Rio Escuro. “Não haverá necessidade de instalar um abrigo temporário para acolher os moradores do bairro que ficaram isolados. A Defesa Civil segue acompanhando a situação do município”, informou.

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Em todo o estado de São Paulo, Ubatuba foi a cidade onde mais choveu, com o acumulado chegando a 160 milímetros (mm) em 24 horas. Entre sexta e sábado foram registrados 138 milímetros de chuva na cidade litorânea, o que levou a Defesa Civil emitir um alerta severo para os moradores da região.

Por volta das 23h de sexta-feira, 12 pessoas que viviam em uma mesma casa, com idades entre 4 meses e 66 anos, ficaram ilhadas no bairro do Taquaral e precisaram ser resgatadas pela Defesa Civil em Ubatuba. Elas foram encaminhadas para a Escola Municipal José de Souza Simeão, sem ferimentos.

Também em Ubatuba, foram registrados pontos de alagamento e inundações nas avenidas Rio Grande do Sul e Botafogo e no bairro Folha Seca. Além disso, houve 15 quedas de árvores nos bairros Rio Escuro, Ponta Grossa, Toninhas, Itamambuca, Camburi e Félix.

Uma dessas árvores caiu sobre a varanda de uma residência na rua Goiabeira, no bairro Sesmaria, mas sem maior gravidade. Outra árvore caiu sobre a pista da Rodovia Oswaldo Cruz (SP-125), na altura do quilômetro 73, provocando a interdição temporária da via.

Serra

Por causa das fortes chuvas, o trecho da Serra Antiga da Rodovia dos Tamoios continua interditado. O bloqueio se deu por volta das 23h30 de sábado, quando o volume de chuva acumulado ultrapassou os limites de segurança, causando risco de queda de barreiras no trecho. Ainda não há previsão para liberação. Com a interdição, a descida para o Litoral Norte de São Paulo é realizada pela Serra Nova, em operação comboio, com sistema pare e siga.

Previsão do tempo

O domingo começou com temperaturas mais amenas, céu nublado e com chuva fraca em parte da faixa leste paulista. Por causa da passagem de uma frente fria, o domingo será marcado por temperaturas mais baixas em parte da região central e faixa leste do estado, com chuva fraca persistente ao longo de todo o dia. Segundo os meteorologistas da Defesa Civil do estado, até o momento, os modelos não indicam acumulados significativos.

Capital paulista

Na cidade de São Paulo, o domingo começou com muita nebulosidade, chuviscos, sensação de frio e termômetros oscilando em torno dos 15,2°C durante a madrugada. Os dados do CGE mostram que os seis primeiros dias de abril registraram até o momento 34,2 mm de chuva, o que corresponde a 54,7% dos 62,5 mm esperados para o mês.

Segundo os meteorologistas, o sol deve aparecer entre nuvens no decorrer do dia e favorece a gradativa elevação das temperaturas, com máximas que podem chegar aos 22 graus Celsius (°C) e índices de umidade acima dos 60%.

Entre o final da tarde e o início da noite, a nebulosidade volta a aumentar com a chegada da brisa marítima, e ainda há condições para chuva fraca em alguns pontos, principalmente nos bairros mais próximos da Serra do Mar, no extremo sul da Grande São Paulo.

A segunda-feira (07) deve começar com muita nebulosidade e sensação de frio, mas o sol pode aparecer entre nuvens. Os termômetros variam entre mínimas de 15°C e máximas que podem chegar aos 24°C. No final da tarde, a nebulosidade aumenta com a chegada da brisa marítima. Entretanto, não há previsão de chuva.

Na terça-feira (08), o sol deve continuar a elevar as temperaturas no decorrer do dia. A madrugada ainda deve ter sensação de frio, com mínimas em torno dos 14°C. Apesar disso, as máximas podem superar os 28°C durante a tarde. No final do dia, a nebulosidade aumenta, mas a chuva não deve retornar. 

Educação digital protege de malefícios do uso excessivo de telas


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Acordar e olhar o celular, almoçar e jantar diante de telas são práticas cada vez mais comuns. É difícil, muitas vezes, imaginar o dia a dia sem internet, sem redes sociais e sem tecnologia. Passar a maior parte do dia conectado é um vício?

Segundo a psicóloga, doutora em saúde mental e uma das fundadoras do Instituto Delete Anna Lucia Spear King, isso não necessariamente é um vício patológico ─ pode se tratar apenas de uma má educação para o uso das tecnologias. A estudiosa alerta que essa educação é fundamental para evitar os prejuízos do uso excessivo de telas.

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O Instituto Delete foi criado em 2013, dentro do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A instituição é pioneira no Brasil e também uma das primeiras no mundo voltada à pesquisa sobre o impacto das tecnologias na saúde e às orientações sobre o uso consciente das telas e a dependência digital.

Em entrevista à Agência Brasil, King falou sobre a relação atual das pessoas com a tecnologia e os cuidados que essa relação requer. Entre os principais pontos estão os riscos de vício em jogos e em aplicativos de apostas e também a atenção redobrada que crianças e adolescentes requerem para um convívio saudável com as telas. 

King conta ainda que muitas pessoas procuram o instituto achando que estão viciadas, mas, na verdade, precisam de orientações e de colocar em prática novos hábitos.

“As pessoas confundem, acham que só porque usam todos os dias por muitas horas, são viciadas no rigor da palavra. Mas não é verdade. Elas são, às vezes, mal educadas. Usam sem hora, sem limites e regras, mas não precisam de tratamento. Precisam de educação digital”, diz.

Confira os principais trechos da entrevista:

Agência Brasil: Vamos começar pelo começo. O Instituto Delete foi fundado bem antes da pandemia e antes mesmo que os smartphones tivessem a relevância que têm hoje, certo? O que a motivou a começar esse trabalho? Qual era o cenário lá atrás?


Brasília (DF) 02/04/2025 -  Anna Lucia -

Anna Lucia Spear King, pesquisadora da UFRJ Arquivo pessoal

Anna Lucia Spear King: O Instituto Delete foi fundado dentro do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro e, naquela ocasião, eu trabalhava em um laboratório e atendia usuários excessivos, dependentes de tecnologia, pessoas com ansiedade, pessoas com depressão, pessoas com transtorno do pânico, e eles chegavam se queixando de uma dependência da tecnologia.

Ninguém tinha estudado isso e nem sabia do que se tratava. Era muita gente que se apegava ao celular ou computador porque tinha algum transtorno associado. Por exemplo, a pessoa tinha uma fobia social e não conseguia se relacionar. Aí, ficava dependente de relacionamentos por intermédio do computador, mas isso escondia, na verdade, o transtorno que estava ali presente. Ou, então, pessoas compulsivas que nos procuravam para tratamento e eram dependentes de compras online, de jogos.

Agência Brasil: De lá para cá, você acha que o cenário mudou muito? Principalmente com a pandemia, o Instituto tem sido mais procurado, as pessoas estão mais conscientes desse tipo de dependência?

Anna Lucia Spear King: Sim, foi havendo um aumento progressivo à medida que as pessoas foram interagindo mais com tecnologia. Dos anos 1990 para cá, as pessoas começaram a interagir com as tecnologias todos os dias e por muitas horas, e foram se tornando mais dependentes. Não dependentes patológicas, mas dependentes por lazer, por trabalho.  

A gente começou a ver uma diferença entre essa dependência que todos nós temos da tecnologia, que a gente usa todos os dias e por muitas horas para trabalhar, da dependência patológica, que é a nomofobia. E essa, sim, precisa de tratamento.

As pessoas confundem, acham que só porque usam todos os dias por muitas horas, são viciadas no rigor da palavra. Mas não é verdade. Elas são, às vezes, mal educadas. Usam sem hora, sem limites e regras, mas não precisam de tratamento. Precisam de educação digital.

Agência Brasil: E qual que é a essa diferença? Como é que se identifica a nomofobia?

Anna Lucia Spear King: Nomofobia é a dependência patológica. Ela geralmente tem um transtorno mental associado que potencializa esse uso, que pode ser uma ansiedade, uma depressão, uma compulsão, um transtorno do pânico. Havendo a associação com algo que já existe na pessoa, esse uso da tecnologia é potencializado e encaminhado para um uso excessivo e patológico.

Quando a pessoa nos procura para tratamento, a gente faz uma avaliação psiquiátrica e psicológica. A gente faz essa avaliação para ver se tem a ver com ela ser mal educada apenas, com não saber usar a tecnologia. Aí, a gente ensina o uso consciente, dá as dicas para ela usar determinadas horas por dia. 

E, se a pessoa tiver nomofobia diagnosticada pelo psiquiatra e pelo psicólogo, ela vai ter, além desse aprendizado de uso consciente, o tratamento psicológico, para entender por que que ela está usando a tecnologia daquela forma. E o psiquiatra vai ver a necessidade ou não de inserir uma medicação junto. Se for uma depressão, uma ansiedade, uma compulsão, geralmente precisa de entrar com medicamento também.

Agência Brasil: Como é que as pessoas chegam até vocês? Em que ponto que elas identificam que precisam de ajuda?

Anna Lucia Spear King: Quando elas começam a perceber algum sinal de prejuízo na vida delas, seja na área pessoal, social, familiar, acadêmica ou profissional. Elas deixam de entregar o trabalho, ou, então, o chefe manda embora porque a pessoa não larga a tecnologia no trabalho, ou fica usando o tempo todo; têm muitas brigas em casa, porque cada cônjuge fica usando a sua tecnologia e incomodando o outro, gerando ciúme; ou até mesmo têm prejuízo na escola, com diminução das notas.

Agência Brasil: Vocês têm recebido muitas pessoas viciadas em jogos e em apostas on-line? Como é o tratamento?

Anna Lucia Spear King: Com certeza. O tratamento é psicológico e psiquiátrico. O psiquiatra vai ver se tem algum transtorno associado e o psicólogo vai ensinar pra pessoa o que está acontecendo com ela. Aí mostra os prejuízos que ela vai ter, as perdas que ela está tendo, a separação familiar. Porque todo mundo tem que ficar pagando as contas da pessoa e ninguém quer, né? Então, briga com a família inteira. A pessoa vai se conscientizando que aquele caminho não vai levar nada.

Os jogos são feitos para a pessoa perder. No início, eles até estimulam, dão um valor para você jogar só para te empolgar. Quando você entra naquele jogo e aprende a jogar, você já era. Você começa a perder dinheiro, perder, perder, aí você já se vê viciado. O jogo libera algumas substâncias químicas no cérebro, como dopamina, endorfina e serotonina, que são substâncias que nos dão prazer. Elas agem no setor de recompensa do cérebro.

A pessoa não sabe porque ela é leiga, mas ela está tendo uma enxurrada de substâncias no cérebro que estão dando muito prazer, bem-estar, alegria, felicidade. Quando elas vão para a vida delas, que é meio monótona, que não tem glamour, que não tem nada especial e não são tão felizes, elas pensam assim: “Onde é que eu tava sendo feliz? Lá naquele lugar que eu estava, onde eu estava jogando”. Então, elas voltam para o jogo sem querer, porque era lá que tinha prazer.

Agência Brasil:  E esse é o mesmo mecanismo das curtidas das redes sociais, não é?

Anna Lucia Spear King: Isso. Quando você recebe uma curtida, recebe um elogio, ‘ó, você está linda, você é inteligente’, vai recebendo dopamina, endorfina, serotonina. É por isso que a pessoa quer entrar nas redes sociais o tempo todo para receber apoios e curtidas.

Agência Brasil:  Quando falamos de crianças e adolescentes, como lidar com o uso das tecnologias?

Anna Lucia Spear King: Todo mundo tem que entender que os pais e adultos são responsáveis pela vida digital dos menores de idade. Então, se esses adolescentes estão fazendo uso excessivo, estão ficando viciados em jogos, estão deixando de fazer as prioridades que são a escola, a universidade, as tarefas de casa, isso tudo é porque os pais é que não estão sabendo orientar.

O adolescente não tem que ficar o dia inteiro em um quarto jogando ou usando a internet. Primeiro, porque o menor de idade não pode usar internet sem supervisão de um adulto. A internet é uma porta aberta para o mundo e está cheia de pessoas de má índole, vigaristas, golpistas, pedófilos, gente do mal. Não é só a gente do bem que tem na internet. Não se pode deixar adolescentes ou menores de idade usarem a internet sem supervisão de um adulto vendo com quem tão conversando, quais sites estão acessando.

Muitas vezes, os pais não nasceram na época que a tecnologia entrou nas vidas das pessoas. Eles não aprenderam como usar e não sabem como orientar, porque eles também não aprenderam na época deles. A gente recebe uma educação social desde pequeno, a gente aprende que não pode comer de boca aberta, que tem que comer com garfo e faca, que não pode falar com estranhos. Mas usar a tecnologia ninguém aprendeu desde pequenininho. Então, os pais não sabem educar. Mas, quem paga a internet, quem paga o wi-fi? Quem deixa o filho ficar o dia inteiro no quarto?

Agência Brasil: A partir deste ano, por lei, o uso do celular fica restrito em todas as escolas do país. Você acredita que essa restrição ajuda na educação para o uso das tecnologias? O que achou da medida?

Anna Lucia Spear King: Eu acho maravilhosa. Só se pode usar a tecnologia com orientação do professor. Eu sou super a favor, porque agora eles têm que interagir, fazer esporte, se socializar, perder a timidez, coisas que fazem parte do desenvolvimento deles. Com celular na mão, cada um se isola no seu canto.

 


Brasília (DF) 14/02/2025 - Proibição do uso de celulares nas escolas. Alunos brincam no recreio sem o uso de celulares. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Alunos brincam no recreio sem o uso de celulares Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência

Agência Brasil: O que é essa educação para o uso das tecnologias? Quais dicas você dá para evitar o uso excessivo?

Anna Lucia Spear King: Não usar tecnologia logo que acordar, primeiro levanta da cama, toma o café da manhã. Não usar na hora das refeições. Tem gente que almoça e janta com o celular na mão e nem curte a comida, nem sente o gosto. Outra dica é desligar duas horas antes de dormir para relaxar o cérebro, se sentir descansado.

Não ficar usando tecnologia em locais públicos, em ônibus, metrô, em salas de espera. Quando sai com amigos, quando vai a restaurantes, dar atenção para as pessoas que estão com você e não ficar no celular.

Quem trabalha, usar tecnologia apenas em horário comercial e buscar mostrar para o chefe que ele tem que entender que não deve mandar coisas para o profissional fazer na hora do almoço, nem depois do horário comercial. Ninguém está recebendo hora extra para fica trabalhando o dia inteiro, não é?

E também, quando estiver no trabalho, não ficar usando [para fins pessoais]. Você está sendo pago para trabalhar para aquela empresa. Se você fica usando para coisas pessoais, respondendo seus e-mails pessoais, vendo redes sociais na empresa e recebendo pela empresa, você também está agindo errado.

Nós, do Instituto Delete, não somos contra o uso de tecnologias, pelo contrário, nós somos super a favor, mas que seja usada de modo consciente para que você colha os benefícios e evite os prejuízos que o uso excessivo pode trazer.

Petrobras conclui unidade exigida para licença da Margem Equatorial


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A Petrobras deu mais um passo no processo de licenciamento ambiental para explorar a Margem Equatorial brasileira, com a conclusão da Unidade de Atendimento e Reabilitação de Fauna, em Oiapoque, no Amapá. O local é um polo de atendimento veterinário a animais resgatados e vai receber principalmente aves, mamíferos marinhos, tartarugas, golfinhos e peixes-boi.

A estatal informou que recebeu, na última sexta-feira (4), a licença para operara a unidade concedida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amapá. O local ainda precisa ser inspecionado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) antes de entrar em funcionamento. Além do centro em Oiapoque, a Petrobras já mantém em prontidão outra unidade em Belém, no Pará, o Centro de Despetrolização e Reabilitação da Fauna. 

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Belém (PA) 13/12/2024 – Sala do Centro de Reabilitação e Despetrolização de Fauna mantido pela Petrobras para a exploração na Margem Equatorial, que opera de prontidão para tratar animais marinhos em casos de acidentes. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Sala do Centro de Reabilitação e Despetrolização de Fauna mantido pela Petrobras para a exploração na Margem Equatorial, que opera de prontidão para tratar animais marinhos em casos de acidentes.  Fernando Frazão/Agência Brasil

Exigência ambiental

A construção do equipamento é uma das exigências para que a empresa possa fazer perfurações para verificar a existência de petróleo no bloco FZA-M-59, em águas profundas do Amapá, a cerca de 500 km da foz do Rio Amazonas.

A Petrobras tenta obter o aval do Ibama para a atividade exploratória desde 2022, e recebeu uma negativa em 2023, que, entre outros pontos, destacava justamente a falta de um plano de proteção à fauna, e de uma unidade de estabilização no local mais próximo possível, para agilizar o atendimento de animais atingidos por eventuais vazamentos de óleo.

A margem equatorial é uma região da costa brasileira que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte, e é considerada uma fronteira exploratória pela Petrobras, com potencial estimado de 9 bilhões de barris. Mas ambientalistas temem que a atividade cause desequilíbrio ambiental, especialmente nas áreas próximas à Amazônia.

 


Brasília (DF) 02/10/2023 – Ibama renova licença da Petrobras para perfuração na Margem Equatorial.Trata-se da 21ª licença concedida para perfuração na região desde 2004
Arte Petrobras/Divulgação

Mapa da Margem Equatorial, área da costa brasileira mais próxima da Linha do Equador Arte Petrobras/Divulgação

Sociedade civil pode se inscrever até o dia 10 em diálogo do Brics


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Termina no próximo dia 10 de abril, sábado, o prazo para inscrição no diálogo BRICS e a Economia Global: Desafios e Oportunidades. A iniciativa visa a envolver conselhos, fóruns e outras organizações da sociedade civil dos países membros do BRICS. Programado para acontecer de maneira virtual, no dia 16 de abril, este será o primeiro evento internacional organizado pelo pilar Financeiro do Brics neste ano.

>>> As inscrições podem ser feitas gratuitamente

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O evento é organizado pela presidência brasileira do Brics, que comanda o bloco neste ano. Segundo a organização, ocorrerão duas sessões que discutirão a integração das economias do BRICS à economia global. Também está na pauta do evento o debate sobre o fortalecimento do comércio e dos investimentos entre os países membros do Brics como impulsionadores do crescimento econômico e estratégia para fortalecer os Mercados Emergentes e Economias em Desenvolvimento (EMDEs, na sigla em inglês) e as prioridades da Trilha de Finanças durante a Presidência Brasileira do Brics.

As organizações da sociedade civil que se inscreverem devem enviar uma proposta de intervenção de até três minutos a ser apresentada durante a sessão BRICS e o Fortalecimento das Economias do Sul Global. Serão aceitas dez propostas, a partir de uma avaliação de sua relação com os temas e assuntos que serão tratados pela mesa.

Atualmente o Brics é composto por 11 países-membros: África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia. Em termos populacionais, o Brics representa aproximadamente 48,5% da população do planeta.

Em relação à economia, a participação do bloco no Produto Interno Bruto (PIB) mundial ficou em aproximadamente 39% em 2023. No comércio internacional, os países do Brics respondem por 24% do total das trocas mundiais.

Hoje é Dia: Parkinson, Dia do Jornalista e Cora Colina são destaques

Muitas datas importantes marcam esta semana, abrangendo temas de saúde, inclusão e direitos humanos. A primeira efeméride que destacamos é o Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril, com foco na prevenção de doenças. As organizações da área e os especialistas preconizam a importância da alimentação balanceada, da regularidade na prática de exercícios físicos e os cuidados com a saúde mental. O programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, abordou o tema em uma entrevista esclarecedora, nesta edição de 2023. A Organização Mundial da Saúde (OMS), que criou a efeméride, destaca a necessidade de garantir que todos os povos tenham acesso aos serviços de saúde. Este foi o foco desta reportagem da Agência Brasil de 2018. A TV Brasil também deu grande destaque ao tema, falando de políticas de promoção da saúde nesta edição de 2022 do programa Ciência é Tudo

Ainda na temática de saúde, o dia 11 de abril marca o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson. A enfermidade atinge pessoas com mais de 60 anos e, entre os sintomas, provoca tremores e dificuldades para se movimentar. Apesar de não ter cura, pode ser controlada com medicamentos e hábitos saudáveis. O Ministério da Saúde estima que cerca de 200 mil idosos tenham o problema no Brasil. A doença se manifesta de forma diferente de pessoa para pessoa, e os sintomas nem sempre são os mesmos, o que dificulta um diagnóstico seguro. Por isso, é comum que os pacientes enfrentem falta de entendimento e suporte de familiares e amigos, preconceito e a necessidade de fazer uma verdadeira peregrinação por vários médicos para entender sua real situação. Essas dificuldades foram tema desta reportagem da Agência Brasil, publicada em 2020. Os sintomas, tratamento e preconceito foram destacados nesta reportagem da Radioagência Nacional, no programa Revista Brasília, da Rádio Nacional, e no Repórter Brasil Tarde, da TV Brasil. Todas as edições são de 2023. 

Inclusão 

Nessa mesma semana também celebramos a diversidade, com o Dia Nacional do Sistema Braille, em 8 de abril. A data foi instituída para chamar a atenção da sociedade sobre a importância de assegurarmos formas de inclusão das pessoas com deficiência visual. E o braile é a única forma de alfabetização de crianças cegas ou com baixa visão. A avaliação dos especialistas e das organizações que trabalham no acesso à educação dessas pessoas é que a acessibilidade melhorou no Brasil, mas ainda é insuficiente, como mostra esta reportagem da Agência Brasil, e esta outra aqui, do Repórter Brasil Tarde, da TV Brasil, ambas de 2023. O tema também foi abordado nesta reportagem de 2022 da Radioagência Nacional

Liberdade de imprensa

O Dia do Jornalista é celebrado em 7 de abril. A data homenageia os profissionais que desempenham um trabalho fundamental para a sociedade mas que enfrentam cada vez mais dificuldades, como interesses políticos e econômicos, que comprometem a independência da atividade; a concorrência das fake news nas redes sociais e o pior: a violência. Relatório da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) mostra que, no ano de 2022, os jornalistas brasileiros foram vítimas de 557 ataques, 23% a mais do que no ano anterior. Foram gritos, empurrões, socos, ameaças e intimidações, sofridos em pleno expediente ou fora dele. O relatório foi destacado nesta reportagem da Agência Brasil e nesta edição do Repórter Brasil, da TV Brasil, ambas de 2023. Também é expressivo o número de jornalistas que perdem a vida fazendo a cobertura de conflitos armados em diferentes partes do mundo. Em 2024, a ONG Repórteres sem Fronteiras contabilizou 54 mortos, como destacado nesta outra reportagem, também da Agência Brasil

Combate ao racismo

“Árvores do sul produzem uma fruta estranha. Sangue nas folhas e sangue nas raízes. Corpos negros balançando na brisa do sul.” Este é um trecho da letra da música “Strange fruit’, composta e interpretada por Billie Holiday, cantora de blues e jazz americana que nasceu no dia 7 de abril de 1915, há 110 anos. A canção era uma forte e veemente denúncia contra a violência racial em 12 estados do Sul dos Estados Unidos na década de 1940, onde afro-americanos eram linchados, brutalmente assassinados e tinham seus corpos pendurados em árvores, como “frutas estranhas”, como diz a música. Negra, Billie Holiday teve uma vida sofrida e marcada pela violência, e bateu de frente com a sociedade para denunciar o racismo. Donos das casas de shows boicotaram “Strange fruit’. Emissoras de rádio baniram a música, e a própria gravadora, por muito tempo, se recusou a gravá-la. Também o governo americano se incomodou com a comoção social provocada pela música, e Billie foi perseguida pelo FBI, que usou seu vício em heroína como desculpa para cassar sua licença para cantar, em 1947. Os veículos da EBC deram destaque à história e à luta de Billie Holiday e a homenagearam em várias ocasiões, como você pode conferir nas reportagens abaixo:
História Hoje, da Rádio Nacional (2014)
Repórter Brasil Tarde, da TV Brasil (2015)
Momento Três, da Rádio Nacional (2016)
Antena MEC, da Rádio MEC (2019)

Esporte

O paulista Moacir Barbosa é considerado um dos maiores goleiros do futebol brasileiro. Mas até sua morte, no dia 7 de abril de 2000, sofreu com a pecha de “vilão” da Copa do Mundo de 1950. Naquele ano, o Brasil sediava seu primeiro mundial e disputou a final com o Uruguai. Os torcedores que lotavam o estádio do Maracanã eram puro otimismo, pois um empate garantiria o título de campeão em casa. Mas, aos 34 minutos do segundo tempo, o ponta-direita Alcides Ghiggia chutou rasteiro, sem tanta força, no canto esquerdo do gol, e Barbosa não alcançou. A multidão no Maracanã se calou, e o gol decretou o bicampeonato do Uruguai, na vitória por 2 a 1. O episódio ficou eternizado como Maracanazo. Saiba mais sobre a trajetória de Barbosa nesta reportagem de 2021 da Agência Brasil, e sobre a derrota do Brasil na final da Copa de 1950 nesta outra aqui, também da Agência Brasil, publicada em 2020. 

Literatura

Há 40 anos, no dia 10 de abril de 1985, perdíamos Cora Coralina, poetisa que eternizou, em versos, as coisas simples, a natureza e o cotidiano no interior de Goiás. Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nome verdadeiro da escritora, vendia doces para se sustentar, e começou na poesia somente aos 75 anos. Com pouca escolaridade – estudou até a quarta série do antigo primário – Cora se destacou na cena literária e recebeu a atenção e admiração de outros gigantes da literatura, como Carlos Drummond de Andrade e Jorge Amado. Especialistas destacam na poetisa sua inteligência simples, madura e densa. A grandeza da obra de Cora Coralina foi tema desta edição do Antena MEC, da Rádio MEC, veiculada em 2019, e desta reportagem da Agência Brasil, de 2020. O programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, celebrou os 135 anos do nascimento de Cora em 2024. E a TV Brasil falou sobre a trajetória da poetisa em 2019, nesta edição do jornal Repórter Brasil

Confira a relação completa de datas do Hoje é Dia de 6 a 12 de abril de 2025.

Abril de 2025
6

“Arrastão”, composta por Edu Lobo e Vinicius de Moraes e interpretada por Elis Regina, vence o I Festival de Música Popular Brasileira (60 anos)

Dia Internacional do Esporte para o Desenvolvimento e a Paz – comemoração instituída pela 96ª sessão da Assembleia Geral da ONU na sua Resolução A/RES/67/296 de 18 de setembro de 2013

7

Nascimento da cantora de jazz estadunidense Billie Holiday (110 anos)

Morte do goleiro paulista Moacir Barbosa (25 anos) – considerado um dos maiores goleiros de sua época, Barbosa é mais lembrado por sua participação na derrota da seleção brasileira na final da Copa do Mundo de 1950, contra o Uruguai

Dia do Jornalista

Dia Mundial da Saúde – comemoração instituída por países-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) para ser observada a partir de 1950

8

Morte do bailarino e coreógrafo russo Vaslav Nijinski (75 anos) – conhecido por revolucionar o balé no século XX. A ele é atribuído o início da dança moderna

Dia Nacional do Sistema Braille

Dia Mundial da Luta Contra o Câncer

Dia Internacional dos Ciganos

Aniversário de Cuiabá (MT) (306 anos)

9

Nascimento do cantor e compositor fluminense Roberto Silva (105 anos) – na década de 1940, realizou suas primeiras gravações, e foi do elenco das rádios Nacional e Tupi. Nesta última ficou conhecido como “príncipe do samba”, e suas interpretações são características pelo estilo sincopado e levemente dolente que encontrou para cantar samba, inspirado em dois ídolos anteriores, Cyro Monteiro e Orlando Silva

Início do programa “Falando de música”, da Rádio MEC (72 anos)

10

Morte da poetisa e contista goiana Cora Coralina (40 anos) – considerada uma das maiores escritoras brasileiras

O músico britânico Paul McCartney anuncia publicamente sua saída da banda “The Beatles” (55 anos)

11

Nascimento do músico, cantor e compositor paulista José Eduardo França Pontes, o Dudu França (75 anos)

Dia Mundial da Doença de Parkinson

12

Morte da cantora fluminense Helena Costa, a Heleninha Costa (20 anos) – em 1946, a convite de César Ladeira, transferiu-se para a Rádio Nacional, participando do programa “Música do coração” e dos melhores musicais noturnos da emissora

Lançamento do filme “O Vagabundo”, de Charles Chaplin (110 anos)

Fundação da Associação Ferroviária de Esportes, conhecida como Ferroviária, na cidade de Araraquara, interior do estado de São Paulo (75 anos)

Acidente aéreo do voo Transbrasil 303 em Florianópolis-SC (45 anos) – após o acidente, a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Infraero desenvolvem e implementam tecnologias de controle de voos mais seguras no Brasil

*As datas são selecionadas pela equipe de pesquisadores do Projeto Efemérides, da Gerência de Acervo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que traz temas relacionados à cultura, história, ciência e personalidades, sempre ressaltando marcos nacionais e regionais. A Gerência de Acervo também atende aos pedidos de pesquisa do público externo. Basta enviar um e-mail para centraldepesquisas@ebc.com.br.

 

Em 1º amistoso do ano, seleção feminina perde por 2 a 0 para os EUA


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No primeiro jogo do ano, a seleção brasileira feminina tropeçou fora de casa diante dos Estados Unidos, atual campeão olímpico, ao perder por  2 a 0 no SoFi Stadim, em Los Angeles. Logo aos cinco minutos, Trinity Rodman abriu placar para a alegria dos 32 mil torcedores presentes no estádio e,  na etapa final, Lindsey Heaps selou a vitória com gol de pênalti.

O encontro entre as duas equipes foi o primeiro duelo após o revés do Brasil para os Estados Unidos (1 a 0) na final olímpica ano passado, nos Jogos de Paris. O jogo teve clima de gala no SoFi Stadium, futuro palco do Mundial masculino de 2026 e também da abertura da Olimpíada de Los Angeles 2028.

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A seleção volta campo contra as norte-americanas no segundo e último amistoso das Data Fifa na próxima terça-feira (8), às 23h30 (horário de Brasília), em San José. Os dois jogos são preparatórios para a Copa América, principal competição do ano, em julho, no Equador.

No primeiro tempo, as brasileiras foram surpreendidas aos cinco minutos, na primeira jogada de ataque das norte-americanas, que começou com Alyssa Thompson a partir do no meio-campo. Ela se aproximou da área e tocou para Trinity Rodman acertar o fundo da rede, sem chances para a goleira Lorena. A equipe brasileira sofreu para se ajustar em campo. A partir dos 20 minutos melhorou a marcação e passou a enfileirar chances de empatar. Aos 31 minutos, Angelina recebeu a bola na entrea da área e desferiu um bomba, que passou rente à trave. Depois, aos 40 minutos, Adriana disparou do meio de campo até chutar da entrada da área uma bola venenosa no canto esquerdo do gol, mas Tullis-Joyce defendeu.

Após o intervalo, a seleção adiantou a marcação e antes do primeiro minuto completo, Ludmila quase empatou com um chute forte que estourou na trave. A seleção parecia mais entrosada, mas aos 15 minutos a entrada da meio-campista norte-americana Lily Yohannes, de 17 anos, mudou a história do jogo. Bastaram três minutos em campo, para ela sofrer pênalti aos ser derrubada por Ludmilla, quando tentava tocar a bola para Aly Thompson chutar para o gol. A camisa 10 Lindsey Heaps (ex-Horan) ampliou para as norte-americanas após bela cobrança de pênalti no canto direito do gol de Lorena, que não alcançou a bola. A partir daí, a seleção não se encontrou na partida e por pouco não levou o terceiro gol aos 30 minutos, após Aly Thompson tentar um desvio dentro da área, mas Lorena espalmou, salvando o gol brasileiro. Numa última tentativa para tentar diminuir o placar, Adriana invadiu a área em velocidade, mas antes de chutar foi derrubada por Sam Cofey. No entanto, a árbitra não anotou pênalti. Com a vantagem, as norte-americana administraram o resultado até o apito final.